Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“O objetivo deste capítulo […] é […] municiar os leitores com informações para
construir sua própria resposta, Dessa forma, espero contribuir para construir uma
compreensão mais clara do ato de ler e do que o ensino da leitura pressupõe.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 59).
“[…] a leitura não é uma atividade exclusivamente linguística. E isso se deve ao fato
de a leitura exigir dos usuários da língua conhecimentos prévios de tipos diferentes:
conhecimentos linguísticos, conhecimentos enciclopédicos ou de mundo, e
conhecimentos textuais.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 60).
“[…] mesmo pessoas escolarizadas podem se deparar com textos que lhes causem
problemas para a leitura devido a falta de conhecimentos lexicais específicos.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 60).
“[…] a dificuldade apresentada aos leitores […] por textos de outras áreas
específicas, […] esteja na linguagem, esteja nos conhecimentos linguísticos do
leitor. Pode-se pensar que o problema seja mesmo a falta de conhecimentos
enciclopédicos específicos do leitor.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 61 e
62).
“Quando encontramos palavras que deles não fazem parte, podemos ter
dificuldades, em diferentes graus, para processar as informações presentes no texto
em que elas ocorrem.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 63).
“Todas as vezes que uma pessoa lê algo, ela tem uma razão preestabelecida para a
leitura: busca de prazer, passatempo, aprofundamento em um tema, busca de
informações específicas, seleção de textos etc.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964,
página 66).
“[…] a obrigação que o professor tem de informar aos alunos quais os OBJETIVOS
DA LEITURA que eles vão realizar.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 67).
“Os livros didáticos, muitas vezes, não oferecem atividades de pré-leitura; cabendo
ao professor suprir essa lacuna.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 67).
“Os conhecimentos prévios que possuímos são construídos ao longo de nossa vida,
desde o nosso nascimento até o dia em que partimos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral.
1964, página 68).
“[…] PREDIÇÃO. Prever o conteúdo de um texto faz com que o leitor ative
esquemas mentais e o ajuda a construir hipóteses sobre o texto.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 71).
“[…] dois elementos muito importantes para a predição são o título, o subtítulo e as
linhas de apoio. (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 72).
“Eles precisam ser informados pelo professor que um leitor eficiente não tem de
conhecer todas as palavras de um texto para compreendê-lo.” (OLIVEIRA, Luciano
Amaral. 1964, página 73).
“[…] o leitor, antes de recorrer a um dicionário, pode tentar adivinhar o significado da
palavra a partir do seu contexto.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 73).
“Um elemento que os alunos têm à sua disposição para realizar inferências é o
vocabulário usado nos textos, que muitas vezes trazem pressupostos importantes
para a construção dos sentidos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 74).
“O professor também pode trabalhar com trechos um pouco mais longos para os
alunos fazerem inferências […]” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 75).
“Cabe ao leitor inferir coisas das coisas que lê.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964,
página 77).
“[…] isso é fundamental para o aluno ser capaz de elaborar resumos, habilidade
muito exigida na universidade.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 77).
“[…] as marcas gramaticais e lexicais que tendem a ocorrer nos textos de TIPOS
TEXTUAIS.”(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 77).
“[…] os gêneros textuais são textos concretos, empíricos, que circulam em nossa
sociedade […] .” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 78).
“[…] a descrição permite ao leitor construir um retrato mental daquilo que está sendo
descrito. Romances, contos, guias turísticos e anúncios são alguns dos gêneros
textuais em que seguramente encontramos sequências linguísticas desse tipo.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 78).
“O TIPO NARRATIVO, que está ligado à percepção no tempo, se realiza por meio
de verbos no pretérito perfeito e no pretérito imperfeito e de expressões adverbiais
de tempo.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 79).
“ […] são usados para expressar eventos organizados temporalmente, como vemos
em romances, contos, notícias jornalísticas e em casos contados em rodas de
amigos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 79).
“Há gêneros textuais que já são lidos com a expectativa de serem textos que
objetivam informar, explicar e/ou argumentar para convencer e/ou persuadir, é o
caso de panfletos, discursos políticos, cartazes, cartas de cobrança e anúncios
publicitários. (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 82).
“[…] é preciso deixar claro para os seus alunos que um mesmo texto pode ter
diferentes tipos textuais.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 83).
“Os GÊNEROS TEXTUAIS, que são textos empíricos, ou seja, textos concretos, que
circulam socialmente.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 84).
“[…] os gêneros textuais são formas prototípicas e que, por isso, não são imutáveis,
embora sejam estáveis.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 86).
“[…] isso significa que as formas podem mudar com o tempo e que o próprio falante
ou escritor, ao se apropriar de um gênero, pode impor-lhe mudanças, criando o
chamado gênero híbridos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 86).
“[…] o professor precisa alertar seus alunos para não se deixarem enganar com o
fato de podermos entender o significado de cada sentença. Isso não basta para as
sentenças formarem um todo lógico, um todo semanticamente compreensível.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 88).
“[…] estes elementos são fundamentais para a construção das habilidades de leitura
e de escrita dos estudantes.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 89).
“O que se tem defendido é que a coerência resulta de uma construção dos usuários
do texto, numa dada situação comunicativa, para a qual contribuem, de maneira
relevante, todos os outros fatores de textualidade.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral.
1964, página 89).
“[…] a coerência […] não é um fenômeno que está no texto à espera do leitor: ela
resulta da interação entre texto e leitor, interação essa que leva o leitor a criar um
retrato do mundo a partir do texto.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 89).
“[…] a coerência de um texto não está no texto nem no leitor, mas no encontro dos
dois.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 90).
“[…] A COESÃO TEXTUAL […] é o fator de textualidade para o qual confluem mais
explicitamente os conhecimentos linguísticos, ie, a competência gramatical, do leitor
e do escritor.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 91).
“[…] a coesão pode ser vista como a sintaxe do texto […].” (OLIVEIRA, Luciano
Amaral. 1964, página 91).
“[…] ACEITABILIDADE que diz respeito à forma como o leitor recebe o texto, às
suas expectativas em relação a ele.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 94).
“A falta de algum tipo de conhecimento do leitor pode fazer com que o autor não
atinja seus objetivos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 95).
“Os pronomes são elementos linguísticos usados para remeter o leitor a elementos
textuais anteriores ou posteriores a eles.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página
97).
“A intertextualidade explícita é aquela em que o autor revela a fonte dos textos que
usa no seu texto.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 98).
“[…] intertextualidade implícita: aquela em que o autor não revela as fontes dos
intertextos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 98).
“A intertextualidade não pode deixar de ser abordada em sala de aula por duas
razões. A primeira razão é que o aluno precisa entender que a referência explícita a
outros textos serve, principalmente, como argumento de autoridade. […] A segunda
razão […] estar mais diretamente relacionada com a produção escrita dos alunos.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 98).
“A intertextualidade deve ser tratada de forma explícita para que o professor possa
levar seus alunos a perceberem a importância de lerem muitos e variados textos e
para conscientizá-los da importância de não plagiar textos dos outros.” (OLIVEIRA,
Luciano Amaral. 1964, página 98 e 99).
“[…] o objetivo desta seção é exatamente propor critérios para tal análise, usando
atividades retiradas de um livro didático para exemplificar a maneira de se fazer a
análise.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 100).
“São critérios simples, porém úteis para dar ao professor uma ideia clara de
atividade com a qual vai lidar na sala de aula.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964,
página 100).
“[…] não acredito que receitas prontas para professores de português funcionem.”
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 103).
“Um texto escrito para ser lido silenciosamente tem uma estrutura discursiva
diferente da estrutura discursiva de um texto escrito para ser lido em voz alta,
marcado por características próximas da fala, caracterizadas por palavras
fonológicas […].” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 104).
“[…] o palestrante não tem de redigir um texto para apresentá-lo […].” (OLIVEIRA,
Luciano Amaral. 1964, página 105).
“[…] os padres cristãos ficaram preocupados com a leitura silenciosa porque ela
permitia que um livro fosse lido "em par ticular e sobre o qual se pode refletir
enquanto os olhos revelam o sentido das palavras", deixando de estar sujeito de
orientações ou esclarecimentos, a censura ou condenação imediata de um ouvinte".
(OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 106).
“[…] o professor precisa se perguntar: para que pedir aos alunos para lerem em voz
alta na sala de aula? Leitura em voz alta pode servir ao professor para ele saber se
o aluno conhece as regras ortográficas por meio das correspondências entre grafia
e som e se o aluno reconhece os valores dos sinais de pontuação, pois a evidência
se encontra na entonação com que ele lê.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964,
página 107).
“O professor precisa ter consciência dos objetivos das atividades que decide usar
em sala de aula. E a atividade de leitura em voz alta não é exceção.” (OLIVEIRA,
Luciano Amaral. 1964, página 107).
“[…] embora um texto não seja escrito para ser objeto de estudo de pesquisadores e
estudantes, qualquer pessoa pode se apropriar de um texto para torná-lo seu objeto
de estudo.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 107).
“[…] há muitos professores de português que veem a leitura como uma atividade
exclusivamente linguística, não levando em conta os conhecimentos prévios dos
seus alunos na preparação das aulas de leitura.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964,
página 108).
“[…] muitos professores não trabalham de forma consistente com gêneros textuais
diversos e não fazem uma análise crítica das atividades dos livros-texto que usam
em suas aulas.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 108).
“A má-formação dos professores e o currículo do curso de letras contribuem para o
ensino deficitário de português, que contribui, por sua vez, para os alunos não
desenvolverem sua competência comunicativa e, assim, lerem pouco e escreverem
menos ainda.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 108).
“[…] o descaso das autoridades políticas para com a educação, que resulta […] em
péssimas condições de trabalho e de ensino e aprendizagem; a priorização das
atividades voltadas para o mercado de trabalho, […] sem a preocupação com a
democratização das atividades letradas de lazer e de crescimento intelectual, com
um aumento do número de pessoas com acesso ao teatro, ao cinema e a
bibliotecas; a exclusão social generalizada, geradora de violência e de desistência
escola.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 108).
“O cenário social que se nos apresenta no Brasil é ruim, muito ruim. Mas não
podemos jogar a toalha ainda. E uma forma de tentar mudar o cenário é formar
professores mais críticos e atentos à importantíssima função que possuem: formar
cidadãos.” (OLIVEIRA, Luciano Amaral. 1964, página 108).