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CURSO DE FARMÁCIA
QUÍMICA ORGÂNICA I
Quem tiver curiosidade a respeito de vida e dos seres vivos precisa de ter noções básicas da
Química.
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DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA QUÍMICA ORGÂNICA
Os povos da antiguidade:
Sabiam fermentar o suco de uva e produzir o vinho
Produziam vinagre por fermentação do vinho
Extraíam a gordura e o azeite dos animais e vegetais
Utilizavam corantes extraídos de vegetais
Os antigos egípcios usavam compostos orgânicos (anil e alizarina) para tingir
tecidos
A famosa ‘ púrpura real ‘ dos fenícios era também uma substancia orgânica obtida
de músculos. Mas como Ciência, a Química Orgânica tem menos de 200 anos de
idade. A maioria dos historiadores da Ciência localiza a sua origem no início do
século XIX.
No século XVIII, Carl Wilhelm Scheele conseguiu isolar ácido tartárico (C4H6O6)
da uva, ácido cítrico (C6H8O7) do limão, acido láctico (C3H6O2) do leite, glicerina
(C3H8O3) da gordura, ureia (CH4N2O) da urina, etc.
Em 1777, Bergman classificou a Química em:
a) Química Orgânica: estudava compostos orgânicos (obtidos dos seres, animais e
plantas)
b) Química Inorgânica (ou mineral): estudava compostos inorgânicos (obtidos no reino
mineral, solos, subsolo, atmosfera), que provinham de fontes inanimadas.
Nessa mesma época, Antoine Laurent Lavoisier conseguiu analisar vários compostos
orgânicos e constatou que todos continham o elemento químico carbono.
Juntamentecom esta distinção orgânica - inorganica desenvolve-se a concepção de ‘
vitalismo’. Foi o grande químico sueco Jons Jakob Berzelius que formulou a ‘’ teoria de
força vital’’. Teoria segundo a qual os seres vivos possuíam uma desconhecida força que
era indispensável na síntese de compostos orgânicos. Esta ideia prevaleceu até ao início
do século XIX, época em que se realizaram as primeiras sínteses de compostos
conhecidos até então exclusivamente como compostos naturais.
Em 1816, Michel Chevreul descobriu que o sabão preparado através da reacção alcalina
com a gordura animal poderia ser decomposto em diversos compostos orgânicos puros,
que ele denominou ‘ ácidos gordos ‘. Assim, pela primeira vez, uma substancia orgânica
(a gordura) havia sido convertida em outra (ácidos gordos e glicerina) sem a intervenção
de uma força externa:
2
Em 1828: Friedrich Wohler efectuou a síntese da ureia a partir dum composto
inorgânico
Em 1845: Kolbe realizou a síntese do ácido acético (a partir dos seus elementos)
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Primeira metade do século XIX: grande desenvolvimento da indústria
química orgânica nos estados unidos com a descoberta por exemplo de
inúmeros plásticos, como o raion, o naílon, o teflon, o poliéster, etc.
O século XX marcou a substituição do carvão pelo petróleo como matéria-
prima para a indústria QuímicaOrgânica.
Hoje em dia, ainda há certas sínteses difíceis, por exemplo, a clorofila
(C55H72MgN4O5) existente nos vegetais, foi preparada artificialmente só
em 1960 por R. B. Woodward (prémio Nobel em 1965)
Actualmente, a humanidade dispõe de:
Compostos orgânicos naturais: cujas fontes principais são o
petróleo, o carvão mineral, o gás natural, produtos agrícolas, etc.
Compostos orgânicos sintéticos: produzidos artificialmente pelas
indústrias químicas que fabricam desde plásticos e fibras têxteis
até medicamentos, corantes, insecticidas, etc.
Desde o fim do século passado até hoje, a Química Orgânica teve uma
evoluçãomuito grande: por exemplo, o número de compostos orgânicos
conhecidos (quer extraídos da natureza, quer sintetizados pelo homem)
eram em 1880, cerca de 12000 compostos e actualmente são cerca de 8
000 000compostos.
Com o seu desenvolvimento, a Química Orgânica acabou se subdividindo
e dando origem a mais ramo da ciência: a Bioquímica (que estuda as
substancias mais intimamente ligadas à vida dos vegetais e animais, como
por exemplo, os alimentos, as vitaminas, as hormonas, os ácidos
nucleícos, etc)
E da Bioquímica surgiram outros ramos da ciência e tecnologia:
A Biologia Molecular e Biotecnologia.
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Os medicamentos de síntese(antibióticos, estimulantes ou tranquilizantes,
contraceptivos, etc.)
As “ matérias plásticas “ e os elastómeros (borrachas sintécticas), as tintas,
vernizes, colas e adesivos
Os têxteis sintéticos
Os corantes
Os sabões e detergentes
Os insecticidas e pesticidas
Os explosivos
Os cosméticos, os perfumes, …
Assim, além de regular todo o funcionamento celular dos organismos vivos
(actividade muscular e nervosa, digestão, respiração, reprodução, visão, olfacto,
etc., …) e de permitir intervir artificialmente neste funcionamento (quimioterapia,
controlo da natalidade), a química Orgânica encontra-se presente em toda a nossa
vida quotidiana.
O seu estudo pode ser uma tarefa fascinante.
Muitas vezes formados por ligações Formados por ligações covalentes (ou
iónicas (ou pelo menos com acentuado pelo menos, com carácter covalente
carácter iónico) dominante); o carbono está no centro da
classificação periódica dos elementos e
da escala das electronegatividades.
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grandes (metais) (cozedura dos alimentos) resistem pouco
Geralmente grande estabilidade a uma temperatura superior a 5000C.
térmica (materiais refractários) São quase todos combustíveis
Fórmula molecular
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Representação das fórmulas estruturais:
De álcool propílico
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Fórmula de traços F. condensadas de 2-clorobutano
Ex.:
Vai se por vezes mais longe na simplificação, aplicando esta forma de proceder a todos os
carbonos, quer se encontram numa cadeia cíclica, quer numa cadeia alifática.
F. de linha de ligação
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Fórmulas tridimensionais:
Nesta representação, as ligações que se projectam para cima da face da folha de papel são
indicadas por uma cunha( ), as que estão atrás do plano do papel são indicadas por uma
cunha tracejada ( )
4- Cadeias carbónicas
Os átomos de carbono ligam-se entre si, formando cadeias como no exemplo abaixo:
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Classificação das cadeias carbónicas:
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Cadeias fechadas ou cíclicas
II. Aromáticas
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Tipos de Carbono numa cadeia:
Um grupo funcional é a parte da molécula onde ocorre a maioria das reacções químicas. É a
parte que determina, efectivamente as propriedades químicas do composto ( e também muito
propriedades físicas). Por exemplo, o grupo funcional de um alceno é a dupla ligação carbono-
carbono: as reacções químicas dos alcenos são principalmente as reacções químicas da dupla
ligação carbono-carbono.
(Hidrocarboneto
Aromático)
X: F, Cl, Br, I
álcool
Éter
Éter dimetílico
Aldeído
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Cetona
Ácido carboxílico
Ácido etanóico
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Éster
Etanoato de metilo
Anidrido do ácido
carboxílico
Anidrido acético
Cloreto de ácido
carboxílico
Cloreto de etanoílo
Primária
(Secundária)
terciária
Etanamida
Nitrilo ou Cianeto
Etanonitrilo ou
acetonitrilo
Isonitrilo ou
isocianeto
Nitrocomposto
Nitrometano
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Tiol
Metanotiol
Tioéter ou
Sulfeto Dimetil sulfeto
Sulfóxido
Dimetilsulfóxido
Sulfonas
Dimetilsulfona
Ácido Sulfónico
Ácido etanosulfónico
Apresentam duas ou mais vezes a mesma função (duas ou mais vezes o grupo funcional).
Ex.
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Compostos com funções mistas: apresentam duas ou mais funções diferentes.
Ex.
Ou acido α-amino-butanóico
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b. Compostos heterocíclicos: quando apresentam ciclos ou anéis contendo átomos
diferentes do carbono (heteroátomo).
Ex.
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Radicais derivados dos alcanos:
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Nomenclatura dos alcanos ramificados:
1. Determina-se a cadeia principal que é a mais longa existente no composto, se
existirem várias possibilidades, escolha a mais ramificada.
Esta cadeia determina o nome básico do alcano.
2. Enumere os carbonos da cadeia principal, de tal modo que as ramificações fiquem em
carbonos com os menores números possíveis.
3. Os nomes dos radicais (ramificações) devem ser colocados obedecendo-se à ordem
alfabética (não se leva em conta os prefixos numéricos “ di ” ou “ tri “) ou de
complexidade crescente. Por exemplo: metil antes de etil.
4. Cada radical (ramificação) terá um número que indica a sua posição na cadeia
principal.
5. No caso de haver dois, três, quatro, etc. radicais iguais ligados à cadeia principal,
usam-se os prefixos di, tri, tetra,… diante dos nomes dos respectivos radicais.
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6.. Em alguns casos particularmente complexos, um outro passo se faz necessário. Por
vezes, ocorre que um substituinte da cadeia principal apresenta sub-ramificações:
Ex.
Neste caso, o substituinte C6 é uma unidade com 4 átomos de carbono com uma sub-
ramificação.
Para dar o nome do composto como um todo, é preciso primeiro dar um nome para o
substituinte sub-ramificado.
Nomeia-se um substituinte complexo aplicando-se os primeiros passos que descrevemos,
como se o substituinte fosse por si só um composto.
No exemplo, o substituinte complexo é um grupo propilo substituído:
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A numeração do substituinte complexo começa no ponto de ligação com a cadeia
principal: assim, o substituinte complexo é um grupo 2-metil-propilo. Para evitar a
confusão, o nome deste substituinte é destacado entre parênteses no nome completo da
molécula.
Exemplos:
Se duas cadeias laterais diferentes tiverem nomes formados com as mesmas letras, terá
prioridade o que apresentar o primeiro índice diferente mais baixo.
A presença de vários grupos ramificados idênticos indica-se por meio de um prefixo
multiplicativo: bis, tris, tetraquis, pentaquis, etc.
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NOMENCLATURA DOS CICLOALCANOS
2. Por cicloalcanos substituídos com grupos alquil, numere os substituintes do anel nos
pontos de substituição, de forma a obter a menor soma de números:
Ex.
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Os halogénios são tratados exactamente como grupos alquila:
Nomeados segundo regras semelhantes às dos alcanos, usando-se o sufixo –eno no lugar
de -ano.
1) Determinar o nome básico seleccionando a cadeia mais longa que contém a dupla
ligação e mudando o final do nome do alcano, de idêntico tamanho para eno.
2) Numerar a cadeia de modo a incluir ambos os carbonos da dupla ligação; e começar a
numeração a partir da extremidade da cadeia mais próxima da dupla ligação. Indicar a
localização da dupla ligação usando-se o número do primeiro átomo da dupla ligação
como prefixo.
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3) Indicar a localização dos grupos substituintes pelos números dos átomos de carbono
aos quais estão ligados.
Se houver mais de uma ligação dupla, indique a posição de cada uma e use um dos
sufixos –dieno, trieno etc.
No caso dos cicloalcenos, a numeração é feita de tal modo que a ligação dupla receba os
números mais baixos possíveis. Não é necessário incluir no nome a posição da ligação
dupla porque ela estará sempre entre C1 e C2.
No caso dos compostos com uma dupla ligação e um grupo álcool, o carbono ligado ao
grupo álcool recebe o número mais baixo.
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Reacções Orgânicas
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Os radicais livres e os carbocatiões são espécies deficientes em electrões (um radical
livre tem 7e- no seu nível de valência, um carbocatião tem apenas 6e-). Como
consequência, ambas as espécies são electrófilos: em suas reacções buscam o electrão,
o que lhes permitirá completar o octecto.
Os carbaniões são em geral bases fortes e nucleófilos fortes, eles procuram um protão
ou um centro de carga positiva para neutralizar a sua carga negativa.
Carbenos: são compostos neutros de carbono divalente com somente seis electrões na
camada de valência. Devido a isto, ele é muito reactivoe só pode ser gerado como
intermediário de reacção, não podendo ser isolado.
O carbeno mais simples é o composto denominado metileno (CH2). O metileno pode ser
preparado pela decomposição quer do diazometano quer do ceteno:
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Os electrões não compartilhados estão desirmanados: um biradical.
Como consequência da diferença de configuração electrónica, as duas moléculas
diferem na forma e nas propriedades químicas. O metileno em singleto é a forma menos
estável, sendo frequentemente a que é primeiro gerada no início da fotólise.
As propriedades químicas que realmente se observam dependem da forma do metileno
que participa na reacção, e esta por sua vez, depende das condições experimentais. Na
fase líquida, o metileno-singleto, formando-se primeiramente, reage de imediato com
moléculas de solvente, muito abundantes, antes de perder energia.
Em fase gasosa, especialmente em presença de um gás inertecomo o nitrogénio ou o
árgon, o metileno singleto perde energia através de colisões e transforma-se num
metileno-tripleto, é este que então reage.
Um exemplo de reacção importante do metileno e de outros carbenos: adição à ligação
dupla carbono-carbono (este caso particular de adição, em que se forma um anel,
chama-se cicloadição).
Por exemplo:
Radicalar-catião:
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Quando um electrão de alta energia atinge uma molécula orgânica, ele arranca um
electrão de valência da molécula, produzindo um catião-radical porque a molécula
perde um electrão e adquire carga positiva; radical porque a molécula agora tem um
número ímpar de electrões.
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Radicais que apresentam -I:
O efeito +I aumenta
-CH3< -CH2CH3< -CH2CH2CH3
Aplicações:
Estabilidade de intermediários de reacções: estabilidade de carbocatiões.
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O cloro induz uma modificação na hidroxila, puxando o par electrónico, o que torna mais fácil a saída de
H.
O efeito +I tende a diminuir a acidez, visto que o Hidrogénio ácido fica preso.
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Para passar duma estrutura a outra, há apenas deslocamentos das duplas ligações, ou melhor, das
ligações π formadoras das duplas ligações, uma vez que as ligações σ ficaram firmemente presas entre
os átomos do carbono.
NOTA: Não confundir uma flecha dupla: que indica o fenómeno de ressonância; e as duas
flechas : que indicam uma reacção reversível.
A molécula de benzeno não é representada correctamente por nenhuma das duas formas canónicas
descritas acima; na verdade, a molécula fica num estado intermediário entre as duas formas canónicas,
e esse é denominado híbrido de ressonância: nesta representação, as duplas ligações deslocalizadas,
isto é, estão distribuídas por todo anel.
Às vezes, a ressonância envolve a participação de pares electrónicos livres, como existem, por exemplo,
no oxigénio, no nitrogénio.
Efeito mesómero (efeito M) é a atracção ou repulsão dos electrões π das ligações duplas ou triplas.
Este efeito é uma simples consequência do fenómeno de ressonância. Ele divide-se em:
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Grupos com efeito –M:
-NH2 tem efeito +M, pois está fornecendo electrões ou aumentando a densidade electrónica do:
Certos radicais orgânicos não reagem (ou então reagem muito lentamente) em condições nas quais
deveriam reagir simplesmente por estarem bloqueados por radicais volumosos em sua vizinhança. Por
exemplo, na vizinhança quando os radicais R1 e R2 são muito grandes, eles impedem ou dificultam as
reacções do grupo carboxilo. ( )
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Quando a aproximação dos reagentes é dificultada pela presença de substituintes
volumosos, é necessária uma energia de activacao mais elevada para vencer esta
influencia. Além disso, a entropia de activaçãoΔS# torna-se mais negativa quando há
impedimento estereoquímico.
- Cedência de electrões:
Neste grupo estão incluídas as reaccoes de oxidação e de reducao para além das
reaccoes com a cedência de um electrão e também possível a cedência de 2
electrões.
Reagrupamento de ligações:
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Reacções heteroliticas (polares, ionicas)
Neste caso, as ligacoes são cindidas ou formadas assimetricamente
mantendo-se o par de electroes da ligacao:
Cisão heterolítica de moléculas ou combinação de reagentes
electrófilos com reagentes nucleófilos:
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- Reacções de substituição, por exemplo:
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Na verdade, ocorre em três etapas:
Ex.2.
Mecanismo:
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O estudo do mecanismo, ou seja, do andamento da reacção é muito importante, visto que permite
entender melhor a reação global, visualizando suas etapas mais fáceis e mais difíceis. Pelo mecanismo,
entendemos por exemplo, porque certas reaccoes orgânicas desviam-se do seu curso, dando
subprodutos.
O estudo dos mecanismos da reacção, leva-se muito em conta a cinética e os valores termoquímicos de
cada etapa; leva-se também em conta a variação energética do andamento de cada etapa da reacção.
Lembremos que:
a) Os números de oxidação(valências) usuais dos elementos químicos que aparecem com mais
frequência nos compostos orgânicos são:
No CH4 : X + 4(+1) = 0, x= -4
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C2H6: 2X+6(+1)= 0, X=-3
X varia de -4 a +4: mostrando que o carbono comporta-se como elemento electronegativo e como
elemento electropositivo. Este tipo de cálculo permite determinar o NOX global do carbono no
composto; para conhecer o NOX de um determinado átomo de carbono, isoladamente dentro de uma
cadeia carbónica, atribui-se os seguintes valores a cada uma das quatro ligações que partem do átomo
do carbono considerado.
0: às ligações com outros átomos de carbono (pois na valência C-C, o par electrónico é repartido por
igual)
+1: a cada ligação com elementos eletronegativos (halogénios; oxigénio, enxofre, nitrogénio, fósforo,
etc), pois são elementos mais eletronegativos que o carbono.
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Carga Formal:
Para expressar os cálculos de uma maneira geral, podemos dizer que a carga formal de um átomo é
igual ao número de electrões de valência em um átomo neutro e isolado, menos o número de electrões
do átomo na molécula considerada:
Carga formal= n0de electrões de valência do átomo livre – n0 de electrões de valência do átomo na
ligação.
Para o Nitrogénio:
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CARGA FORMAL= 5 -8/2 – 0 = +1
Ácidos e Bases:
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A molécula ou ião que se forma quando um ácido perde o seu protão é a base conjugada do ácido: Cl - é
base conjugada de HCl. A molécula ou ião que se forma quando uma base recebe um protão, é o ácido
conjugado da base:
Os ácidos diferem entre si quanto à doação de protões.Ácidos mais fortes como HCl reagem quase que
completamente com a água, ao passo que ácidos mais fracos, como o ácido acético (CH3COOH) reagem
apenas parcialmente. A força de um dado ácido em solução aquosa é definida pela expressão
padronizada para a constante de equilíbrio, Keq:
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Ka – constante de acidez, pKa = - logKa
Def. de Lewis: ácido é todo o aceitador de um par de electrões e base é todo o doador de um par de
electrões.
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EXEMPLO DE ÁCIDOS DE LEWIS
BASES DE LEWIS
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Relação estrutura e acidez: a capacidade do átomo para reter o par de electrões parece depender de
diversos factores, entre quais se incluem:
a) Electronegatividade
b) O tamanho
Assim em determinada fila do quadro periódico, a acidez aumenta à medida que cresce a
electronegatividade:
c) Efeito de hibridação:
Acidez relativa dos hidrocarbonetos:
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Basicidade relativa dos cacrbaniões:
ESTADO DE TRANSIÇÃO
Variações de energia potencial na passagem das moléculas dos reagentes às dos produtos:
estado de transição no topo da bossade energia.
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6. Ligações Químicas
Ligação iónica (ou electrovalente): formada pela transferência de um ou mais electrões de
um átomo para outro, a fim de criarem-se iões.
Uma fonte destes iões é uma reacção entre átomos de electronegatividade muito diferente.
A electronegatividade mede a capacidade de um átomo atrair electrões. Na classificação
periódica, a electronegatividade cresce quando se avança numa fila da esquerda para a
direita: Li Be B C N O F e diminui quando se desce por uma coluna vertical.
Exemplo de formação de uma ligação iónica é a reacção entre átomos de lítio e os de flúor:
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São estruturas de Lewis aquela que mostram somente os electrões de camada de valência.
Em certos casos, formam-se ligações covalentes múltiplas:
Ex.
: μ= e*d
Onde: μ momento de dípolo
e- carga (uec: unidades electrostáticas)
d- distância em cm.
A unidade mais utilizada é o debye: D
D=3.33*10-30Cm (coulomb-metro)
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O dípolo representa-se pelo símbolo: , com a seta dirigida da carga positiva para a
negativa.
Moléculas polares e apolares: uma molécula será polar se o centro de carga negativa não
coincidir com o centro de carga positiva.
μ=1.87D
μ=0
μ=1.85D
49
μ=1.47D
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Electronegatividade de alguns elementos
DDT
Não polar
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Ácido -2,4- diclorofenilacético
Polar
Pode também se prever que a reacção entre duas substâncias apolares será difícil e lenta:
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FORÇAS INTERMOLECULARES
Interações dipolo-dipolo
Forças de Van der Waals
Ligações de Hidrogénio
Forças dipolo-dípolo: quando uma substancia é polar, suas moléculas se comportam como
dípolos eléctricos.
Há então atracção mútua entre a extremidade positiva de uma molécula e a extremidade
negativa de outra molécula.
Por ex, no HCl, o Hidrogénio relativamente positivo, de uma molécula é atraído pelo cloro,
relativamente negativo de outra molécula.
Forças de Van der Waals: são forças fracas que atraem entre si as moléculas apolares. Elas são,
em geral, dez vezes mais fracas que as forças dipolo-dipolo e resultam da indução eléctrica que
as electrosferas dos átomos de uma molécula exercem sobre as outras moléculas.
Pontes de Hidrogénio: são atracções fortes aparecem entre o átomo de Hidrogénio e átomos
fortemente electronegativos, especialmente F, O e N.
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Natureza física da ligação covalente
Órbitais atómicas: chama-se orbital, a região do espaço onde com maior probabilidade, se pode
encontrar o electrão. Existem diferentes tipos de orbitais, com diferentes tamanhos e formas,
dispostas à volta do núcleo de modo bem determinado.
O tipo de orbital ocupada por determinado electrão depende da energia desse electrão.
As formas das orbitais e a sua posição relativa são factores responsáveis pelo arranjo espacial
dos átomos na molécula e em parte pelo comportamento químico que ela apresenta.
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Os eixos destas 3 orbitais (eixos dos halteres) são perpendiculares entre si e cruzam-se sobre o
núcleo: 2px , 2py , 2pz .
Orbitais moleculares
Quando as orbitais atómicas se sobrepõem, combinam-se para formar orbitais moleculares
(OM). As orbitais moleculares correspondem a regiões do espaço que envolve dois ou mais
núcleos e onde se podem encontrar electrões. Como as orbitais atómicas, as orbitais
moleculares podem conter até dois electrões, se os spins estiverem emparelhados.
Quando orbitais atómicas de mesmos sinais de fase interagem, combinam-se para formar
uma orbitalmolecular ligante.
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A densidade de probabilidade electrónica de uma orbital molecular ligante é grande na
região do espaço entre os dois núcleos, onde os electrões negativos mantêm reunidos os
núcleos positivos.
Forma-se uma orbital molecular antiligante quando há sobreposição de orbitais atómicas
com os sinais de fase opostos:
Uma orbital antiligante tem energia mais elevada que a de uma orbital ligante. A densidade
de probabilidade electrónica na região entre os núcleos é pequena e nesta região há um
nodo (-) região onde Y=0. Assim, os electrões numa orbital antiligante não ajudam a manter
os núcleos reunidos. As repulsões internucleares tendem a fazer um afastar-se do outro.
A energia dos electrões numa orbitalmolecular ligante é menor que a
energia dos electrões nas respectivas orbitais atómicas separadas. A
energia dos electrões nas respectivas orbitais atómicas separadas.
O número de orbitais moleculares é sempre igual ao número de orbitais
atómicas de onde provêm. A combinação de duas orbitais moleculares-
uma ligante, a outra antiligante.
Dois modelos foram desenvolvidos para descrever a formação de ligações covalentes: a teoria da ligação
de valência e a teoria das orbitais moleculares.
Cada um tem os seus pontos fortes e fracos, os químicos utilizam um ou o outro, dependendo das
circunstâncias.
Segundo a teoria da ligação de valência, uma ligação covalente ocorre quando dois átomos se
aproximam um do outro de modo que uma orbital de um dos átomos, ocupada por um único electrão,
se sobrepõe a uma orbital do outro átomo, também ocupada por um único electrão. Os electrões, agora
emparelhados nas orbitais sobrepostas, são atraídos pelos núcleos dos dois átomos e, deste modo,
ligam os átomos um ao outro.
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A força de uma ligação covalente depende do grau de sobreposição das orbitais. Quanto maior for a
sobreposição, mais forte será a ligação, Isso significa que ligações formadas pela sobreposição de outras
orbitais, que não as orbitais S, tem direccionalidade.
No HF por exemplo, a ligação covalente envolve a sobreposição de uma orbital 1s do hidrogénio (não
direccional) com uma orbital 2p do flúor (direccional) e se forma ao longo do eixo da orbital p.
As ideias fundamentais da teoria de ligação de valência podem ser resumidas da seguinte maneira:
1. As ligações covalentes são formadas através da sobreposição de orbitais atómicas, cada uma
com um electrão de spin oposto ao do outro.
2. Cada um dos átomos ligados conserva as suas próprias orbitais atómicas, mas o par de electrões
das orbitais sobrepostas é compartilhado por ambos os átomos.
3. Quanto maior for o grau de sobreposição das orbitais, mais forte é a ligação.
A ligação H-H tem simetria cilíndrica.
Ligações deste tipo, que são formadas pela sobreposição frontal de duas orbitais atómicas ao
longo de uma linha que une os núcleos, são denominadas: ligações sigma σ.
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Orbitais Moleculares de H2
As ideais centrais da teoria das orbitais moleculares podem ser resumidas do seguinte modo:
1. As orbitais moleculares representam para as moléculas, o mesmo que as orbitais atómicas
representam para os átomos. As orbitais molecularesdescrevem regiões do espaço da
molécula com maior probabilidade de conter os electrões, e possuem tamanho, forma e
nível de energia bem definidos.
2. As orbitais moleculares formam-se pela combinação de orbitais atómicas. O número de OM
formado é igual ao número de AO.
Átomo de Carbono
Hibridação no carbono
Hibridação é a mistura de orbitais de subníveis diferentes do mesmo nível (nível de valência), resultando
as orbitais denominadas orbitais híbridas.
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A partir deste estado excitado, é possível explicar as quatro ligações.
Hibridação sp3
4 orbitais Híbridas sp3
As orbitais sp3 de dirigem para os vértices de um tetraedro.
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Hibridação sp2
Três orbitais sp2
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Molécula tetraédrica
Quatro ligações σ (s-sp3)
CH3-CH3
Possui seis ligações sigmas (σ) (s-sp3)
Uma ligação σ (sp3-sp3)
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Uma ligação π: p-p
Quatro ligações σ: sp2-s
Uma ligação σ: sp2-sp2
Duas ligações π
Duas ligações σ: (sp-s)
Uma ligação σ: sp-sp
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Duas ligações π,
Duas ligações σsp-sp2
Quatro ligações σsp2-s
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ALCANOS. SUBSTITUIÇÃO RADICALAR
Alcanos são também chamados parafinas ou hidrocarbonetos alifáticos saturados. Apresentam somente
ligações simples.
F. Geral:
CnH2n+2
Onde: n= número de C; 2n+2=n0 de hidrogénios, são por vezes representados pelo símbolo RH
(n=1) CH4: metano é o mais simples deles. Pelo aumento de n, obteremos as fórmulas de uma família
de compostos: uma série homóloga, cada membro difere do próximo membro de uma unidade
constante: o grupo –CH2-.
1. Alcanos normais
2. Alcanos ramificados
Nomenclatura: (introdução e conceitos)
b) Isomeria óptica
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Preparação dos Alcanos
a)
Redução dum haleto de alquilo RX (X= Cl, Br, ou I) para alcano pode efectuar-se de
vários modos:
Pelo hidrogénio molecular em presença dum catalisador (Pd)
Ex.
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. b)
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Acoplamento de haletos de alquilo com compostos organometálicos.
Ex.
67
a)
Ex.
DEGRADAÇÃO DE DUMAS
Ex.
SÍNTESE DE Kolbe
b)
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A redução total de aldeídos e das cetonas, pode efectuar-se por diversos modos;
em especial o agente redutor pode ser um metal, como Zn, em meio ácido: redução
de Clemmensen.
Obtenção Industrial:
O petróleo e o gás natural são as principais fontes dos alcanos.
Solubilidade: de acordo com a regra empírica; polar dissolve polar; apolar dissolve
apolar; os alcanos são solúveis em solventes apolares como o benzeno, éter,
clorofórmio, etc. e insolúveis em água e outros solventes pronunciadamente
polares. Consideremos como solventes, os alcanos líquidos dissolvem compostos de
baixa polaridade, mas não os de alta polaridade.
ESTRUTURA
O metano forma-se a partir de um átomo de C em estado de hibridação sp3 e 4
átomos de H.
69
Todos os ângulos são iguais: 109028’
CONFORMAÇÕES
Os grupos unidos por ligações simples C-C são capazes de rotação livre à
temperaturas próximas ou superiores à temperatura ambiente.
Os diferentes arranjos espaciais dos átomos que resultam das rotações de grupos
em torno de ligações simples são denominados conformações e a análise (o estudo)
das mudanças energéticas que a molécula sofre à medida que os grupos giram em
torno de ligações simples é chamada: análise conformacional.
70
A projecção de Newman é umarepresentação que é obtida visualizando-se a
molécula ao longo do eixo da ligação C-C.
As ligações ao átomo da frente são representadas como:
71
C; nesta conformação a separação entre os electrões das seis ligações de C-H é
mínima.
Propriedades físicas:
Estrutura
Propriedades químicas
Reactividade: inércia frente a vários reagentes químicos.
Ligações C-C e C-H muito fortes e portanto difícieis de cindir.
Se tiverem de se cindir, implica o processo de ruptura homolítica como
consequência de reacções através de radicais a temperatura elevada ou pela acção
de radicais UV.
(excepções: reacções com ácidos fortes chamados superácidos)
I. Reacções de substituição
Halogenação:
Reactividade: X2 , Cl2>Br2
Ter.>sec.> prim>CH3-H
72
Quase sempre ocorrem reacções de substituições múltiplas.
A temperatura ordinária, p.ex., as velocidades relativas por átomo de Hidrogénio são: 5.0; 3.8; 1.0
6 1.0
¿ ×
4 3.8
6
15.2
Equivalente a 28%/72%
Mecanismo de halogenação
73
Halogenação dos alcanos é um exemplo de reacção de cadeia: tipo de reacção
sequencial em etapas, em que cada etapa origina a substância reactiva que
promove a etapa seguinte:
I. Iniciação da cadeia:
a) Nitração:
Reacção com HNO3 conc. E quente.
b) Sulfonação:
Reacção com H2SO4 conc. e quente.
74
II. Oxidação – combustão
Alcanos são hidrocarbonetos combustíveis.
A altas temperaturas, a sua combinação com o oxigénio dá CO2 e H2O e
libera energia (reacção exotérmica).
75
Se os alcanos forem aquecidos a temperaturas elevadas (≥ 700oC) e na
presença de diversos catalisadores, sofrem diversas reacções de
degradação.
Ruptura de cadeias (ruptura das ligações C-C)
Ex.
Ou
Ex
Isomerização:
Ciclização (e desidrogenação):
ALCENOS
76
São hidrocarbonetos insaturados também chamadas olefinas e tem a
fórmula geral: CnH2n.
Nomenclatura: aulas práticas e conceitos de Química Orgânica
Isomeria:
a. Isomeria de cadeia:
b. Isomeria de posição:
c. Isomeria geométrica:
77
Quanto à ordem de preferencia, vide as regras de Cahn, Ingold & Prelog.
CH3> H
Br > Cl
o Dextrógiro
o Levógiro
o Racémico
Estrutura
C sp2,
a molécula é planar,
rotação em volta da ligação dupla impedida
(barreira energética ≈ 293Kj).
78
PROPRIEDADES FÍSICAS
. μ=0.35D μ= 0.37D
.μ≠ 0 μ=0
79
Cis trans
.μ=1.85D μ=0
p.eb 60oC p.eb 48oC
p.f -80oC p.f -50oC
μ¿0.75D μ=0
p.eb 188oC p.eb 192
p.f -14oC p.f +72oC
Preparação
Preparação geral:
Reacções de Eliminação
80
Quando várias há possibilidades para a retirada de Hidrogénio de C vizinho ao grupo OH, sai
preferencialmente o H do carbono visinho menos hidrogenado (Regra de Saytzeff ou Zaitsev), isto é,
forma-se o alceno mais ramificado.
Bases:
81
3. Desalogenação de vic. Dihaletos (2 átomos de Halogénio ligados a 2 carbonos contíguos)
Ex.
4. Desidrogenação de alcanos
Hidrogenação de alcinos
cis-alceno
82
Propriedades Químicas
I. Reacções de adição
a. Hidrogenação catalítica
83
Ex.
b. adições electrófilas
principal propriedade química dos alcenos é a reacção de adição
electrófila.
84
1. adição de Halogénos
Mecanismo: “ trans-adição”
85
Derivado monohalogenado saturado
Em presença dum composto susceptível de produzir radicais com facilidade (ex. peróxidos com a
forma RCOOOCOR).
Adições não seguem a regra de Markovnikov.
86
1) Produção de radicais iniciadores:
2) Iniciação da reacção:
(A) o radical secundário é mais estável do que (B), radical primário, e consequentemente, a
reacção conduz ao derivado halogenado (A’) em vez de (B’).
estabilidade de radicais:
Mecanismo de Oxidação suave: com KMnO4 ou OsO4: sin hidroxilação (diois “cis”)
87
3. Adição de ácido de sulfúrico
Ex.
88
4. Adição de água: Hidratação catalisada por ácidos
Ex.
5. Formação de Halidrinas: adição de ácidos hipocloroso (HOCl) e hipobromoso (HOBr) “ac. Hipo
haloso”
Ex.
89
II. Reacções de oxidação
a) Oxidação suave: epoxidação, hidroxilação
i.
ii.
90
Ex 1.
Ex 2.
91
Ex.
Combustão:
Reacções de polimerização
92
Dienos
2. Dienos isolados: ligações duplas separadas umas das outras por mais duma ligação simples.
3. Dienos acumulados: contém ligações duplas acumuladas e são também chamados de alenos.
93
Propriedades Químicas: dependem da disposição das respectivas ligações duplas
94
Nestas reacções, o produto de adição 1,4 obtém-se frequentemente em maior abundância. Mas se
tomamos o caso dum dieno isolado como 1,4-pentadieno, na adição de Br2 as ligações duplas reagem
independentemente umas das outras como se pertencessem a moléculas diferentes.
95
ALCINOS
Hidrocarbonetos acetilénicos, Fórmula geral CnH2n-2, caractertizados pela presença duma tripla ligação:
Dividem-se em:
NOMENCLATURA
Designam-se como alcenos correspondentes substituído a terminação –eno pela terminação –
ino.
Prefixo + ino
96
Estrutura de acetileno:
Acetileno
97
Propriedades físicas: semelhantes às dos alcenos correspondentes (solubilidade, densidade,
efeito da ramificação, …).
PREPARAÇÃO
Preparação:
98
Ambos dão:
Ex.
KOH e NaNH2 podem provocar isomerização por deslocamento da tripla ligação ao longo da
cadeia.
KOH provoca um deslocamento da ligação tripla para o centro da cadeia.
NaNH2 provoca um deslocamento da ligação tripla para a extremidade da cadeia.
Ex.
99
3) Alquilação do acetileno (a partir de outros alcinos):
o Através de derivados sodados:
o Através de organomagnesianos:
Propriedades químicas
a) Adição de Hidrogénio:
100
Ex.
b) Adição de Halogénios
Ex.
101
Ex.
102
Este tipo de rearranjo é conhecido como tautomerização ceto-enólica.
Com KMnO4 básico, há quebra oxidativa do mesmo modo que nos alcenos.
103
III. Reações de ácido-base (característica de alcinos terminais)
104
Em presença de água, osalcinetos de metais hidrolizam-se, voltando a dar o hidrocarboneto inicial.
b) Alquilação
c) Halogenação
Os alcinos terminais sofrem uma reacção de acoplamento (dimerização) quando tratados com sais de
cobre e aminas.
105
Ex.
(b)
106
Descoloração duma solução aquosa diluída, neutra, de permanganato de Potássio, a frio (teste de
Baeyer). Teste igualmente positivo no caso de alcinos e aldeídos.
p.ex.
Os alcinos ácidos reagem com certos iões de metais pesados, principalmente Ag+ e Cu+,
e formam alcinetos insolúveis. A formação dum precipitado, ao juntar-se um Alcino a
uma solução alcoólica de AgNO3, por exemplo, constitui por consequência, indicação da
existência de Hidrogénio em ligação com carbono daligação tripla.
Pode utilizar-se estareacção para distinguir entre alcinos terminais (os que têm a ligação
tripla no fim da cadeia) e alcinos não terminais.
107
(os alcinetos de metais pesados têm tendência a explodir, quando se deixam secar. Devem,
por isso, destruir-se, quando ainda húmidos; para tanto, tratá-los com ácido nítrico, a
quente. O ácido mineral forte regenera o ácido fraco, o alcino).
HIDROCARBONETOS ALICÍCLICOS
Cicloalcanos: saturados
Ex. cicloalcanos:
Cicloalcenos:
108
Nomenclatura: cfr. Introdução e conceitos de Química Orgânica
Obtenção industrial
109
Preparação:
-reação de um derivado dihalogenado nos dois extremos da cadeia com o sódio ou zinco:
Propriedades químicas
110
Os cicloalcanos e ciclenos com 5 ou mais átomos de Carbono apresentam propriedades
semelhantes ou dos alcanos ou alcenos respectivamente.
Os anéis com 3 ou 4 átomos de carbono (ciclopropano, ciclobutano) manifestam características
particulares: comportam-se como se fossem moleculas insaturadas (sofrem reacções de adição
por abertura do anel). Há semelhança entre anéis pequenos e a dupla ligação etilénica.
1. Hidrogenação:
2. Reagentes electrófilos:
111
TEORIA DAS TENSÕES DE BAEYER
Raciocíno de Baeyer: de modo geral, quando o átomo de C se encontra ligado a 4
átomos, o ângulo entre duas ligações quaisquer tem o valor do ângulo tetraédrico, ou
seja 109.50.
No ciclo propano, o ângulo é de 600, já que é um triângulo equilátero e no ciclobutano é
de 900, já que este é um quadrado.
Nos dois compostos em cada átomo de C, um dos ângulos de ligação encontra-se
comprimido para 600 ou para 900 em virtude da geometria do anel, não apresentado o
valor do ângulo tetraédrico.
Estes desvios de alguns ângulos de ligação do valor “normal” tetraédrico, provocam
nestas moléculas certa tensão, e daí resulta serem elas instáveis em comparação com as
moléculas em que os ângulos de ligação são tetraédricos.
Ciclopropano e ciclobutano entram facilmente em reacções de abertura de anel,
dissipando a tensão e produzindo compostos mais estáveis de cadeia aberta.
A deformação angular no ciclopropano (109.50 -600=49.50) > a do ciclobutano (109.50-
900=19.50). ciclopropano mais instável e maior tendência a reagir com a abertura do
anel do que o ciclobutano.
O ciclopentano, não deve apresentar praticamente distorção angular porque o ângulo
do pentagono regular (1080) é próximo de 109.50.
O ciclohexano: os ângulos de hexágono regular (1200) são ligeiramente superiores do
ângulo tetraédrico: isto levou Baeyer a indicar erradamente, que deveria existir certa
tensão no ciclohexano. Como o desvio angular relativamente a 109.50 se tornaria
progressivamente mais elevado na passagem sucessiva ao cicloheptano, ciclo octano,
etc.Baeyer opiniou ainda- erradamente também, que a tensão nestas moléculas deveria
ser cada vez maior.
Quer dizer, segundo Baeyer, os anéis mais pequenos ou maiores do que o do
ciclopentano ou do ciclohexano seriam instáveis; era por causa desta instabilidade que
se encontra grande dificuldade em sintetizar os anéis maiores. os anéis de 3 e 4 átomos
reagem com a abertura do anel.
Mas em que medida está a teoria das tensões de Baeyer de acordo com os factos?
112
Define-se o calor de combustão dum composto como a quantidade de calor que se
liberta quando se transforma uma mole desse composto, por combustão em CO2 e H2O.
Assim, os calores de combustão podem frequentemente fornecer valiosa informação
acerca das estabilidades relativas dos compostos orgânicos.
Ex. nos alcanos de cadeia aberta, cada grupo metileno-CH2- contribui muito
aproximadamente, com 659Kj/mol para o calor de combustão:
Cadeia aberta=659
CONFORMAÇÕES DO CICLOHEXANO
113
A conformação em ‘cadeira’ é a mais estável (mais de 99% das moléculas a temperatura
ambiente).
A conformação em bote do ciclohexano se forma quando uma extremidade da forma em
cadeira sobe (ou desce). Este movimento envolve somente rotações em torno de ligações
simples C-C.
114
CICLOHEXANOS SUBSTITUIDOS:
Em geral, a interação repulsiva é menor quando os grupos são equatoriais do que quando são
axiais.
Nos derivados do ciclohexano, com substituintes alquil mais pesados, a tensão provocada pelas
interações 1,3-diaxial é ainda mais pronunciada.
115
(predominante, na proporção de 99.99%)
116
CONFORMAÇÕES DOS DIMETILCICLOHEXANOS:
117
Composto Isómero-cis Isómero-trans
1,2-dimetil a,e ou e,a e,e ou a,a
1,3-dimetil e,e ou a,a a,e ou e,a
1,4-dimetil a,e ou e,a e,e ou a,a
118
Os átomos de carbono 1 e 6 são átomos de carbono cabeças de ponte.
119
A extensão da estrutura numa rede tridimensional origina a estrutura do diamante. A grande
dureza do diamante é uma consequência de o cristal de diamante ser, na realidade, uma
molécula muito grande- uma molécula que se mantém íntegra pela acção de milhões de fortes
ligações covalentes.
IMPORTÂNCIA
Na natureza existem principalmente os compostos cíclicos com anéis de cinco e seis carbonos
que são os mais estáveis: ocorrem nos petróleos de base nafténica e em essências de plantas e
vegetais (cfr. terpenos).
O ciclohexano é usado como solvente para tintas e vernizes, na extracção de óleos essenciais
dos vegetais e principalmente na produção de ácido adípico e da Hexametilenodiamina que são
matérias-primas na fabricação do naílon.
120
a) Heptano porque no total contém 7 átomos de carbono
b) Biciclo porque contém dois anéis, ou seja, é necessário quebrar duas ligações carbono-
carbono para converter num composto de cadeia aberta.
c) [2.2.1] porque o número de carbonos entre as testas de ponte (carbonos comuns aos dois
anéis) é dois (C2 e C3), dois (C5 e C6) e um (C7).
HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS
121
Série benzénica: hidrocarbonetos com anel benzénico, o mais simples é o benzeno:
122
Anéis ligados directammente através de dois vértices
Ex.
123
Radical arilo: Ar, supressão dum H do anel aromático:
Ex.
Tolueno:
Radical arilo
Radical alquilo
Ex.
124
ALQUILBENZENOS
125
Na designação de muitos derivados do benzeno: o nome do grupo substituinte + palavra
benzeno.
126
Outros têm nomes especiais:
Estrutura do benzeno:
Em 1865, Kekulé:
Estrutura com 3 ligações duplas fixas mas esta estrutura não explica a razão de o benzeno não
dar reacções de adição como os alcenos.
127
Híbrido de ressonância
Daí a reactividade do anel aromático, por Ex. reage dando substituições de preferência as
reacções de adição (como é o caso dos alcenos).
O conjunto das propriedades essenciais do ciclo benzénico: grande estabilidade, tendência mais
acentuada para as reacções de substituição do que para as reacções de adição constitui o “ carácter
aromático” ou aromaticidade.
Este caráter é presente também em toda a estrutura cíclica insaturada conjugada com o número total
de electrões deslocalisados igual a 4n+2 (n=0,1,2,3,….) regra de Huckel.
128
Propriedades físicas
Propriedades Químicas:
Mecanismo geral:
129
Complexo σ = híbrido de ressonância
a) Halogenação
Mecanismo:
130
b) Nitração
Mecanismo:
131
c) Sulfonação
Ác. Benzenossulfónico
Mecanismo:
Etilbenzeno
132
Mecanismo:
Catião etilo
Ião acilo
133
Halogenação da cadeia lateral:
Mecanismo radicalar
Alílico, Benzílico > terc. > sec. > prim.> CH4, Vinílico.
134
Facilidade de formação de radicais:
Alílico, Benzílico > terc. > sec. > prim.> CH3, Vinilo.
Estabilidade de radicais:
Alílico, Benzílico > terc. > sec. > prim.> CH3, Vinilo.
135
Seja um anel benzénico já substituído:
A orientação da substituição depende do substituinte já existente no anel e não da natureza do
substituinte que se introduz.
136
ATENÇÃO: a ordem é muito importante.
Reacções de oxidação
137
Como quaisquer hidrocarbonetos, os benzénicos também quemam facilmente dando
combustões totais (CO2 + H2O), ou parciais (CO + H2O ou C + H2O), à medida que o
oxigénio diminui.
Dada a alta percentagem de carbono, é comum a combustão parcial:
Isto faz com que a queima dos hidrocarbonetos benzénicos produza chama luminosa e
fuliginosa (a fuligem é formada de partículas de carbono).
Por exemplo:
138
Industrialmente, os hidrocarbonetos aromáticos são obtidos a partir da hulha e
petróleo.
139
Activantes: directores orto-para
ISOMERIA OU ISOMERISMO
140
Os isómeros são compostos diferentes que tem a mesma fórmula molecular.
Ela divide-se em:
1. Isomeria plana: estes que são os isómeros estruturais ou seja, quando pode ser
explicada por fórmulas estruturais planas.
2. Estereoisomeria ou isomeria espacial: quando só pode ser explicada por fórmulas
estruturais espaciais.
Isomeria plana
É aquela onde os isómeros apresentam fórmulas planas diferentes, os casos mais comuns de
isomeria plana são:
Isomeria de cadeia (ou de núcleo)
Isomeria de posição
Isomeria de compensação ou metameria
Isomeria de função ou funcional
Tautomeria
Ex2.
Pent-1-eno
ciclopentano
metil-ciclobutano
b) Isomeria de posição: ocorre quando os isómeros tem a mesma cadeia carbónica mas
diferem pela posição de radicais ou de ligações duplas ou triplas.
Ex1.
141
Propan-1-ol propan-2-ol
Ex2.
But-1-eno But-2-eno
Ex2.
Metil-propilamina dietilamina
Álcoois e éteres:
Ex.
142
Álcool benzílico metoxibenzeno o-metilfenol
Aldeídos e cetonas:
143
Aldeído e enol
Cetona e enol
Ex1. Equilíbrio aldo-enólico:
Etanal etenol
Propanona propen-2-ol
144
Ex.
Os compostos cíclicos apresentam um anel ou núcleo que é um polígono planoou reverso. Conforme as
ramificações (ou os substituintes) estejam acima ou abaixo desse polígono podem surgir casos de
isomeria cis-trans.
No isómero Trans: os dois átomos de cloro estão de lados opostos do plano que divide a molécula ao
meio.
145
Isomeria óptica
Luz polarizada
Quiralidade
Substancias opticamente activas
Poder rotatório específico
Carbono assimétrico
Enantiômeros
Diastereómeros
ISÓMEROS ÓPTICOS:
São compostos que parecem ter estrutura e propriedades físicas idênticas, tais como ponto
de fusão e solubilidade mas estes pares de compostos são diferenciados apenas pelo facto de
em solução, eles desviarem o plano da luz polarizada de um mesmo ângulo, embora em
sentidos opostos.
Enantiómeros e Diastereómeros.
o Os enantiômeros são estereoisómeros que são imagens (especulares um do outro ) um
do outro num espelho plano.
o Os diastereómeros são estereoisómeros que não são imagens um do outro num
espelho plano (que não são imagens especulares um do outro).
ESTEREOQUÍMICA
É a parte da química que trata das estruturas tridimensionais das moléculas (arranjo
dos átomos no espaço).
146
Estereoisomeria: é um aspecto da estereoquímica.
Propan-2-ol
Sobreponíveis: não há enantiômeros, moléculas são aquirais.
147
2-metilbutan-1-ol ácido láctico
Muitas mas não todas as moléculas que possuem centros quirais são quirais.
Há moléculas que contém centros quirais e, no entanto são aquirais. Ex. compostos mesógiros.
Há moléculas quirais que não tem nenhum centro quiral. Ex. alenos, espiranos, bifenilos opticamente
activos.
148
Actividade óptica – rotação específica
Toda a molécula quiral possui a particularidade de ser opticamente activa ou ainda dotada de poder
rotatório que quando atravessada por um feixe de luz polarizada plana,provoca uma rotação do plano
de polarização desta luz.
Se a rotação do plano de polarização for para a direita, (ou seja no sentido do movimento dos ponteiros
do relógio, a substância diz-se dextrógira) (do lactim: dexter=direita).Rotação: d ou (+);
se a rotação for para a esquerda ou seja no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do
relógio, a substância designa-se levogira (do lactim: laevus=esquerda) (simbolo: l ou (-)).
(+)-2-metil-butan-1-ol
(-)-2-metil-butan-1-ol
(±)-2-metil-butan-1-ol
A rotação específica é uma propriedade tão característica do composto, como o ponto de fusão, p.eb, a
densidade ou índice de refração.
[α]D25=+3.12o
Onde:
149
Actividade óptica: luz polarizada em plano
Fig. 01
(a) Luz ordinária
(b) Luz polarizada em plano. Direcção de propagação da luz é perpendicular ao plano da página;
projecção das vibrações no plano da página.
Na luz ordinária, as vibrações produzem-se em todos os planos.
A fig. 01, representa esquematicamente a projecção das vibrações- todas elas perpendiculares à
direcção de propagação sobre um plano perpendicular à linha definida pelo observador e pela fonte
luminosa.
Na luz polarizada em plano, ou planipolarizada, as vibrações produzem-se apenas num destes possíveis
planos.
A luz ordinária converte-se em luz planipolarida ao passar através de uma lente de um material
designado polaroide ou, mais classicamente, através de dois blocos de calcite (CaCO3 em determinada
forma cristalina), dispostos de certa maneira, a que se dá a designação de prisma de Nicol.
A substância opticamente activa é toda aquela que produz rotação do plano da luz polarizada.
Ao emergir da substância opticamente activa, a luz polarizada apresenta plano de vibração diferente do
que tinha ao incidir nela.
Os enantiômeros de uma substancia quiral tem propriedades físicas idênticas, excepto o sentido da
rotação do plano de polarização da luz polarizada. (a rotação específica).
Tem propriedades químicas idênticas, excepto quando reagem com outros compostos opticamente
activos.
150
Polarímetro: aparelho (dispositivo) usado para se medir o efeito de luz plano polarizada.
Ex1. CH3CHClCHClCH2CH3
151
Número de estereoisómeros = 2n (n = número de C. quirais).
22 = 4 estereoisómeros.
Os estereoisómeros que não são imagens um do outro num espelho plano chamam-se
diastereómeros.
Ex2. CH3CHClCHClCH3
O composto mesógiro é aquele cujas moléculas , não obstante possuírem centros quirais, são
sobreponíveis às respectivas imagens num espelho plano.
Os distereómeros tem propriedades químicas semelhantes (e mesma família), mas não idênticas.
152
I e II sao enantiómeros
153
DESIGNAÇÃO DA CONFIGURAÇÃO R e S
Se, observando esta face e procedendo do primeiro grupo para o segundo e deste para o
terceiro na sequência, a vista se desloca no sentido do movimento dos ponteiros do
relógio, a configuração diz-se R (latim: rectus= direito) e no sentido contrário ao do
movimento dos ponteiros dum relógio, a configuração denomina-se S ( latim: sinister =
esquerdo).
154
REGRAS DE PRECEDÊNCIA
(2) Se a ordem de precedência entre dois grupos não poder decidir pela regra (1), será
determinada por uma comparação semelhante dos átomos seguintes nos grupos ( e
assim sucessivamente caminhando do centro quiral para fora). Isto é, se dois átomos
ligados ao centro quiral forem iguais, comparamos cada um dos átomos ligados a
estes primeiros átomos.
Ex. no cloreto de sec. butilo em que dois dos átomos ligados ao centro quiral são átomos
de C:
155
No 3-cloro-2-metilpentano:
No 1,2-dicloro-3-metilbutano
Este sistema foi desenvolvido pelos químicos Robert S. Cahn, Christopher Ingold e Vladimir
Prelog em um artigo chave onde estabeleceram as normas de CIP e que foi publicado em 1966.
Regras de prioridade
As prioridades dos grupos unidos a um átomo se estabelecem seguindo regras de prioridade (ou
regras de sequência):
156
A prioridade se estabelece segundo o número atómico do átomo substituinte. Um átomo tem
prioridade sobre outros de número atômico menor. Assim, o hidrogénio é o que tem uma
prioridade mais baixa. Em caso de isótopos, o de maior massa atómica tem prioridade.
Se entre dois ou mais substituintes existe coincidência no número atômico do átomo unido
diretamente à posição cuja configuração se quer estabelecer, se avança ao longo da cadeia de
cada substituinte até que se possa atribuir uma ordem de prioridades.
Por exemplo, a prioridade do grupo metilo (-CH3) é menor que a do grupo etilo (-CH2CH3), já
que o metilo só tem átomos de hidrogênio unidos ao primeiro carbono enquanto que o etilo tem
um átomo de carbono com um número atômico maior e portanto com uma prioridade mais alta.
H H H
| | |
-C-H < -C-C-H
| | |
H H H
H CH3
| |
-C-OH > -C-CH3
| |
H H
O etilo (-CH2CH3) tem menor prioridade que o isopropilo (-CH(CH3)2), já que este último tem
um átomo de carbono a mais unido ao primeiro, desfazendo o empate inicial entre átomos de
carbono já que o segundo átomo de carbono do isopropilo tem um número atômico mais elevado
que o seguinte átomo do etilo que é um hidrogênio. Isto é, o maior número de substituintes de
máxima prioridade (com maior número atômico) decide favor do isopropilo. Do mesmo modo, o
2-metilpropilo (-CH2CH(CH3)2) é de maior prioridade que o propilo (-CH2CH2CH3).
H CH3 H CH3 H H
| | | | | |
-C-CH3 < -C-CH3 - C-C-CH3 > -C-C-CH3
| | | | | |
H H H H H H
157
H CH3
| |
-C-CH2OH < -C-CH3
| |
H H
Se adiciona R ou S entre parênteses como prefixo do nome da molécula orgânica. Em caso de ser
mais de um o centro estereogênico, separados por vírgula se indica o descritor R ou S de cada
um, precedido do número ou localizador que identifica sua posição.
Identificação da configuração R ou S
158
relógio, a configuração é R (do latím rectus, direito). Se é à esquerda, no sentido contrário aos
ponteiros do relógio, a configuração é S (do latím sinister, esquerdo).
(1R,2S)-1-fenil-2-metilamino-1-propanol.
Ácido (S)-2-aminopropanóico.
159