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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA


DISCIPLINA: PROFILAXIA EM CULTIVOS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS

Profilaxia: definição e medidas

Profª Suzianny Cabral


Plano de ação

1) Definição de profilaxia e seus objetivos;

2) Conceito de prevenção, controle e erradicação;

3) Principais medidas de prevenção, controle e erradicação;

4) Principais métodos físicos e químicos de controle microbiano usados nas


unidades de produção aquícola.
Definição de profilaxia e seus objetivos
O que é profilaxia??

Etimologia: Do grego: prophýlaxis = “cautela”

Definições:

1. “gestão preventiva da doença em indivíduos e populações”


(PORTA, 2014)

2. “conjunto de atividades e emprego de meios, no sentido de


proteger uma população da ocorrência ou da evolução de um
fenômeno adverso à saúde da população, procurando reduzir ou
eliminar o problema”
(GUERREIRO et al., 1984)
O que é profilaxia??

Etimologia: Do grego: prophýlaxis = “cautela”

Definições:

1. “gestão preventiva da doença em indivíduos e populações”


(PORTA, 2014)

2. “conjunto de atividades e emprego de meios, no sentido de


proteger uma população da ocorrência ou da evolução de um
fenômeno adverso à saúde da população, procurando reduzir ou
eliminar o problema”
(GUERREIRO et al., 1984)
Conceito de doença aplicado à aquicultura:

➢ Segundo Snieszko (1973) o termo “doença” aplicado à aqüicultura é

o resultado final de uma interação entre um estímulo nocivo

(Ambiente) e um sistema biológico (Patógeno / Hospedeiro).


Virulência;
Dose infectante; Idade;
etc Estado nutricional;
Genética; etc

+
Temperatura; pH;
Qualidade da água;
etc

DESEQUILÍBRIO =
EQUILÍBRIO =
DOENÇA
SAÚDE
(Adaptado de Guerreiro et al., 1984)
Os principais objetivos da profilaxia são:

1. Impedir a entrada de agentes infecciosos em áreas livres desta


doença  Prevenção

2. Garantir o “status” das áreas livres de patógenos  Prevenção

3. Reduzir o número de casos da doença e as oportunidades de sua


transmissão  Controle;

4. Eliminar totalmente o agente infeccioso em determinada área


populacional  Erradicação.

PREVENÇÃO, CONTROLE E ERRADICAÇÃO


(GUERREIRO et al., 1984; OPAS/OMS, 2010)
Conceitos de prevenção, controle e erradicação:

1. Prevenção:
“conjunto de medidas tomadas para prevenir a ocorrência (a entrada) de
doenças (agentes infecciosos) não existentes na área/população”

2. Controle:
“conjunto de medidas tomadas para reduzir a ocorrência de doenças (agentes
infecciosos) já instaladas na área/população”

2. Erradicação:
“conjunto de medidas tomadas para eliminar a ocorrência de doenças
(agentes infecciosos) existentes na área/população e manter as condições que
impeçam o seu retorno”
(GUERREIRO et al., 1984; OPAS/OMS, 2010)
Principais medidas de prevenção:

1. Quarentena;

2. Imunização maciça;

3. Saneamento do meio ambiente;

4. Quimioprofilaxia;

5. Diagnóstico precoce e sacrifício;

6. Vigilância sanitária;

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984; OPAS/OMS, 2010)


Principais medidas de prevenção:

1. Quarentena:
“tempo durante o qual os animais deverão ficar isolados em local específico
(quarentenário) para a observação de manifestação de quaisquer sinais de
uma possível doença (para animais, só sinais)”

❑ Recomenda-se sua aplicação após a compra ou importação de animais;

❑ No geral, nunca recomenda-se um período inferior a 30 dias;

❑ A liberação dos animais aquáticos do quarentenário deve ser conduzida

por meio de serviço veterinário oficial.

Dependendo da etiologia da doença, caso haja manifestação de sinais, o


lote deverá ser destruído via incineração.
(MPA, 2009; PAVANELLI et al., 2008)
Principais medidas de prevenção:

❑ Principais recomendações para a construção e o funcionamento de um

quarentenário:

✓ Utilização de área isolada de outra unidade produtiva aquícola;

✓ Proibição da entrada de outros animais vivos e pessoas não autorizadas;

✓ Tratamento de toda água usada no sistema antes de seu respectivo descarte;

✓ Sistema de abastecimento independente;

✓ Separação e desinfecção dos equipamentos e utensílios usados na unidade;

✓ Construção de pedilúvio e seu uso obrigatório, etc.

(PAVANELLI et al., 2008)


(MAPA, 2021)
❑ No MAPA, estão cadastrados os seguintes quarentenários:
Principais medidas de prevenção:

2. Imunização maciça (Vacinação maciça ou Imunoprofilaxia):

❑ Visa a obtenção de elevado nível de imunidade de uma população através de

vacinas (preparação de antígeno oriunda de patógeno que estimula o sistema

imunológico e induz a um estado de resistência à doença - imunidade);

❑ A eficiência da imunização dependerá: do tipo de vacina; da via de

administração; da natureza do antígeno; da preparação da vacina; da idade ou

tamanho dos animais; do sistema de cultivo; da temperatura da água; da

qualidade de água; do uso ou não de adjuvantes; do uso de medicamentos; do

estado nutricional e imune e; genética.

(GUERREIRO et al., 1984; PILARSKI e FARIAS, 2014; FIGUEIREDO et al., 2009)


❑ Os principais tipos de preparação vacinal usados na aquicultura

são:

a. Vacinas inativadas;
Mais usadas
b. Vacinas vivas-atenuadas; comercialmente

c. Vacinas de DNA.

Na aquicultura, faz-se necessário o uso de adjuvantes nas


vacinas inativadas

#Adjuvante: são substâncias que protegem os antígenos da degradação rápida,


mantendo-o depositado no local da injeção, prolongando, assim, a apresentação destes
antígenos às células imunocompetentes do hospedeiro.

Ex: Hidróxido de alumínio, Adjuvante completo ou incompleto de Freund, etc.

(PILARSKI e FARIAS, 2014; FLORES, 2012; FIGUEIREDO e LEAL, 2008; FIGUEIREDO et al., 2009; TIZARD, 2014)
Principais medidas de prevenção:

a. Vacinas inativadas: produzidas a partir de células inativadas (mortas) dos

microrganismos pelo uso de substâncias químicas (formol) ou por métodos físicos

(calor);

✓ Mesmo inativado, os

microorganismos mantêm as

características antigênicas

originais;

(PILARSKI e FARIAS, 2014; FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

a. Vacinas inativadas:

✓ É o principal tipo de vacina utilizado para doenças bacterianas na aquicultura,

sendo chamadas de bacterinas;

✓ Têm sido utilizadas com sucesso no combate de Vibrio anguillarum, V.

ordalii, V. salmonicida, Yersinia ruckerii, Aeromonas salmonicida subsp.

salmonicida, A. hydrophila, Edwardsiella ictaluri, Streptococcus iniae e

Flavobacterium columnare em cultivo de salmonídeos e silurídeos.

(FIGUEIREDO e LEAL, 2008; FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

a. Vacinas inativadas:

✓ Em vírus, as vacinas inativadas têm sido aplicadas no combate dos:

➢ Vírus da Necrose Pancreática Infecciosa (IPNV) e da Doença Hemorrágica da

Carpa Capim (GCHDV) no cultivo de salmão do Atlântico e em carpas,

respectivamente;

(FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

b. Vacinas vivas-atenuadas: produzidas a partir de microrganismos

enfraquecidos (atenuados), mas não inativados, objetivando a produção de uma

infecção branda (sem sinais) que induza uma resposta imune.

✓ A atenuação é alcançada por

modificação genética ou

múltiplas passagens em

cultura que desabilitam a

virulência.

(PILARSKI e FARIAS, 2014; FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

b. Vacinas vivas-atenuadas:

✓ Apresentam menor custo de produção e não requer o uso de adjuvantes

devido à alta imunogenicidade;

✓ Comumente utilizada para o controle de doenças virais;

✓ Existem vacinas vivas-atenuadas licenciadas contra:

➢ Edwardsiella ictaluri: para uso em cultivos do Ictalurus punctatus

(catfish americano) nos EUA;

(PILARSKI e FARIAS, 2014; FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

c. Vacinas de DNA (ou imunização genética): Baseia-se na

administração do gene que codifica o antígeno vacinal ao invés da

incorporação do próprio antígeno;

➢ As células do hospedeiro vacinado irão expressar o antígeno e

desencadear a resposta imune;

➢ Não apresentam risco de reversão da virulência, já que apenas o gene do

agente patogênico está presente.


(PILARSKI e FARIAS, 2014; FIGUEIREDO et al., 2009)
Como são produzidas as vacinas de DNA?

1. Faz-se a junção de um gene específico, que codifica uma proteína ou outra molécula do
microrganismo (antígeno), com um fragmento de DNA não cromossomal de bactérias, chamado de
plasmídeo, que serve de veículo;
2. Injeta-se esta construção nos animais aquáticos, via injeção intramuscular;
3. As células musculares do peixes absorvem esse material e a partir daí começam a produzir o
antígeno no próprio corpo do animal, estimulando o sistema imune do peixe.

(TONHEIM et al., 2008;

FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

c. Vacinas de DNA:

✓ Como o animal passa a produzir o próprio antígeno no corpo, somente uma

dose é necessária por todo o seu ciclo de produção;

✓ Em condições laboratoriais, estas vacinas têm sido testadas contra

Edwardsiella tarda e os vírus da Necrose Hematopoiética Infecciosa (IHNV) e

da Septicemia Hemorrágica Viral (SHV);

(FIGUEIREDO et al., 2009)


Principais medidas de prevenção:

c. Vacinas de DNA:

✓ No Canadá, a empresa Novartis obteve pela primeira vez no mundo (2005)

o licenciamento para uso comercial deste tipo de vacina para o combate do vírus da

Necrose Hematopoiética Infecciosa (IHNV) no salmão cultivado;

✓ Essa vacina é usada até o momento no Canadá, mas aguarda licenciamento

nos EUA, Comunidade Européia e Noruega.

(FIGUEIREDO et al., 2009)


Vacinas disponíveis para a aquicultura brasileira:

➢ No Brasil há uma única vacina licenciada para uso

http://aqua.merck-animal-health.com/products/aquavac-strep-sa/overview.aspx
comercial em peixes cultivados (BRASIL, 2011);

➢ A vacina AquaVac® Strep Sa (MSD) é uma vacina


inativada indicada para a imunização ativa de tilápias
(Oreochromis niloticus) contra a estreptococose causada por
Streptococcus agalactiae.
Novas vacinas disponíveis para a aquicultura brasileira:
Principais medidas de prevenção:

❑ Em relação as vias de administração, as principais usadas na aquicultura são:

1. Injetável (intraperitoneal e intramuscular): antígeno absorvido pelo músculo;

2. Oral (via alimento encapsulado): antígeno absorvido pelo intestino grosso;

3. Imersão (Banho ou spray): antígeno absorvido pela mucosa;

➢ Infiltração hiperosmótica (Banho): utiliza-se de diferenças osmóticas

para promover a absorção do antígeno pela mucosa (imersão em cloreto

de sódio ou uréia);

4. Pulverização: antígeno absorvido pelas brânquias.

(PAVANELLI et al., 2008; FIGUEIREDO et al., 2009)


(FIGUEIREDO et al., 2009)
Principais medidas de prevenção:

3. Saneamento do meio ambiente: Todos os procedimentos

destinados a higienização do meio.

As principais são:

✓ Tratamento da água;

✓ Destino adequado dos dejetos dos animais (excreções e restos de

carcaça) e do lixo;

✓ Higiene/desinfecção de instalações e equipamentos;

✓ Controle de vetores, e instalações adequadas; etc.

Quaisquer medidas voltadas à obtenção de um ambiente saneado.

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de prevenção:

4. Quimioprofilaxia: Aplicação de substâncias químicas para a

prevenção de doenças.

As principais são:

✓ Aplicação de cloro na água;

✓ Uso de imunoestimulantes (β-glicanos; bacterinas, etc);

✓ Suplementação alimentar (aminoácidos sintéticos, astaxantina, etc)

(CYRINO et al., 2010).

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de prevenção:

5. Diagnóstico precoce: diagnóstico laboratorial de animais

assintomáticos (fase inicial da infecção) para a prevenção de

doenças transmissíveis.

As principais formas são:

✓ Monitoramento da produção como rotina (produtor);

✓ Levantamentos epidemiológicos (autoridades sanitárias);

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de prevenção:

6. Vigilância sanitária: medidas efetuadas em fronteiras, feiras e

exposições pelas autoridades sanitárias para prevenir a entrada

de patógenos, com a exigência de atestados de sanidade animal.

✓ O transito de animais aquáticos só é permitido através do

Guia de Trânsito Animal (GTA) acompanhado de atestado

sanitário.

(MPA, 2009; DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de controle:

1. Desinfecção;

2. Isolamento;

3. Interdição;

4. Notificação;

5. Destruição de cadáveres.

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de controle:

1. Desinfecção: consiste na destruição dos agentes infecciosos do

meio através da aplicação de meios físicos e químicos.

✓ Em relação aos produtos químicos devem ser considerados antes

da sua aplicação: o seu poder desinfetante; seus possíveis efeitos

prejudiciais ao ambiente; seu custo; sua facilidade de manejo e; seu

grau de inocuidade para a saúde humana e animal;

✓ A aplicação de produtos químicos para fins de desinfecção é a

prática mais comum e efetiva em defesa sanitária animal.

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de controle:

2. Isolamento: significa manter os animais doentes fora do convívio

de populações susceptíveis.

✓ Considerada como uma das medidas de controle mais eficientes

no impedimento da transmissão;

✓ Esta segregação deve ser realizada em local adequado durante

todo o período de transmissibilidade da doença.

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de controle:

3. Interdição: quando se determina não somente o isolamento dos

doentes, mas se proíbe a saída de animais e seus produtos,

visando a proteção de áreas vizinhas.

✓ Quando aplicada por longos períodos pode resultar em prejuízos

econômicos consideráveis;

✓ É conhecida também como cordão sanitário.

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de controle:

4. Notificação: a suspeita ou a ocorrência de determinadas

doenças exigem a notificação obrigatória aos órgãos oficiais locais

(serviço veterinário oficial).

✓ A lista de doenças de notificação obrigatória é definida pela

Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e repassada aos

governos para cumprimento;

✓ Os governos locais também podem apresentar suas próprias

listas, desde que não firam as internacionais.

(MPA, 2009; DOMINGUES, 2000)


Principais medidas de controle:

5. Destruição de cadáveres: por atuarem como uma fonte de

infecção, os animais mortos devem ser destruídos de forma a

garantir a não propagação de doenças.

A eliminação de animais mortos pode ser realizada pelo:

✓ Enterramento, incineração, compostagem ou utilização de

fossa séptica.

(DOMINGUES, 2000; GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de erradicação:

1. Diagnóstico e sacrifício;

2. Eliminação de vetores;

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de erradicação:

1. Diagnóstico e sacrifício: após a realização de testes

diagnósticos, casos seja encontrada alguma amostra positiva,

deve-se proceder com a destruição por sacrifício de todos

estes animais testados.

✓ Este procedimento elimina a fonte de infecção.

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais medidas de erradicação:

2. Eliminação de vetores: destinado às doenças infecciosas

transmitidas por vetores.

✓ As principais medidas para a eliminação de vetores são:

a. Instalação de telas na tomada de água do canal de

abastecimento e na superfície dos viveiros;

b. Triagem de alimento vivo e biomassa;

c. Tratamento da água;

d. Aquisição de animais ou material biológico (esperma)

oriundos de áreas livres ou certificadas; etc

(GUERREIRO et al., 1984)


Principais métodos físicos e químicos de controle
microbiano usados nas unidades de produção
aquícola
Principais métodos físicos de controle microbiano usados
nas unidades de produção aquícola:

❑ Os principais métodos físicos de controle microbiano são:

a. Calor;

b. Filtração;

c. Radiação.

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012; TORTORA et al., 2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

a. Calor: mata os microorganismos pela desnaturação de suas

enzimas devido a mudanças na sua forma tridimensional.

✓ A esterilização pode ocorrer por:

➢ Calor úmido (presença de água) ;

➢ Calor seco (ausência de água);

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012; TORTORA et al., 2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Calor úmido:

Os dois principais métodos de esterilização por calor úmido são:

❖ Fervura ou passagem de vapor ou “vapor fluente”;

❖ Autoclave.

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

Fonte: google images

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Calor seco:

✓ Os dois principais métodos de esterilização por calor seco são:

❖ Chama direta;

❖ Incineração;

❖ Esterilização por calor seco.

Outros métodos de calor seco usados na aquicultura são a exposição à luz e a


secagem (dessecação), entretanto, estes não são eficazes na redução de
patógenos.
(YANONG e ERLACHER-REID, 2012; TORTORA et al., 2012)
Principais métodos físicos de controle microbiano:

Fonte: google images TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

b. Filtração: é a passagem de um líquido ou gás por meio de uma tela

ou membrana com tamanho de poros capaz de reter

microorganismo.

✓ A filtração é usada em materiais sensíveis ao calor.

Ex: meios de cultura, enzimas, vacinas e soluções

antibióticas.

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

b. Filtração:

✓ Os filtros de membrana (de acetato de celulose ou nitrocelulose) são os

mais usados para uso industrial e laboratorial;

✓ O tamanho do poro destinado a bactérias é 0,22 μm;

✓ Já para vírus e algumas proteínas, o tamanho recomendado é de

0,01 μm.

Adaptado de FLORES (2012)

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

c. Radiação: apresenta vários efeitos sobre as células (destruição ou danos

ao DNA), dependendo de seu comprimento de onda, intensidade e

duração.

✓ Existem dois tipos de radiação que matam microorganismos (radiação

esterilizante):

❖ Ionizante;

❖ Não ionizante.

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Radiação ionizante: seu principal efeito é a ionização da água, que

forma radicais hidroxila altamente reativos, gerando mutações

suficientes para matar o microorganismo.

✓ Exemplos de radiação ionizante são: os raios gama, raios X ou

feixes de elétrons de alta energia;

✓ Método usado para esterilizar produtos farmacêuticos e

suprimentos médicos e dentários (não popular na aquicultura).

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Radiação não-ionizante: causa danos ao DNA das células

expostas, inibindo a replicação correta do DNA;

✓ A luz ultravioleta (UV) é o melhor exemplo de radiação não

ionizante;

✓ Os comprimentos de onda UV mais eficazes para matar os

microorganismos são os de cerca de 260 m;

TORTORA et al. (2012)


TORTORA et al. (2012)
Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Radiação não-ionizante:

✓ As doses de UV dependem do microorganismos que será inativado,

da intensidade da luz UV, do tempo de exposição e do

coeficiente de transmissão na água;

✓ Doses de 30 mWs/cm² são capazes de inativar muitos agentes

patogênicos de peixes.

(LILTVED, 2001; SUMMERFELT, 2003)


Principais métodos físicos de controle microbiano:

➢ Radiação não-ionizante:

✓ As desvantagens sobre o uso da luz UV no controle microbiano são:

❖ A radiação não é muito penetrante, portanto, os organismos a

serem mortos devem ser expostos diretamente aos raios;

❖ Organismos protegidos por sólidos e coberturas como tecidos

rígidos não são afetados;

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

❑ Os agentes químicos são usados para controlar o crescimento

microbiano em tecidos vivos (como antissépticos) e em objetos

(como desinfetantes).

❑ Poucos agentes químicos proporcionam a esterilidade;

❑ Maioria deles apenas reduz as populações microbianas em níveis

seguros ou removem as formas vegetativas de patógenos em

objetos.

TORTORA et al. (2012)


Principais métodos químicos de controle
Independente do tipo, um
microbiano:
bom desinfetante químico
têm por características:
1. Possuir amplo espectro
contra agentes
❑ Os principais tipos de desinfetantes são:
infecciosos;
2. Possuir ação rápida e
1. Compostos fenólicos;
irreversível;
3. Não sofrer influência
2. Halogênios;
ambiental;
4. Ser atóxico ao homem e
3. Alcoóis;
animais;
5. Ser tolerado por
4. Agentes de superfície;
materiais;
6. Ser de fácil aplicação;
5. Biguanidas (clorexidina);
7. Ser econômico.
6. Peroxigênios e outras formas de oxigênio.

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012; TORTORA et al., 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

1. Fenol e compostos fenólicos:

(TORTORA et al., 2012)


Fonte: Google images
Principais métodos químicos de controle microbiano:

1. Fenol e compostos fenólicos:


Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário
diluição contato específica
Derivados 1. Orto- 2 a 5% 10 a 30 Bactéria; Pode provocar
fenólicos fenil-fenol minutos para Vírus irritação na pele;
desinfecção envelopado; Deve-se lavar
geral +/-Vírus não abundantemente
envelopado; após o uso, pois
Fungos; o resíduo é
tóxico.
2. Orto- +/-
benzil-para- Micobactéria
clorofenol
3. Amilfenol
para-
terciário
4. Lysol 1%

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

2. Halogênios: Iodo (Iodopovidona, iodopolividona ou PVP-I) e

cloro

Fonte: Google images

(TORTORA et al., 2012)


2. Halogênios:

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário


diluição contato específica
Iodo/Iodóforo Iodopovido 30 a 50 10 a 30 Bactéria; Pode ser
na ou mg/L de minutos Vírus aplicado em
Povidona- iodo livre para envelopado; metais;
iodo (PVPI) desinfecção +/-Vírus não Pode ser
geral envelopado; usado na
Fungos; superfície de
ovos.
Prolongado +/-
contato para Micobactéria;
micobactéria +/-Esporos
e esporos
200 a 250 Para
mg/L de pedilúvios e
iodo livre limpeza de
redes
(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)
2. Halogênios:

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário


diluição contato específica
Cloro 1. Hipoclorito 200 a 500 10 a 60 Bactéria; Não pode ser
de sódio mg/L de minutos Vírus aplicado em
(líquido) cloro livre para envelopado; metais;
desinfecção Vírus não Não pode ser
geral envelopado; usado na
Fungos; superfície de
ovos.
2. Hipoclorito 5.000 a Quando +/- Checar se
de cálcio 10.000 usado para Micobactéria; não há
(pó) mg/L de limpeza de +/-Esporos resíduos de
cloro livre tanques, cloro antes
manter por do uso.
24 horas

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

3. Alcoóis: Etanol a 70% e isopropanol

Fonte: Google images

(TORTORA et al., 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

3. Alcoóis:

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário


diluição contato específica

Álcool 1. Etanol ou Etanol a 10 a 30 Bactéria; Amplamente


isopropanol 70%; minutos Vírus usado
Isopropanol para envelopado;
entre 60 e desinfecção Fungos;
90% (v/v; geral Micobactéria
álcool/água)

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)


4. Agentes de superfície: Mais populares são: sabões e detergentes

e os compostos quaternários de amônio.

Fonte: Google images (TORTORA et al., 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

4. Agentes de superfície:

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário


diluição contato específica
Composto 1. Roccal- 250 a 500 10 a 30 Bactéria; Comumente
quaternário D mg/L ou minutos Vírus usado no
de amônio (10% de 1,5% para envelopado; piso,
(QAC) solução de desinfecção +/-Fungos pedilúvio,
cloreto de geral parede,
benzalcônio) equipamento,
etc

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

5. Biguanidas (clorexidina):

Fonte: Google images


(TORTORA et al., 2012)
Principais métodos químicos de controle microbiano:

5. Biguanidas (clorexidina):

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade Comentário


diluição contato específica
Clorexidina 1.Novalsan-S 10% 5 a 10 Bactéria; Usado em
2.Virosan minutos Vírus pedilúvios,
3. Soluções para envelopado; limpeza de
contendo 2% desinfecção +/- Fungos; redes.
de clorexidina geral
ativa

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)


Principais métodos químicos de controle microbiano:

6. Peroxigênios e outras formas de oxigênio:

Fonte: Google images


(TORTORA et al., 2012)
Principais métodos químicos de controle microbiano:

6. Peroxigênios e outras formas de oxigênio:

Desinfetante Produto Dose ou Tempo de Atividade


diluição contato específica
Peróxido de 1.Peróxido de 3 a 30% do 5 a 30 Bactéria;
hidrogênio hidrogênio a peso minutos para Vírus
3%; (tratamento desinfecção envelopado;
2. PEROX- de peixe geral Vírus não
AID a 35% ou envelopado;
desinfecção Fungos;
de ovos) +/-Micobactéria;
+/-Esporos

(YANONG e ERLACHER-REID, 2012)

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