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Universidade Estadual da Paraíba

Departamento de Contabilidade
Campus I

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

Docente: Rayane Félix Silva


Nascimento das contribuições de melhoria;

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,


efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Fato gerador: obra pública + que gere valorização do imóvel particular


Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo
como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Contribuição de melhoria é uma competência comum, dada aos quatro entes


federativos.

Quem realizar a obra pública será competente para instituir e cobrar a contribuição de
melhoria.

Independente de onde for realizada a obra pública, é competente quem REALIZA a


obra.

Trata-se de tributo vinculado, uma vez que sua cobrança depende de uma específica
atuação estatal, qual seja a realização de uma obra pública que tenha como
consequência um incremento do valor de imóveis pertencentes aos potenciais
contribuintes.
Assim, não é todo benefício proporcionado pela obra ao particular que
legitima a cobrança da contribuição.

A valorização imobiliária é fundamental.

Como a contribuição é decorrente de obra pública e não para a


realização de obra pública, não é legítima a sua cobrança com o intuito
de obter recursos a serem utilizados em obras futuras, uma vez que a
valorização só pode ser aferida após a conclusão da obra.

Excepcionalmente, porém, o tributo poderá ser cobrado em face de


realização de parte da obra, desde que a parcela realizada tenha
inequivocamente resultado em valorização dos imóveis localizados na
área de influência.
O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra,
mas sim sua consequência, a valorização imobiliária;

A melhoria exigida pela Constituição é, segundo o STF, o acréscimo de


valor à propriedade imobiliária dos contribuintes, de forma que a base de
cálculo do tributo será exatamente o valor acrescido, ou seja, a diferença
entre os valores inicial e final do imóvel beneficiado.

Assim, para efeito de


cobrança da exação,
há de se considerar
melhoria como
sinônimo de
valorização.
Pavimentação x recapeamento de via pública já asfaltada;

Caso dos hospitais, UPA e PSF;

Outros exemplos: Escola pública; Delegacia de polícia; Presídio; cemitério.

Shopping.

A existência do tributo tem fundamento ético-jurídico no princípio da


vedação ao enriquecimento sem causa.

Seria injusto o Estado cobrar impostos de toda a coletividade e utilizar o


produto da arrecadação para a realização de obras que trouxessem
como resultado um aumento patrimonial de um grupo limitado de
pessoas, sem que esse enriquecimento seja produto do trabalho ou do
capital pertencente aos beneficiários.
a contribuição de
melhoria tem
caráter
contraprestacional
Limites para a cobrança
Para cobrar contribuição de melhoria é preciso um procedimento
administrativo, seguindo o edital prévio. Neste, deve, dentre outras coisas
conter os limites para cobrança.

Serve para ressarcir o Estado dos valores (ou parte deles) gastos com a
realização da obra.

É justamente por isso que existe um limite total para a cobrança do tributo.

Total
Contribuições Limites para
de melhoria cobrança
Individual
Limites para a cobrança
Limite total: O Estado não pode cobrar, a título de contribuição de melhoria,
mais do que gastou com a obra, pois se assim fizesse, o problema apenas
mudaria de lado, uma vez que geraria enriquecimento sem causa do próprio
Estado.

Limite individual: é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Essa avaliação final do valor de cada imóvel será efetuada pelo Fisco, para proceder
ao lançamento da contribuição de melhoria.

Obviamente, o ponto de partida é um valor obtido por presunção. Nesse caso, se o


proprietário entender que houve equívoco no valor atribuído poderá contestá-lo, no
prazo de 30 (trinta) dias.
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Campus I

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

Docente: Rayane Félix Silva


Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.

Três contribuições:

contribuições sociais

Contribuições de intervenção no domínio econômico - CIDE

Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – CONTRIBUIÇÕES


CORPORATIVAS

O fato gerador aqui é uma manifestação de riqueza. Ex.: contribuição sobre o lucro, receita,
importação, folha de pagamento.

É bem semelhante ao imposto;

Se diferencia do imposto porque a atribuição é vinculada – NÃO É UM TRIBUTO VINCULADO –


A arrecadação que é vinculada, só pode ser usada para aquela área social.
A regra é que a competência seja da União.

Exceções:

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de


lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que
poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões –
CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS
SERVIDORES PÚBLICOS.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na


forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
observado o disposto no art. 150, I e III. - CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DE
ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP)
Contribuição de Intervenção no
Contribuições corporativas
domínio econômico - CIDE

Contribuições
especiais

Contribuições sociais
- Seguridade social Contribuições para Custeio do
- Outras contribuições sociais serviço de iluminação pública
- Contribuições sociais gerais
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Seguridade
social
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Seguridade social
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes

sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento – pis e cofins ;

c) o lucro - CSSLL;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas

alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo

contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência

Social;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.


Outras contribuições sociais
Art . 195 - § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

Competência tributária residual da União

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,


compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Contribuições sociais gerais
Art. 212 - § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas
empresas na forma da lei.

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições


compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às
entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas
ao sistema sindical. – SISTEMA S
Contribuição de Intervenção no domínio
econômico - CIDE
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.
É um tributo extrafiscal (intervenção).
Ex.: CIDE combustível
Contribuição de Intervenção no domínio
econômico - CIDE
Art. 177 - § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível
deverá atender aos seguintes requisitos:

II - os recursos arrecadados serão destinados:


a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível,
gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do
petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
Contribuições corporativas
São contribuições corporativas aquelas criadas pela União com o objetivo
parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesse
de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou
econômicas (corporações);

Ex.: CRA, CREA, CRM, CRC

As contribuições sindicais deixaram de existir (enquanto tributo) com a


reforma trabalhista em 2017 – Nesta, era descontado no holerite o valor
referente a um dia de trabalho por ano e destinado ao sindicato
representativo da mesma categoria ou, inexistindo este, à Federação
correspondente.
Contribuições para Custeio do serviço de
iluminação pública
Instituído pela EC Nº 39/2002
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição,
na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação
pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o


caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

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