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CURSO DE 2ª FASE PENAL
XXII EXAME DE ORDEM
Aula 02
CITAÇÃO NO PROCESSO PENAL

TIPOS DE CITAÇÃO
1. por mandado
2. por hora certa
3. por precatória
4. por rogatória
5. por edital

1. CITAÇÃO POR MANDADO (art. 351, CPP)


Em regra, a citação será por mandado, ou seja, citação realizada de forma pessoal.
Existem três situações em que a citação/intimação deve ser pessoal de forma OBRIGATÓRIA. Ocorre quando:
1ª) o réu estiver preso (art. 360 do Código de Processo Penal).
2ª) se tratar de intimação do Ministério Público (art. 41, IV da Lei 8.625/1993 e art. 370, § 4º do CPP).
3ª) quando se tratar de intimação da Defensoria Pública (art. 44, I, art. 89, I e art. 128, I da Lei Complementar nº
80/94 e art. 370, § 4º do CPP).
Caso NÃO seja observada esta formalidade (citação por mandado de forma obrigatória), haverá nulidade.

Neste sentido, temos o julgado do Superior Tribunal de Justiça:

“[...] No âmbito penal, o Ministério Público não possui a prerrogativa do prazo em dobro [...]” (STJ, HC
281.873/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 07/04/2016, DJe
15/04/2016).

CUIDADO!!! Defensor dativo não tem prazo em dobro. Neste sentido, temos o recente julgado do Superior Tribu-
nal de Justiça:

“[...] A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça há muito pacificou o entendimento de que "o benefício
do prazo em dobro para recorrer (art. 5º, § 5º, Lei 1.060/50), só é devido aos Defensores Públicos e àqueles
que fazem parte do serviço estatal de assistência judiciária, não se incluindo no benefício os defensores dati-
vos, mesmo que credenciados pela PGE do Estado de São Paulo, vez que não exercem cargos equivalentes
aos de Defensores Públicos [...]" (STJ, HC 358.869/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TUR-
MA, julgado em 04/10/2016, DJe 14/10/2016)

2. CITAÇÃO POR HORA CERTA (art. 362, CPP)

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Ocorrerá a citação por hora certa, quando o Oficial de Jus-
tiça percebe que o réu está se ocultando para evitar a cita-
ção.
Aplicamos o procedimento indicado nos artigos 252 a 254
do Novo Código de Processo Civil, conforme redação do
artigo 362 do Código de Processo Penal.
Este tipo de citação ocorre após a segunda tentativa de
citação pessoal em que o oficial percebe que o réu está se ocultando. Após ocorrer esta tentativa ele marcará dia
e hora para efetuar a citação, independentemente da realização de nova citação.
Se o oficial de justiça perceber novamente que o réu está se ocultando irá dar por citado o réu. Ainda que o réu
esteja se ocultando em outra comarca será considerado citado.
Caso o Oficial de Justiça faça a citação por hora certa na primeira tentativa, haverá nulidade.

CUIDADO!!! No antigo CPC, o oficial de justiça informava a hora certa da citação após a terceira tentativa infrutífe-
ra. Com o advento do NCPC, passou a ser após a segunda tentativa.

3. CITAÇÃO POR PRECATÓRIA (art. 353, do CPP)

Ocorre quando o réu está em lugar certo e sabido, porém no território de outra jurisdição que não a jurisdição pro-
cessante. Nesse caso, aplica-se o constante no art. 353 do CPP.
Lembrando que a comarca deprecante é aquela que EXPEDE a carta precatória. Já a comarca deprecada é aque-
la que RECEBE a carta.

LUGAR CERTO + SABIDO


NO TERRITÓRIO DE OUTRA JURISDIÇÃO QUE
NÃO A PROCESSANTE

Observação:

4. CITAÇÃO POR ROGATÓRIA (arts. 368 e 369 do CPP)


O sujeito está em local certo e sabido, mas no estrangeiro. Nesse caso, o curso do prazo da prescrição será sus-
penso até a efetiva citação, conforme preceitua o art. 368 do CPP.

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LUGAR CERTO + SABIDO
NO ESTRANGEIRO

5. CITAÇÃO POR EDITAL (Arts. 363, §1º c/c 366, ambos do CPP)

Ocorre quando o citando encontra-se em local


incerto e não sabido.
Caso o réu seja citado por edital e não compa-
reça, nem constitua advogado, ficarão SUS-
PENSOS o processo e o curso do prazo pres-
cricional. Ou seja, NÃO corre mais prazo ne-
nhum.
O prazo de 10 dias para a resposta à acusa-
ção do réu citado por edital somente vai voltar a correr na hora de o réu ou o advogado constituído aparecerem no
cartório onde está o processo.
Destaca-se o disposto no artigo 361 do Código de Processo Penal que estabelece que “se o réu não for encon-
trado, será citado por edital, com prazo de 15 (quinze) dias”. Isto é, espera-se 15 (quinze) dias para ver se o réu
ou seu advogado se manifestem nos autos.
Perceba que a lei determina que após a citação por edital, espera-se 15 (quinze) dias para que o réu apareça ou
constitua advogado nos autos.
Decorrido esse período, caso o réu compareça ou constitua advogado o réu será considerado citado e, a partir
daí, inicia o prazo de apresentação da resposta à acusação (10 dias).
Caso o réu não compareça nem constitua advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricio-
nal, nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal.
Essa suspensão NÃO é ad aeternum. O Superior Tribunal de Justiça considera que o máximo de suspensão do
prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. (Súmula 415 do STJ).
Sobre o art. 366 do CPP, deve-se também estar atento à súmula 455 do STJ.

- Redução dos prazos de prescrição: art. 115 do CP.

- Causas interruptivas da prescrição: art. 117 do CP.

- Causas suspensivas da prescrição: art. 116 do CP.

- Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final: art. 111 do CPP.

OBSERVAÇÃO: No processo penal, todos os prazos contam-se da data da efetiva ciência (citação ou intimação)
e não da juntada do mandado. Assim, o que interessa é a data em que o réu foi citado, data a partir da qual fluirá

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o prazo de 10 dias para a apresentação da resposta à acusação. Isso é, inclusive, entendimento da Súmula 710
do STF.
Ressalte-se que os prazos processuais são contados excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do final. Se
o prazo final cair em dia não útil, prorroga-se o prazo para o primeiro dia útil subsequente, nos termos do art. 798,
§ 1º do Código de Processo Penal.
O prazo da resposta à acusação é processual, desta forma, na contagem do prazo deve-se excluir o dia de início
e incluir o dia de vencimento.

OBSERVAÇÃO: O militar tem uma forma específica para ser citado, previsto ao teor dos artigos 358 e 359 do
CPP.

Fique ligado!

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