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Como Podemos Compreender a Neuropsicologia?
Djalma Freitas
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a pessoa a procedimentos terapêuticos e observar o que acontecia com ela ao
longo da evolução do quadro. Pomme, com procedimentos terapêuticos, traz
para o campo do visível, daquilo que é passível de observação, a patologia,
fazendo isto através de uma linguagem que, para os tempos atuais, não seriam
aceitas com facilidades, uma vez que, a uniformidade de sua fala, perante a
outras pessoas que venham a tratar a patologia em questão, é questionável.
Temos que concordar que nem todos concordarão que as membranas
excretadas pela urina se parecem com pergaminhos molhados. Numa direção,
a qual diríamos ser próxima e diferentemente válida a de Pomme, Bayle traz ao
campo do visível/observável, através do uso de uma linguagem próxima ao que
chamamos de científica, a patologia. Sua descrição parece ser mais precisa e
capaz de acessar mais de uma pessoa da mesma forma. Ou seja, é mais
provável que dois médicos ou profissionais envolvidos acessem no campo do
visível “[...] vestígios de vasos sanguíneos entrecruzados [...]” do que “[...]
porções membranosas semelhantes a pedaços de pergaminho molhado se
desprenderem [...]”. Em segundo lugar, devemos concordar que, mesmo
considerando a distância temporal entre Pomme e Bayle, bem como, ao que
fazemos atualmente, ambos buscam algo muito próximo que é trazer para o
campo do visível, observável e compartilhável a enfermidade demonstrando um
rico transitar entre o tipo de linguagem e o quão acurado ou preciso é o acesso
que podemos ter sobre aquilo que não podemos acessar diretamente com os
nossos recursos sensoriais sozinhos.
Na evolução da investigação de patologias, ao longo dos séculos e anos,
duas coisas sempre estiveram em questão, ou pelo menos infere-se que
estivessem ou estão em questão: A nossa capacidade de ter acesso àquilo que
a pele esconde e a relação disso com o que podemos observar com nossos
órgãos dos sentidos. No campo da avaliação neuropsicológica não foi e não tem
sido diferente. A busca sempre é a relação entre o visível e o invisível.
É na intersecção entre o visível e o invisível que nossos exames de
sangue, exames de imagens, nossos testes psicológicos, nossos instrumentos
multidisciplinares, nossos inventários etc., se encontram na tentativa de trazer
para o campo do visível, observável e compartilhável aquilo que reside por de
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baixo da pele e que se manifesta comportamentalmente. É neste sentido que a
neuropsicologia transita.
As definições que Mäder-Joaquim (2010) – abaixo – traz acerca da
Neuropsicologia descrevem, de modo atual, o que precisamos compreender
acerca deste campo de conhecimento e atuação.
A Neuropsicologia preocupa-se com a complexa organização cerebral e
suas relações com o comportamento e a cognição, tanto em quadros de
doenças como no desenvolvimento normal [...] (p. 47) [...] a Neuropsicologia
Clinica está mais voltada para o desenvolvimento de técnicas de exame e
diagnóstico de alterações, enfocando principalmente as doenças que afetam o
comportamento e a cognição (p. 47) [...] A Avaliação Neuropsicológica
consiste no método de investigar as funções cognitivas e o comportamento.
Trata-se da aplicação de técnicas de entrevistas, exames quantitativos e
qualitativos das funções que compõem a cognição abrangendo processos de
atenção, percepção, memória, linguagem e raciocínio. (p. 47, grifos nossos).
Importante perceber que, embora estejamos falando da relação que se
estabelece entre aquilo que acontece dentro do cérebro humano com o
comportamento observável, a neuropsicologia em sua pluralidade de definições
vai ser compreendida, tal como Hazin, Fernandes, Gomes e Garcia (2018)
destacam, a partir de seus focos, atuações, objetivos e aplicações. Isto é, mesmo
que integrados e congruentes, é modo de aplicação do domínio neuropsicológico
que vai determinar sua definição dentro deste contexto de relação
cérebro(corpo)-comportamento. Ou seja, como Mäder-Joaquim (2010, p. 47)
destaca que a Neuropsicologia se preocupa com as relações entre cognição e
comportamento. Entretanto, clinicamente falando, o foco da Neuropsicologia
reside na criação e exame de instrumentos que nos permitem identificar
patologias possíveis e que podem trazer implicações sobre esta relação
(cognição e comportamento). Já em nível de avaliação a preocupação da
neuropsicologia enquanto avaliação está na investigação das funções
cognitivas, ou seja, aqui buscasse a compreensão da cognição em termos de
funções que se relacionam com o comportamento da pessoa.
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Para Hazin et al (2018),
Referências Bibliográficas
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FOUCAULT, M. O Nascimento da Clínica, Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001.
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