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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS

VICTÓRIA CELIBERTO DE ANDRADE

ANTROPOLOGIA II
SÍNTESE SOBRE “PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS”.

FORTALEZA/CE
2023.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA II - 2023.2


NOME: VICTÓRIA CELIBERTO DE ANDRADE.

SÍNTESE DO LIVRO “PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS”

Frantz Fanon teve diversas contribuições antropológicas para a ciência nos


dias atuais, e uma delas foi o livro “Pele negra, máscaras brancas”, que foca na
experiência de colonização dos negros, em especial na França. A obra critica a
opressão colonial sobre os povos, explorando, principalmente, a alienação
psicológica nas negritudes colonizadas como resultado de uma subjugação pelo
colonizador branco. Fanon explica que os povos colonizados frequentemente irão
internalizar uma visão racista que os brancos têm deles próprios, levando a
“máscara branca”, na tentativa de conseguir uma assimilação cultural e social,
buscando misturar-se com os padrões da branquitude, excluindo e esquecendo sua
própria identidade cultural. O autor destaca inteligentemente o papel do colonialismo
e como sua ligação com o racismo é forte; a colonização usava como justificativa a
barbárie, desorganização e “paganismo” dos povos negros para destruí-los através
da escravidão, invasão de terras e imposição religiosa. Dessa forma, tornava-se
“mais aceitável” exterminar diversas civilizações independentes e com formas de
vida própria em prol do que era certo ou errado na visão do branco europeu.
Percebe-se, então, que o colonialismo se liga diretamente ao racismo através
opressão do diferente e desconhecido.
O autor também explora, de forma sucinta, a relação dos colonizados com a própria
cultura e identidade, pontuando que estes precisam se fantasiar (branquear) para
serem aceitos na sociedade colonial e imperialista, criando uma divisão entre
identidade cultural, surgindo assim o “complexo de inferioridade da negritude”. Ele
discute o complexo de inferioridade que pode surgir nos colonizados devido á
constante desvalorização de sua cultura e raça, causando uma busca incessante de
aprovação branca e, criando assim, a síndrome do branco salvador, que se vê na
obrigação de salvar qualquer negro da “miséria” relacionada a sua cultura e apagar
totalmente a individualidade do povo negro. É dito no livro que a única maneira dos
negros colonizados recuperarem sua dignidade e identidade é através da
descolonização. Isso envolve rejeição ativa das estruturas coloniais. Um exemplo
vivo e atual é a limpeza étnica que Israel tenta fazer no território palestino desde
1948. É destacado que a luta armada é resposta legítima a violência sistemática do
colonialismo. No geral, essa obra explora as complexidades da identidade racial,
colonialismo e psicologia. “Pele negra, máscaras brancas” impactou diversos
movimentos de descolonização ao redor do mundo e estudos acadêmicos pós-
coloniais.

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