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11/07/2016

Texto 08
“As estruturas elementares”
de Jacques Fontanille

1. AS ESTRUTURAS BINÁRIAS:
• Análise das diferenças mínimas leva a oposições binárias.

1.1. A OPOSIÇÃO PRIVATIVA – 1ª diferença


• Presença e ausência de um traço – ex.: consoante sonora X consoante
não sonora.
• Categoria da sonoridade.
• Noção de marca: numa oposição, há um termo marcado e um termo
não marcado (por um determinado traço);
• “Privação” de marca / Ausência de marca: oculta seu valor genérico
(Ex. da p. 59 – 2º parágrafo: “homem” x “mulher”).

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• Oposição privativa = oposição entre termos a partir da existência ou


não de uma marca;
• A relatividade dessa noção.
• A problemática do caráter genérico e específico de um termo
condutor da oposição;
• Hjelmslev – redefinição da oposição privativa:
• Oposição relacionada ao lugar e à intensidade dos termos;
• O genérico X o específico
• O difuso X o concentrado.

1.2. A oposição entre os contrários:


• Oposição a partir de uma mesma categoria considerada, formando
contrários:
• Ex.: masculino X feminino (considerando a categoria de sexualidade);
• Tentativa de homogeneização sobre dois termos, a partir de uma
categoria genérica;
• Existem contrários já instituídos na língua;
• O discurso tem condições de “inventar” novas contrariedades (o
exemplo de metáforas).

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2. O QUADRADO SEMIÓTICO:
• Reunião dos dois tipos de oposições binárias;
• Presença de traços contrários
• Presença e ausência de cada um desses traços.
• Ausência = tem valor genérico.

2.1. As relações constitutivas:


• Traços contrários;
• Traços contraditórios a esses traços contrários.

• Todas as pontas dessas relações precisam ser discriminadas.


• Todas elas estão necessariamente interligadas semanticamente.
• As estruturas de oposição (contrários) são mediadas pelas estruturas
de contradição;
• Ex.: p. 64 – vida/morte

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• Relações percebidas a partir de posições semânticas:


• Contrariedade;
• Contradição;
• Complementaridade.
• Problemas do quadrado semiótico:
• Dificuldade de estabelecer e justificar a relação de complementaridade;
• Dificuldade de confirmar os contraditórios ao longo de uma análise;
• Possibilidade de artificialização de uma análise.
• Ex.: p. 64-65 – água X fogo.

2.2. A sintaxe elementar:


• Quadrado semiótico – sistema de valores (semânticos) extraídos de
uma narrativa mínima;
• Sintaxe elementar = maneira como fazemos os termos do quadrado
se relacionarem por meio de um percurso, considerando todas as
mediações;
• P. 67 – os tipos de percursos.

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2.3. A polarização axiológica:


• Quadrado semiótico = esquematizado por um sistema de valores
semânticos
• Por isso, deve-se considerar que o
• Quadrado semiótico = sistema de valores para sujeitos determinados
= sistema axiológico.
• Quadrado semiótico entendido como uma polarização;
• Ex.: p. 68 – percursos possíveis de sentido.

2.4. Os termos de segunda geração:


• Descompasso entre a estruturação semântica proposta pelo quadro
semiótico e os discursos concretos (onde ocorrem as figuras mistas –
misturas entre contrariedade, contradição e complementaridade);
• Necessidade de se pensar em termos mais complexos – termos de 2ª
geração;
• Termo complexo = associação entre 2 contrários;
• Termo neutro = associação entre 2 subcontrários (contraditórios);
• Termos axiológicos (ver 2º parágrafo do 2.4.).

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3. A ESTRUTURA TERNÁRIA:
3.1. Os três níveis de apreensão dos fenômenos:
• Semiótica peirciana = concepção ternária da estrutura elementar;
• Os níveis de apreensão de uma categoria
• 3 níveis diferentes de apreensão da significação
• 3 maneiras diferentes e hierarquizadas de conhecer o mundo do sentido;
• Semiótica de Peirce = teoria do conhecimento baseada em uma
fenomenologia.
• 1º nível – primeiridade:
• Apreensão das qualidades sensíveis ou emotivas do mundo
• Nível que comporta a qualidade em si
• O índice (exemplo do molhado) (precisa ser apreendido pela percepção);

• 2º nível – secundidade:
• Relação da qualidade com outra coisa que não ela mesma;
• Comporta 2 elementos (ex.: o molhado relacionado à chuva);
• Ícone (precisa ser reconhecido);

• 3º nível – terceiridade:
• Os 2 níveis anteriores ficam sob controle do 3º nível;
• Apresenta-se como uma convenção ou lei;
• Símbolo.

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3.2. As propriedades dos três níveis:


• Estrutura ternária serve para:
a) Construir o próprio signo: objeto (primeiro nível), representamen
(segundo nível) e interpretante (terceiro nível);
b) Distinguir os tipos de signos;
c) Distinguir os vários tipos de objetos, de representamen, de
interpretantes...
• Em relação à linguagem e ao funcionamento do discurso:
• Estrutura ternária = etapas de um processo de produção de sentido ou de
interpretação.

3.3. Os modos de existência da significação


em discurso:
• = Os modos de existência das grandezas semióticas;
• Exemplos dessas grandezas:
• Saussure: língua (virtual) X fala (realizada);
• Guillaume: língua (virtual) X efetuação (atual) X discurso (realizado);
• Hjemslev: sistema (realizável) X processo (realizado);
• Greimas: virtualidades do sistema X atualidade do aparato semionarrativo X
realização do discurso.
• Princípio que fundamenta essas abordagens: toda teoria da
linguagem necessita de uma teoria dos MODOS DE EXISTÊNCIA para
poder especificar o estatuto dos objetos que ela manipula.

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• Os modos de presença das grandezas linguísticas semióticas no


discurso = modos de existência dessas grandezas;
• Ex. dos litotes (2 modos de presença: 1 real (a expressão pela negação) e 1
potencial (o conteúdo posititivo que se quer transmitir verdadeiramente) p.
72;
• Os 3 níveis da elaboração modal da significação de Pierce;
• Influenciam a compreensão dos modos de existência semiótica do discurso (p.
73);
• Problema dessas abordagens: multiplicação de tipologias de signos
em discurso;
• Solução para o problema: a categoria de presença;
• Modalidades de presença em discurso: presença virtualizada (virtual),
presença atualizada (atual), presença realizada e presença potencial.

4. A ESTRUTURA TENSIVA
4.1. Problemas em suspenso:
• Quadrado semiótico – reúne oposições para fazer um esquema
coerente;
• Discrepância entre o “congelado” pelo quadrado e o discurso vivo;
• Distanciamento do quadrado dos fenômenos vivos da linguagem;
• Modo de resolver o problema: introduzir um observador na estrutura
do quadrado;
• Partir das estruturas para (tentar) chegar às estruturas mais complexas de
significação.

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4.2. Novas exigências:


• Ver página 75.

4.3. As dimensões do sensível:


• Para o sujeito do discurso, a presença sensível se exprime em:
• Intensidade;
• Extensão;
• Quantidade;
• [O texto 10 traz uma aplicação dessa teorização]
• Observar as qualidade sensíveis que podem ser avaliadas conforme a
intensidade, segundo a posição ou segundo a extensão.

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4.4. A correlação entre as duas dimensões:


• Ver o gráfico da página 77;
• [Texto 10 usa este recurso como forma de dar interpretabilidade ao
poema analisado].

4.5. Os dois tipos de correlação:


• A visada: a partir do domínio interno – em intensidade;
• A apreensão: a partir do domínio externo – em extensão;
• Uso dos eixos de profundidade – serve para o exame das correlações
(direta ou inversa) na perspectiva dos eixos de intensidade (visada) e
da extensão (apreensão);
• [Essas correlações aparecem no texto 10].

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