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Juan Evo Morales Ayma – Presidente da Bolívia

Juan Evo Morales Ayma (Orinoca, Oruro, 26 de Outubro de 1959) é o atual presidente da
Bolívia e líder do movimento de esquerda boliviano cocalero, uma federação de agricultores que
tem por tradição o cultivo de coca para atender um costume milenar da nação que é mascar folhas
de coca. Evo Morales notabilizou-se ao resistir os esforços desenvolvidos pelo governo dos Estados
Unidos da América na substituição do cultivo de coca na província de Chapare por bananas
originárias do Brasil, embora seja sabido que grande parte da produção de cocaína mundial advenha
das plantações bolivianas.

Morales é também líder do partido Movimento para o Socialismo (MAS em língua


castelhana) - IPSP (Instrumento Político pela Soberania dos Povos). De origem ameríndia, da etnia
aymará, é, junto com Felipe Quispe, um dos indígenas mais famosos da história atual do seu país.

Nas eleições presidenciais bolivianas de 2002 Morales ficou em segundo lugar, colocação
surpreendente face ao panorama político do país, dominado pelos partidos tradicionais. Nas eleições
de Dezembro de 2005 porém, venceu com maioria absoluta, tornando-se o primeiro presidente de
origem indígena. Assumiu o poder em 22 de Janeiro de 2006 como o primeiro mandatário boliviano
a ser eleito Presidente da República em primeiro turno em mais de trinta anos, e sendo reeleito em 6
de Dezembro de 2009.

Morales é um admirador da ativista indígena guatemalteca Rigoberta Menchú (prêmio nobel


da paz em 1992) e de Fidel Castro, este último pela oposição à política norte-americana. Morales
propõe que o problema da cocaína seja resolvido do lado do consumo, pois o cultivo da Coca seria
"um patrimônio cultural dos povos andinos e parte inseparável da cultura boliviana e sua proibição
não poderia ser feita através de uma simples regulação estabelecida por uma convenção externa".

Embora o tráfico de drogas seja um problema internacional, a nova posição assumida pela
Bolívia devolve aos mercados consumidores de drogas o problema ocasionado pela apropriação de
uma planta de uso tradicional para fins ilícitos. Por essa perspectiva, os costumes milenares
bolivianos não podem ser modificados porque a condução internacional da política contra as drogas
está baseada na mera repressão ao consumo de entorpecentes.

Há muitas disparidades entre as administrações de Morales e do governo dos Estados


Unidos relacionadas a leis antidrogas e cooperação entre ambos os países, mas vários oficiais dos
dois países têm expressado o desejo de trabalhar contra o tráfico de drogas, como Sean McCormack
do Departamento de Estado dos EUA, reforçando o apoio às políticas bolivianas de combate às
drogas, e Morales dizendo "haverá zero cocaína, zero tráfico de drogas mas não zero coca."

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