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72 Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01)

DIREITO TRIBUTÁRIO
Tatiana Scaranello

Algumas das questões aqui dispostas foram comentadas pela União instituir contribuições sociais para o interesse das categorias pro-
equipe Juspodivm. fissionais. Tome cuidado, pois o § 1º deste mesmo dispositivo menciona
que os demais entes da Federação, podem instituir contribuições para
o regime próprio de previdência dos respectivos servidores públicos.
1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Logo, a alternativa correta é a B, sendo as demais, desta feita, incorretas.

227. (FGV/OAB/XXVIII_Exame – 2019) O Distrito Federal instituiu,


Gabarito: B

por lei distrital, a contribuição para o custeio do serviço de iluminação


229. (FGV/OAB/XX_Exame – 2016) O Estado Alfa institui, por meio de
pública. Um contribuinte insurgiu-se judicialmente contra tal cobrança,
lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico
alegando que a instituição pelo Distrito Federal seria inconstitucional.
e divisível. Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a
Diante desse quadro, assinale a afirmativa correta. ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em patamares
a) O contribuinte tem razão, uma vez que, em virtude das peculiarida- compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado.
des do Distrito Federal, é a União o ente federado competente pela A lei ordinária em questão é
instituição da contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública na capital federal. a) Integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei com-
plementar.
b) O contribuinte tem razão, uma vez que, em virtude das peculiari-
dades do Distrito Federal, é o Estado de Goiás o responsável pela b) Parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base
instituição da contribuição para o custeio do serviço de iluminação de cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio
pública na capital federal. de lei complementar.
c) O contribuinte não tem razão, pois o Distrito Federal possui delega- c) Parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alí-
Direito tributário

ção de capacidade tributária ativa feita pela União para a cobrança quota, pois a modificação da base de cálculo só seria possível por
da contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. meio de lei complementar.
d) O contribuinte não tem razão, pois o Distrito Federal pode instituir d) Integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é
a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, constitucionalmente reservada à lei complementar.
assim como os Municípios.
Z Anotações/Comentários
Z Anotações/Comentários
Vale destacar que a instituição da taxa não é matéria atribuída à
A COSIP foi instituída mediante a EC 33/2001, a qual inseriu o art. lei complementar, sendo, em regra, utilizada a lei ordinária para tanto.
149-A, na CF/88. Como a iluminação pública não é um serviço público No entanto, nada obsta que o ente da Federação institua o referido
divisível, não seria passível de remuneração mediante taxa. Logo, para
tributo mediante a edição de uma lei complementar. Saiba que refe-
fins de não sofrer com a falta de receita oriunda da arrecadação tribu-
rente à matéria objeto de lei ordinária nada impede que o ente edite
tária, diante da inconstitucionalidade de várias taxas, houve grande
uma lei complementar, sendo o contrário inviável. No caso em tela, a
pressão por parte dos Municípios para criação de um novo tributo. O
lei complementar tem natureza formal de lei ordinária, podendo ser
Distrito Federal possui natureza jurídica dúplice, isto é, de Município e
de Estado, possuindo, portanto, competência para instituir tributos esta- alterada mediante lei ordinária, prescindindo de lei complementar.
duais e municipais. Desta feita, compreende-se correta a alternativa D. Em decorrência desta explicação, a alternativa correta é a D, sendo as
demais equivocadas.
A alternativa A está incorreta, uma vez que, conforme explicado,
a competência para instituir a COSIP é dos Municípios e dos Estados, Gabarito: D

sendo a B também equivocada. Por fim, a alternativa C está errada,


dado que a competência tributária, além de ser do Distrito Federal e 230. (FGV/OAB/XIX_Exame – 2016) O Estado X, visando aumentar a
dos Municípios, não há no que se falar sobre delegação da capacidade sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição
tributária da União ao DF. Federal.
Gabarito: D
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar,
228. (FGV/OAB/XX_Exame – 2016) Determinado ente da Federação desde que previsto na Constituição Estadual.
instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais ren-
dimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa b) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei
física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo de iniciativa do Governador do Estado.
empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sin- c) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que
tonia com a CRFB/88, assinale a opção que indica o ente da federação a competência residual para a instituição de novos impostos é
competente para a instituição do tributo descrito e o nome do tributo somente da União.
em questão.
d) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
a) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária.
a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal.
b) União. Contribuição social.
c) União. Imposto sobre a renda. Z Anotações/Comentários
d) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais. Para fins de instituição de imposto residual, tem-se que somente
a União é competente para tanto, sendo vedada tal atribuição aos
Z Anotações/Comentários demais entes da Federação. Por conta disso, somente a alternativa C
Vale mencionar que a questão se refere a empregador privado. está correta, sendo as demais equivocadas.
Logo, conforme o art. 149, caput, da CF/88, compete exclusivamente à Gabarito: C
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a atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que


231. (ESAF/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil –
competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir, estando
2016) A Constituição Federal estabelece taxativamente a competência
correta a alternativa E.
tributária de cada ente político, dessa forma, relativamente ao assunto,
podemos dizer: Gabarito: B

a) o exercício por um ente político de competência atribuída consti- 233. (ESAF/ESAF/Planejamento e Orçamento – 2015) Sobre os tri-
tucionalmente a outro é possível havendo acordo entre os entes butos de competência da União, é correto afirmar que
políticos envolvidos.
a) compete à União instituir imposto sobre a renda e os proventos de
b) a competência pode ser exercida a qualquer tempo, não sendo qualquer natureza das autarquias e fundações públicas estaduais.
limitada a prazo.
b) compete exclusivamente à União instituir contribuições de natureza
c) o não exercício da competência pode acarretar sua transferência tributária.
a outro ente político independentemente de acordo prévio nesse
c) compete à União instituir legislativamente contribuições de inte-
sentido.
resse de categorias econômicas, inclusive a contribuição sindical.
d) a competência para a instituição do imposto extraordinário é
d) compete exclusivamente à União instituir contribuição de melho-
exclusiva dos estados e dos municípios.
ria relativamente a obras públicas levadas a efeito por autarquia
e) no tocante aos impostos, o exercício da competência é partilhado municipal com o emprego de recursos públicos federais a ela
entre os entes políticos. descentralizadas para o desenvolvimento dos respectivos projetos
de engenharia e arquitetura.
Z Anotações/Comentários
e) compete exclusivamente à União, mediante a edição de legislação
A competência tributária é indelegável, diferentemente da capa- complementar, exercer competência tributária residual instituindo
cidade tributária. Logo, a alternativa está errada. taxas não previstas no texto constitucional.
Quanto a B, está correta, dado que a competência tributária é
imprescritível, isto é, o seu exercício pode ocorrer a qualquer tempo. Z Anotações/Comentários
Está incorreta a alternativa C, já que o não exercício da compe- A alternativa A fere a denominada imunidade recíproca, prevista
tência tributária não permite que outro ente a exerça, nos termos do na CF/88. Vide:
art. 8º, do CTN. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con-
A competência para instituição dos impostos extraordinários de tribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
guerra é exclusiva da União, nos termos do art. 154, II, da CF/88. Desta Municípios
feita, está errada a alternativa D. VI – instituir impostos sobre:
Quanto aos impostos, a competência tributária é privativa e está a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
disposta na CF/88, a qual definiu os impostos que cada ente pode
instituir. Portanto, está equivocada a alternativa E. Está equivocada a alternativa B, dado que por força do art. 149-A,

Direito tributário
CF/88, é de competência dos entes municipais instituírem a denomi-
nada COSIP.
Gabarito: B

232. (ESAF/PFN/Procurador da Fazenda Nacional – 2015) Sobre Na CF/88 há a previsão da instituição de duas contribuições sin-
a competência tributária prevista no CTN, assinale a opção incorreta. dicais, sendo que a primeira não é compulsória e não detém natureza
a) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a tributária, enquanto que a segunda é tributo. Vide: art. 8.º, IV, a criação
outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à compe- de duas contribuições sindicais, quais sejam:
tência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. a) a contribuição fixada pela assembleia-geral para o custeio do
b) A competência tributária, salvo exceções, é indelegável, podendo sistema confederativo do respectivo sindicato;
a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de b) contribuição fixada em lei, cobrada de todos os trabalhadores.
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria Súmula Vinculante 40: “A contribuição confederativa de que trata o
tributária, ser conferida de uma pessoa jurídica de direito público art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
a outra. respectivo. ”
c) A atribuição da função de arrecadar ou fiscalizar tributos, confe- Portanto, está correta a alternativa C.
rida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser
revogada, a qualquer tempo e unilateralmente, pela pessoa que a A contribuição de melhoria possui o fato gerador que decorre da
tenha conferido. valorização do imóvel, portanto, está errada a alternativa D.

d) A atribuição das funções de arrecadar tributos pode ser cometida Por fim, a alternativa E está equivocada, uma vez que a competência
a pessoas jurídicas de direito privado. residual só abrange novas contribuições e novos impostos. Vide:

e) A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões Art. 154, CF/88. A União poderá instituir:
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
jurídica de direito público a outra, também confere as garantias e os anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador
privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.
público que a cometeu. Gabarito: C

Z Anotações/Comentários 234. (ESAF/ESAF/Planejamento e Orçamento – 2015) Sobre os tribu-


Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a tos de competência dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência é incorreto afirmar que no vigente sistema constitucional tributário
legislativa daquela a que tenham sido atribuídos, nos termos do art. 6º, nacional:
parágrafo único do CTN. Portanto, está correta a alternativa A. a) a instituição de taxas é competência comum da União, dos Estados,
A alternativa B está incorreta, já que competência tributária jamais dos Municípios e do Distrito Federal.
será delegável, enquanto que a indelegável, capacidade tributária ativa b) a instituição de contribuição previdenciária funcional, cobrada
pode ser delegada, nos termos do art. 7º, do CTN. de servidores públicos titulares de cargos efetivos para o custeio
Consoante disposto no art. 7 § 2º, do CTN, a atribuição pode ser em seu benefício de regime previdenciário próprio, contributivo
revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de e solidário, é competência comum da União, dos Estados, dos
direito público que a tenha conferido, por isso a alternativa C está correta. Municípios e do Distrito Federal.
Também está correta a D, por disposto expresso no art. 7 § 3º, c) a instituição de contribuição de melhoria é competência comum
do CTN que dispõe que não constitui delegação de competência o da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função d) a instituição de contribuição de iluminação pública é competência
de arrecadar tributos. Assim como, o § 1º, do mesmo artigo dispõe que comum dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
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e) a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza é a) Não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação
competência comum dos Municípios, do Distrito Federal e da União. do Art. 146 da Constituição.
b) Podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem con-
Z Anotações/Comentários
vênio para estabelecer normas gerais
A alternativa A está em consonância com o disposto na CF/88. Vide:
c) Podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada.
poderão instituir os seguintes tributos
d) Podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utiliza- Medida Provisória autorizando.
ção, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Z Anotações/Comentários
Também está correta a B, conforme o art. 149 § 1º, da CF/88. Os Esta- A alternativa correta é a C, a qual está em consonância com o §3º,
dos, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada
do art. 24, da CF/88, sendo que a superveniência de lei federal sobre nor-
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime
mas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à
da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União Já a alternativa A está errada, pois o artigo em comento é quanto
O art. 145, da CF/88 dispõe que “A União, os Estados, o Distrito às matérias tratadas por meio de lei complementar, não sendo o caso
Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos de afronta a tal dispositivo. As demais assertivas também se encontram
equivocadas, pois não há exigência de celebração de convênio e de
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
publicação de medida provisória autorizativa.
Os Estados não detêm competência para instituir a COSIP, portanto Gabarito: C

a alternativa D está equivocada, nos termos do art. 149 –A, da CF/88:


Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 237. (FGV/OAB/XV_Exame – 2014) Em dezembro de 2006, foi publi-
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de cada a Lei Complementar nº 123, que instituiu o Estatuto Nacional da
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e criou novo regime
Quanto a E, a instituição do ISS é competência comum dos Municí- de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contri-
pios, do Distrito Federal e da União quando o território não for dividido buições federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
em Municípios, nos termos do art. 147, da CF/88. Portanto, está correta Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual
a alternativa E. e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), bem como o Imposto sobre
Gabarito: D
Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
235. (FGV/OAB/XVII_Exame – 2015) A União instituiu determinado
a) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir
tributo federal e conferiu a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e
benefício fiscal de tributo de competência dos Estados, do Distrito
Direito tributário

arrecadá-lo.
Federal e dos Municípios
Tendo em vista a situação narrada, assinale a opção correta.
b) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os
a) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arreca- contribuintes que cumpram os requisitos previstos na referida lei
dação) é delegável. complementar.
b) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. c) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois
c) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato institui benefício fiscal do imposto sem a competente autorização
unilateral, a atribuição que conferiu a tal autarquia. por meio de convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária
d) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do – CONFAZ
tributo, a autarquia não terá prazo em dobro para recorrer. d) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das
obrigações principais e acessórias do regime único de arrecadação
Z Anotações/Comentários
poderá ser compartilhada pelos entes da Federação.
“Competência para legislar sobre direito tributário é o poder cons-
titucionalmente atribuído para editar leis que versem sobre tributos Z Anotações/Comentários
e relações jurídicas a eles pertinentes. Trata-se de uma competência
Conforme o art. 146, III, d, da CF/88, caberá à lei complementar
genérica para traçar regras sobre o exercício do poder de tributar. (...)
instituir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas
competência tributária é política e se refere à possibilidade de editar
e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
lei instituindo o tributo, definindo seus elementos essenciais (fatos
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contri-
geradores, contribuintes, alíquotas e bases de cálculo). A capacidade
ativa decorre da competência tributária, mas possui natureza adminis- buições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se
trativa, referindo-se às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou refere o art. 239. No parágrafo único do referido artigo, inciso IV, está
de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria expresso que “a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser
tributária.” (Ricardo Alexandre, Direito Tributário, Editora JusPodivm). compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único
De acordo com o art. 7º do CTN, a competência tributária é indelegável, de contribuintes.” Assim sendo, a alternativa D está correta.
salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de A alternativa A está incorreta, uma vez que, segundo entendimento
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria do STF, no julgamento do RE 627543, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, Tribunal Pleno, julgado em 30/10/2013, a referida lei complementar é
nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição (capacidade tributária). constitucional.
A referida atribuição compreende as garantias e os privilégios proces-
suais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir,
Gabarito: D

inclusive a do prazo em dobro. Destaca-se que a atribuição pode ser


238. (FGV/OAB/X_Exame – 2013) A União criou um novo imposto
revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
não previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a propriedade
direito público que a tenha conferido.
de veículos de duas rodas não motorizados, que adota fato gerador e
Gabarito: A

base de cálculo diferente dos demais discriminados na Constituição.


236. (FGV/OAB/XV_Exame – 2014) O Art. 146, III, a, da Constituição Nessa situação, a União terá feito uso de competência
Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos a) Comum.
fatos geradores, da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos
previstos na Constituição. b) Residual.

Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativa- c) Cumulativa.
mente aos impostos estaduais, os estados. d) Extraordinária.
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Z Anotações/Comentários valores mobiliários. Portanto, agiu bem o examinador em contemplar


como correta a alternativa que faz menção ao IOF e ao II.
Trata-se da competência residual, a qual é exclusiva da União,
prevista no art. 154, da CF/88. Vide: Embora o IPI possa ter sua alíquota aumentada por ato do Poder
“Art. 154. A União poderá instituir: Executivo (CF, art. 153, § 1º), constitui exceção tão somente ao princípio
da anterioridade do exercício (CF, art. 150, § 1º), devendo aguardar a
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo noventena para ser exigido. Além disso, não obstante o IR – Imposto de
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador Renda seja exceção à anterioridade nonagesimal, isso se dá exclusiva-
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição. ” mente em relação à fixação de sua base de cálculo. No mais, não cons-
Portanto, a alternativa correta é a letra B. titui exceção à anterioridade nonagesimal, nem dispensa a observância
Gabarito: B
do princípio da legalidade para aumento de suas alíquotas. Por fim, o
ITR não constitui exceção a nenhum dos preceitos constitucionais aqui
239. (FGV/OAB/VI_Exame – 2012) A competência tributária não se considerados (legalidade e anterioridade do exercício e nonagesimal).
confunde com a capacidade tributária ativa. Aquela se traduz na aptidão Gabarito: A

para instituir tributos, enquanto esta é o exercício da competência, ou


seja, a aptidão para cobrar tributos. Nesse sentido, é correto afirmar que 241. (FGV/OAB/XXX_Exame – 2019) A sociedade empresária ABC
a) Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios Ltda. foi autuada pelo Fisco do Estado Z apenas pelo descumprimento
instituir impostos, taxas, contribuições de melhoria, assim como as de uma determinada obrigação tributária acessória, referente à fisca-
contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública. lização do ICMS prevista em lei estadual (mas sem deixar de recolher
o tributo devido). Inconformada, realiza a impugnação administrativa
b) Em virtude do princípio federativo, que, entre outras consequên-
por meio do auto de infração. Antes que sobreviesse a decisão admi-
cias, delimita entre os entes políticos o poder de tributar, ao Distrito
nistrativa da impugnação, outra lei estadual extingue a previsão da
Federal compete apenas instituir espécies tributárias próprias dos
obrigação acessória que havia sido descumprida. Diante desse cenário,
Estados- membros da federação.
assinale a afirmativa correta.
c) A União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos previs-
A) A lei estadual não é instrumento normativo hábil para extinguir a
tos na Constituição, mediante dois requisitos: que eles sejam não
previsão dessa obrigação tributária acessória referente ao ICMS,
cumulativos e que não tenham fato gerador próprio dos impostos
em virtude do caráter nacional desse tributo.
já previstos constitucionalmente.
B) O julgamento administrativo, nesse caso, deverá levar em consi-
d) Em Território Federal, os impostos estaduais são de competência
deração apenas a legislação tributária vigente na época do fato
da União. Caso o Território não seja dividido em Municípios, cumu-
lativamente, os impostos municipais também são de competência gerador.
da União. C) Não é possível a extinção dos efeitos da infração a essa obrigação
tributária acessória após a lavratura do respectivo auto de infração.
Z Anotações/Comentários
D) A superveniência da extinção da previsão dessa obrigação aces-

Direito tributário
É considerada correta a alternativa D, uma vez que “competem à sória, desde que não tenha havido fraude, nem ausência de paga-
União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não mento de tributo, constitui hipótese de aplicação da legislação
for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; tributária a ato pretérito.
ao Distrito Federal cabem os impostos municipais”, nos termos do art.
147, da CF/88. Z Anotações/Comentários
A alternativa A está errada, pois se trata de competência exclusiva A alternativa D é a correta, em conformidade com o art. 106, II,
dos Municípios e do Distrito Federal a instituição da COSIP, prevista no alínea b, do CTN. Vide:
art. 149-A, da CF/88. “Art. 106, do CTN. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
Já a B está errada, pois ao Distrito Federal, decorrente de sua natu- II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
reza jurídica dúplice, cabe a instituição tanto dos tributos estaduais
quanto dos municipais. b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigên-
cia de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
A alternativa C está incorreta, uma vez que para fins de instituição tenha implicado em falta de pagamento de tributo.”
dos impostos residuais, é indispensável que seja editada lei comple-
mentar, não sendo viável por meio de lei ordinária. A alternativa A está incorreta, uma vez que, a obrigação estava
prevista em uma lei, pelo princípio do paralelismo das formas, uma
outra lei estadual poderia prever a extinção, como foi feito.
Gabarito: D

2. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS Já alternativa B está incorreta, uma vez que neste caso é viável
que a nova lei venha a retroagir, abarcando fatos geradores pretéritos,
240. (FGV – Analista da Procuradoria – Processual – PGE – RO/2016) conforme disposto no dispositivo já mencionado do CTN.
O Presidente da República tem o poder de, dentro dos limites da lei Por fim, a alternativa C está incorreta, pelo mesmo fundamento
e sem obediência aos princípios da anterioridade de exercício e da apresentado referente ao art. 106, II, b, do CTN.
noventena, aumentar as alíquotas do imposto: Gabarito: D

a) sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos


ou valores mobiliários e imposto de importação; 242. (FGV/OAB/XXIX_Exame – 2019) O Município X, na tentativa de
b) sobre produtos industrializados e imposto de renda; fazer com que os cofres municipais pudessem receber determinado
tributo com mais celeridade, publicou, em maio de 2017, uma lei que
c) sobre produtos industrializados e imposto sobre operações de cré- alterava a data de recolhimento daquela exação. A lei dispunha que os
dito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; efeitos das suas determinações seriam imediatos.
d) sobre produtos industrializados e imposto sobre propriedade Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
territorial rural;
a) Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
e) de renda e imposto de importação. (LINDB), a lei é válida, mas apenas poderia entrar em vigor 45
(quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
Z Anotações/Comentários:
b) A lei é inconstitucional, uma vez que não respeitou o princípio da
Com fundamento nos §§ 1ºs dos artigos 150 e 153, da CF, apenas anterioridade.
3 (três) impostos podem ter suas alíquotas alteradas/majoradas por
ato do Poder Executivo (atenuações ao princípio da legalidade) para c) A lei é constitucional, uma vez que, nessa hipótese, não se sujeita
cobrança imediata (exceções ao princípio da anterioridade). São eles: ao princípio da anterioridade.
II – Imposto de importação, IE – Imposto de exportação e IOF – Imposto d) A lei é válida, mas só poderia vigorar 90 (noventa) diasapósasua
sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou publicação.
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Z Anotações/Comentários dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modifi-


cado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”. Lembrando
A alternativa C é a correta, já que a lei publicada se referia ao prazo
que as contribuições somente respeitam o denominado princípio da
de pagamento, não onerando o contribuinte. Desta feita, conforme
noventena, não respeitando o princípio da anterioridade anual. Diante
entendimento do STF, no julgamento do RE 240.266, não é necessário
de tais explicações, conclui-se que tanto a alternativa B quanto a C
que se observe o princípio da anterioridade. Por fim, imprescindível
estão erradas.
conhecer que tal fato é objeto de súmula vinculante. Vide: Súmula
Vinculante n. 50. “Norma legal que altera o prazo de recolhimento Gabarito: A

de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”.


Em decorrência disso, todas as demais alternativas são consideradas 245. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/Procurador do Município –
2017) O princípio da anterioridade do exercício, cláusula pétrea do
incorretas.
sistema constitucional, obsta a eficácia imediata de norma tributária
Gabarito: C

que institua ou majore tributo existente, o que não impede a eficácia,


no mesmo exercício, de norma que reduza desconto para pagamento
243. (FGV/OAB/XXIX_Exame – 2019) O Chefe do Executivo do Muni-
de tributo ou que altere o prazo legal de recolhimento do crédito.
cípio X editou o Decreto 123, em que corrige o valor venal dos imóveis
para efeito de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Z Anotações/Comentários
de acordo com os índices inflacionários anuais de correção monetária.
Tal tema é polêmico no próprio STF. A posição clássica é que não
No caso narrado, a medida
haveria de ser observado o princípio da anterioridade tributária nos
a) Fere o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo casos de extinção ou redução de isenções, dado que não se compara
somente pode ser realizada por meio de lei em sentido formal. à criação do tributo (RE 617.389 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski,
b) Está de acordo com o princípio da legalidade, pois a majoração da j. 8-5-2012, 2ª T, DJE de 22-5-2012). Entretanto, em 2014, o STF, em um
base de cálculo do IPTU dispensa a edição de lei em sentido formal. julgado da 1ª Turma, compreendeu que “o ato normativo que revoga
um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indi-
c) Está de acordo com o princípio da legalidade, pois a atualização
reto do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade
monetária da base de cálculo do IPTU pode ser realizada por meio
tributária” (RE 564.225 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 2-9-2014, 1ª T, DJE
de decreto.
de 18-11-2014). Nesta questão, a banca CESPE optou pelo entendimento
d) Fere o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base mais recente da Corte.
de cálculo do IPTU não dispensa a edição de lei em sentido formal. Gabarito: CERTO

Z Anotações/Comentários
246. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/Procurador do Município –
Sendo observados os índices inflacionários anuais de correção 2017) O princípio da seletividade aplica-se impositivamente ao IPI e
monetária, isto é, os oficiais, nada impede que ocorra a mera correção facultativamente ao ICMS em função da essencialidade dos produtos,
da base de cálculo do IPTU mediante edição de um decreto do Chefe das mercadorias e dos serviços, de modo a assegurar a concretização
do Poder Executivo municipal, sendo prescindível que tal fato se dê da isonomia no âmbito da tributação do consumo.
Direito tributário

mediante a edição de uma lei. Isto porque, não se trata de onerar o


contribuinte, diferentemente da denominada atualização não ocorrer Z Anotações/Comentários
observando tais índices. Neste último caso, seria uma situação que one- Deve-se compreender que o texto constitucional traz que quanto
raria o contribuinte, devendo ser realizada mediante a edição de uma ao IPI a seletividade é obrigatória, ao passo que quanto ao ICMS é uma
lei. Neste sentir é a redação da súmula 160, do STJ. Vide: “Súmula nº 160 faculdade do ente estadual, atribuindo alíquotas diferenciadas ou não
do STJ. É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em para cada tipo de produto.
percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. Com isso,
Art. 153, CF/88 Compete à União instituir impostos sobre:
a alternativa correta é a C, estando as demais incorretas.
Gabarito: C
IV – produtos industrializados;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
244. (FGV/OAB/XXVIII_Exame – 2019) A União, por meio de lei ordi- I – será seletivo, em função da essencialidade do produto;
nária, instituiu nova contribuição social (nova fonte de custeio) para
financiamento da seguridade social. Para tanto, adotou, além da não Art. 155, CF/88 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
cumulatividade, fato gerador e base de cálculo distintos dos discrimi- impostos sobre:
nados na Constituição da República. II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre presta-
A referida lei foi publicada em 1º de outubro de 2018, com entrada em ções de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comu-
vigor em 1º de fevereiro de 2019, determinando, como data de venci- nicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
mento da contribuição, o dia 1º de março de 2019. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
A pessoa jurídica XYZ não realizou o pagamento, razão pela qual, em III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das merca-
10 de março de 2019, foi aconselhada, por seu(sua) advogado(a), a dorias e dos serviços;
propor uma ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica, em Gabarito: CERTO

face da União.
Assinale a opção que indica o fundamento que poderá ser alegado para 247. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/Procurador do Município
contestar a nova contribuição. – 2017) O princípio da progressividade exige a graduação positiva
do ônus tributário em relação à capacidade contributiva do sujeito
a) Ela somente poderia ser instituída por meio de Lei Complementar. passivo, não se aplicando, todavia, aos impostos reais, uma vez que,
b) Ela violou o princípio da anterioridade anual. em se tratando desses tributos, é impossível a aferição dos elementos
c) Ela violou o princípio da anterioridade nonagesimal. pessoais do contribuinte.
d) Ela somente poderia ser instituída por Emenda Constitucional. Z Anotações/Comentários

Z Anotações/Comentários Alguns impostos reais, como o IPTU e o ITR, poderão ter suas alíquo-
tas progressivas, principalmente quanto ao caráter extrafiscal do tributo,
O caso em questão trata sobre uma competência residual, exclusiva principalmente por conta da função socioambiental da propriedade,
da União, a qual somente poderá ocorrer, no caso da instituição da nova conforme os artigos 153, §4º, 156, §1º, I e 182, §4º,II, da CF/88. Portanto,
contribuição, por meio de lei complementar. Logo, a alternativa A é a tal assertiva está equivocada.
correta. Ademais, não pode ser cumulativa e o fato gerador e a base de
cálculo devem ser distintos dos já existentes na Constituição Federal
Gabarito: ERRADO

de 1988. Portanto, a alternativa D está incorreta. 248. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/Procurador do Município –


Por fim, foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal, 2017) A alteração de alíquotas do imposto de exportação não se sub-
previsto no art. 195, §6º, o qual dispõe que “as contribuições sociais de mete à reserva constitucional de lei tributária, tornando-se admissível
que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa a atribuição dessa prerrogativa a órgão integrante do Poder Executivo.
Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01) 77

Z Anotações/Comentários Z Anotações/Comentários
O imposto de exportação é dotado de extrafiscalidade, isto é, Apesar da questão não ter considerado as exceções ao princípio
o principal objetivo do sujeito ativo não é a arrecadação, mas sim, o da legalidade tributária, a banca CESPE optou pela regra de que fica
equilíbrio do comércio exterior, logo, não há respeito aos da anterio- vedada a criação ou majoração de tributos, salvo por meio de lei. Há as
ridade, assim como o da legalidade, podendo, suas alíquotas, serem exceções quanto a majoração de alíquotas por ato do Poder Executivo,
alteradas mediante ato de órgãos do Poder Executivo, como a Câmara quanto aos tributos aduaneiros, mas são exceções.
de Comércio Exterior (CAMEX). Gabarito: CERTO

253. (ESAF/ESAF/Planejamento e Orçamento – 2015) Sobre os prin-


Gabarito: CERTO

249. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza/Procurador do Município – cípios constitucionais tributários, é correto afirmar que:
2017) O princípio da isonomia pressupõe a comparação entre sujeitos, a) o princípio constitucional da legalidade tributária exige necessaria-
o que, em matéria tributária, é efetivado pelo princípio da capacidade mente lei em sentido estrito/formal tanto para a instituição quanto
contributiva em seu aspecto subjetivo. para a majoração de tributo.
b) o princípio constitucional da igualdade tributária exige idêntico tra-
Z Anotações/Comentários
tamento tributário para contribuintes que se encontrem em situa-
Tal assertiva está condizente com o texto constitucional, até porque ção equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado em
o princípio da isonomia está intimamente ligado com o princípio da razão da ocupação profissional destes mesmos contribuintes.
capacidade contributiva. c) o princípio constitucional da irretroatividade das normas que
“Art. 145. § 1.º, da CF/88. Sempre que possível, os impostos terão instituem ou majorem tributos relativamente a fatos geradores
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica ocorridos antes do início da vigência da legislação correspondente
do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente não impede a aplicação retroativa de leis que instituem novos
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os critérios de apuração ou processos de fiscalização ou que ampliem
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos os poderes de investigação das autoridades administrativas.
e as atividades econômicas do contribuinte”. d) o princípio constitucional da anterioridade tributária geral não se
Gabarito: CERTO
aplica nem ao imposto sobre produtos industrializados e nem ao
imposto sobre a propriedade territorial rural.
250. (FGV/OAB/XVIII_Exame – 2015) A Presidência da República, por e) o princípio constitucional tributário da liberdade de tráfego de
meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas pessoas ou bens apenas obsta a cobrança de pedágio pela utili-
para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas zação de vias conservadas por empresas privadas concessionárias
fiadas na lei tributária, a saber: de serviço público outorgado pelo Distrito Federal.
Cigarro – alíquota de 100%
Z Anotações/Comentários
Vestuário – alíquota de 10%

Direito tributário
Importante mencionar que a observância da legalidade tributária
Macarrão – alíquota zero é exigência relativa à instituição de tributos, diferentemente quanto
Sobre a hipótese, é possível afirmar que à majoração de alíquotas de determinados impostos denominados
a) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio extrafiscais, a qual poderá ser feita por meio de decretos e resoluções,
da legalidade. como no caso dos seguintes impostos: II, IE, IPI, IOF. Portanto, está
equivocada a assertiva A.
b) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio
Também está equivocada a alternativa B, pois é vedado à União,
do não confisco.
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
c) as alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI. desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
d) as alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
do IPI. função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos.
Z Anotações/Comentários A alternativa C está em consonância com o disposto no art. 144 §
O Decreto nº 123/2015 é constitucional e não viola o princípio da 1º, CTN: “Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à
legalidade, nem o do não confisco. Isso porque admite-se a diferen- ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos crité-
ciação das alíquotas em razão do princípio da seletividade do IPI, que rios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
autoriza que as alíquotas sejam fixadas em função da essencialidade investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
do produto (CF, art. 153, IV, §3º, I.). Por fim, destaca-se que o IPI não tem maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito
como característica a progressividade. de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.”
Gabarito: D
O IPI é uma exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal e,
também, ao princípio da legalidade tributária no tocante à alíquota,
251. (CESPE/AGU/Advogado da União – 2015) O princípio da vedação enquanto que o ITR deve observar todos os princípios tributários
à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente constitucionais. Por isso, está incorreta a alternativa D.
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, con- A alternativa E está em desconformidade com o preceituado no art.
forme jurisprudência pacífica do STF, o poder do Estado na instituição 150, V, CF/88: “ estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
e cobrança de penalidades. por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Z Anotações/Comentários Público.”
O princípio do não confisco é aplicável tanto aos tributos quanto às Gabarito: C

penalidades tributárias, no entendimento do STF no julgamento do RE


n. 523.471-AgR, Segunda Turma Relator o Ministro JOAQUIM BARBOSA, 254. (ESAF/ESAF/Planejamento e Orçamento – 2015) Sobre a lega-
DJe de 23.04.2010. Importante salientar que para verificar se há confisco lidade em matéria tributária, é incorreto afirmar que:
ou não, não se deve levar em consideração a carga tributária como um a) apesar das disposições contidas sobre a matéria no Código Tri-
todo, mas sim de cada ente da Federação em face do indivíduo. butário Nacional, a essência da configuração sobre as matérias
tributárias que dependem de veiculação de lei em sentido estrito/
formal, ao menos desde a Constituição Federal de 1988, encontra-se
Gabarito: CERTO

252. (CESPE/AGU/Advogado da União – 2015) De acordo com o disposta ou é diretamente decorrente do próprio texto constitu-
princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tribu- cional.
tos, bem como a cominação de penalidades em caso de violação da b) os tratados, acordos e convenções internacionais sobre maté-
legislação tributária, salvo por meio de lei. ria tributária dos quais o Brasil participe, uma vez regularmente
78 Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01)

internalizados no direito brasileiro e quando não digam respeito Z Anotações/Comentários


a direitos humanos, possuem hierarquia normativa equivalente à
Não são todos os tributos que deverão observar o princípio da
de lei ordinária federal.
anterioridade tributária, consoante as exceções que a CF/88 traz, no
c) a regular observância pelo sujeito passivo das normas integrantes art. 150, § 1.º. Os tributos aduaneiros, por exemplo, não irão observar,
da legislação tributária exclui a imposição contra ele de penalidades como o imposto de importação e o imposto de exportação, tanto o
relacionadas à obrigação principal acaso inadimplida, salvo se as princípio da anterioridade anual quanto o da mitigada, outros, como o
normas em questão forem posteriormente declaradas inconstitu- IPI, somente observarão o da mitigada.
cionais pelo STF. Gabarito: ERRADO

d) necessariamente depende de previsão em lei em sentido estrito/


formal a cominação de penalidade para infrações da legislação 257. (CESPE/AGU/Advogado da União – 2015) O princípio da isono-
tributária. mia tributária impõe que o tributo incida sobre as atividades lícitas e,
igualmente, sobre as atividades ilícitas, de modo a se consagrar a regra
e) necessariamente depende de previsão em lei em sentido estrito/
da interpretação objetiva do fato gerador. Dessa forma, é legítima a
formal a definição do fato gerador da obrigação tributária principal.
cobrança de IPTU sobre imóvel construído irregularmente, em área non
Z Anotações/Comentários aedificandi, não significando tal cobrança de tributo concordância do
poder público com a ocupação irregular.
A alternativa A está correta, dado que o princípio da legalidade
está previsto art. 150, I, CF/88. Z Anotações/Comentários
Os tratados internacionais incorporados à legislação doméstica De acordo com o princípio da pecúnia non olet (o dinheiro não tem
possuem natureza de lei ordinária, revogando ou modificando a legis- cheiro – art. 118, CTN), o Fisco deverá tributar tanto as atividades lícitas
lação tributária pátria (Art. 98 CTN), diferentemente dos tratados sobre quanto as ilícitas. Também, conforme o princípio da isonomia tributá-
direito humanos, que podem ser incorporados mediante o rito de ria, a Administração não pode atribuir tratamento desigual entre seus
emenda constitucional (Art. 5 §3, CF/88) ou de legislação supralegal, isto contribuintes, conforme o art. 150, II, da CF/88. Vide:
é, acima das normas infraconstitucionais, mas abaixo da CF/88. Desta
feita, está correta a afirmativa B. “IPTU. FATO GERADOR. PROPRIEDADE IMÓVEL URBANA. REGISTRO
IMOBILIÁRIO. EVENTUAL IRREGULARIDADE DO LOTEAMENTO. IRRELE-
Está incorreta a alternativa C, visto que se o sujeito passivo atendeu VÂNCIA PARA FINS TRIBUTÁRIOS. PRINCÍPIO DO NON OLET. 1. O fato
ao disposto na legislação tributária, não há aplicação de imposição de gerador do IPTU é a propriedade imóvel urbana. 2. E propriedade imóvel
penalidades, embora haja a necessidade de efetuar o pagamento do significa o direito real constituído mediante o registro do respectivo
tributo devido, nos termos do parágrafo único, do art. 100, do CTN. Tam- título no Cartório de Imóveis, sendo esta a situação jurídica que deve
bém, importante destacar os ensinamentos de Hugo de Brito Machado: ser levada em conta para aferir a correção ou não do lançamento do
“... evidentemente não podem modificar as leis, nem os decretos e IPTU. 3. O fato de o loteamento ter sido realizado à revelia da lei de
regulamentos. Por isso não asseguram ao contribuinte o direito de não parcelamento do solo urbano não exclui a incidência do IPTU sobre o
pagar um tributo que seja efetivamente devido, nos termos da lei. Mas se lote individualizado. 4. Por aplicação do princípio tributário do non olet,
Direito tributário

o não pagamento se deveu à observância de uma norma complementar, a incidência fiscal toma em consideração apenas o aspecto econômico
o contribuinte fica a salvo de penalidades, bem como da cobrança de do fato jurídico, não se questionando sobre a licitude ou ilicitude dos
juros moratórios e correção monetária. O parágrafo único do art. 100 aspectos direta ou indiretamente relacionados ao fato gerador da
do CTN assim determina. Não seria justo punir o contribuinte que se obrigação. 5. Apelo conhecido e provido. Unanimidade Os Embargos de
conduziu de acordo com a norma, embora ilegal, editada pela própria Declaração foram rejeitados (fls. 272-274, e-STJ). A agravante, nas razões
Administração Tributária.” do Recurso Especial, sustenta que ocorreu, além de divergência jurispru-
Está correta a alternativa D, pois, de acordo com o art. 97, do CTN, dencial, violação das Leis 4.771/95, 6.766/79 e 9.785/99 . AREsp 303836.”
somente a lei pode estabelecer a cominação de penalidades para as Gabarito: CERTO

ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infra-


ções nela definidas. 258. (CESPE/AGU/Advogado da União – 2015) Conforme o princípio
da irretroatividade da lei tributária, não se admite a cobrança de tributos
Por fim, o art. 114, do CTN dispõe que o fato gerador da obrigação
em relação a fatos geradores ocorridos em período anterior à vigência
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
da lei que os instituiu ou aumentou. Entretanto, o Código Tributário
ocorrência, e somente a lei, nos termos do art. 97, CTN, pode estabelecer
Nacional admite a aplicação retroativa de lei que estabeleça penalidade
a definição do fato gerador da obrigação tributária principal.
menos severa que a prevista na norma vigente ao tempo da prática do
Gabarito: C

ato a que se refere, desde que não tenha havido julgamento definitivo.
255. (ESAF/PFN/Procurador da Fazenda Nacional – 2015) A Lei que Z Anotações/Comentários
diminui o prazo de recolhimento de tributo:
A assertiva está condizente com o entendimento do STF e o dis-
a) submete-se ao principio da anterioridade nonagesimal.
posto no Código Tributário Nacional. Vide:
b) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que
“Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
foi publicada.
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
c) não se submete ao princípio da anterioridade.
a) quando deixe de defini-lo como infração;
d) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de
sua vigência. b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
e) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua
implicado em falta de pagamento de tributo;
publicação.
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na
Z Anotações/Comentários lei vigente ao tempo da sua prática.”
Para responder tal questão, basta conhecer o entendimento sumu- Gabarito: CERTO

lado do STF: Súmula Vinculante 50, STF: “norma legal que altera o prazo
de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da 259. (CESPE/AGU/Procurador Federal – 2013) Os royalties que são
anterioridade”. Por isso, a alternativa C é a correta e as demais incorretas. pagos pelas concessionárias em razão da exploração de petróleo
enquadram-se no âmbito constitucional do Sistema Tributário Nacional.
Gabarito: C

Z Anotações/Comentários
256. (CESPE/AGU/Advogado da União – 2015) Pela aplicação do
princípio da anterioridade tributária, quaisquer modificações na base Os royalties do petróleo são considerados como receita originária,
de cálculo ou na alíquota dos tributos terão sua eficácia suspensa até conforme previsto na Lei n. 4.320/64, ao passo que os tributos são
o primeiro dia do exercício financeiro seguinte à publicação da lei que receitas derivadas. Portanto, os royalties não se enquadram no âmbito
promoveu a alteração. constitucional do Sistema Tributário Nacional.
Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01) 79

Vide: “Embora os recursos naturais da plataforma continental e incorreta, bem como a D e a B, dado que ambas afastam a incidência
os recursos minerais sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a partici- do imposto de renda.
pação ou compensação aos Estados, Distrito Federal e Municípios no Gabarito: A

resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural


são receitas originárias destes últimos entes federativos (CF, art. 20, 262. (FGV/OAB/X_Exame – 2013) Suponha que determinada Medida
§ 1º)” (MS 24312, Rel.: Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em Provisória editada pela Presidenta da República, em 29/09/2012, esta-
19/02/2003, DJ 19-12-2003) beleça, entre outras providências, o aumento para as diversas faixas
Gabarito: ERRADO
de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda das
pessoas físicas.
260. (FGV/OAB/XII_Exame/2013) A respeito dos Princípios Tributários Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Pro-
Expressos e Implícitos, à luz da Constituição da República de 1988, visória
assinale a opção incorreta. a) Não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir
a) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos da data de sua publicação.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. b) Violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o
b) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em processo legislativo previsto na Constituição Federal/88.
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da c) Não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir
lei que os houver instituído ou aumentado. de 90 (noventa) dias contados a partir da data de sua publicação.
c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabele- d) Não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir
cer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, do primeiro dia do exercício financeiro subsequente à data de sua
em razão de sua procedência ou destino. conversão em lei.
d) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser
cobrados a cada exercício, é necessária a prévia autorização na lei Z Anotações/Comentários
orçamentária. O gabarito é a alternativa D, por conta de expressa previsão na
Constituição Federal de 1988. Vide:
Z Anotações/Comentários
Art. 62, CF/88. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
(a) A alternativa está correta, uma vez que o art. 151, III, da CF estabe- República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
lece que é vedado à União instituir isenções de tributos da competência submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de
(b) O princípio da irretroatividade está previsto no art. 150, III, “a”, impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá
da CF e consiste na vedação aos entes federativos de cobrar tributos efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei até o último dia daquele em que foi editada.
lei que os houver instituído ou aumentado. Logo, nada obsta que seja editada uma Medida Provisória sobre o

Direito tributário
(c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios esta- assunto, não sendo uma violação ao princípio da legalidade e, produ-
belecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, zindo efeitos no exercício financeiro seguinte acaso tenha sido conver-
em razão de sua procedência ou destino, de acordo com o art. 152 da tida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
CF. Trata-se do princípio da não diferenciação tributária. Em decorrência de tais explicações, as demais alternativas são
(d) A alternativa está incorreta, uma vez que o princípio da ante- consideradas incorretas.
rioridade não exige que haja prévia autorização na lei orçamentária Gabarito: D

para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício. Na verdade,


tal princípio consiste na vedação da cobrança de tributos, pelos entes 263. (FGV/OAB/VII_Exame – 2012) A Lei X, promulgada em 20 de
federativos, no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada outubro de 2008, determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada
a lei que os instituiu ou aumentou. Essa exigência de prévia autorização em 16 de novembro de 2009, reduziu o ICMS de serviços de telecomu-
na lei orçamentária deixou de existir com a Constituição Federal de 1988. nicação. Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF
Gabarito: D
para compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que:
a) O ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da
261. (FGV/OAB/XII_Exame – 2013) Em procedimento de fiscalização, publicação da Lei X, ao passo que os novos valores do ICMS e do IOF
a Secretaria da Receita Federal do Brasil identificou lucro não declarado poderão ser cobrados a partir da publicação dos diplomas legais
por três sociedades empresárias, que o obtiveram em conluio, fruto do que os implementaram.
tráfico de entorpecentes. b) Todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão
Sobre a hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. ser cobrados no exercício financeiro seguinte à publicação do
a) O imposto sobre a renda é devido face ao princípio da interpretação diploma legal que os alterou por força do princípio da anteriori-
objetiva do fato gerador, também conhecido como o princípio do dade.
pecunia non olet. c) Na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos
b) Não caberá tributação e, sim, confisco da respectiva renda. ao princípio da anterioridade nonagesimal, considerada garantia
individual do contribuinte cuja violação causa o vício da inconsti-
c) Não caberá tributo, uma vez que tributo não é sanção de ato ilícito. tucionalidade.
d) Caberá aplicação de multa fiscal pela não declaração de lucro, d) O IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao
ficando afastada a incidência do tributo, sem prejuízo da punição princípio da anterioridade, está sujeito apenas à anterioridade
na esfera penal. nonagesimal, o que significa que bastam 90 dias da publicação do
decreto que alterou sua alíquota para que possa ser cobrado.
Z Anotações/Comentários
A alternativa A é a correta, uma vez que por pecúnia non olet enten- Z Anotações/Comentários
de-se que “o dinheiro não sente cheiro”. Conforme o art. 118, do CTN, Primeiramente, devemos compreender que o princípio da anteriori-
“a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I – da dade anual e nonagesimal somente são aplicáveis quando há instituição
validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, de tributo ou majoração de alíquotas, uma vez que são situações que
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou possuem o condão de onerar o contribuinte. Diante disso, temos que no
dos seus efeitos.” Logo, pouco importa se a prática do fato gerador do caso em questão, a alíquota do ICMS não é majorada e, consequente-
imposto de renda é fruto de um ato ilícito, como no caso, o tráfico de mente, não estará sujeito a nenhum dos princípios mencionados, sendo
entorpecentes. Outro fundamento é que se, determinado sujeito pra- cobrado a partir da publicação da lei que reduziu a alíquota. Já o IOF
tica uma atividade lícita e é tributado, por que o sujeito que pratica a não obedece a nenhum dos princípios da anterioridade, assim como o
atividade ilícita não seria? Tal questionamento é decorrente do princípio II, o IE, o IEG e o empréstimo compulsório guerra ou calamidade, sendo,
da isonomia tributária. Por conta de tais explicações, a alternativa C é ambos, cobrados de imediato, isto é, com a edição do ato normativo
80 Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01)

que os majorar. Lembrando que o IOF pode ter suas alíquotas majoradas porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do
mediante a edição de um decreto presidencial. SIMPLES aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado
Quanto ao ISS, a questão menciona que determinada lei que majora de trabalho sem assistência do Estado, nos termos do entendimento
sua alíquota é publicada em 20 de outubro de 2008. Neste caso, deve-se adotado na ADI 1643.
observar tanto o princípio da anterioridade anual quanto o nonagesimal. Gabarito: C

No entanto, o exercício financeiro de 2009 é muito mais próximo do


que aguardar os 90 dias. Desta feita, aplicando ambos os princípios de 265. (ESAF/Receita Federal/Auditor da Receita Federal do Brasil –
forma cumulativa, deve-se aguardar os 90 dias, para fins de ser aplicável 2012) Parte significativa da doutrina entende que os princípios da lega-
a melhor contagem ao contribuinte. lidade e da anterioridade tributária constituem regras concretizadoras
da segurança jurídica. Sobre os conteúdos desta, no direito tributário,
Portanto, a alternativa A é a correta, uma vez que traz de forma analise os itens a seguir, classificando-os como corretos ou incorretos,
expressa tais situações elencadas. para, a seguir, assinalar a assertiva que corresponda à sua opção.
I. Certeza do direito, segundo a qual a instituição e a majoração de
Gabarito: A

tributos obedecem aos postulados da legalidade, da irretroativi-


264. (ESAF/Receita Federal/Auditor da Receita Federal do Brasil –
dade e das anterioridades de exercício e nonagesimais mínima e
2012) A Constituição Federal de 1988 veda aos entes tributantes instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação especial, demonstrando a garantia adicional que representam para
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profis- o contribuinte se comparadas ao princípio geral da legalidade e às
sional ou função por eles exercida, independentemente da denomina- garantias de proteção ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e
ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Considerando decisões coisa julgada.
emanadas do STF sobre o tema, assinale a opção incorreta: II. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por
a) A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do exemplo, com o estabelecimento de prazos decadenciais e pres-
regime de admissão temporária não constitui violação ao princípio cricionais a correrem contra o Fisco.
da isonomia tributária. III. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz
b) A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da respeito à consideração da formalização de um parcelamento de
iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não dívida como ato jurídico perfeito a vincular o contribuinte e o ente
afronta o princípio da isonomia. tributante.

c) A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades finan- IV. Confiança no tráfego jurídico, segundo o qual o contribuinte não
ceiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de pode ser penalizado se agir em obediência às normas comple-
salários, fere o princípio da isonomia tributária. mentares das leis e dos decretos.

d) Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério V. Tutela jurisdicional, que se materializa pela ampla gama de ins-
Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e trumentos processuais colocados à disposição do contribuinte
quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio da isonomia. para o questionamento de créditos tributários, tanto na esfera
administrativa como na esfera judicial.
Direito tributário

e) Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por moti-


vos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e Estão corretos apenas os itens:
empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, a) I, III e IV;
afastando do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição b) II, III e IV;
de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado.
c) I, IV e V;
Z Anotações/Comentários d) III, IV e V;
A alternativa A trata de um regime aduaneiro especial, o qual prevê e) Todos os itens estão corretos
a importação de um bem, por determinado tempo, com a suspensão
total ou parcial dos tributos incidentes na importação. Conforme a Z Anotações/Comentários
jurisprudência do STF, tal assertiva está correta. Vide o julgado do RE O item I está correto, uma vez que os princípios da anterioridade
429.306/PR: anual e nonagesimal, assim como os da legalidade e da retroatividade
“Violação do princípio da isonomia (art. 150, II, da Constituição), na corroboram com a certeza do direito
medida em que o art. 17 da Lei 6.099/1974 proíbe a adoção do regime de Quanto ao item II, está errado, já que por intangibilidade das
admissão temporária para as operações amparadas por arrendamento posições jurídicas compreende-se a proteção ao direito adquirido e ao
mercantil. Improcedência. A exclusão do arrendamento mercantil do ato jurídico perfeito.
campo de aplicação do regime de admissão temporária atende aos
Por estabilidade das relações jurídicas em matéria tributária
valores e objetivos já antevistos no projeto de lei do arrendamento
demanda na extinção do crédito tributário, como ocorre quando vis-
mercantil, para evitar que o leasing se torne opção por excelência
lumbrada a decadência e a prescrição. Portanto, o item III está errado.
devido às virtudes tributárias e não em razão da função social e do
escopo empresarial que a avença tem. ” (RE 429.306, Rel. Min. Joaquim Está correto o item IV, pois a confiança no tráfego jurídico corrobora
Barbosa, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma). com a observância da boa-fé, dos costumes, das práticas reiteradas e
da transparência, isto é, está ligada à observância das práticas admi-
Também está correta a alternativa B, já que o princípio da capaci-
nistrativas reiteradas.
dade contributiva decorre do princípio da isonomia. Vide o julgado do
RE 573675/SC: “A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do Por fim, a tutela jurisdicional pressupõe o exercício do direito que
custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, o contribuinte dispõe, ou seja, ao devido processo legal. Portanto, tal
não afronta o princípio da capacidade contributiva. ” alternativa está correta.
Está equivocada a alternativa C, pois a jurisprudência compreende Gabarito: C

que a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades finan-


ceiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, 266. (FGV/OAB/V_Exame – 2011) No exercício de 1995, um con-
não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia tributária, ante a tribuinte deixou de recolher determinado tributo. Na ocasião, a lei
expressa previsão constitucional. impunha a multa moratória de 30% do valor do débito. Em 1997, houve
alteração legislativa, que reduziu a multa moratória para 20%. O con-
Quanto à alternativa D, está correta já que a lei complementar
tribuinte recebeu, em 1998, notificação para pagamento do débito,
estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento acrescido da multa moratória de 30%.
de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolu-
mentos fere o disposto no artigo 150, inciso II, da Constituição do Brasil, A exigência está
de acordo com a ADI 3260/RN. a) Correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência do fato
A alternativa E também está correta, dado que não há ofensa gerador.
ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, b) Errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina penalidade
imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno menos severa ao contribuinte.
Como se preparar para o Exame de Ordem • OAB | Caderno de Questões (Semana 3 – 04/01 - 10/01) 81

c) Correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação o fisco, na relação jurídica tributária, ocupava posição de preeminência
retroagente da lei tributária. em face do contribuinte.” (Roque Carrazza. Curso de direito constitu-
d) Errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no direito cional tributário).
tributário. (d) “Tradicionalmente, considera-se o princípio do contraditório
formado por dois elementos: informação e possibilidade de reação.
Z Anotações/Comentários Nesta perspectiva, as partes devem ser devidamente comunicadas de
Interessante destacar que a questão aborda aspectos referentes todos os atos processuais, abrindo-se a elas a oportunidade de reação
ao princípio da irretroatividade, previsto no art. 150, III, a, da CF/88. Por como forma de garantir a sua participação na defesa de seus interesses
este princípio temos que é vedado aos entes cobrar tributos quanto em juízo.” (Daniel Neves, Manual de Direito Processual Civil).
aos fatos geradores pretéritos, isto é, aqueles ocorridos antes do início Gabarito: C

da vigência da lei que os instituiu ou os majorou, consistindo em uma


regra no Direito Tributário, por isso, a alternativa D está errada. No 268. (FGV/OAB/III_Exame – 2010) Visando fomentar a indústria bra-
entanto, o art. 106, do CTN traz hipóteses em que a lei será aplicável a sileira, uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou a alíquota do
ato ou fato pretérito: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como majorou a
alíquota do Imposto sobre Exportação (IE). A partir de que data a nova
“Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: alíquota poderá ser exigida para o IPI e para o IE?
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, a) Imediatamente para ambos.
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos inter-
pretados; b) No exercício financeiro seguinte para ambos.
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: c) 90 dias após a publicação da lei para o IPI e imediatamente para o
IE.
a) quando deixe de defini-lo como infração;
d) 90 dias após o exercício financeiro seguinte para o IPI e no exercício
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência financeiro seguinte para o IE.
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado em falta de pagamento de tributo; Z Anotações/Comentários
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na “Não obedecem ao princípio da anterioridade nonagesimal (CF,
lei vigente ao tempo da sua prática”. art. 150, § 1º, ‘in fine’): empréstimo compulsório para despesas extraor-
A alternativa B é a que se enquadra com o caso em tela apresentado, dinárias (art. 148, I); Imposto de Importação; Imposto de Exportação;
pois traz o disposto na alínea c do inciso II, do referido artigo, sendo Imposto de Renda; Imposto sobre Operações Financeiras; Impostos
a alternativa C, portanto, incorreta, uma vez que é viável a aplicação extraordinários de guerra (art. 154, II); IPVA e IPTU (ambos, para a fixação
retroativa da lei nesta situação. Já a alternativa A está incorreta, pois da base de cálculo). Interessante notar que o IPI não se submete à regra
só estaria correta no caso da cobrança do tributo, sendo aplicável a da anterioridade ‘geral’, mas deve obedecer à anterioridade ‘nonage-
lei vigente à época da prática do fato gerador, no entanto, a questão simal’.” (Roberval Rocha, Direito Tributário – Coleção OAB, JusPodivm).
aborda a multa tributária.

Direito tributário
Portanto, a nova alíquota poderá ser exigida 90 (noventa) dias após a
Gabarito: B
publicação da lei para o IPI e imediatamente para o IE.

267. (FGV/OAB/IV_Exame – 2011) A redação da Súmula Vinculante


Gabarito: C

28 (“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito 269. (FGV/OAB/II_Exame – 2010) Considere a seguinte situação hipo-
de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exi- tética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao ITR e estabeleceu que a
gibilidade do crédito tributário”) tem por escopo impedir a adoção de alíquota relativa aos imóveis rurais situados no Rio de Janeiro seria de
que princípio jurídico? 5% e a relativa aos demais Estados do Sudeste de 7%.
a) “venire contra factum proprium”. Tal enunciado normativo viola o princípio constitucional
b) exceção de contrato não cumprido. a) Da uniformidade geográfica da tributação.
c) “solve et repete”. b) Da legalidade tributária.
d) contraditório e ampla defesa. c) Da liberdade de tráfego.
Z Anotações/Comentários d) Da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do
produto.
(a) “A proibição de um comportamento contraditório (‘nemo pos-
test venire contra factum proprium’) é modalidade de abuso de direito Z Anotações/Comentários
que surge da violação ao princípio da confiança – decorrente da função
O enunciado da questão aborda uma clara violação ao princípio da
integrativa da boa-fé objetiva.” (Cristiano Farias e Nelson Rosenvald.
uniformidade geográfica, previsto no art. 151, I, da CF/88. Vide:
Direito Civil Teoria Geral).
“Art. 151/CF – É vedado à União:
(b) “Exceção do contrato não cumprido (‘exceptio non adimpleti
contractus’), segundo a qual uma parte contratante não pode exigir o I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
cumprimento da obrigação da outra parte se não cumpriu também a nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado,
sua obrigação respectiva.” (André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
Esquematizado). concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País”.
(c) “De acordo com a regra ‘solve et repete’, o contribuinte só pode
contestar a legitimidade de um tributo após havê-lo recolhido. Trata-se Por isso, a alternativa A é correta.
de uma rega medieval, que só se justificava enquanto se entendia que Gabarito: A

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