Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ABSTRACT: Based upon the experience of “sensible certitude” in the first chapter of the Pheno-
menology of Spirit, we aim to demonstrate the critique of all kind of immediateness in Hegel’s
thought, what permit us to focus the relevance of negativity in his work. We also intend to
understand what means the dialectical unity, that is, the identity of identity and difference,
showing the platonic heritage of Hegel.
Introdução
27
Sobre a (in)certeza sensível em Hegel
razão, pois o infinito está no finito, não sendo a Verdade algo a ser alcançado
no final do percurso, mas sim o próprio movimento do saber.
2. Leo Strauss sintetiza bem essa compreensão da atividade filosófica, cuja origem remonta à
Grécia antiga: “Philosophy is essentially not possession of the truth, but quest for the truth. The
distinctive trait of the philosopher is that ‘he knows that he knows nothing’, and that his insight
into our ignorance concerning the most important things induces him to strive with all his power
for knowledge” (STRAUSS, 1988, 11).
28
Ana Paula Repolês Torres
3. Protágoras afirmava que “el hombre es la medida de todas las cosas; de las que son como
medida de su ser y de las que no son como medida de su no-ser”(PLATON, 1973, 52).
4. “Dizer que a opinião é sempre verdadeira significa dizer que o que importa é que aquilo que
aparece é experimentado de tal ou tal modo, suspendendo a possibilidade de dizer a verdade
compreendida como ‘dizer o ser’” (MARQUES, 2006, 120).
29
Sobre a (in)certeza sensível em Hegel
5. Sobre o tema, interessantes são as seguintes palavras de Giorgio Agamben:“A cisão aristoté-
lica da ousia (que, como essência primeira, coincide com o pronome e com o plano de ostensão
e, como essência segunda, com o nome comum e com a significação) constitui o núcleo orig-
inário de uma fratura, no plano da linguagem, entre mostrar e dizer, indicação e significação,
que atravessa toda a história da metafísica e sem a qual o próprio problema ontológico perman-
ece informulável” (AGAMBEN, 2006, 34).
30
Ana Paula Repolês Torres
6. “Hegel sabe, pois, que sempre dizemos demais ou de menos: em suma, algo diferente em
relação ao que queríamos dizer; é essa discordância que constitui a mola do movimento dialé-
tico, é ela que subverte toda proposição”(ZIZEK, 1991, 23).
31
Sobre a (in)certeza sensível em Hegel
Para finalizar, diríamos, com Platão, que o Ser não pode ser alcan-
çado pelo logos, que discurso é imagem, “é algo de outro e semelhante
àquilo de que é imagem” (MARQUES, 2006, p. 325), dessa forma, a certeza
sensível se desdiz ao passar para o âmbito da linguagem, ou seja, ao falar
REVISTA ESTUDOS HEGELIANOS, Ano 6, Nº 9, JUN-2009
Considerações finais
32
Ana Paula Repolês Torres
Referências bibliográficas
PLATÃO. Sofista. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Coleção “Os Pensado-
res”)
VAZ, Pe. Henrique C. de Lima. “A dialética das Idéias no Sofista”. In: Onto-
logia e História. São Paulo: Loyola, 2001. P. 13-55.
33
Sobre a (in)certeza sensível em Hegel
ZIZEK, Slavoj. O mais sublime dos histéricos. Hegel com Lacan. Rio de Ja-
neiro: Jorge Zahar Editor, 1991.
REVISTA ESTUDOS HEGELIANOS, Ano 6, Nº 9, JUN-2009
34