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Gramática
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unidade 1 Predicado e predicativo (revisão)
unidade 2 Transitividade verbal e adjunto adverbial
(revisão)
unidade 3 Complemento nominal
unidade 4 Vozes do verbo
1 • 2 • 3 • 4
1 Quem parece ter voz ativa, de comando, ou estar agindo sobre os outros?
Quem parece estar passivo, ou seja, sofrendo a ação de quem comanda?
2 Em sua opinião, que tipo de ação o diretor está exercendo sobre os atores?
3 O que ele poderia estar dizendo? Ele usaria verbos no presente ou no passado?
e
predicativo (revisão)
Sujeito e predicado
1 Releia estes fragmentos do conto “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector.
Professor: Os contos “Feliz
aniversário” e “Noventa e três”,
mencionados nas atividades Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel
desta página, foram traba-
lhados nas páginas 6 a 13 do colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sungados pelo teto (…).
módulo de Produção de Texto.
(...)
Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais, de modo que
ninguém podia saber se ela estava alegre.
LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. Em: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 55.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) A que se refere o predicado “não a interpretavam mais”?
O predicado refere-se aos músculos do rosto da aniversariante.
2 As orações abaixo fazem parte do conto “Noventa e três”, de Mia Couto. Leia-as e identifique
os trechos em destaque como sujeito ou predicado.
a) “Finalmente trazem o bolo de aniversário.” Predicado.
b) “O bolo é cortado rápido (...).” Sujeito.
Uma oração pode ser dividida em duas partes: o sujeito e o predicado. O sujeito é o ser ou
coisa sobre o qual se fala na oração. O predicado é aquilo que se fala sobre o sujeito na oração.
oração
sujeito predicado
(ser sobre o qual se fala) (aquilo que se fala sobre o sujeito)
verbo
(ação que se atribui ao sujeito)
a) Qual é o sujeito da oração “Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais”?
O sujeito dessa oração é Os músculos do rosto da aniversariante.
O artigo definido plural os determina o núcleo músculos, e a expressão do rosto da aniversariante palavras que podem compor
um sujeito, algumas são cru-
o modifica. ciais para determiná-lo, isto é,
são palavras sem as quais não
seria possível apontá-lo.
Os sujeitos, quando determinados, podem ser simples ou compostos. Quando são sim-
ples, apresentam somente um núcleo; quando são compostos, apresentam mais de um núcleo,
como no caso de menina e cão no conjunto de palavras “A triste menina e o cão ruivo”, que
correspondem ao sujeito de “se separaram”.
a) O predicado “encontrei minha voz” refere-se a qual sujeito? Explique como é possível identificá-lo.
O predicado “encontrei minha voz” refere-se ao sujeito oculto eu, que pode ser identificado pelo uso do
Nem sempre o sujeito da oração está explícito. Em uma oração como “Encontrei minha
voz”, podemos deduzir quem é o sujeito por meio da observação das desinências verbais. A
forma verbal encontrei está flexionada no pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa
do singular. Portanto, o sujeito é o pronome pessoal da primeira pessoa do singular: eu.
Nesses casos, em que o sujeito é determinado mas não está realizado na oração, ele é
chamado sujeito oculto ou desinencial.
Roberto e André deixaram a bola no quintal e foram brincar na rua. Quando volta-
ram, tiveram uma surpresa: a bola não estava mais lá. Roberto, preocupado, exclamou:
– Pegaram a bola!
(Texto elaborado para fins didáticos.)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• deixaram, foram brincar, voltaram, tiveram. Roberto e André
• estava. a bola
• exclamou. Roberto
Professor: Os alunos devem b) Em que oração não é possível determinar o sujeito? Explique.
justificar dizendo que o verbo
(na terceira pessoa do plural) Na última oração: “Pegaram a bola!”.
não se refere a nenhum dos
termos anteriores identifica-
dos como sujeito. Por isso, não
é possível determiná-lo pelo
contexto.
Na oração “Pegaram a bola”, o sujeito é indeterminado, pois não há a possibilidade
de identificá-lo pelo contexto. Quando se sabe que existe um agente ou experienciador da
ação verbal e não é possível determiná-lo, pode-se usar duas construções:
• verbo flexionado na terceira pessoa do plural:
Dizem que você nunca leu um livro. (Alguém diz algo, mas não se sabe ao certo quem.)
Professor: Mais adiante neste • verbo (transitivo indireto) flexionado na terceira pessoa do singular + se:
módulo, ao estudarem as vo-
zes do verbo, os alunos com- Precisa-se de professores de inglês. (Alguém precisa de algo, mas não se sabe ao certo quem.)
preenderão que as orações
com verbo transitivo indireto
não admitem a voz passiva 5 Leia a tirinha abaixo.
porque é o objeto direto (na
voz ativa) que assume a fun- ARMANDINHO ALEXANDRE BECK
ção de sujeito paciente (na voz
©WWW.TIRASARMANDINHO.COM.BR
tempo.
As orações sem sujeito são compostas somente de predicado e são formadas por ver-
bos impessoais, como:
• haver, no sentido de “existir” ou “acontecer”: Houve festa no fim de semana.
• fazer, quando se refere ao tempo: Faz anos que não a vejo.
• ser, quando se refere ao tempo e à distância: É muito tarde. São dez quilômetros até lá.
• chover, nevar e os demais verbos que se referirem a fenômenos da natureza: Choveu
sem parar. Nevou na noite passada.
Adjunto adnominal
Quais são os termos que se referem à palavra destacada neste trecho do conto de Cora Coralina?
a)
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Saiu uma cocada morena, de ponto brando, atravessada de paus de canela cheirosa.
CORALINA, Cora. As cocadas. Em: Conto com você.
São Paulo: Global, 2003. p. 23. (Coleção Literatura em Minha Casa, v. 2.)
Os termos são uma, morena, de ponto brando, atravessada de paus de canela cheirosa.
adjetivas.
Tipos de predicado
1 Os trechos abaixo foram extraídos do romance autobiográfico Infância, de Graciliano Ramos. Su-
blinhe o predicado em cada um deles, circule os verbos e classifique-os como transitivos, intransi-
Professor: O romance auto-
tivos ou de ligação. biográfico Infância, de Graci-
liano Ramos, foi trabalhado no
a) “As minhas brincadeiras eram silenciosas.” módulo de Produção de Texto,
nas páginas 14-15.
Ser é verbo de ligação.
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LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. Em: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 55.
d) Os termos grande, magra, imponente e morena ligam-se ao sujeito da mesma maneira que o
termo oca?
Não, pois os termos grande, magra, imponente e morena não estão ligados ao termo velha pela
intermediação de um verbo; eles são adjuntos adnominais, enquanto oca é predicativo do sujeito.
Ainda fazia frio na manhã em que a primeira mulher tirou o xale. Sacudiu a cabeça.
Os cabelos, que haviam crescido, rodearam-lhe o rosto. E porque aquela havia tirado
o xale, uma e logo outra a imitaram, uma quarta desfez sobre a testa o nó que prendia
o lenço, cabeças de mulheres assomaram às janelas, descobertas. Os cabelos, lisos,
crespos, ondulados, dançaram livres farfalhando como folhas, cintilaram ao sol que
de repente não parecia tão pálido. Em algum ponto daquela manhã, a primavera pôs-
-se a caminho.
COLASANTI, Marina. São os cabelos das mulheres. Em: 23 histórias de um viajante. São Paulo: Global, 2003. p. 38.
3 A oração a seguir pertence ao fragmento do conto citado acima. Leia-a e faça o que se pede.
predicativo é descobertas.
a referir-se ao objeto às janelas e, dessa forma, elas é que estariam descobertas, e não as cabeças de
mulheres.
Predicativo do sujeito
As chances de trabalho parecem excelentes.
Predicativo do objeto
A professora considera seus alunos estudiosos.
A palavra que exerce a função de predicativo na oração pode ser um adjetivo, um subs-
tantivo, um substantivo precedido de preposição, um pronome, um numeral ou mesmo uma Professor: Explique aos alunos
que, se o verbo não admite ob-
oração. O predicativo do objeto só ocorre em orações com verbos transitivos. jeto, não é possível haver pre-
dicativo do objeto na oração.
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Oração 4 Estiveram eles fora de casa ontem?
Oração 5 Entre livros e músicas, passei a tarde toda com meus amigos.
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desnecessária).
4 Indique o sujeito, o núcleo do sujeito e os adjuntos adnominais do sujeito de cada uma das ora-
ções a seguir.
5 Leia este fragmento do conto “Tentação”, de Clarice Lispector, atentando às palavras em destaque.
Com base nelas, indique o tipo de predicado em cada uma das orações numeradas.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol (1). O basset ruivo afinal despregou-
-se da menina e saiu sonâmbulo (2). Ela ficou espantada (3), com o acontecimento
nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam.
LISPECTOR, Clarice. Tentação. Em: O primeiro beijo e outros contos. São Paulo: Ática, 1989. p. 53.
predicado verbo-nominal
Oração 1: .
predicado verbo-nominal
Oração 2: .
predicado nominal
Oração 3: .
6 De acordo com o exemplo, transforme as orações em uma única, da qual faça parte um predicado
verbo-nominal.
Exemplo: A criança estava irrequieta. A mãe acalmou a criança.
A mãe acalmou a criança irrequieta.
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Na Terra deserta
A última galinha põe o último ovo.
QUINTANA, Mário. O ovo. Em: Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 2003. p. 68.
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Era bonita, morena. Tinha um lenço na cabeça, óculos escuros, uma blusa de co-
res alegres, saia branca, as pernas nuas, sandálias sem salto. De seu corpo vinha um
cheiro fresco de água-de-colônia.
BRAGA, Rubem. Visita de uma senhora do bairro. Em: 200 crônicas escolhidas.
Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 375.
a) Entre os termos destacados, quais são adjunto adnominal e quais são predicativo do sujeito?
bonita, morena
Predicativos do sujeito: .
escuros, alegres, branca, nuas, sem salto, fresco
Adjuntos adnominais: .
Professor: Chame a atenção b) O que a omissão desses termos acarretaria?
para o gênero feminino da
personagem, sinalizado pelos
adjetivos flexionados no femi-
A descrição da mulher ficaria comprometida.
nino bonita e morena.
9 Leia a tirinha a seguir.
GARFIELD JIM DAVIS
b) A preferência de Garfield por lasanha corresponde à descrição que ele faz de si mesmo?
Não. A preferência por lasanha faz dele um gato especial, diferente dos outros gatos, que preferem
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O núcleo desse predicativo é o termo gato, e os termos um, vulgar e comum são adjuntos adnominais
desse núcleo. No segundo quadrinho, o termo louco é predicativo do sujeito. A expressão “mais perfeita
palavra deliciosa apareça como adjunto adnominal e, em outra, como predicativo do objeto. Você
pode se inspirar no fato de que Garfield adora lasanha e citá-lo em suas frases.
Respostas possíveis:
• Deliciosa como adjunto adnominal:
A lasanha deliciosa foi devorada por Garfield.
serventia alguma.
b) Transcreva três exemplos de verbos ou locuções verbais impessoais que aparecem na tirinha.
É exemplo de verbo impessoal “havia”, e são exemplos de locuções verbais impessoais “está nevando”
e “vai nevar”.
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UNICEF
b) Quais elementos do cartaz contribuem para a
construção da mensagem da campanha?
O formato do cartaz, por exemplo, é o de um cartão vermelho, que no futebol indica expulsão.
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Essa característica, associada à própria expressão escrita “cartão vermelho ao trabalho infantil”, deixa
claro para o público qual é o objetivo do cartaz e da campanha: “expulsar o trabalho infantil de campo”,
2 Transforme a mensagem utilizada na campanha em uma oração verbal com sujeito e predicado.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “Devemos dar um cartão vermelho ao trabalho infantil”.
Nesse caso, o sujeito seria desinencial, passível de ser identificado pela flexão verbal de primeira pessoa do
3 Construa uma oração com predicado nominal que utilize a expressão nominal “o trabalho infantil”
como sujeito.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “O trabalho infantil é um erro”.
4 Construa uma oração com predicativo do objeto que utilize a expressão nominal “o trabalho infan-
til” como objeto.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “Nós consideramos o trabalho infantil errado”.
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2 Marque V para predicado verbal, N para predicado nominal e VN para predicado verbo-nominal.
( VN ) Os vizinhos olharam assustados a cena.
( N ) O espetáculo foi maravilhoso.
( V ) O time carioca ganhou o campeonato nacional.
( VN ) Todos aguardavam ansiosos a chegada do novo diretor.
4 Complete estas orações com diferentes tipos de predicado. Empregue o verbo que está entre
parênteses. Respostas possíveis:
somos muito amigos
a) Minha irmã e eu . (ser)
fizeram gols fantásticos
b) Os jogadores da seleção brasileira . (fazer)
parecia triste ontem
c) O presidente do clube . (parecer)
chegaram cansados da excursão
d) Meus colegas de classe . (chegar)
5 Nas orações a seguir, sublinhe o predicativo e classifique-o com base na relação que estabelece
com o sujeito ou com o objeto.
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verbal e
adjunto adverbial (revisão)
Verbo transitivo e verbo intransitivo
1 Leia o fragmento do conto “A última noite de Natal”, de Graciliano Ramos, atentando às orações
destacadas. A seguir, responda ao que se pede.
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a) Quais são os complementos dos verbos nas orações em destaque?
Oração 2: os braços
Oração 3: as mãos
ambos são intransitivos. O significado do verbo, por si só, explica qual é a ação relacionada a esse
Alguns verbos precisam de outros termos que completem seu sentido em uma ora-
ção, como é o caso de cruzar e aquecer no trecho do conto “A última noite de Natal”,
de Graciliano Ramos. Quando necessitam desse complemento, os verbos são chamados
transitivos e, quando não necessitam, como surgir, avançar e recuar nesse mesmo tre-
cho, são chamados intransitivos.
A transitividade de um verbo, contudo, não é sempre a mesma, podendo variar de
acordo com o contexto.
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respectivamente.
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b) Identifique o complemento do verbo despertar na oração sublinhada. Esse verbo poderia ser
usado sem o seu complemento? Justifique sua resposta.
O complemento do verbo despertar é “nossa sensibilidade”. Esse verbo também pode ser usado sem
complemento; porém, no contexto dessa oração, ele ficaria sem sentido se não houvesse complemento.
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padre declamava episódios da epopeia às pessoas referidas pelo pronome “nosso”, supostamente
alunos em uma sala de aula, já que o narrador descreve no fragmento as “aulas de português”.
Cabral declamava um poema qualquer, e não especificamente os versos mencionados pelo narrador, já
que o verbo declamar tem sentido completo e seus complementos são empregados opcionalmente de
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acordo com o que se tenciona informar.
Adjunto adverbial
1 O fragmento abaixo faz parte da autobiografia do poeta José Paulo Paes. Leia o trecho e depois
responda ao que se pede.
(...)
Alguns anos atrás tive um sonho estranho com a casa de Taquaritinga onde vivi até
os 11 anos. Sonhei que era um menino voador que fora pousar, feito passarinho, no teto
da velha casa, para de lá ficar espiando o que se passava dentro dela. Escrevi então um
poema a que dei o título de “A casa” (...).
PAES, José Paulo. A casa. Em: Quem, eu?: um poeta como outro qualquer. São Paulo: Atual, 1996. p. 4.
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c) Se a expressão associada ao verbo fosse retirada da oração, o sentido do fragmento seria alte-
rado? Justifique sua resposta.
Sim, pois, se a expressão até os 11 anos não estivesse na oração, se saberia que o sujeito mencionado
no fragmento viveu na casa de Taquaritinga, mas não seria possível determinar por quanto tempo.
velha casa”.
b) Que circunstâncias essas locuções acrescentam à forma verbal com a qual se relacionam?
A locução adverbial “feito passarinho” indica o modo como o menino (sujeito) “fora pousar”, e a locução
adverbial “no teto da velha casa” indica o lugar em que o pouso se deu.
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a) Entre os verbos destacados, quais são os transitivos e os intransitivos?
O verbo transitivo é mandar e os verbos intransitivos são nascer e viver.
c) Os objetos relacionados ao verbo classificado como transitivo são diretos ou indiretos? Justifi-
que sua resposta.
O complemento "um recadinho" é objeto direto, pois completa o sentido do verbo sem o auxílio de
preposição, e o complemento "à menina mais bonita" é objeto indireto, pois completa o sentido do
verbo com o auxílio de preposição. Portanto, o verbo mandar é transitivo direto e indireto.
O menino
Sentou-se num tamborete, fincou os cotovelos nos joelhos, apoiou o queixo nas
Tamborete. Banco.
mãos e ficou olhando para a mãe. Agora ela escovava os cabelos muito louros e curtos,
puxando-os para trás. E os anéis se estendiam molemente para em seguida voltarem à
posição anterior, formando uma coroa de caracóis sobre a testa.
TELLES, Lygia Fagundes. O menino. Em: Antes do baile verde. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983. p. 109.
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Pescaria noturna
Hoje os anjos
estão pescando estrelas,
sentados
numa pedra
da Lua.
É que as nuvens
passam férias no Japão.
No pisca-pisca
dos grilos na mata
um deles vem buscar,
no fundo dos olhos,
meus vaga-lumes.
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versos não apresentam rimas. O poema não tem a estrutura de um soneto, pois não apresenta 14 versos
com métrica e esquema de rimas fixos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
b) Que circunstâncias os adjuntos adverbiais destacados nos versos desse poema expressam?
Justifique sua resposta.
Os adjuntos adverbiais destacados nos versos do poema expressam circunstâncias de lugar, pois
acrescentam informações desse tipo aos verbos com os quais se relacionam e, dessa forma, os
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4 Leia esta tira.
CALVIN BILL WATTERSON
modo à ação indicada pelo verbo ir (“vão”), pois “muito mal” é a forma como “os negócios” de Calvin “vão”.
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6 Sublinhe os adjuntos adverbiais das orações e indique a circunstância que cada um expressa.
a) Passei a tarde à toa. Modo.
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Lua minguante
Uma lua tão fininha
o que foi que aconteceu?
GETTY IMAGES
ORTHOF, Sylvia. Lua minguante. Em: A poesia é uma pulga.
São Paulo: Atual, 1992. p. 7. (Coleção Caderno de Poesia.)
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2 Qual é a relação estabelecida pelo eu lírico entre a lua minguante e o pedacinho de unha?
O eu lírico constrói uma metáfora ao apresentar a lua minguante como o pedacinho da unha de um anjo. Ele
fez essa aproximação por considerar que a lua minguante e o pedacinho de unha têm um formato parecido.
4 Releia o poema “Pescaria noturna”. Que elementos ele tem em comum com o poema “Lua min-
guante”?
Professor: Espera-se que os alunos percebam que os elementos comuns são os anjos, a lua e a noite.
6 Observe as locuções adverbiais no último verso do poema. Qual é a função sintática de cada
uma delas? Professor: Embora a locução adverbial “na noite” possa sugerir, num primeiro
momento, a ideia de tempo, no poema ela indica lugar, pois foi onde o anjo
Ambas são adjunto adverbial de lugar. cuspiu o pedacinho de unha. E “no céu" é o lugar onde se localiza a noite.
que indica. O verbo roer, por sua vez, é transitivo, pois só adquire sentido completo no poema com o
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3 Leia o trecho do livro O mistério do livro sem mistério e faça o que se pede a seguir.
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O dia seguinte amanheceu chuvoso. Um desses domingos sem graça em que a gente
não tem vontade nenhuma de sair e fica inventando coisas pra fazer o tempo passar.
Liguei e desliguei a televisão umas dez vezes. Ouvi música, fiz um dever de casa atra-
sado. Até pensei em dar um jeito na bagunça do meu guarda-roupa, mas a preguiça foi
maior. (...) À tarde papai, mamãe e meu irmão saíram pra fazer uma visita e eu fiquei
sozinha. Nisso a campainha tocou. Era a Madu, a Bete e a Zora. Elas também estavam
cansadas de ficar dentro de casa e vieram me visitar.
AGOSTINHO, Cristina. O mistério do livro sem mistério. São Paulo: FTD, 1988. p. 10.
b) Qual é o objeto de cada um dos verbos que você classificou como transitivo?
Dos verbos ligar e desligar, o objeto é “a televisão”; do verbo ouvir, o objeto é “música”.
e) Explique como o adjunto adverbial mencionado no item anterior se relaciona com o verbo
ao qual se refere.
O adjunto adverbial “à tarde” acrescenta uma circunstância de tempo ao verbo sair, determinando o
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Um desses domingos sem graça em que a gente não tem vontade nenhuma de sair e
fica inventando coisas pra fazer o tempo passar.
Até pensei em dar um jeito na bagunça (...), mas a preguiça foi maior.
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Regra geral
Palavras da mesma família mantêm, na medida do possível, a mesma grafia: braço –
abraçar, braçada, bracelete; sílaba – silábico, monossílabo, dissílabo.
Regras específicas
1. Não se inicia palavra com ç, mas com c: cebola, cilada.
2. Usa-se ç apenas antes de a, o, u, mas nunca antes de e e i: caçado, aço, braço, açúcar;
tecer, tecido, precisar, cócegas, decisão.
3. Usa-se ç na correlação ter-tenção em palavras formadas a partir de verbos: manter –
manutenção; deter – detenção; reter – retenção; conter – contenção.
4. Usa-se ss na correlação ced-cess em palavras formadas a partir de verbos: ceder – ces-
são; interceder – intercessão; exceder – excesso; conceder – concessão.
5. Usa-se s na correlação nd-ns em palavras formadas a partir de verbos: ascender – as-
censão; suspender – suspensão; expandir – expansão; compreender – compreensão.
Observações
Na língua portuguesa, a terminação -ção é muito mais frequente do que a termi-
nação -são: atenção, concentração, ação, respiração, combinação, fração, eleição.
Há, porém, palavras muito usadas terminadas em -são e que geram dúvidas na
escrita: excursão, versão. Por isso, é preferível e mais fácil memorizar as palavras com
essa terminação, uma vez que se trata de caso mais raro.
6. Usa-se ç nas terminações -aça, -aço, -iça, -iço, -uça, -uço e -nça: barcaça, ricaço, carniça,
caniço, carapuça, dentuço, criança.
7. Usa-se ç nas palavras de origens indígena, africana e árabe: açaí, paçoca, jaçanã, açú-
car, babaçu, açafrão, açude, Iguaçu, caiçara, muçulmano, açucena.
8. Usa-se c ou ç após ditongos: foice, coice, louça; rejeição, eleição.
9. Usa-se c na terminação -ice formadora de substantivos: meninice, tolice, chatice.
10. Usa-se ss nas terminações -asse, -esse e -isse formadoras de verbos no subjuntivo: fa-
lasse, fizesse, partisse.
11. Usa-se ss entre vogais, mas nunca depois de consoantes: nisso, nossa, passar; cansada,
ensino, discurso.
12. Usa-se s na terminação -ense: paranaense, cearense, mato-grossense.
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2 Complete as palavras com c, ç, s ou ss, de acordo com as regras estudadas nesta unidade.
ç ss ss
a aí quise e discu ão
ç ç c
ara á baba u macaqui e
ç ç c
cani o chuma o velhi e
ç ç ç
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Para completar as palavras com c, ç ou ss, guie-se pelas palavras primitivas que aparecem no qua-
dro abaixo.
s ss ss
an iedade deze eis traí e
c ç s
fa ilitar do ura an ioso
c ç ç
gra iosa ado ar engra ado
s ç ss s
per eguir co a e repen ar
1 Leia os fragmentos dos Cadernos de Lanzarote, de José Saramago, atentando às palavras em des-
Professor: Fragmentos dos taque, e responda às questões a seguir.
Cadernos de Lanzarote foram
trabalhados na página 20 do
módulo de Produção de Texto.
Uma leitora na Feira: “Quando li o Levantado do chão disse comigo: este escritor é
diferente dos outros.” (...)
Estamos na Feira, cada um de nós, pelos altifalantes, sabia da presença do outro,
mas foi ele quem veio me procurar.
SARAMAGO, José. Diário-I. Em: Cadernos de Lanzarote. Lisboa: Caminho, 1994. p. 57.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Como esse complemento é classificado sintaticamente? Justifique sua resposta.
Esse complemento é classificado sintaticamente como objeto direto, pois não necessita de preposição
e) A expressão “do outro” completa o sentido do verbo saber nessa oração? Justifique sua resposta.
Não, a expressão “do outro” completa o sentido do substantivo presença. Sem ela, a oração não seria
28
b) Que função sintática a expressão “de ‘vitória ou morte’” exerce no primeiro quadrinho? Justifique.
De adjunto adnominal, pois especifica ou restringe o significado do substantivo juramento.
c) Que função sintática a expressão “de vitória” exerce no segundo quadrinho? Justifique.
Professor: A distinção entre
adjunto adnominal e comple-
De complemento nominal, pois completa o sentido do substantivo chances. mento nominal será abordada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em um tópico específico na
3 Agora leia esta outra tira. próxima página.
©CLARA GOMES
a) Por que, no último quadrinho, a personagem diz que “era” é o tempo verbal correto para se
referir ao despertador?
Para confirmar que o despertador “já era”, porque ela acabara de destruí-lo.
c) A que classe gramatical pertencem os termos dor, solidão, sofrimento e pós-moderno, que com-
põem o complemento da palavra saturação?
Dor, solidão e sofrimento: substantivo; pós-moderno: adjetivo.
d) Que palavra inicia os complementos nominais que você apontou no item b? Qual é sua classe
gramatical?
A palavra de, que é preposição.
29
nomes.
d) Como a expressão exportações de café pode ser classificada nas outras orações?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como complemento nominal.
b) A que palavra cada uma das palavras destacadas se refere? A que classe gramatical elas
pertencem?
Elas se referem a cadernos, calendário, número, andorinha e tigela, respectivamente. Todas são
substantivos.
30
Eu sempre achei segredo coisa de menina. Perda de tempo. (...) Até que um dia eu
percebi que a vida é cheia de mistérios.
PRIETO, Heloisa; DIMENSTEIN, Gilberto. Mano descobre a liberdade. São Paulo: Senac, 2001. p. 7.
(Série Cidadão-Aprendiz.)
c) Qual dos termos destacados completa o sentido de um substantivo? E qual deles completa o
sentido de um adjetivo?
A locução adjetiva de tempo completa o sentido do substantivo perda. A locução adjetiva de mistérios
3 Com base no que foi estudado, complete estas frases, registrando as diferenças entre adjunto
adnominal e complemento nominal.
adjunto adnominal
a) O pode vir representado por um artigo, um ad-
jetivo, um pronome, um numeral ou uma expressão formada por preposição mais substantivo
(ou palavra equivalente a este).
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3 Classifique os termos destacados em cada frase como complemento nominal (CN) ou objeto
indireto (OI).
( OI ) Nós confiamos em nosso orientador.
( CN ) O vestido dela é semelhante ao seu.
( CN ) Os alunos estão aptos para ler o livro.
( OI ) Você deve obedecer a seus pais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( CN ) A situação corre favoravelmente a ele.
4 Complete cada frase com uma das expressões do quadro, dando sentido à palavra destacada.
5 Qual é a classificação sintática dos termos que complementam o sentido das palavras destacadas
na atividade anterior?
Complemento nominal.
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Os jornais, com aquele seu louvável bom senso de sempre, aproveitaram a oportu-
nidade para reforçar as suas reclamações contra a falta de policiamento nos subúrbios.
BARRETO, Lima. A polícia suburbana. Em: Crônicas escolhidas. São Paulo: Ática, 1995. p. 77.
b) Reescreva o texto, substituindo o verbo reforçar pelo substantivo reforço e fazendo as adapta-
ções necessárias. Depois, classifique sintaticamente o termo ligado ao substantivo reforço.
Os jornais (...) aproveitaram a oportunidade para fazer um reforço das suas reclamações contra a falta
A princípio ela afetara uma calma absoluta, o olhar vagando distraidamente por
entre as pedrinhas coloridas que se cruzavam no tabuleiro. Mas ninguém tomara
conhecimento de sua indiferença.
TELLES, Lygia Fagundes. Ciranda de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
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a) A quais palavras cada um dos termos destacados se refere? Qual é a função sintática dessas palavras?
De brinquedos (título) refere-se a descoberta; de Anne Frank, a brinquedos; de brinquedos (corpo do
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De brinquedos (nas duas ocorrências). Eles completam o sentido dos substantivos a que se referem.
qualificam os substantivos aos quais se referem, respectivamente: diário, horrores, filme, história. De
novo material artístico é complemento nominal pois completa o sentido do substantivo necessidade.
b) Reescreva o período abaixo, substituindo por um verbo o substantivo ao qual o termo desta-
cado se refere.
“Há uma verdadeira necessidade de novo material artístico para manter a memó-
ria dela viva para as gerações mais novas.”
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da garagem.
3 Complete cada frase com um termo que exerça a função sintática indicada entre parênteses.
Respostas possíveis:
para banhistas
a) A praia estava imprópria . (complemento nominal)
dos pacientes
b) Os médicos notaram as mudanças no comportamento .
(adjunto adnominal)
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Sim. O fato relatado é o mesmo. A organização sintática é diferente em cada uma das orações. Cada uma
é revela; na 2, a forma verbal é é revelada. A oração 1 ressalta o autor do livro; na oração 2, a história é
que é destacada.
2 No exercício anterior, qual das orações tem sujeito agente? E qual delas tem sujeito paciente?
Oração 1: sujeito agente; oração 2: sujeito paciente.
as irmãs
Agente da ação expressa pelo verbo: .
Nas orações em voz passiva, o termo que pratica a ação verbal é o agente da passiva.
Este é, em geral, antecedido da preposição por ou de suas combinações: pelo, pelos, pela,
pelas.
Assim como o sujeito, o agente da passiva nem sempre está explícito na frase.
Agora escreva:
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Da voz ativa para a voz passiva
1 Leia as duas orações e observe as diferenças entre elas. A primeira está na voz ativa e a segunda
na voz passiva.
Assinale as afirmações que indicam como se dá a transformação da voz ativa em voz passiva.
( X ) O agente da voz ativa é o mesmo que o da voz passiva.
( X ) O verbo da voz ativa transforma-se em particípio na voz passiva.
( X ) O alvo da ação é o mesmo nas vozes ativa e passiva.
( X ) O objeto direto na voz ativa transforma-se em sujeito na voz passiva.
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Observe como ocorre a passagem de uma locução verbal da voz ativa para a voz passiva:
Voz ativa
Nós estamos fazendo um belo trabalho.
Voz passiva
Um belo trabalho está sendo feito por nós.
do indicativo no particípio
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1 Leia a tira.
HAGAR DIK BROWNE
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(enganar seus clientes).
c) No segundo quadrinho, o personagem afirma: “Só digo a verdade!”. Essa afirmação é confirma-
da no terceiro quadrinho? Explique.
Não. O personagem não disse a verdade, porque o porão não está “meio úmido”, como ele afirmou.
f ) Se esse agente da passiva não fosse citado, o que ocorreria com o sentido da frase?
Não se saberia quem pratica a ação; neste caso, quem está enganando os clientes.
2 Estas frases estão na voz passiva sintética. Reescreva-as na voz passiva analítica.
a) Esperam-se resultados melhores no campeonato nacional.
Resultados melhores são esperados no campeonato nacional.
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5 Passe as frases da voz ativa para a voz passiva ou da voz passiva para a voz ativa.
a) A invenção do relógio mecânico marcou o espírito da modernidade.
O espírito da modernidade foi marcado pela invenção do relógio mecânico.
f ) Tais estudos influenciaram o modo de retratar as imagens nas telas dos artistas.
O modo de retratar as imagens nas telas dos artistas foi influenciado por tais estudos.
Professor: Chame a atenção dos alunos para a concordância correta entre verbo e sujeito.
Procuram-se soluções
transformadoras
Prêmio Fundação Banco
do Brasil de Tecnologia So-
cial – Edição 2003. Se você
tem uma solução inovadora
para problemas sociais (…),
acesse <cidadania-e.com.br>
e inscreva-se. (…) A sua ini-
ciativa pode ser certificada
pela Fundação (…).
Viagem, São Paulo, n. 4, abr. 2003.
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1 Qual é o objetivo desse anúncio?
Divulgar a edição de 2003 do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.
2 Pela leitura do texto, é possível identificar o anunciante, ou seja, o agente da ação expressa pela
forma verbal procuram-se?
Sim. É a Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.
c) Por que, nesse caso, o emprego da passiva sintética é mais adequado que o da analítica?
Porque, em mensagens publicitárias, a forma reduzida é mais eficiente e mais rapidamente captada
pelo leitor. Compare, por exemplo: “procuram-se soluções transformadoras” com “soluções
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2 Reescreva estas orações passando os termos destacados para o plural e fazendo as mudanças que
julgar necessárias.
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3 Passe as formas verbais das orações a seguir para a voz passiva sintética, de acordo com este
exemplo:
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Na prática, seu principal aliado será sempre o dicionário. Convém, no entanto, ter em
mente a seguinte regra geral: a palavra derivada tende a manter as letras da primitiva:
nascer/nascimento; excesso/excessivo.
Felizmente, esses dígrafos são pouco frequentes na língua portuguesa. Por isso, seria
útil memorizar a grafia das palavras mais usadas no dia a dia.
Observação
Muitos verbos que indicam “princípio de ação” terminam em -escer: florescer, eferves-
cer, rejuvenescer, enrubescer, convalescer. Mas fique atento em relação a palavras como
adoecer, amanhecer, adormecer, alvorecer, que são escritas apenas com c.
Professor: Lembre aos alunos
que as palavras da mesma Escrevem-se com sc
família das que aparecem no
quadro (cognatas) também se acrescentar imprescindível
escrevem com sc: consciente,
crescimento, oscilação etc. adolescência miscelânea
consciência nascer
crescer oscilar
descer piscina
disciplina ressuscitar
florescer transcender
excitar
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2 Escreva uma palavra da mesma família das palavras que se seguem: Respostas possíveis:
adolescência fascinante
a) adolescente: f ) fascinação:
crescimento imprescindível
b) crescer: g) prescindir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nascimento consciente
c) nascer: h) consciência:
florescimento ascensorista
d) florescer: i) ascensão:
transcendência indisciplinado
e) transcender: j) disciplina:
Sábado, 23 de fevereiro
ss
– Ah – (...) espero que vocês não tenham escutado o no o pequeno “debate”
ontem à noite.
A gente riu. Eu ainda acre sc entei que na próxima vez que eu e a Susie fizé ss e-
ss
mos um “debate”, eles podiam fazer o favor de não interferir. Papai di e para eu
ss s
parar de ser besta. O Sam pa ou lá em ca a mais tarde. Ele reclamou que
c
a Jane levou duas amigas para o inema. As meninas se sentaram todas juntas e
ss s
ainda queriam que ele compra e sorvete para elas no final. Ele de istiu das
meninas e ficou para o jantar.
MCPHERSON, Ann; MACFARLANE, Aidan. Diário de um adolescente hipocondríaco.
Tradução André Cardoso. São Paulo: Editora 34, 1993. p. 38-39.
4 Abra o dicionário na letra e e procure dez palavras em que o dígrafo xc represente o fonema /s/.
Copie-as abaixo. Depois, desafie um colega para um ditado. Cada um de vocês deve relacionar
dez palavras com o fonema /s/ escritas com xc e outras dez sem o xc. Em seguida, um dita para o
outro as palavras que escolher.
Resposta pessoal.
Professor: Há diversas palavras escritas com xc. Seria conveniente que os alunos copiassem aquelas cujo significado eles passa-
ram a conhecer por meio da consulta ao dicionário.
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O império da vaidade
Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio, que
vivem da nossa insegurança, impotência e angústia
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os
músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias
de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do
respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem
piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer
para os participantes.
Longilíneo. Alto e O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar
magro.
milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça – a conversa com o amigo, o cheiro
do jasmim, a rua vazia de madrugada – e a humanidade sempre gostou de conviver
com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha no sábado tam-
bém é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos
de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera
luta pela vida – isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O
prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer
que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos
submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos. As
filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris,
os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e
do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais
gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis – mas porque, se não ficarmos
angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos,
nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da
nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo. (...)
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, São Paulo, ed. 1406, p. 79, 23 ago. 1995.
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e) decorre do tédio da aula, em contraste com o movimento acelerado das nuvens e das moscas.
Autoavaliação
Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir.
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• Beijo na boca, de Ivan Jaf. São Paulo: Moderna, 2003. (Livro digital.)
• Olhos de ver, de Tatiana Belinky. São Paulo: Moderna, 2004. (Livro digital.)
A escritora Tatiana Belinky reúne jornalismo e literatura em suas crônicas,
REPRODUÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Sementes de sol, de Carlos Queiroz Telles. São Paulo: Moderna, 2003.
(Livro digital.)
Para ouvir
• “A felicidade”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Em: Gal Costa canta
Tom Jobim. BMG, 1999. CD 2.
978-85-8247-618-5
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