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NUTRIÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPIA II

Professor (a): Tatiane dos Santos


Aparecido Gonçalves

ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Todos os campos do Formulário Padrão deverão ser devidamente


preenchidos.
2. Esta é uma atividade individual. Caso seja identificado plágio, inclusive de
colegas, a atividade será zerada.
3. Cópias de terceiros como livros e internet, sem citar a fonte, caracterizam-se
como plágio, sendo o trabalho zerado.
4. Ao utilizar autores para fundamentar seu Projeto Integrador, os mesmos
devem ser referenciados conforme as normas da ABNT.
5. Ao realizar sua atividade, renomeie o arquivo, salve em seu computador,
anexe no campo indicado, clique em responder e finalize a atividade.
6. Procure argumentar de forma clara e objetiva, de acordo com o conteúdo da
disciplina.

Formatação exigida: documento Word, Fonte Arial ou Times New Roman tamanho
12.

ANEMIAS: ALÉM DA CARÊNCIA


NUTRICIONAL
POR QUE APRENDER ISSO?
Em um ambiente hospitalar ou ambulatorial, quando o nutricionista se depara
com um paciente com mais de uma patologia, é desafiador escolher a conduta mais
adequada. Para isso é necessário desenvolver um raciocínio lógico, perspicaz e
rápido, pois seu paciente e a equipe que trata dele, precisará de resposta. É claro
que nos primeiros dias é supernormal ainda não conseguir fazer isso, mas para
desenvolver essa habilidade é preciso treino, e para isso nada melhor do que
estudos de caso, situações reais, mas que não exigem rapidez, você pode se
debruçar no caso, pensar bastante e tirar suas conclusões, olhando o “todo” do
paciente. Agora vamos aos objetivos desta aula prática:
1. Entender como e onde pesquisar as condutas dietoterápicas.
2. Conhecer técnicas de avaliação subjetivas de sinais e sintomas físicos.
3. Entender, a partir da interpretação de exames laboratoriais, outros
tipos de anemias com diferentes causas.
4. Entender a importância do fechamento de uma conduta dietoterápica
na recuperação do paciente.

Caro (a) aluno (a), uma conduta dietoterápica bem elaborada e pensada
garante a recuperação mais rápida do paciente, e isso se aplica tanto para
ambulatório quanto para o ambiente hospitalar. Dentro de um hospital, esta
capacidade de formular condutas e tomar decisões rápidas são muito mais urgentes.
No ambiente hospitalar existe a equipe multidisciplinar ou multiprofissional que é
composta por todos os profissionais que assistem o paciente, principalmente os que
estão internados em UTI. Fazem parte desta equipe: médicos de todas as
especialidades, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros,
assistentes sociais, anestesistas, enfim, dependendo do caso do paciente, haverá
profissionais específicos. Essas reuniões acontecem à beira do leito do paciente, em
que cada profissional expõe sua conduta para a equipe. Já pensou nisso? Você
fazendo parte da equipe multiprofissional de um hospital? É possível! Para isso é
preciso desenvolver a habilidade de pensar rápido, interpretar os sintomas do
paciente e conhecer as condutas. Não se assuste, como disse, isso é treino, então
habituem-se desde já a ler condutas das diretrizes, a estudar a fisiopatologia da
doença, entender o estado nutricional do paciente e como a doença o está afetando,
só depois disso, olhar para os nutrientes e decidir o melhor a se fazer, pois como
vimos, nem tudo que é bom, é bom para todos.
Pensando no paciente que você vai receber no ambulatório ou consultório, ele
já vem com o diagnóstico e tratamento prontos, geralmente vindos de uma pesquisa
rápida na internet. Também precisamos ter o conhecimento, raciocínio lógico e
rápido para quebrar alguns tabus acerca de modinhas e informações erradas que
circulam sobre alimentos x doenças na internet. Para conseguirmos cativar e ganhar
credibilidade desse paciente, é preciso demonstrar conhecimento e para isso é
necessário treino! Então, não tenha medo de estudar fisiologia, fisiopatologia,
bioquímica, é isso que fará de você profissional diferenciado com capacidade de
“pensar fora da caixa” em vez de seguir a opinião da maioria. Não tenha medo de
pensar e expressar sua conduta, mas esteja embasado em fontes confiáveis para
isso.
AMBIENTE DA PRÁTICA

Caro (a) aluno (a), esta atividade prática poderá ser feita em uma biblioteca,
sala de estudos, ou no seu cantinho favorito para ler e estudar. O mais importante é
que este local seja silencioso, confortável e que lhe permita concentrar-se ao
máximo para analisar esse caso e absorver tudo o que você irá aprender com ele.
Faça essa atividade sem pressa, com calma, então nada de deixar para última hora,
pensar leva tempo. Lembre-se você estará pela primeira vez encontrando uma
forma só sua de começar a criar suas condutas e raciocínio para fechar estas, será
preciso entrega, então, desliga a música, coloca o celular no modo “não perturbe” e
fique somente com seus pensamentos e concentração, veja quanta coisa você é
capaz de aprender.

Obs.: Caro (a) aluno (a), no caso de atividades práticas em ambientes profissionais
você deve verificar o calendário destas atividades com o seu polo de apoio
presencial UniFatecie. Caso haja dúvidas, ou não possuir polo, entre em contato
com seu tutor.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Caro (a) aluno (a), nesta aula abordaremos o caso do paciente A. C. sexo
masculino, branco, de 81 anos, nascido em 01/03/1938 e casado. Esse paciente foi
internado por hemorragia digestiva alta e encefalopatia urêmica, e apresentava
como patologia pregressa: hipertensão, diabetes tipo 2 e Alzheimer. O paciente
passou por uma endoscopia que indicou esofagite erosiva distal, pangastrite
enemantosa, úlcera gástrica e bulboduodenite. Como um dos hábitos do
paciente, sabemos que ele toma 2 copos de água por dia, não consome carnes, leite
ou ovos.
Seguem alguns exames: que estavam abaixo dos valores de referência.

DATA EXAME RESULTADO REFERÊNCIA

01/07/2019 Eritrócitos 3,68 milhões/dl 4,52- 5,90 m/ul

Hemoglobina 12,90 g/dl 14,0 – 17,5 g/dl

Hematócrito 36,40 % 42 – 50%

VGM 76,9 fl 80 – 99 fl

HGM 24,1 pg 27,5 – 33,2 pg

CHGM 32,4g/dl 33,4 – 35,5 g/dl

Ao
exame físico apresenta atrofia da região supra e infraclavicular, as mucosas estão
hipocoradas e também apresenta dentição incompleta. O acompanhante relata
perda de peso de 4 kg nos últimos 3 meses. O peso estimado do paciente é de
58,7Kg e a altura estimada é de 1,75m. IMC de 19,20km/m 2, diagnosticado como
desnutrição.
A anemia caracteriza-se pela diminuição do número de eritrócitos por unidade
de volume sanguíneo ou do conteúdo de hemoglobina, não se trata
necessariamente de uma doença, mais sim de um sintoma que pode surgir de
diversas causas diferentes: grande perda de sangue, destruição excessiva de
células do sangue ou redução na produção dessas células (MAHAN; RAYMOND,
2018).
Quando a anemia acontece por deficiência de nutrientes, chamamos de
anemia carencial, são comuns nesses casos anemias por deficiência de ferro, folato
e vitamina B12 (OLIVEIRA, 2018).
Já a anemia da doença crônica (ACD), também conhecida como anemia da
inflamação, é mais comum em pacientes que passam por hospitalização. Essa
anemia se desenvolve principalmente em pacientes com doenças agudas,
infecções, câncer ou doenças autoimunes. Basicamente a diferença entre a ACD e a
anemia por deficiência de ferro (IDA) é que se, suplementarmos ferro para um
paciente com ACD que apresentam infecções ou doenças malignas, podemos
causar prejuízos para o paciente. Já os pacientes com IDA necessitam de ferro para
manter a eritropoiese. Ainda existe o caso dos pacientes que apresentam tanto a
ACD quanto a IDA sendo que esta última pode ser causada por perda de sangue
crônica (COSTA, 2015).
Como perceberam neste contexto, o nosso foco ficou na anemia, mas como o
paciente tem várias outras condições que comprometem a saúde e interferem no
tratamento adequado da anemia, é preciso pesquisar a conduta para essas
doenças, e estabelecer um poncho em comum entre elas. Este ponto em comum
será a conduta a ser aplicada como tratamento para todas as condições do paciente.
Mas para chegar a este ponto em comum é preciso entender como essas doenças
acontecem, o que elas causam no corpo, principalmente em um corpo desnutrido e
de 81 anos. Este será um exercício de olhar para o todo do paciente, entender o que
está acontecendo e oferecer o melhor tratamento para ele.
RECURSOS UTILIZADOS

Materiais de consumo:
Descrição Observação
Caderno ou bloco de Material a ser fornecido pelo aluno
anotações
Caneta Material a ser fornecido pelo aluno
Smartfone ou computador Material a ser fornecido pela UniFatecie
para pesquisa de conduta

Software/aplicativo/simulador
Sim ( ) Não ( x )
Em caso afirmativo, qual?
Pago ( ) Não Pago ( )
Tipo de Licença: Não se aplica
Descrição do software/aplicativo/simulador:
Caso não seja necessário o uso do recurso, preencher com *Não se aplica (NSA)
NSA

Kit Laboratório individual de atividade prática

Sim ( ) Não (x )

Em caso afirmativo, qual?

Pago ( ) Não Pago ( )

Tipo de Licença: Não se aplica

Descrição dos materiais do kit:

Caso não seja necessário o uso do recurso, preencher com *Não se aplica (NSA)
NSA
ATENÇÃO: SAÚDE E SEGURANÇA

Para sua saúde e segurança, antes de começar essa atividade prática, faça
um lanche reforçado e pegue sua garrafinha de água para se manter hidratado,
esses também são itens indispensáveis, pois pensar exige um corpo preparado,
nutrido e hidratado. Ah, desative as notificações do celular.

O QUE PRECISO FAZER NESSA


ATIVIDADE PRÁTICA?
Primeiro leia com muita atenção o caso acima, e listem os sinais, sintomas,
dados da avaliação nutricional e dos exames que chamam a atenção e doenças que
o paciente tem. Pode fazer como achar melhor, lista, mapa mental, esquema, enfim
o que for mais fácil para vocês memorizarem seu paciente, não se esqueça de fazer
uma foto dessa etapa para adicionar no relatório depois. Capriche! Ali você terá uma
visão do todo desse paciente, já tente enxergar alguma correlação entre qual evento
pode ter levado ao seguinte, procure nas entrelinhas a fim de encontrarem pequenos
detalhes que vão influenciar a forma como esse paciente aproveita os nutrientes.
Organizando esse “mapa mental” ficará mais fácil de definir um ponto em
comum entre as condutas. Feito isso, é o momento de pesquisar sobre as doenças
que ele tem: preencha três tópicos básicos sobre elas; O que é? Quais são os
sintomas? Qual a forma de tratamento? Adicione fotos desse processo também no
template do relatório. Assim, conseguirá ver claramente a linha de raciocínio que
utilizara para chegar a sua decisão.
Bem, agora temos a visão do todo do paciente e das doenças que ele tem,
chegou o momento de pesquisar as condutas para as doenças. Uma a uma vá
descrevendo qual a quantidade de carboidrato? Qual a quantidade de proteína?
Vitaminas, minerais? Textura? Deixarei aqui uma tabela para facilitar na hora de
organizar esses dados para poder ter a visão do todo da conduta também. Tire foto
dela após finalizada e adicione, posteriormente, no template. Nessa tabela, coloque
apenas as quantidades (em gramas), porcentagem ou g/kgP dos nutrientes.
Finalizado a parte de preencher a conduta das doenças, é a hora de traçar
um ponto em comum entre elas, pois ali você terá mais de uma conduta para
carboidrato, proteína, enfim. Como decidir? Pegue o primeiro passo que você fez, o
todo do paciente, o todo das doenças e olhando para o todo da conduta responda: o
que será melhor para o paciente? Escreva a quantidade decidida na última coluna,
em conduta final depois; justifique porquê escolheram aquela quantidade dentre
todas as que vocês pesquisaram. Para isso, é preciso pôr a referência da conduta
que utilizaram para definir a sua decisão, e esse é o resultado de vocês. Entendo
que esse primeiro contato é assustador, mas acredite, praticando assim, logo você
fará isso sem papel e caneta, estará tudo aí na cabeça de você. Treine muito e não
olhe somente a doença ou o alimento, mantenha-se no pilar PACIENTE – DOENÇA
– CONDUTA. Não é possível fechar uma conduta sem olhar para todos esses
passos que passei.
Posso ensinar tudo o que sei, apresentar todas as estratégias, dar todas as
respostas, mas você precisa desenvolver a capacidade de pensar e tomar suas
decisões em suas condutas, para isso é preciso treino, treino e mais treino, esse é
só o aquecimento.
Conduta nutricional
Características da Patologia 1 Patologia 2 Patologia 3 Patologia 4 Patologia 5 Conduta final
dieta
Calorias
Carboidrato
Proteína
Lipídio
Vitaminas
Minerais
Consistência
Fibras
Justificativa da conduta final
Características Conduta final (referenciar)
da dieta (Por que você escolheu essas quantidades?)
Calorias
Carboidrato
Proteína
Lipídio
Vitaminas
Minerais
Consistência
Fibras
RELATÓRIO

Caro aluno (a),

Você deverá entregar o Relatório tipo Apresentação Simples (Power point).


Para isso, faça o download do template, disponibilizado junto a este roteiro, e siga as
instruções contidas no mesmo.

MATERIAIS COMPLEMENTARES

BRASIL. Relatório de recomendação - Protocolos e diretrizes: Protocolo Clínico e


Diretrizes Terapêuticas Anemia por Deficiência de Ferro. Brasília, DF, ago. 2023.
Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2023/
relatorio-tecnico-pcdt-anemia-por-deficiencia-de-ferro. Acesso em: 22 nov. 2023.

BERALDO, B. et al. Impacto nutricional na Doença de Alzheimer: um estudo de


revisão sobre o uso de nutrientes e compostos nutricionais na condição. Ulakes
Journal of Medicine, v. 2, n. 3, 2022.

SCAINI, G.; FERREIRA, G. K.; STRECK, E. L. Mecanismos básicos da encefalopatia


urêmica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 22, p. 206-211, 2010.

REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, A. M.; SILVA, F. M. Dietoterapia nas doenças do Adulto. 1. ed. Rio de
Janeiro, 2018.

MAHAN, L. K.; RAYMOND, J. L. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 14 ed.


Elsevier: Kemmore, 2018.

COSTA, M. J. C. Interpretação de exames bioquímicos para o nutricionista. 2ed.


São Paulo: Atheneu, 2015.

Brasília: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019. BRASIL. Programa Farmácia


Popular Do Brasil: Manual de informações às unidades credenciadas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2008.

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