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Completamente Totalmente
Relaxado nervoso
• Para praticar como usar essa escala, escreva sua pontuação SUD nesse momento.
A pontuação SUD pode ser utilizada para avaliar as situações sociais nas quais
você se encontre na vida real. O método de relaxamento que você vai aprender servirá
para diminuir sua pontuação na escala SUDS. A experiência de elevados níveis de
ansiedade é desagradável para a maioria das pessoas. Além disso, a ansiedade pode
inibi-lo a dizer o que quer e pode interferir na forma como você expressa a mensagem.
O grau em que seja capaz de reduzir sua pontuação SUD em qualquer situação
dependerá de uma série de fatores, incluindo o nível de ansiedade que experimenta
geralmente, a pontuação SUD que tinha inicialmente, que tipo de comportamento se
requer, e a pessoa a quem dirige o comentário. Não pensamos que seu objetivo seja
alcançar um 0 ou um 5 em todas as situações. Seu objetivo será reduzir seu nível de
SUD até um ponto em que se sinta suficientemente confortável para se expressar.
Agora, ouça as situações passadas pela terapeuta, e imagine que está vivendo
essa situação. Depois de imaginar, descreva a quantidade de ansiedade na escala
SUD que sente. Quando se imaginar nessa situação, tente descrever como se sentiria
se isso estivesse acontecendo realmente. Finalmente, se estiver nervoso ou tenso,
enquanto imagina a cena, tente reparar nas partes de seu corpo nas quais sente mais
a ansiedade. Se você localizar essas áreas, poderá empregar melhor os exercícios de
relaxamento.
EXERCÍCIO 1
• Você tem que apresentar um trabalho para a turma inteira.
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Você vai a uma festa onde não conhece ninguém
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Em uma entrevista de emprego individual
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Em uma dinâmica de grupo em uma seleção de emprego
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Ao responder uma pergunta que o professor fez diretamente para você na frente de
toda a turma.
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Ao conhecer a família do namorado(a).
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Quando se sente atraído fisicamente por alguém e quer chegar de alguma maneira
na pessoa
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
• Quando inicia um curso ou emprego novo
Nível de ansiedade: Partes do corpo com maior tensão:
EXERCÍCIO 2
Pede-se que o indivíduo escolha um direito que ache importante, mas que
normalmente não se aplique a sua vida, ou que lhe seja difícil de aceitar. Pede-se para
que fechem os olhos, coloquem-se em uma posição confortável, inspirem
profundamente pelo nariz e mantenham o ar dentro tanto quanto possam e, a seguir,
soltem-no lentamente pela boca.
Agora, imagine que você tem o direito que selecionou da lista. Imagine como
muda a sua vida ao aceitar esse direito. Como você se comportaria? Como você se
sentiria consigo? E com as outras pessoas?
Agora, imagine que já não tem esse direito. Imagine como mudaria a vida de
vocês comparando-a a como era há alguns momentos atrás....Como você se
comportaria agora? E como se sentiria consigo? E com as outras pessoas?
ASSERTIVIDADE, PASSIVIDADE E AGRESSIVIDADE
Na asserção, o comportamento é expresso de forma manifesta e sem exercer
coação sobre a outra pessoa.
O comportamento agressivo é feito de forma manifesta também, mas de modo
a coagir a outra pessoa.
Na passividade, ou há uma falta de expressão do comportamento ou faz-se de
forma indireta, mas sem intimidar o outro.
Já na agressão passiva, o comportamento é expresso de maneira indireta, mas
coagindo a outra pessoa. Isto é, tentar-se controlar o comportamento do outro de
maneira indireta ou sutil, como por exemplo, um olhar ameaçador.
Situação A
Você combinou com um amigo/a para jantar em sua casa. Ele acaba de
chegar, mas com uma hora de atraso, e não telefonou para avisar. Você está
incomodado pelo atraso. O que você diz? E que tipo de comportamento você acha que
ele representa?
a) Entre. O jantar está servido.
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
b) Você é um cara de pau! Como se atreve a chegar tão tarde? É a última vez
que o convido.
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
c) Estou esperando há uma hora. Gostaria que tivesse telefonado para dizer que
chegaria tão tarde.
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
Situação B
Você comprou ontem um par de sapatos e hoje já estão com a sola
despregada. Você quer trocar os sapatos. Vai até a loja onde os comprou e conta o
problema ao vendedor. Ele diz que é muito fácil consertar os sapatos, e que você
mesmo pode fazê-lo em casa. Você responde:
a) Está bem. Até logo!
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
b) Troque-os agora mesmo. Você pensa que eu sou sapateiro?! E não torne a
me enganar.
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
c) Pode ser, mas prefiro que os troque. Quero outro par de sapatos.
( ) Assertiva ( ) Passiva ( ) Agressiva
MANTENDO CONVERSAÇÕES
Como podemos fazer isso?
• Dizendo algo e logo perguntando a outra pessoa o seu ponto de vista sobre o tema.
• Revelar informações pessoais, como os seus gostos, atitudes, etc. Lembrando que a
auto revelação esteja de acordo com o tema e que não seja tão pessoal a ponto de se
tornar algo inoportuno.
• A ideia é fazer comentários cada vez um pouco mais pessoais, de modo que a
conversação chegue a ser mais significativa.
• Não responda as perguntas com apenas “sim ou não”. Explique um pouco mais o
próprio ponto de vista, de forma que a outra pessoa tenha algo a que possa responder
(livre informação).
• Faça perguntas que exijam mais que um simples “sim” ou “não” (perguntas com final
aberto).
• Discuta sentimentos, suposições ou impressões mútuas.
• Compartilhe pensamentos e opiniões pessoais sobre um tema.
• Faça um intercâmbio mútuo de feitos, compartilhando informações objetivas sobre
um tema.
• Compartilhe fantasias, sonhos, imagens, metas ou desejos.
• Compartilhe atividades recentes.
• Compartilhe atividades passadas.
• Compartilhe fatos engraçados, conte histórias divertidas, ria de si mesmo.
• Em alguns momentos, poderá ser conveniente mudar o conteúdo ou os temas
específicos da conversação para proporcionar um ar renovador.
É importante aprendermos a terminar as conversações que não gostamos
prolongar as que achamos agradáveis, saber arranjar futuros contatos com quem
gostaríamos de tornar a ver e recusar pedidos de encontros pouco interessantes.
Perguntas com final fechado/aberto: Perguntas com final fechado são aquelas que
quem responde não tem outra escolha em sua resposta além da oferecida por quem
pergunta. São perguntas que exigem respostas como “sim” ou “não”, ou as que pedem
que o sujeito escolha entre duas ou mais alternativas, ou que identifique algo, ou
ainda, aquelas começam por “onde”, “quando” e “quem”. Perguntas com final aberto
são aquelas que podem ser respondidas de diversas maneiras, deixando a resposta
aberta a quem responde. Com essas perguntas, quem responde tem um elevado grau
de liberdade para decidir que resposta dar. As perguntas que começam com “que”,
“como” e “por que” são normalmente abertas.
Livre informação: Refere-se à informação que não foi requerida especificamente pela
pergunta. Seja de forma consciente ou não, as pessoas destacam a parte de si
mesmas da qual querem falar. Nesse sentido, a livre informação é, em geral, uma
espécie de convite para falar sobre aquilo que a pessoa que o oferece pensa ser
apropriado. Por consequência, quando se apresenta a situação adequada, pode-se
ajudar a manter a conversação proporcionando quantidade suficiente de livre
informação (para a outra pessoa) sobre si mesmo, especialmente sobre nossos
sentimentos e atitudes, se nos interessa aprofundar a amizade e a intimidade com a
outra pessoa. Podem-se fazer perguntas abertas sobre a livre informação, fazer
comentários sobre ela ou que sirva para oferecer a própria auto revelação. Exemplo,
A: “O que você estuda?”, B: “Psicologia. Semana que vem tenho um exame muito
difícil.” (Livre Informação). Também constitui livre informação muitos sinais não verbais
como por exemplo, a roupa, os traços físicos, o sorriso, a expressão facial, etc.
Auto revelação: Refere-se ao “ato de compartilhar verbal ou não verbalmente com o
outro aspectos do que o torna uma pessoa, aspectos que o outro indivíduo não
conhecerá ou compreenderá sem sua ajuda”. As verbais são verbalizações nas quais
o indivíduo revela informação pessoal sobre si mesmo, as não verbais são
comportamentos manifestados por um indivíduo que transmite aos outros uma
impressão de suas atitudes ou sentimentos. Em qualquer conversação, é importante
que os participantes pratiquem pelo menos alguma auto revelação, já que uma relação
somente pode se desenvolver quando as pessoas envolvidas compartilham algo sobre
elas mesmas. Chegar a uma maior intimidade e amizade é possível quando se fala
sobre os próprios sentimentos, fantasias, gostos, desejos, objetivos, etc. Nos primeiros
contatos com outra pessoa, a convenção cultural é falar sobre aspectos superficiais e
temas pouco comprometedores. Pouco a pouco, haverá maior auto revelação de
sentimentos e de questões mais íntimas. A auto revelação deveria ser simétrica, ou
seja, as pessoas deveriam se auto revelar aproximadamente no mesmo ritmo se
quiserem construir uma relação equitativa e de reciprocidade.
As conversações são constituídas por quatro aspectos:
Clichês: o tempo, programas de televisão da noite anterior, temas do jornal, etc. Elas
costumam ser boas para iniciar uma conversação e duram pouco tempo.
Fatos: O intercâmbio de fatos consiste na troca de informações entre as pessoas. Nas
relações novas, serão frequentemente fatos simples da vida, nas relações já
existentes, serão basicamente acontecimentos recentes.
Opiniões: Elas proporcionam aos demais um ponto de vista mais pessoal sobre nós.
Sentimentos: Diferenciam-se dos fatos e das opiniões porque vão além de descrever o
que aconteceu e como vimos o que aconteceu, está ligado a nossa reação emocional
diante do que aconteceu. Essa expressão dará a visão mais próxima do que realmente
somos.
Fazendo Elogios
Os elogios podem ser feitos, normalmente, sobre o comportamento, a
aparência e/ou as posses da outra pessoa. É importante que sejamos sinceros, ou
seja, só elogie algo que você realmente gosto. Ao fazer elogios, prefira expressá-los
em termos de seus próprios sentimentos, ao invés de utilizar termos absolutos ou de
fatos. Por exemplo, é melhor dizer “Gosto da sua casa!” do que “É uma casa bonita”.
Se normalmente você não costuma elogiar, deve começar aos poucos, fazendo
de vez em quando algum elogio e ir aumentando progressivamente a frequência.
Também é interessante elogiar quando você não quiser nada da outra pessoa, pois se
for pedir algo a ela, é provável que o elogio não seja levado a sério. Procure não
devolver o elogio recebido com outro igual dirigido à pessoa que o fez, pois pode soar
superficial, como uma obrigação adquirida.
Recebendo Elogios
Quando começamos a fazer elogios aos demais, é mais provável que também
recebamos mais elogios. Para que esses intercâmbios positivos continuem, é
importante que reforcemos nos demais o comportamento de fazer elogios. Se
respondermos aos elogios negando-os (“quem? Eu?”), mudando o foco de atenção
(“eu também gosto de sua jaqueta”) ou recusando-os (“Você gostou mesmo de minha
palestra? A verdade é que nem sequer me preparei”), não é provável que tornem a
nos fazer elogios. Frequentemente um simples “Obrigado!” ou um “Obrigado, você é
muito gentil!”, acompanhados de comportamentos não verbais (como um sorriso, por
exemplo), são suficientes para manter o comportamento de nos fazerem elogios.
1) Ser direto
2) Não é necessária nenhuma justificativa, embora as explicações normalmente
ajudem
3) Não é necessário nenhum pretexto
4) Não é preciso tomar uma resposta negativa de modo pessoal
5) É preciso estar preparado para ouvir tanto um “não” quanto um “sim”, e respeitar o
direito da outra pessoa a dizê-lo
Com relação a recusar pedidos, temos o direito de dizer não a pedidos pouco
razoáveis ou que, embora razoáveis, não queremos atender. É importante saber dizer
não, pois isso nos ajuda a não nos implicar em situações nas quais lamentaríamos
mais tarde por ter nos envolvido, nos ajuda a evitar circunstâncias nas quais
sentiríamos que se aproveitam de nós ou que nos manipulam para fazer algo que não
queremos fazer e nos permite tomar nossas próprias decisões e dirigir nossa vida
nessa situação.
É importante aprender a distinguir razões e pretextos para poder recusar uma
solicitação. Uma razão é um fato que, se mudasse, mudaria a resposta. Por exemplo,
um amigo lhe faz um pedido e você recusa pois “está ocupado”, mas teria dito sim
caso não estivesse ocupado. Ou seja, “estar ocupado” é uma razão. Porém, se está
ocupado, mas continuaria recusando um pedido caso não estivesse, isso seria um
pretexto que simplesmente serviria para justificar a recusa.
É desaconselhável usarmos pretextos, pois eles podem se tornar armadilhas.
Por exemplo, se estar ocupado é um pretexto, a outra pessoa pode perguntar em um
momento em que julgue que você não esteja mais ocupado. Isso, em geral, nos coloca
em uma posição incômoda, já que estar ocupado não era a verdadeira questão.
Algumas regras acabam estando relacionado com o ato de recusar pedidos,
por exemplo: “Se sou um amigo de verdade, deveria atender o pedido” ou “É mais fácil
atender o pedido dessa pessoa que enfrenta-la se não atender”.
Algumas recomendações para recusar pedidos são:
1) Dizer simplesmente “não”. Pode-se dar uma razão, mas não existe uma obrigação
de justificar a resposta
2) Pedir tempo, se necessário, para pensar sobre o pedido
3) Pedir mais informação/esclarecimentos, se preciso
ENFRENTAR CRÍTICAS
A maneira como enfrentamos as observações críticas tem um papel importante
na determinação da qualidade de nossas relações. Normalmente as pessoas
respondem de forma defensiva, podendo tentar evitar a crítica ignorando-a, negando-
se a discuti-la, mudando de assunto ou indo embora. Nesse caso o problema fica sem
ser resolvido. Outra resposta comum é quando negamos diretamente a crítica, e o
resultado pode ser o mesmo do que no caso anterior. Também podemos tentar
desculpar nosso comportamento, explicando-o com detalhes e diminuindo a sua
importância. Dessa maneira não prestamos atenção aos sentimentos ou razões de
nosso crítico. Por fim, em alguns casos, respondemos a crítica com outra crítica, o que
quase nunca promove a consideração dos problemas reais, só faz com que as
pessoas percam o respeito mútuo.
Então como podemos fazer para lidar de maneira adequada? Devemos esperar
a crítica ser finalizada e então podemos adotar dois passos.
1. Pedir detalhes: Com a finalidade de nos inteirarmos exatamente de quais são as
objeções da outra pessoa, convém pedir detalhes. Se quisermos ser muito
específicos, podemos considerar a possibilidade de propor perguntas “estilo repórter”:
que, quem, quando, como onde e por que, sobre a situação apresentada pela outra
pessoa.
2. Estar de acordo com a crítica: Existem dois tipos de “expressões de acordo”.
• Estar de acordo com a verdade: Frequentemente, parte do que expressam
nossos críticos é certo e o mais correto seria estar de acordo com a verdade.
Podemos repetir as palavras-chave de nosso crítica (“A comida não saiu muito boa”...
[Resposta] “É verdade, hoje a comida não saiu muito boa”). Se vamos mudar em
resposta à crítica, temos de estar de acordo com a verdade e expressar logo o que
pensamos fazer de maneira diferente, algo que normalmente restaurará a harmonia.
Mas, ainda que não queiramos mudar, podemos melhorar a situação respondendo de
maneira socialmente adequada, depois de concordar com a verdade e admitindo que
nosso comportamento pode ser um problema para a outra pessoa. Nosso crítico
saberá que o problema foi reconhecido e é provável que nos respeite po sermos tão
diretos. Porém, a crítica virá formulada, frequentemente, em termos ferais,
empregando palavras como “sempre”, “nunca”, “todos, “nenhum etc, para descrever
nosso comportamento. (“Sua comida nunca fica boa”), ou estarão nos rotulando,
dirigindo a crítica a nós, como pessoas, e não ao comportamento que os incomoda
(“Você é um inútil, um egoísta”). Quando nos deparamos com essas críticas tão
amplas, podemos estar de acordo com a parte que seja verdade e não estar de acordo
com o resto. Geralmente, poderemos citar provas do contrário para expressar, de
maneira mais eficaz, nosso desacordo. Às vezes, os críticos citarão verdades gerais,
obrigando-nos a fazer o que querem que façamos. Também aqui podemos estar de
acordo com a verdade, mas recusando as conclusões de nossos críticos. Sempre
podemos expressar nossos sentimentos, algo que não oferece uma boa base para
discutir.
• Estar de acordo com o direito do crítico a uma opinião: Fazer isso nos ajudará
a pensar em pontos de vista diferentes, enquanto, ao mesmo tempo, nos ajudará a
manter nossa própria opinião. Quando estamos totalmente em desacordo com a
crítica, podemos expressá-lo. Mas também podemos encontrar normalmente, alguma
maneira de estar de acordo com ela, enquanto dizemos o que cremos ser a verdade.
Embora os passos que acabamos de ver constituam uma forma construtiva de
abordar a crítica, pode ser que às vezes necessitemos utilizar “procedimentos
defensivos” ou de proteção. Tais procedimentos são técnicas poderosas que podem
provocar um corte permanente ou temporal na comunicação ou na própria relação.
Portanto, somente deveriam ser utilizados depois de ter falhado a comunicação
honesta e se a outra pessoa persistir em nos fazer de vítimas, em não nos escutar ou
em não nos respeitar.
PROCEDIMENTOS DEFENSIVOS
Os procedimentos defensivos são defesas verbais que tentam proteger o
indivíduo, mas sem isolá-lo da retroalimentação e da comunicação. Temos de
aprender a discriminar quando a crítica é construtiva e quando é destrutiva. Se
decidirmos utilizar uma técnica defensiva, devemos também assumir a
responsabilidade de escutar as mudanças na comunicação. Se a comunicação injusta
termina, então deveríamos finalizar o uso do procedimento defensivo e retomar uma
comunicação mais aberta. Se voltar a ocorrer a interação injusta, dever-se-á repetir a
técnica defensiva. Saber quando começar e quando continuar ou parar com o uso da
técnica é tão crucial como saber utilizá-la. Em muitas ocasiões, esse procedimento de
começar-terminar é necessário antes de se estabelecer um sistema de comunicação
mais equilibrado. No caso de uma repreensão, quem repreende não para
imediatamente de repreender. O processo costuma flutuar, cessando por um
momento, começando de novo, de novo tornando a parar. Durante os momentos de
calma deveria se manifestar a comunicação honesta.
É provável que a interação se transforme em outra mais equitativa, se a outra
pessoa for capaz de reconhecer que somos capazes de defender nossos direitos e
proteger a nós mesmos. Porém, em alguns casos, o outro indivíduo pode não querer
se adaptar a uma relação mais equitativa. Se ambos mantivermos nossas postura,
pode dar-se um corte mais permanente na comunicação, desembocando, finalmente,
no divórcio, na perda da amizade ou na perda do trabalho. Devido a essas possíveis
consequências, é muito importante, ao aprender as técnicas de defesa, que nos
demos conta da possibilidade de tais consequências, de modo que possamos escolher
se agimos ou não defensivamente.
O disco riscado: É utilizado para fazer pedidos e/ou recusar um pedido pouco razoável
ou ao qual não queremos atender. Desse modo, não temos de dar longas explicações,
desculpas ou justificativas para recusar um pedido ou para pedir algo. Consiste na
repetição contínua do ponto principal que queremos expressar. Não prestamos
atenção a outras temas da conversação que não sejam a questão que nos interessa.
O indivíduo soa como um disco riscado, repetindo uma e outra vez sua posição de
forma tão precisa quanto possível. O indivíduo escuta, mas não responde a algo que
saia fora da questão que deseja tratar, sem levantarmos a voz, ou nos irritarmos. Nada
do que a outra pessoa diga poderá conosco e continuaremos dizendo com voz
tranquila o que desejamos dizer, até que a outra pessoa atenda a nosso pedido ou
aceite um compromisso. A frase-chave é do tipo “sim, mas...” ou “mas o fato é que...”.
O recorte: Essa técnica é apropriada tanto se somos atacados e não estamos certos
de ter cometido um erro, quanto se imaginamos ser atacados por meio de sinais não-
verbais, mas o conteúdo que se expressa não é claramente de enfretamento. Quando
recortamos, respondemos sim ou não com mínima “livre informação”, esperando que a
outra pessoa esclareça o assunto. Por exemplo, preparamos o café da manhã todos
os dias, mas nessa manhã não o fizemos e alguém nos diz: “O café da manhã não
está preparado”, podemos responder: “Sim, é verdade” e esperamos. O recortar é uma
forma de fazer com que o indivíduo esclareça uma questão antes de responder, mas
não é uma maneira de substituir uma comunicação mais natural.
Ignorar seletivamente: Consiste em atender, ou não atender, seletivamente a aspectos
específicos do conteúdo da fala da outra pessoa. Por exemplo, não se responder às
manifestações injustas ou ofensivas, mas se responde somente às expressões que
não sejam destrutivas, produtoras de culpa ou injustas. É preciso saber controlar tanto
o conteúdo verbal (silêncio) como o não-verbal que produzimos diante das expressões
incômodas da outra pessoa. Dessa maneira, extinguimos determinadas respostas da
outra pessoa. A técnica é relativamente fácil de empregar sob estados de alta
ansiedade, já que não requer o emprego de frases defensivas. Mas para ser efetiva,
depende de uma discriminação complexa sobre quando atender e quando não atender
à informação específica.
Desarmar a ira: Nessa técnica, devemos ignorar a ira e concentrar nossa atenção e
conversação no fato de que a outra pessoa está aborrecida. É importante ressaltarmos
que retomaremos o conteúdo tão logo a outra pessoa se acalme, mas devemos
recusar de maneira cortês continuar com o conteúdo antes disso. Por exemplo,
poderíamos dizer: “Vejo que você está aborrecido e gostaria de falar sobre isso.
Vamos nos sentar, tomar um café e conversaremos.” Dessa forma, existe um período
de esfriamento, possibilitando que ambas as partes possam pensar mais claramente e
resolver adequadamente o tema em questão.
Oferecer desculpas: Às vezes, podemos nos sentir mal por termos tido pouco respeito
ou por termos abusado de outro indivíduo. Nesse caso, oferecer desculpas é uma
ação legítima. Por meio desse procedimento, desculpamos o comportamento que foi
injusto ou incômodo para a outra pessoa, sem comunicar que normalmente fazemos
dano aos demais ou que não temos valo como pessoas. A desculpa, além disso, faz
com que reconheçamos os sentimentos da outra pessoa e permite que ela saiba que
nos demos conta do que aconteceu. Um indivíduo que nunca se desculpa ou não
admite ter tratado mal a outra pessoa provavelmente experimentará problemas para
manter relações interpessoais. Do mesmo modo, as pessoas que são constantemente
feridas por outro indivíduo tenderão a evitar as interações com esse indivíduo no
futuro. Às vezes, será útil acompanhar esse procedimento dos de “separar os temas”
ou “desarmar a ira”, se indivíduo a quem se pede desculpas sente-se ferido ou está
aborrecido.