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Imposto Sobre o Rendimento

Secção II

Atividades empresariais
Secção II - Atividades empresariais
Art. 1º - Definições Relevantes
“Atividades empresariais”, qualquer empreendimento comercial, industrial ou artesanal, o exercício de
profissão ou qualquer outros serviços independentes, ou a locação de bens moveis e imoveis, mas não
compreende o emprego por conta de outrem;
“Actividades empresariais tributáveis”, as actividades empresariais levadas a efeito com vista à
realização de rendimento empresarial incluído no rendimento ilíquido;
“Normas internacionais em Matéria de Elaboração de Relatórios Financeiros”, as Normas
Internacionais mais recentes em Matéria de Elaboração de Relatórios Financeiros emitidas pelo Comité
das Normas Contabilísticas Internacionais ou por qualquer entidade que lhe sucede e que assuma as
funções de emissão de Normas Internacionais em Matéria de Elaboração de Relatórios Financeiros;
“Elemento depreciável de activo imobilizado corpóreo”, qualquer bem móvel corpóreo que:
a. Tenha uma vida útil superior a um ano;
b. Sofra uma desvalorização previsível em virtude do uso, desgaste, exploração ou obsolescência;
c. Seja utilizado parcial ou totalmente no exercício de atividades empresariais tributáveis;
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Art. 1º - Definições Relevantes
“Instalação empresarial”, qualquer edifício usado total ou parcialmente no exercício de atividades
empresariais tributáveis;
“Custo de Capital” de um elemento depreciável do ativo imobilizado corpóreo de uma categoria de
elementos significa:
a. No caso de um elemento do ativo acrescentado à categoria de elementos no ano anterior, a fração do
custo de aquisição não tratada como custo de capital no ano anterior; e
b. Para qualquer elemento do ativo de categoria, o custo de melhoramento, renovação e reconstrução do
elemento do ativo desde que o custo não seja deduzido de outro modo;
“Elemento do activo imobilizado incorpóreo”, qualquer bem, com exclusão/excepção de bens moveis ou
imoveis corpóreos, que:
a. Tenha uma vida útil superior a um ano;
b. Seja utilizado total ou parcialmente no exercício de actividades empresariais tributáveis;
“Despesa incorpóreo”, qualquer despesa suportada alvo no caso de aquisição de quaisquer bens
corpóreos ou incorpóreos, moveis ou imoveis;
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Definições Relevantes de Contabilidade
▪ Existências: (Ativo circulante) Todos os bens armazenáveis adquiridos ou produzidos pela empresa e
que se destinam à venda ou a serem incorporados na produção.
▪ Inventario: É uma lista com a relação dos elementos patrimoniais com a indicação do seu valor.
▪ Imobilizado corpóreo: (ativo não circulante) ex: terrenos e recursos naturais, edifícios e outras
construções, equipamentos, ferramentas
▪ Imobilizado incorpóreo: (Ativo não circulante) ex: marcas, patentes, softwares
▪ Amortização e reintegração: operação mediante a qual a sociedade regista, como custo contabilístico
e ao longo de um determinado número de exercícios, o valor de aquisição de certo bem do activo
imobilizado, incorpóreos ou corpóreos.
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Terminologia inconsistente na Lei Tributária
▪ Rendimento Bruto = ilíquido

▪ Pessoais naturais = singulares

▪ Pessoas não naturais = jurídicas = coletivas

▪ Critério de Competência económica = Método Acumulativo

▪ Critério de Competência de Caixa = Método de Caixa

▪ Custos de valorimetria das existências = custos de inventário.


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Cálculo do Rendimento ilíquido resultante de atividades empresariais
▪ Art. 28, nº 1, al. a);

▪ Art. 28º, Nº 2,

▪ Art. 33º

▪ Deve basear-se no lucro líquido do sujeito passivo para fins de contabilidade financeira desse
exercício, elaborada de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade.
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Normas Internacionais de Contabilidade

▪ São elaboradas pelo organismo internacional de normalização contabilística (IASB, Internacional Accounting
Standars Board), cujo objetivo consiste em criar um conjunto único de normas contabilísticas a nível mundial.

▪ Motivos para a normalização:

- Necessidade de harmonização das normas de contabilidade em virtude da globalização económica,


empresas multinacionais, etc.

▪ Objetivo:

- Criação de um novo padrão de normas contabilísticas, melhorando a consistência das regras e facilitando o
processo de comparação de desempenhos entre as empresas registadas em territórios diferentes.
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Cálculo do Rendimento ilíquido resultante de atividades empresariais

▪ Art.33º, nº 2:

- O lucro líquido do sujeito passivo deve incluir os resultados de todas as atividades empresariais
exercidas pelo sujeito passivo durante o ano fiscal, incluindo a alineação de qualquer elemento do
ativo ou extinção de qualquer dívida no decurso ou no fim dessas atividades:

+ Resultados das atividades empresariais, incluindo

+ Alienação de qualquer elemento do ativo (venda de bens/elementos da empresa)

+ Extinção de qualquer dívida no decurso ou no fim dessas atividades


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Método contabilístico
▪ Regra: Critério da Competência Económica (art. 34º, nº 1)
- Pode ser adoptado por qualquer sujeito passivo.
- Segundo este método, o sujeito passivo considera realizados os rendimentos quando eles são
susceptíveis de serem recebidos e considera suportadas as despesas quando elas são susceptíveis
de serem pagas. (art. 34º, nº 5)
o Um montante é suceptivel de ser recebido por um sujeito passivo quando o sujeito passivo adquire o direito a
recebê-lo (art. 34º, nº 6)

o Um montante é suceptivel de ser pago por um sujeito passivo quando se verificarem todos os factos que
determinam a sua obrigação e o montante dessa obrigação possa ser determinado com razoável exatidão,
mas não antes de se ter verificado o fato tributável (art. 34º, nº 7)
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Método contabilístico
▪ E quem que os bens ou ativos são utilizando se verifica o fato tributável (tributário)?
- a) No caso de aquisição de serviços, de bens ou ativos, no momento em que os serviços, os bens ou
ativos são fornecidos;
- b) no caso de utilização de bens ou activos, no momento em que os bens ou activos são utilizados;
- c) em qualquer outro caso, no momento em que o sujeito passivo procede ao pagamento integral da
sua obrigação.
▪ Exepção: Critério da Competência de Caixa (art. 34º, nº 2)
- Só pode ser adoptado por sujeitos passivos com um volume de negócios anual ilíquido inferior a
$100.000.
- Segundo este método, o sujeito passivo considera realizados os rendimentos quando os recebe, ou
quando eles são postos à sua dispocisão, e considera suportados as despesas quando elas são
pagas (art. 34. nº 4).
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Caso Prático
- Reportando-nos ao caso da D. Ana, costureira,
- Supondo que os $30.000 que a D. Ana recebeu pela atividade de costureira correspondem a 1000 camisolas que
esta vendeu até dezembro, a $30 cada. Destas 1000 camisolas, apenas 500 foram pagas de imediato, sendo que as
outras 500 apenas foram pagas em janeiro de 2014.
- Supondo que ainda a compra da máquina da D. Ana, já foi contratada em dezembro de 2013 no valor de $2.000, mas
ela combinou com o fornecedor que só a iria pagar em fevereiro de 2014.
- Estes factos são relevantes para o apuramento de imposto de imposto?
Justifique e, em caso de resposta positiva, refira qual o efeito no montante de imposto a pagar.
(Comparar os dois métodos contabilísticos)
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Valorimetria das existências

▪ Art. 35º:
▪ É permitida a dedução dos custos atinentes à valorimetria das existentes, suportados durante o ano
fiscal, mesmo que as existências se encontrem disponíveis no fim do ano em causa.
- É permitida a dedução dos custos das existências, mesmo que se encontrem disponíveis no fim do ano
fiscal.
- Por exemplo, se D. Ana comprou 30 metros de tecido em dezembro, para fazer 10 camisolas durante
esse mês, o montante que D. Ana gastou a comprar o tecido é dedutível nos termos do art. 35º,
mesmo que as camisolas ainda não tenham sido vendidas.
- Neste caso, as existências são as camisolas em stock (que não foram vendidas) e também o tecido
que tiver sobrado e que será usado para fazer mais camisolas.
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Valorimetria de existências
▪ O controlo físico das existências faz-se através do inventário (contagem e listagem das
existências)
▪ O controlo contabilístico das existências é que irá permitir saber qual o custo das existências
armazenadas e vendidas ou consumidas.
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Art. 36º
O sujeito passivo tem direito a dedução, durante o ano fiscal, para reitegração:
1. De elementos depreciáveis do ativo imobilizado corpóreo:
Qualquer bem móvel corpóreo que:
a. Tenha uma vida útil superior a um ano;
b. Sofra uma desvalorização previsível em virtude do uso, desgaste, exploração ou obsolescência;
c. Seja utilizado parcial ou totalmente no exercício de atividades empresariais tributáveis;
2. De instalações empresariais:
Qualquer edifício usado total ou parcialmente no exercício de actividades empresariais tributáveis.
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Requisitos das deduções

Para haver dedução, os elementos depreciáveis do ativo imobilizado corpóreo (EDAIC) e


as instalações empresariais devem ser:

▪ Ou propriedade do sujeito passivo


▪ Ou utilizado em controlado pelo sujeito passivo (e que não seja permitida esta dedção
ao proprietário em virtude do art. 41º)
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Reintegração dos elementos depreciáveis do ativo imobilizado corpóreo

▪ A reintegração pode ser: (no. 5)


- Individual
o Método das quotas constantes
- Por categorias
o Método das quotas degressivas
▪ Deve ser aplicado o mesmo método a todos os EDAIC do sujeito passivo, (nº 6)
▪ A alteração do método é feita mediante autorização da AT (nº 7)
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Reintegração dos elementos depreciáveis do ativo imobilizado corpóreo

Artigo 36º, nº 8 e Anexo VII

• Relevância da distinção é, por ora, nila, pois:

- Não existe distinção de taxa para reintegração no método das quotas constantes e no
método de quotas depressivas

- Não existe a categorização para classificação de elementos depreciáveis do ativo

▪ Não é possível fazer uma aplicação correta do artigo, pois a taxa de reintegração é sempre
de 100%
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Atenção!

▪ O art. 36º, nº 9 a nº 13 e 17 não é aplicável, de momento, pois não existe reintegração por
categoria!
▪ O art. 36º, nº 15 não é aplicável, de momento, pois não existe uma taxa possível de efectuar
deduções com base no método das quotas constantes
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Reintegração das instalações empresariais

▪ Custos de aquisição, contrução. Melhoramento, renovação e reconstrução de instalações


empresariais.
- Devem ser reintegrados individualmente, pelo método das quotas constantes, à taxa
do Anexo VII (100%) (nº 3)

▪ O seu custo não inclui o custo do terreno (nº 4), i.e., não é dedutível.
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Art. 37º
O sujeito passivo tem direito a uma dedução durante o ano fiscal para amortização:

1. De elementos depreciáveis do ativo imobilizado incorpóreo: (nº 1)


“elementos do ativo imobilizado incorpóreo”, qualquer bem, co exclusão de bens
moveis ou imoveis corpóreos, que:
a. Tenha uma vida útil superior a um ano;
b. Seja utilizado total ou parcialmente no exercício de atividades empresariais tributáveis;
2. De despesas incorpóreas
“Despesa incorpórea”, qualquer despesa suportada salvo no caso de aquisição de qualquer bens corpóreos
ou incorpóreos, moveis ou imoveis;
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Amortizações
▪ Dos EALL, pelo custo de aquisição, criação, melhoramento, renovação
• Através do método das quotas constantes, à taxa do Anexo VII (100%) (nº2)
- Das Despesas incorpóreas, com vida útil superior a um ano:
• Através do método das quotas constantes, à taxa do Anexo VII (100%) (nº 3)

Regime das Deduções


▪ Se um EALL ou despesa incorpórea apenas for parcialmente utilizado no exercício de atividades
empresariais tributáveis, o montante permitido como dedução é reduzido naquela proporção. (nº4)
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Art. 38º: Reservas ou provisões


▪ Não é permitida a dedução relativa a qualquer montante de lucros retidos para uma reserva ou
provisão de despesas ou prejuízos esperados. (nº1)

- Excepção: Bancos (nº2)


• O montante de dedução permitido será definido pelo Ministério das Finanças (nº3)

Art. 39: Dívidas incobráveis


▪ É permitida a sua dedução se:
- O montante já tiver sido incluído no rendimento tributável da atividade do sujeito passivo,
- O sujeito passivo tiver razões fundamentadas para crer que a divida não será recuperada.
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Caso Prático

• Reportando-nos ao caso da D. Ana, Custureira,


• Supondo que a D. Ana:
- Comprou o terreno para construir a sua casa (o andar de baixo) por 1.000. Gastou na construção da casa
10.000.
- Comprou um design de uma camisola de famoso estilista, o Jorge Armandio, no valor de 2000 USD, que
lhe valerá por dois anos,
- Faz 150 camisolas com base nesse design, e gastou 8 USD em tecido, 2 USD em botões e linhas, e cada
camisola deve ser vendida por 30 USD, tendo vendido 100 unidades até ao final do ano.
- Identifique quais as deduções possíveis e em que termos se efetuarão.

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