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Língua

Portuguesa
Gramática
8
unidade 1 Predicado e predicativo (revisão)
unidade 2 Transitividade verbal e adjunto adverbial
(revisão)
unidade 3 Complemento nominal
unidade 4 Vozes do verbo

ANIMALS ANIMALS/KEYSTONE BRASIL

1 • 2 • 3 • 4

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Elementos
que se
complementam
Imagine que, em uma reunião importante
para decidir como alguma coisa deverá ser
feita ou que atitudes devem ser tomadas,
todos os participantes falem ao mesmo
tempo e sobre o que quiserem, fugindo do
assunto principal. Haveria um resultado
objetivo? Eles teriam dificuldade para
chegar a uma conclusão? Em situações
como essa, é preciso que alguém
coordene as falas. E também que um
complemente a ideia do outro.

Professor: As páginas de abertura promovem a verificação e a ex-


ploração dos conhecimentos prévios dos alunos. São um convite à
discussão e à leitura de imagens. As questões elencadas permitem
avaliar o grau de conhecimento da classe e podem orientar a con-
dução mais adequada dos assuntos que serão abordados. Deixe
que os alunos respondam às perguntas livremente.

Set de filmagem de Ilha do medo (Es-


tados Unidos, 2010), dirigido por Mar-
tin Scorsese. À esquerda, o ator Ben
Kingsley; à direita, sentados, os atores
Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo e,
em pé, o diretor Martin Scorsese.

Observe a imagem. Em seguida, responda oralmente.

1 Como é o ambiente mostrado?


2 Quem são as pessoas retratadas?
3 Como elas estão vestidas? As roupas são antigas ou atuais?
Professor: O encaminhamento de todas as respostas e discussões desta abertura está no Plano de Aulas.

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PARAMOUNT/COURTESY EVERETT COLLECTION/LATINSTOCK

Reúna-se com alguns colegas, conversem sobre o exercício anterior e


respondam às seguintes questões no caderno.

1 Quem parece ter voz ativa, de comando, ou estar agindo sobre os outros?
Quem parece estar passivo, ou seja, sofrendo a ação de quem comanda?
2 Em sua opinião, que tipo de ação o diretor está exercendo sobre os atores?
3 O que ele poderia estar dizendo? Ele usaria verbos no presente ou no passado?

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1 Predicado
UNIDADE

e
predicativo (revisão)
Sujeito e predicado
1 Releia estes fragmentos do conto “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector.
Professor: Os contos “Feliz
aniversário” e “Noventa e três”,
mencionados nas atividades Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel
desta página, foram traba-
lhados nas páginas 6 a 13 do colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sungados pelo teto (…).
módulo de Produção de Texto.
(...)
Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais, de modo que
ninguém podia saber se ela estava alegre.
LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. Em: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 55.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) A que se refere o predicado “não a interpretavam mais”?
O predicado refere-se aos músculos do rosto da aniversariante.

b) Quais são as ações atribuídas ao sujeito Zilda?


As ações atribuídas a Zilda são arrumar a mesa, encher a mesa e espalhar balões.

2 As orações abaixo fazem parte do conto “Noventa e três”, de Mia Couto. Leia-as e identifique
os trechos em destaque como sujeito ou predicado.
a) “Finalmente trazem o bolo de aniversário.” Predicado.
b) “O bolo é cortado rápido (...).” Sujeito.

Uma oração pode ser dividida em duas partes: o sujeito e o predicado. O sujeito é o ser ou
coisa sobre o qual se fala na oração. O predicado é aquilo que se fala sobre o sujeito na oração.
oração
sujeito predicado
(ser sobre o qual se fala) (aquilo que se fala sobre o sujeito)

O velho sopra em todo o lado (...).

verbo
(ação que se atribui ao sujeito)

O verbo é o elemento essencial de um predicado. É ele que define o tipo de predicado,


que pode ser: de existência, de ação ou de qualidade. O verbo soprar, na oração acima, é
um verbo que denota ação.
O verbo também pode ajudar a identificar o sujeito. Como o verbo e o sujeito con-
cordam em pessoa e número, identificar as desinências do verbo facilita a localização do
sujeito dentro da oração. Por exemplo, a forma verbal sopra está flexionada na terceira
pessoa do singular. Assim, o sujeito do predicado que contém esse verbo só pode ser um
substantivo de terceira pessoa no singular: o velho.

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Sujeito: núcleo e tipos
1 Releia este fragmento do conto “Noventa e três”.

Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais, de modo que


ninguém podia saber se ela estava alegre.
LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. Em: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 55.

a) Qual é o sujeito da oração “Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais”?
O sujeito dessa oração é Os músculos do rosto da aniversariante.

b) Qual é a palavra principal do sujeito, isto é, o núcleo?


Músculos.

A palavra principal do sujeito é o núcleo. Trata-se sempre de um substantivo ou de uma


palavra equivalente a ele, excluindo seu determinante e seus modificadores.

Professor: Para esta atividade,


c) Quais palavras determinam e quais modificam esse núcleo? é importante orientar o aluno
a perceber que, entre as várias
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O artigo definido plural os determina o núcleo músculos, e a expressão do rosto da aniversariante palavras que podem compor
um sujeito, algumas são cru-
o modifica. ciais para determiná-lo, isto é,
são palavras sem as quais não
seria possível apontá-lo.

2 Quais são os núcleos do sujeito da oração abaixo?


A triste menina e o cão ruivo se separaram.
Menina e cão.

Os sujeitos, quando determinados, podem ser simples ou compostos. Quando são sim-
ples, apresentam somente um núcleo; quando são compostos, apresentam mais de um núcleo,
como no caso de menina e cão no conjunto de palavras “A triste menina e o cão ruivo”, que
correspondem ao sujeito de “se separaram”.

3 Leia esta tira.


BICHINHOS DE JARDIM CLARA GOMES
©CLARA GOMES

a) O predicado “encontrei minha voz” refere-se a qual sujeito? Explique como é possível identificá-lo.
O predicado “encontrei minha voz” refere-se ao sujeito oculto eu, que pode ser identificado pelo uso do

verbo encontrar na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito.

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b) Qual é o sujeito de “vamos procurar seu silêncio”? Explique como é possível identificá-lo.
O sujeito de “vamos procurar seu silêncio” é o pronome oculto nós. É possível identificá-lo pelo uso do

verbo ir na primeira pessoa do plural do presente do indicativo.

Nem sempre o sujeito da oração está explícito. Em uma oração como “Encontrei minha
voz”, podemos deduzir quem é o sujeito por meio da observação das desinências verbais. A
forma verbal encontrei está flexionada no pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa
do singular. Portanto, o sujeito é o pronome pessoal da primeira pessoa do singular: eu.
Nesses casos, em que o sujeito é determinado mas não está realizado na oração, ele é
chamado sujeito oculto ou desinencial.

4 Leia este texto.

Roberto e André deixaram a bola no quintal e foram brincar na rua. Quando volta-
ram, tiveram uma surpresa: a bola não estava mais lá. Roberto, preocupado, exclamou:
– Pegaram a bola!
(Texto elaborado para fins didáticos.)

a) Indique os sujeitos das orações que contêm as seguintes formas verbais:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• deixaram, foram brincar, voltaram, tiveram. Roberto e André
• estava. a bola
• exclamou. Roberto
Professor: Os alunos devem b) Em que oração não é possível determinar o sujeito? Explique.
justificar dizendo que o verbo
(na terceira pessoa do plural) Na última oração: “Pegaram a bola!”.
não se refere a nenhum dos
termos anteriores identifica-
dos como sujeito. Por isso, não
é possível determiná-lo pelo
contexto.
Na oração “Pegaram a bola”, o sujeito é indeterminado, pois não há a possibilidade
de identificá-lo pelo contexto. Quando se sabe que existe um agente ou experienciador da
ação verbal e não é possível determiná-lo, pode-se usar duas construções:
• verbo flexionado na terceira pessoa do plural:
Dizem que você nunca leu um livro. (Alguém diz algo, mas não se sabe ao certo quem.)
Professor: Mais adiante neste • verbo (transitivo indireto) flexionado na terceira pessoa do singular + se:
módulo, ao estudarem as vo-
zes do verbo, os alunos com- Precisa-se de professores de inglês. (Alguém precisa de algo, mas não se sabe ao certo quem.)
preenderão que as orações
com verbo transitivo indireto
não admitem a voz passiva 5 Leia a tirinha abaixo.
porque é o objeto direto (na
voz ativa) que assume a fun- ARMANDINHO ALEXANDRE BECK
ção de sujeito paciente (na voz
©WWW.TIRASARMANDINHO.COM.BR

passiva). Sendo assim, as ora-


ções que apresentam verbo
transitivo indireto na terceira
pessoa do singular + se têm
sujeito indeterminado.

Professor: Amplie os conheci-


mentos dos alunos consultan- a) A pergunta “faz quanto tempo?”, no último quadrinho, refere-se a qual fato?
do as orientações no Plano de
Aulas para apresentar outras Refere-se ao fato de o menino ter dito que havia escovado os dentes há algum tempo no primeiro
situações em que o sujeito
pode ser considerado indeter- quadrinho da tirinha.
minado.

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b) No primeiro quadrinho, o garoto acrescenta a oração “faz tempo” à resposta dada à mãe. É
possível identificar o sujeito dessa oração? Justifique sua resposta.
Não, pois a oração é constituída apenas pelo predicado, formado pelo verbo fazer e o substantivo

tempo.

As orações sem sujeito são compostas somente de predicado e são formadas por ver-
bos impessoais, como:
• haver, no sentido de “existir” ou “acontecer”: Houve festa no fim de semana.
• fazer, quando se refere ao tempo: Faz anos que não a vejo.
• ser, quando se refere ao tempo e à distância: É muito tarde. São dez quilômetros até lá.
• chover, nevar e os demais verbos que se referirem a fenômenos da natureza: Choveu
sem parar. Nevou na noite passada.

Adjunto adnominal
Quais são os termos que se referem à palavra destacada neste trecho do conto de Cora Coralina?
a)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Saiu uma cocada morena, de ponto brando, atravessada de paus de canela cheirosa.
CORALINA, Cora. As cocadas. Em: Conto com você.
São Paulo: Global, 2003. p. 23. (Coleção Literatura em Minha Casa, v. 2.)

Os termos são uma, morena, de ponto brando, atravessada de paus de canela cheirosa.

b) Qual é a classe gramatical dos termos apontados na resposta da alternativa a?


Uma: artigo; morena: adjetivo; de ponto brando e atravessada de paus de canela cheirosa: locuções

adjetivas.

Do ponto de vista sintático, os termos uma, morena, de ponto brando e atravessada de


paus de canela cheirosa são adjuntos adnominais. Eles podem atuar determinando, mo-
dificando, restringindo ou acrescentando algo ao significado de uma expressão do tipo
nominal, isto é, com ausência de verbos.
Podem desempenhar a função de adjunto adnominal os adjetivos, as locuções adjeti-
vas, os pronomes, os numerais e os artigos.

Tipos de predicado
1 Os trechos abaixo foram extraídos do romance autobiográfico Infância, de Graciliano Ramos. Su-
blinhe o predicado em cada um deles, circule os verbos e classifique-os como transitivos, intransi-
Professor: O romance auto-
tivos ou de ligação. biográfico Infância, de Graci-
liano Ramos, foi trabalhado no
a) “As minhas brincadeiras eram silenciosas.” módulo de Produção de Texto,
nas páginas 14-15.
Ser é verbo de ligação.

b) “A voz da mulher gorda sussurrava docemente.”


O verbo sussurrar é, nesse contexto, intransitivo.

c) “Não senti esfoladuras e advertências.”


O verbo sentir é, nesse contexto, transitivo.

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Os predicados são classificados de acordo com o tipo de verbo que os integra e a pre-
sença ou não do predicativo, que qualifica um sujeito ou um objeto.
• O predicado nominal é formado por verbo de ligação + predicativo: Luisinha é um anjo de
bondade.
• O predicado verbal é formado por verbo intransitivo ou transitivo, sem predicativo:
Hoje Luisinha reclamou e eu lhe dei mais um sabonete e um par de meias.
• O predicado verbo-nominal é formado por verbo intransitivo ou transitivo + predi-
cativo: Minhas primas julgaram-me desonesta.

2 Com base nas informações do quadro anterior, classifique os predicados da atividade 1.


O predicado da alternativa a é nominal; o das alternativas b e c é verbal.

Predicativo do sujeito e predicativo do objeto


1 Este fragmento do conto “Feliz aniversário” é composto de duas orações. Leia-o e depois responda
ao que se pede.

Tratava-se de uma velha grande, magra, imponente e morena. Parecia oca.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. Em: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 55.

a) Qual é o sujeito de cada oração?

Oração 1: O sujeito é indeterminado. .

Oração 2: O sujeito é oculto (ela). .

b) A que se refere o termo oca? Com que objetivo ele é usado?


O termo oca refere-se ao sujeito oculto ela e é usado para descrever o estado emocional dele.

c) De que forma o termo oca se liga ao sujeito?


O termo oca liga-se ao sujeito oculto (ela) por meio do verbo parecer.

d) Os termos grande, magra, imponente e morena ligam-se ao sujeito da mesma maneira que o
termo oca?
Não, pois os termos grande, magra, imponente e morena não estão ligados ao termo velha pela

intermediação de um verbo; eles são adjuntos adnominais, enquanto oca é predicativo do sujeito.

Embora os termos grande, magra, imponente, morena e oca refiram-se ao substantivo


velha, conectam-se a ele de modos distintos. Os quatro primeiros acrescentam informações
que caracterizam o substantivo velha, na primeira oração, sem a presença de um verbo, o
que os classifica como adjuntos adnominais do ponto de vista sintático.
O termo oca, por sua vez, estabelece uma relação com o sujeito oculto (ela) por meio
do verbo de ligação parecer. Os verbos de ligação não indicam ação, mas um estado do
sujeito. Eles não têm um sentido definido e preciso para constituir um predicado e carac-
terizar por completo o sujeito, por isso necessitam de um termo para completar o sentido
da oração. Esse termo, por fazer parte do predicado e relacionar-se ao sujeito, é chamado
predicativo do sujeito.

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2 Leia este fragmento do conto “São os cabelos das mulheres” e observe os termos destacados.
unidade
Sublinhe os que são sujeito e circule 5 são predicado.
os que

Ainda fazia frio na manhã em que a primeira mulher tirou o xale. Sacudiu a cabeça.
Os cabelos, que haviam crescido, rodearam-lhe o rosto. E porque aquela havia tirado
o xale, uma e logo outra a imitaram, uma quarta desfez sobre a testa o nó que prendia
o lenço, cabeças de mulheres assomaram às janelas, descobertas. Os cabelos, lisos,
crespos, ondulados, dançaram livres farfalhando como folhas, cintilaram ao sol que
de repente não parecia tão pálido. Em algum ponto daquela manhã, a primavera pôs-
-se a caminho.
COLASANTI, Marina. São os cabelos das mulheres. Em: 23 histórias de um viajante. São Paulo: Global, 2003. p. 38.

3 A oração a seguir pertence ao fragmento do conto citado acima. Leia-a e faça o que se pede.

(...) cabeças de mulheres assomaram às janelas, descobertas.

a) Qual é o sujeito, o verbo, o complemento e o predicativo dessa oração?


O sujeito da oração é cabeças de mulheres, o verbo é assomaram, o complemento é às janelas e o

predicativo é descobertas.

b) O predicativo, no caso dessa oração, refere-se ao sujeito ou ao objeto?


No caso dessa oração, o predicativo descobertas refere-se ao sujeito cabeças de mulheres.

c) O que aconteceria se a vírgula entre janelas e descobertas fosse retirada?


Se a vírgula fosse retirada, o sentido da frase seria alterado, pois o predicativo descobertas passaria

a referir-se ao objeto às janelas e, dessa forma, elas é que estariam descobertas, e não as cabeças de

mulheres.

Como vimos anteriormente, o predicativo pode qualificar o sujeito ou o objeto de uma


oração. Quando qualifica o sujeito, é chamado predicativo do sujeito; quando qualifica o
objeto, é chamado predicativo do objeto, como nos exemplos a seguir.

Predicativo do sujeito
As chances de trabalho parecem excelentes.

sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito

O diretor viajou preocupado.

sujeito verbo intransitivo predicativo do sujeito

Predicativo do objeto
A professora considera seus alunos estudiosos.

sujeito verbo transitivo objeto direto predicativo do objeto

A palavra que exerce a função de predicativo na oração pode ser um adjetivo, um subs-
tantivo, um substantivo precedido de preposição, um pronome, um numeral ou mesmo uma Professor: Explique aos alunos
que, se o verbo não admite ob-
oração. O predicativo do objeto só ocorre em orações com verbos transitivos. jeto, não é possível haver pre-
dicativo do objeto na oração.

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Atividades • unidade 1 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Identifique e classifique o sujeito de cada uma destas orações.


Oração 1 Sacudiu a cabeça.
Oração 2 Os cabelos, lisos, crespos, ondulados, dançaram livres farfalhando como folhas.
Oração 3 Ainda fazia frio na manhã.

Oração 1: (ele/ela): sujeito determinado oculto ou desinencial. .

Oração 2: Os cabelos, lisos, crespos, ondulados: sujeito determinado simples. .


oração sem sujeito.
Oração 3: .
2 Leia as orações a seguir e responda ao que se pede.
Oração 1 Tarde da noite, voltávamos de uma festa de aniversário.
Oração 2 As saudações e explicações na sala de estar eram a primeira coisa a fazer na minha che-
gada em casa.
Oração 3 No meio de tanta confusão e de tanta gritaria, ali estava um senhor adormecido.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Oração 4 Estiveram eles fora de casa ontem?
Oração 5 Entre livros e músicas, passei a tarde toda com meus amigos.

a) Que orações apresentam sujeito desinencial? As orações 1 e 5.

b) Que oração apresenta sujeito composto? A oração 2.

c) Qual é o núcleo do sujeito da oração 3? Senhor.

d) Qual é o sujeito da oração 1? E o predicado?


O sujeito da oração 1 (nós) está oculto na oração, embora seja possível identificá-lo pela desinência

verbal. O predicado, nesse caso, é toda a oração materialmente realizada.

e) Indique o sujeito e o predicado da oração 4.


Sujeito: eles; predicado: estiveram fora de casa ontem.

f ) Quais são os adjuntos adnominais da oração 5?


A, toda (de tarde); meus (de amigos).

3 Leia estas orações e responda às questões a seguir.


Oração 1 Livros são objetos complicados para algumas pessoas.
Oração 2 Achei totalmente desnecessária a presença do segurança na festa.

a) Qual é o verbo de cada uma das orações?


são achei
Oração 1: . Oração 2: .
b) Como se classifica cada um desses verbos quanto à predicação?
São: verbo de ligação; achei: verbo transitivo direto.

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c) Nessas frases há predicativos? Classifique-os.
Sim, há um predicativo do sujeito (objetos complicados) e um predicativo do objeto (totalmente

desnecessária).

d) Qual é o tipo de predicado que constitui cada uma das orações?


predicado nominal
Oração 1: .
predicado verbo-nominal
Oração 2: .

4 Indique o sujeito, o núcleo do sujeito e os adjuntos adnominais do sujeito de cada uma das ora-
ções a seguir.

a) Uma mancha negra de petróleo apareceu no mar.


Uma mancha negra de petróleo
Sujeito: .
mancha
Núcleo do sujeito: .
uma, negra, de petróleo (referentes a mancha)
Adjuntos adnominais: .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Centenas de mortes provocou o maremoto da Ásia.


o maremoto da Ásia
Sujeito: .
maremoto
Núcleo do sujeito: .
o, da Ásia (referentes a maremoto)
Adjuntos adnominais: .

5 Leia este fragmento do conto “Tentação”, de Clarice Lispector, atentando às palavras em destaque.
Com base nelas, indique o tipo de predicado em cada uma das orações numeradas.

A dona esperava impaciente sob o guarda-sol (1). O basset ruivo afinal despregou-
-se da menina e saiu sonâmbulo (2). Ela ficou espantada (3), com o acontecimento
nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam.
LISPECTOR, Clarice. Tentação. Em: O primeiro beijo e outros contos. São Paulo: Ática, 1989. p. 53.

predicado verbo-nominal
Oração 1: .
predicado verbo-nominal
Oração 2: .
predicado nominal
Oração 3: .

6 De acordo com o exemplo, transforme as orações em uma única, da qual faça parte um predicado
verbo-nominal.
Exemplo: A criança estava irrequieta. A mãe acalmou a criança.
A mãe acalmou a criança irrequieta.

a) Ele avaliou o livro. O livro era adequado à faixa etária.


Ele avaliou o livro adequado à faixa etária.

b) Nós encontramos a casa. A casa estava destruída.


Nós encontramos a casa destruída.

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Atividades • unidade 1
7 Leia os versos a seguir e identifique em cada um deles os adjuntos adnominais.

Meu último amor eterno


acabou antes de ontem.
TELLES, Carlos Queiroz. Truques e táticas. Em: Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1990. p. 46.

Nesses versos, os adjuntos adnominais são meu, último e eterno.

Na Terra deserta
A última galinha põe o último ovo.
QUINTANA, Mário. O ovo. Em: Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 2003. p. 68.

Nesses versos, os adjuntos adnominais são a, deserta, a, última, o e último.

8 Leia este trecho da crônica de Rubem Braga e responda ao que se pede.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Era bonita, morena. Tinha um lenço na cabeça, óculos escuros, uma blusa de co-
res alegres, saia branca, as pernas nuas, sandálias sem salto. De seu corpo vinha um
cheiro fresco de água-de-colônia.
BRAGA, Rubem. Visita de uma senhora do bairro. Em: 200 crônicas escolhidas.
Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 375.

a) Entre os termos destacados, quais são adjunto adnominal e quais são predicativo do sujeito?
bonita, morena
Predicativos do sujeito: .
escuros, alegres, branca, nuas, sem salto, fresco
Adjuntos adnominais: .
Professor: Chame a atenção b) O que a omissão desses termos acarretaria?
para o gênero feminino da
personagem, sinalizado pelos
adjetivos flexionados no femi-
A descrição da mulher ficaria comprometida.
nino bonita e morena.
9 Leia a tirinha a seguir.
GARFIELD JIM DAVIS

©1978 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED/


UNIVERSAL UCLICK

a) Como Garfield se caracteriza no primeiro quadrinho?


Como um gato vulgar, comum.

b) A preferência de Garfield por lasanha corresponde à descrição que ele faz de si mesmo?
Não. A preferência por lasanha faz dele um gato especial, diferente dos outros gatos, que preferem

carne ou mesmo ração a qualquer outro alimento.

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c) Classifique sintaticamente as expressões “um gato vulgar, comum”, “louco” e “mais perfeita de
toda criação”.
No primeiro quadrinho, a expressão “um gato vulgar, comum” é predicativo do sujeito oculto eu.

O núcleo desse predicativo é o termo gato, e os termos um, vulgar e comum são adjuntos adnominais

desse núcleo. No segundo quadrinho, o termo louco é predicativo do sujeito. A expressão “mais perfeita

de toda criação” é adjunto adnominal do termo comida.

d) Que função os adjuntos adnominais e os predicativos exercem nessas frases?


Caracterizam Garfield e sua comida preferida.

10 O adjunto adnominal e o predicativo do objeto são comumente confundidos quando se tratam


de adjetivos.
Escreva duas frases com o substantivo lasanha e o adjetivo deliciosa, de modo que em uma frase a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

palavra deliciosa apareça como adjunto adnominal e, em outra, como predicativo do objeto. Você
pode se inspirar no fato de que Garfield adora lasanha e citá-lo em suas frases.
Respostas possíveis:
• Deliciosa como adjunto adnominal:
A lasanha deliciosa foi devorada por Garfield.

• Deliciosa como predicativo do objeto:


Garfield achou a lasanha deliciosa.

11 Leia a tirinha a seguir.


HAGAR DIK BROWNE

© CHRIS BROWNE/KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

a) Em que consiste o humor da tira?


No comentário de Hagar, que ironiza o fato de a previsão do tempo anunciar o óbvio, ou seja, não ter

serventia alguma.

b) Transcreva três exemplos de verbos ou locuções verbais impessoais que aparecem na tirinha.
É exemplo de verbo impessoal “havia”, e são exemplos de locuções verbais impessoais “está nevando”

e “vai nevar”.

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Gramática em contexto
1 O cartaz ao lado faz parte de uma campanha publici-
tária lançada pela Organização Mundial do Trabalho,
em 2010, em parceria com algumas instituições brasi-
leiras. Observe-o e responda às questões a seguir.

a) Qual das alternativas abaixo melhor expressa o


objetivo da campanha?
( ) Opor-se à aplicação do cartão vermelho no
futebol.
( ) Utilizar um símbolo do futebol para chamar
a atenção sobre o trabalho infantil.
( X ) Combater o trabalho infantil.
( ) Expressar o apoio da Fifa no combate ao
trabalho infantil.

UNICEF
b) Quais elementos do cartaz contribuem para a
construção da mensagem da campanha?
O formato do cartaz, por exemplo, é o de um cartão vermelho, que no futebol indica expulsão.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Essa característica, associada à própria expressão escrita “cartão vermelho ao trabalho infantil”, deixa

claro para o público qual é o objetivo do cartaz e da campanha: “expulsar o trabalho infantil de campo”,

isto é, combatê-lo e erradicá-lo.

c) Pela mensagem do cartaz, é possível concluir que a campanha é direcionada:


( ) aos jogadores de futebol.
( ) às crianças que trabalham.
( X ) à sociedade brasileira em geral.
( ) aos pais.

2 Transforme a mensagem utilizada na campanha em uma oração verbal com sujeito e predicado.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “Devemos dar um cartão vermelho ao trabalho infantil”.

Nesse caso, o sujeito seria desinencial, passível de ser identificado pela flexão verbal de primeira pessoa do

plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo dever.

3 Construa uma oração com predicado nominal que utilize a expressão nominal “o trabalho infantil”
como sujeito.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “O trabalho infantil é um erro”.

4 Construa uma oração com predicativo do objeto que utilize a expressão nominal “o trabalho infan-
til” como objeto.
Resposta pessoal. Uma opção seria, por exemplo, “Nós consideramos o trabalho infantil errado”.

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Atividades • unidade 1 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Observe o contexto e classifique os predicados em verbal ou nominal. Marque V ou N.


( N ) Minha filha anda muito feliz ultimamente.
( V ) Meu vizinho anda todos os dias.
( V ) Os livros permaneceram na estante durante as férias.
( N ) Naquela casa, as crianças estavam felizes.
( V ) A praça do Correio fica no centro da cidade de São Paulo.

2 Marque V para predicado verbal, N para predicado nominal e VN para predicado verbo-nominal.
( VN ) Os vizinhos olharam assustados a cena.
( N ) O espetáculo foi maravilhoso.
( V ) O time carioca ganhou o campeonato nacional.
( VN ) Todos aguardavam ansiosos a chegada do novo diretor.

3 Identifique e classifique os predicados das orações.


a) Fernando Pessoa foi um grande poeta. Predicado nominal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) O ator estava animado. Predicado nominal.

c) O ator respondeu às perguntas dos fãs. Predicado verbal.

d) O ator respondeu às perguntas dos fãs animado. Predicado verbo-nominal.

e) O ator considerou a entrevista encerrada. Predicado verbo-nominal.

f ) O marceneiro fabricou os móveis da casa. Predicado verbal.

4 Complete estas orações com diferentes tipos de predicado. Empregue o verbo que está entre
parênteses. Respostas possíveis:
somos muito amigos
a) Minha irmã e eu . (ser)
fizeram gols fantásticos
b) Os jogadores da seleção brasileira . (fazer)
parecia triste ontem
c) O presidente do clube . (parecer)
chegaram cansados da excursão
d) Meus colegas de classe . (chegar)

5 Nas orações a seguir, sublinhe o predicativo e classifique-o com base na relação que estabelece
com o sujeito ou com o objeto.

a) Os alunos leram satisfeitos os livros indicados.


Predicativo do sujeito.

b) Os jurados consideraram a apresentação maravilhosa.


Predicativo do objeto.

c) Nossa equipe de basquete voltou vitoriosa da capital.


Predicativo do sujeito.

d) O menino caminhava apressado.


Predicativo do sujeito.

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2 Transitividade
UNIDADE

verbal e
adjunto adverbial (revisão)
Verbo transitivo e verbo intransitivo
1 Leia o fragmento do conto “A última noite de Natal”, de Graciliano Ramos, atentando às orações
destacadas. A seguir, responda ao que se pede.

A última noite de Natal


O que devia fazer... De repente a ideia rebelde surgiu (1). Bem. Devia meter os
botões nas casas e agasalhar o pescoço. Depois cruzaria os braços (2), aqueceria as
mãos debaixo dos sovacos (3), ficaria imóvel e tranquilo. Mas os dedos finos e enge-
lhados avançavam, recuavam, não havia meio de governá-los.
RAMOS, Graciliano. A última noite de Natal. Em: Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1983. p. 222.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Quais são os complementos dos verbos nas orações em destaque?

Oração 1: Não há complemento verbal nessa oração.

Oração 2: os braços

Oração 3: as mãos

b) O verbo recuavam, na última oração do fragmento, funciona de modo semelhante a avança-


vam nessa mesma oração? Justifique sua resposta.
Sim, pois, assim como o verbo avançar, o verbo recuar tem sentido completo nessa oração, isto é,

ambos são intransitivos. O significado do verbo, por si só, explica qual é a ação relacionada a esse

sujeito, sem necessidade de haver complementos verbais para justificá-los.

Alguns verbos precisam de outros termos que completem seu sentido em uma ora-
ção, como é o caso de cruzar e aquecer no trecho do conto “A última noite de Natal”,
de Graciliano Ramos. Quando necessitam desse complemento, os verbos são chamados
transitivos e, quando não necessitam, como surgir, avançar e recuar nesse mesmo tre-
cho, são chamados intransitivos.
A transitividade de um verbo, contudo, não é sempre a mesma, podendo variar de
acordo com o contexto.

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2 O menino grapiúna é um livro de memórias escrito por Jorge Amado com base em lembranças
de sua infância e juventude. Leia o trecho abaixo e depois responda às questões.

Em lugar de nos fazer analisar Os lusíadas, tentando descobrir o sujeito oculto e


dividir as orações, reduzindo o poema a complicado texto para as análises gramati-
cais, fazendo-nos odiar Camões, o padre Cabral, para seu deleite e nosso encanta-
mento, declamava para os alunos episódios da epopeia. Apesar do sotaque de além-
-mar, a força do verso nos tomava e possuía. (...) Patriota, desejava sem dúvida nos
fazer conscientes da grandeza de Portugal, o Portugal das descobertas e dos clássicos.
Obtinha bem mais do que isso: despertava nossa sensibilidade, retirando-nos do poço
da gramática portuguesa (cujas rígidas regras nada tinham a ver com a língua falada
pelo povo brasileiro) para a sedução da literatura, das palavras vivas e atuantes. As
aulas de português adquiriram outra dimensão.
AMADO, Jorge. O menino grapiúna. Rio de Janeiro: Record, 1981. p. 81.

a) Qual é o sentido dos verbos tomar e possuir na oração em negrito?


O sentido dos verbos tomar e possuir na oração em negrito é semelhante ao de “invadir” e ”dominar”,

respectivamente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Identifique o complemento do verbo despertar na oração sublinhada. Esse verbo poderia ser
usado sem o seu complemento? Justifique sua resposta.
O complemento do verbo despertar é “nossa sensibilidade”. Esse verbo também pode ser usado sem

complemento; porém, no contexto dessa oração, ele ficaria sem sentido se não houvesse complemento.

3 Agora leia estas orações.


Oração 1 O padre Cabral despertou nossa sensibilidade para a literatura.
Oração 2 O padre Cabral despertou bem cedo naquele dia.

Qual é a diferença de uso do verbo despertar nessas orações?


Na oração 1, despertar é verbo transitivo e seu sujeito causa o despertar de algo. Na oração 2, despertar é

verbo intransitivo, logo a ação não vai além do verbo.

Verbo transitivo direto e transitivo indireto


1 Observe as orações retiradas do texto de Jorge Amado citado na atividade 2.
Oração 1 “As aulas de português adquiriram outra dimensão.”
Oração 2 “(...) o padre Cabral, para seu deleite e nosso encantamento, declamava para os alunos
episódios da epopeia.”

a) Quais são os complementos dos verbos em destaque nas orações?


O complemento do verbo adquirir é “outra dimensão”, e os complementos do verbo declamar são “para

os alunos” e “episódios da epopeia”.

b) Quais deles apresentam preposição?


O único complemento que apresenta preposição é “para os alunos”.

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c) Quanto à transitividade, como são classificados os verbos destacados nas orações?
O verbo adquirir é transitivo direto, e o verbo declamar é transitivo direto e indireto.

d) Considerando o contexto do fragmento, o complemento “para os alunos” poderia ser retirado


da oração 2 sem alterar o sentido dela? Justifique sua resposta.
Sim, pois as informações anteriores ao verbo na oração permitem compreender, pelo contexto, que o

padre declamava episódios da epopeia às pessoas referidas pelo pronome “nosso”, supostamente

alunos em uma sala de aula, já que o narrador descreve no fragmento as “aulas de português”.

e) Considerando o contexto do fragmento, o complemento “episódios da epopeia” poderia ser


retirado da oração 2 sem alterar o sentido dela? Justifique sua resposta.
Não, pois a ausência do complemento “episódios da epopeia” poderia dar a entender que o padre

Cabral declamava um poema qualquer, e não especificamente os versos mencionados pelo narrador, já

que o verbo declamar tem sentido completo e seus complementos são empregados opcionalmente de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
acordo com o que se tenciona informar.

Os verbos e os complementos verbais são classificados de acordo com o tipo de cone-


xão que estabelecem em uma oração. Quando os verbos se conectam aos complementos
sem a obrigatoriedade do uso de uma preposição, são chamados transitivos diretos, e
seus complementos, objetos diretos. Quando se conectam aos complementos neces-
sariamente por uma preposição, os verbos são chamados transitivos indiretos, e seus
complementos, objetos indiretos.
Alguns verbos, contudo, podem dirigir-se simultaneamente a dois complementos:
um que exija preposição e outro não. Nesse caso, os verbos são chamados transitivos
diretos e indiretos ou bitransitivos.

2 Classifique como objeto direto ou indireto os complementos identificados no item a da atividade


anterior.
“Outra dimensão” e “episódios da epopeia” são objeto direto; “para os alunos” é objeto indireto.

Adjunto adverbial
1 O fragmento abaixo faz parte da autobiografia do poeta José Paulo Paes. Leia o trecho e depois
responda ao que se pede.

(...)
Alguns anos atrás tive um sonho estranho com a casa de Taquaritinga onde vivi até
os 11 anos. Sonhei que era um menino voador que fora pousar, feito passarinho, no teto
da velha casa, para de lá ficar espiando o que se passava dentro dela. Escrevi então um
poema a que dei o título de “A casa” (...).
PAES, José Paulo. A casa. Em: Quem, eu?: um poeta como outro qualquer. São Paulo: Atual, 1996. p. 4.

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a) A que palavra cada uma das expressões em destaque no fragmento está associada?
A palavra estranho está associada a sonho; a expressão de Taquaritinga está associada a casa, e a

expressão até os 11 anos está associada à palavra vivi.

b) Qual das expressões está associada diretamente a um verbo?


A expressão até os 11 anos, associada ao verbo viver.

c) Se a expressão associada ao verbo fosse retirada da oração, o sentido do fragmento seria alte-
rado? Justifique sua resposta.
Sim, pois, se a expressão até os 11 anos não estivesse na oração, se saberia que o sujeito mencionado

no fragmento viveu na casa de Taquaritinga, mas não seria possível determinar por quanto tempo.

Os adjuntos adverbiais são palavras ou expressões que modificam o sentido de ver-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

bos, adjetivos ou advérbios. Formados por advérbios ou locuções adverbiais, geralmente


compostas de preposições, os adjuntos adverbiais podem acrescentar aos enunciados dife-
rentes circunstâncias, como as de:
• Causa: Ela se perdeu do grupo por teimosia.
• Modo: Andava vagarosamente entre as árvores do bosque.
• Companhia: Ela foi à excursão com a escola.
• Tempo: Ele sempre sai na frente dos amigos.
• Finalidade: Preparou-se para a partida definitiva.
• Instrumento: Anotou suas observações com caneta vermelha.
• Intensidade: Andou muito antes de nos encontrar.
• Lugar: O menino jogava bola na rua.
• Negação: Eles não cumpriram com o prometido.
• Afirmação: Eles cumpriram, sim, com o prometido.
• Concessão: Os alunos, apesar da chuva, compareceram à aula.

2 Releia o fragmento de “A casa” e responda.


a) Quais são as locuções adverbiais relacionadas à forma verbal fora pousar?
As locuções adverbiais relacionadas à forma verbal fora pousar são “feito passarinho” e “no teto da

velha casa”.

b) Que circunstâncias essas locuções acrescentam à forma verbal com a qual se relacionam?
A locução adverbial “feito passarinho” indica o modo como o menino (sujeito) “fora pousar”, e a locução

adverbial “no teto da velha casa” indica o lugar em que o pouso se deu.

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Atividades • unidade 2 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 As quadrinhas, compostas geralmente de quatro versos, são semelhantes às trovas, um tipo de


composição poética muito antigo. Ao longo do tempo, as quadrinhas tornaram-se muito popula-
res, e muitas ainda hoje fazem parte da tradição popular brasileira, como estas a seguir.

O cravo quando nasce


toma conta do jardim
eu também vivo querendo
quem tome conta de mim.
(Da tradição popular.)

Vou mandar um recadinho


à menina mais bonita
a que tem trança comprida
amarrada com uma fita.
(Da tradição popular.)

Com base em sua leitura, responda às questões abaixo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Entre os verbos destacados, quais são os transitivos e os intransitivos?
O verbo transitivo é mandar e os verbos intransitivos são nascer e viver.

b) Quais são os complementos do verbo classificado como transitivo na questão acima?


Os complementos do verbo transitivo mandar são "um recadinho" e "à menina mais bonita".

c) Os objetos relacionados ao verbo classificado como transitivo são diretos ou indiretos? Justifi-
que sua resposta.
O complemento "um recadinho" é objeto direto, pois completa o sentido do verbo sem o auxílio de

preposição, e o complemento "à menina mais bonita" é objeto indireto, pois completa o sentido do

verbo com o auxílio de preposição. Portanto, o verbo mandar é transitivo direto e indireto.

2 Leia este trecho do conto “O menino” e depois faça o que se pede.

O menino
Sentou-se num tamborete, fincou os cotovelos nos joelhos, apoiou o queixo nas
Tamborete. Banco.
mãos e ficou olhando para a mãe. Agora ela escovava os cabelos muito louros e curtos,
puxando-os para trás. E os anéis se estendiam molemente para em seguida voltarem à
posição anterior, formando uma coroa de caracóis sobre a testa.
TELLES, Lygia Fagundes. O menino. Em: Antes do baile verde. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983. p. 109.

a) Das expressões destacadas, identifique quais são:


adjunto adverbial: num tamborete; nos joelhos; nas mãos; agora; em seguida; molemente.

objeto direto: os cotovelos; o queixo; os cabelos.

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b) As orações a seguir fazem parte do trecho que você acabou de ler. Recrie-as, acrescentando-
-lhes adjuntos adverbiais de acordo com as circunstâncias indicadas entre parênteses.
Respostas possíveis:
• “(...) ela escovava os cabelos muito louros e curtos (...).” (modo)
Ela escovava vagarosamente os cabelos muito louros e curtos.

• “(...) ficou olhando para a mãe.” (tempo)


Ficou olhando por horas para a mãe.

• “(...) formando uma coroa de caracóis sobre a testa.” (concessão)


Formando, apesar de sem querer, uma coroa de caracóis sobre a testa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 Leia o poema a seguir, atentando à sua forma.

Pescaria noturna
Hoje os anjos
estão pescando estrelas,
sentados
numa pedra
da Lua.

É que as nuvens
passam férias no Japão.

No pisca-pisca
dos grilos na mata
um deles vem buscar,
no fundo dos olhos,
meus vaga-lumes.

São as iscas noturnas


que os anjos
usam
pra pescar
meu coração.
BARRETO, Antônio. Pescaria noturna.
Em: Brincadeiras de anjo. São Paulo: FTD,
1996. p. 35.

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Atividades • unidade 2
a) Qual das afirmações abaixo é verdadeira a respeito do poema? Justifique sua resposta.
( ) Os versos estão divididos de maneira regular nas estrofes.
(X) Os versos apresentam métrica irregular e estão distribuídos em quatro estrofes.
( ) Os versos apresentam rimas e métrica regular.
( ) O poema tem a estrutura de um soneto.
Os versos estão distribuídos em quatro estrofes, de maneira irregular. A métrica também é irregular e os

versos não apresentam rimas. O poema não tem a estrutura de um soneto, pois não apresenta 14 versos

com métrica e esquema de rimas fixos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.

b) Que circunstâncias os adjuntos adverbiais destacados nos versos desse poema expressam?
Justifique sua resposta.
Os adjuntos adverbiais destacados nos versos do poema expressam circunstâncias de lugar, pois

acrescentam informações desse tipo aos verbos com os quais se relacionam e, dessa forma, os

especificam dentro do contexto do poema.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 Leia esta tira.
CALVIN BILL WATTERSON

©1992 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK


a) No segundo quadrinho, pelo contexto, é possível notar que a expressão “muito mal” refere-se
a um termo. Qual é esse termo?
O termo é “os negócios”.

b) A que classe gramatical pertencem as palavras da resposta de Calvin no segundo quadrinho?


Pertencem à classe dos advérbios.

c) Que circunstâncias essas palavras expressam no contexto da tira?


No contexto, os advérbios muito e mal acrescentam, respectivamente, circunstâncias de intensidade e de

modo à ação indicada pelo verbo ir (“vão”), pois “muito mal” é a forma como “os negócios” de Calvin “vão”.

5 Releia, a seguir, a última frase dita por Calvin na tira.

Todo mundo precisa do que eu estou vendendo!

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a) Nesse contexto, o verbo precisar é transitivo direto ou indireto?
Nesse contexto, o verbo precisar é transitivo indireto.

b) Qual é seu objeto? Professor: Informe aos alunos


que a função de objeto tam-
O objeto é “do que eu estou vendendo”. bém pode ser exercida por
uma oração, como neste caso.

6 Sublinhe os adjuntos adverbiais das orações e indique a circunstância que cada um expressa.
a) Passei a tarde à toa. Modo.

b) Talvez o médico chegue atrasado. Dúvida.

c) Ele não realizou as tarefas solicitadas. Negação.

d) Minha cidade natal fica muito longe daqui. Intensidade; lugar.

7 Assinale a oração em que o adjunto adverbial expressa finalidade.


( ) A menina chorava de alegria.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

( ) Talvez eu viaje nas férias.


( X ) Prepararam-se para a competição de basquete.
( ) O jogador ajudou muito na vitória de seu time.
Professor: Lembre aos alunos
8 Reescreva as orações abaixo acrescentando a cada uma adjuntos adverbiais, conforme indicado que a posição dos adjuntos
entre parênteses. Observe o exemplo. adverbiais nas orações pode
variar.
Os espectadores aplaudiram. (modo, tempo)
Os espectadores aplaudiram de pé naquela noite.
Respostas possíveis:
a) Os deputados se reuniram. (lugar, modo, finalidade)

Os deputados se reuniram prontamente na Câmara para a votação da emenda.

b) A casa foi demolida. (instrumento, tempo)

Depois de algum tempo, a casa foi demolida com explosivos.

c) A garota olhou para o rapaz. (modo, tempo)

Durante o encontro, a garota olhou com amor para o rapaz.

d) As crianças chegaram tarde. (lugar, intensidade)

As crianças chegaram muito tarde em casa.

e) Os amigos se encontraram. (lugar, modo, tempo)

Depois da aula, os amigos se encontraram sem demora no clube.

f ) A moça saiu. (modo, tempo, companhia)

Na noite passada, a moça saiu alegremente com o rapaz.

g) Ele mudou de opinião. (concessão, negação)

Apesar dos protestos, ele não mudou de opinião.

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Gramática em contexto
Leia o poema a seguir.

Lua minguante
Uma lua tão fininha
o que foi que aconteceu?

Diz-que-diz que foi um anjo


que sua unha roeu
e cuspiu o pedacinho
na noite que há no céu.

GETTY IMAGES
ORTHOF, Sylvia. Lua minguante. Em: A poesia é uma pulga.
São Paulo: Atual, 1992. p. 7. (Coleção Caderno de Poesia.)

1 Como a lua é caracterizada no poema?


Como minguante e fininha.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 Qual é a relação estabelecida pelo eu lírico entre a lua minguante e o pedacinho de unha?
O eu lírico constrói uma metáfora ao apresentar a lua minguante como o pedacinho da unha de um anjo. Ele

fez essa aproximação por considerar que a lua minguante e o pedacinho de unha têm um formato parecido.

3 Qual é a intenção comunicativa do poema?


Explicar por que a lua é “tão fininha” quando está na fase minguante.

4 Releia o poema “Pescaria noturna”. Que elementos ele tem em comum com o poema “Lua min-
guante”?

Professor: Espera-se que os alunos percebam que os elementos comuns são os anjos, a lua e a noite.

5 A lua tem a mesma importância nos dois poemas?


Professor: Espera-se que os alunos percebam que não. No primeiro poema, a lua tem papel secundário, pois é referida pelo
eu lírico apenas como o lugar onde os anjos estavam sentados para pescar. No segundo, ela é o tema central.

6 Observe as locuções adverbiais no último verso do poema. Qual é a função sintática de cada
uma delas? Professor: Embora a locução adverbial “na noite” possa sugerir, num primeiro
momento, a ideia de tempo, no poema ela indica lugar, pois foi onde o anjo
Ambas são adjunto adverbial de lugar. cuspiu o pedacinho de unha. E “no céu" é o lugar onde se localiza a noite.

7 Os verbos acontecer e roer são transitivos ou intransitivos, no poema? Justifique.


No poema, o verbo acontecer é intransitivo, pois não necessita de complemento para esclarecer a ação

que indica. O verbo roer, por sua vez, é transitivo, pois só adquire sentido completo no poema com o

complemento “sua unha”.

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Atividades • unidade 2 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Identifique a função sintática dos termos destacados nas orações a seguir.


a) – O que os anjos estão fazendo?     b) – Em que você acredita?

– Estão pescando estrelas.    – Acredito em meus princípios.


Os termos destacados são, respectivamente, objeto direto e objeto indireto.

2 Os termos destacados no exercício anterior podem ser dispensados? Por quê?


Não podem ser dispensados porque os verbos a que eles dizem respeito são transitivos e,

portanto, necessitam de um complemento.

3 Leia o trecho do livro O mistério do livro sem mistério e faça o que se pede a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O dia seguinte amanheceu chuvoso. Um desses domingos sem graça em que a gente
não tem vontade nenhuma de sair e fica inventando coisas pra fazer o tempo passar.
Liguei e desliguei a televisão umas dez vezes. Ouvi música, fiz um dever de casa atra-
sado. Até pensei em dar um jeito na bagunça do meu guarda-roupa, mas a preguiça foi
maior. (...) À tarde papai, mamãe e meu irmão saíram pra fazer uma visita e eu fiquei
sozinha. Nisso a campainha tocou. Era a Madu, a Bete e a Zora. Elas também estavam
cansadas de ficar dentro de casa e vieram me visitar.
AGOSTINHO, Cristina. O mistério do livro sem mistério. São Paulo: FTD, 1988. p. 10.

a) Identifique como transitivo ou intransitivo os verbos destacados.

Transitivos: ligar, desligar, ouvir .


Intransitivos: amanhecer, sair, tocar .

b) Qual é o objeto de cada um dos verbos que você classificou como transitivo?
Dos verbos ligar e desligar, o objeto é “a televisão”; do verbo ouvir, o objeto é “música”.

c) Os objetos mencionados na resposta à alternativa b são diretos ou indiretos? Justifique.


Os objetos “a televisão” e “música” são diretos, pois não necessitam de preposição para ligar-se ao verbo.

d) Identifique no texto o adjunto adverbial de tempo e escreva-o no espaço a seguir.


“à tarde”

e) Explique como o adjunto adverbial mencionado no item anterior se relaciona com o verbo
ao qual se refere.
O adjunto adverbial “à tarde” acrescenta uma circunstância de tempo ao verbo sair, determinando o

momento em que a ação ocorreu.

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Ortografia
Emprego de ss ou s e ç ou c
Professor: Proponha aos alu- Pronuncie em voz alta as palavras em destaque. O que é possível notar?
nos que realizem oralmente
esta atividade. Eles devem
perceber que cada uma das
palavras destacadas apresenta O dia seguinte amanheceu chuvoso.
o fonema /s/ representado por
uma letra diferente: c, ç, ss, s.

Um desses domingos sem graça em que a gente não tem vontade nenhuma de sair e
fica inventando coisas pra fazer o tempo passar.

Até pensei em dar um jeito na bagunça (...), mas a preguiça foi maior.

Quando usar as letras c, ç, ss e s na escrita de palavras? Algumas regras ajudam a re-


gistrar esse fonema com a grafia correta, de acordo com as normas da língua portuguesa.
Vamos conhecê-las a seguir.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Regra geral
Palavras da mesma família mantêm, na medida do possível, a mesma grafia: braço –
abraçar, braçada, bracelete; sílaba – silábico, monossílabo, dissílabo.
Regras específicas
1. Não se inicia palavra com ç, mas com c: cebola, cilada.
2. Usa-se ç apenas antes de a, o, u, mas nunca antes de e e i: caçado, aço, braço, açúcar;
tecer, tecido, precisar, cócegas, decisão.
3. Usa-se ç na correlação ter-tenção em palavras formadas a partir de verbos: manter –
manutenção; deter – detenção; reter – retenção; conter – contenção.
4. Usa-se ss na correlação ced-cess em palavras formadas a partir de verbos: ceder – ces-
são; interceder – intercessão; exceder – excesso; conceder – concessão.
5. Usa-se s na correlação nd-ns em palavras formadas a partir de verbos: ascender – as-
censão; suspender – suspensão; expandir – expansão; compreender – compreensão.
Observações
Na língua portuguesa, a terminação -ção é muito mais frequente do que a termi-
nação -são: atenção, concentração, ação, respiração, combinação, fração, eleição.
Há, porém, palavras muito usadas terminadas em -são e que geram dúvidas na
escrita: excursão, versão. Por isso, é preferível e mais fácil memorizar as palavras com
essa terminação, uma vez que se trata de caso mais raro.
6. Usa-se ç nas terminações -aça, -aço, -iça, -iço, -uça, -uço e -nça: barcaça, ricaço, carniça,
caniço, carapuça, dentuço, criança.
7. Usa-se ç nas palavras de origens indígena, africana e árabe: açaí, paçoca, jaçanã, açú-
car, babaçu, açafrão, açude, Iguaçu, caiçara, muçulmano, açucena.
8. Usa-se c ou ç após ditongos: foice, coice, louça; rejeição, eleição.
9. Usa-se c na terminação -ice formadora de substantivos: meninice, tolice, chatice.
10. Usa-se ss nas terminações -asse, -esse e -isse formadoras de verbos no subjuntivo: fa-
lasse, fizesse, partisse.
11. Usa-se ss entre vogais, mas nunca depois de consoantes: nisso, nossa, passar; cansada,
ensino, discurso.
12. Usa-se s na terminação -ense: paranaense, cearense, mato-grossense.

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Atividades • unidade 2 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Forme substantivos com ç, ss ou s derivados dos verbos indicados.


retenção concessão
reter: conceder:
obtenção oscilação
obter: oscilar:
ascensão aceleração
ascender: acelerar:
formação expansão
formar: expandir:
retrocessão repartição
retroceder: repartir:
pretensão cessão
pretender: ceder:

2 Complete as palavras com c, ç, s ou ss, de acordo com as regras estudadas nesta unidade.
ç ss ss
a aí quise e discu ão
ç ç c
ara á baba u macaqui e
ç ç c
cani o chuma o velhi e
ç ç ç
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

fuma a estardalha o comilan a


s c ç
palmeiren e maluqui e espinha o
ç ss ss
peda o deixa e abri e

3 Para completar as palavras com c, ç ou ss, guie-se pelas palavras primitivas que aparecem no qua-
dro abaixo.

coçar trair seis ânsia doce graça pensar fácil seguir

s ss ss
an iedade deze eis traí e
c ç s
fa ilitar do ura an ioso
c ç ç
gra iosa ado ar engra ado
s ç ss s
per eguir co a e repen ar

4 Escreva uma palavra derivada de cada um destes vocábulos.


acentuação falsidade
acento: . falso: .
cansaço perseguição
cansar: . perseguir: .
endereçar repercussão
endereço: . repercutir: .

5 Complete as palavras com s ou ss.


s ss s
intoma a unto per iana
s s ss
per eguir uten ílio aterri ar

6 Pesquise e escreva substantivos que apresentem o fonema /s/.


passagem, missão, posse
a) Três escritos com ss: .
peça, caniço, miçanga, açoite, esperança
b) Cinco escritos com ç: .
morcego, mancebo, tecido, cérebro, Cícero
c) Cinco escritos com c: .
diversão, pensão, consenso, verso, pensamento
d) Cinco escritos com s: .
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3 Complemento nominal
UNIDADE

1 Leia os fragmentos dos Cadernos de Lanzarote, de José Saramago, atentando às palavras em des-
Professor: Fragmentos dos taque, e responda às questões a seguir.
Cadernos de Lanzarote foram
trabalhados na página 20 do
módulo de Produção de Texto.
Uma leitora na Feira: “Quando li o Levantado do chão disse comigo: este escritor é
diferente dos outros.” (...)
Estamos na Feira, cada um de nós, pelos altifalantes, sabia da presença do outro,
mas foi ele quem veio me procurar.
SARAMAGO, José. Diário-I. Em: Cadernos de Lanzarote. Lisboa: Caminho, 1994. p. 57.

a) Qual é o complemento verbal de ler na oração destacada no primeiro trecho?


O complemento verbal de ler na oração destacada é “o Levantado do chão”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Como esse complemento é classificado sintaticamente? Justifique sua resposta.
Esse complemento é classificado sintaticamente como objeto direto, pois não necessita de preposição

para ligar-se ao verbo.

c) Qual é o complemento verbal de saber na oração destacada no segundo trecho?


O complemento verbal de saber na oração destacada é “da presença”.

d) Como esse complemento é classificado sintaticamente? Justifique sua resposta.


Esse complemento é classificado sintaticamente como objeto indireto, pois necessita ser intermediado

pela preposição da (de + a) para ligar-se ao verbo, completando-lhe o sentido.

e) A expressão “do outro” completa o sentido do verbo saber nessa oração? Justifique sua resposta.
Não, a expressão “do outro” completa o sentido do substantivo presença. Sem ela, a oração não seria

inteiramente compreendida. O único complemento necessário ao verbo saber é o substantivo presença.

Os objetos direto e indireto (complementos verbais) completam o sentido de verbos


transitivos.
O objeto direto é complemento do verbo transitivo direto: “Quando li o Levantado do
chão (...)”.
O objeto indireto é complemento do verbo transitivo indireto e vem sempre acompa-
nhado de preposição: “(...) cada um de nós sabia da presença do outro”.
O complemento nominal completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou
advérbio): “(...) cada um de nós sabia da presença do outro”.
Observe a diferença entre complemento verbal e complemento nominal:
objeto indireto (complemento verbal)

(...) sabia da presença do outro (...)

verbo substantivo complemento nominal

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2 Leia esta tira.
HAGAR DIK BROWNE

©CHRIS BROWNE/KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


a) Em que consiste o humor da tira?
No fato de o personagem Sortudo não entender que o juramento é apenas uma formalidade. O que

importa não é a vitória ou a morte, mas a honra de participar da batalha.

b) Que função sintática a expressão “de ‘vitória ou morte’” exerce no primeiro quadrinho? Justifique.
De adjunto adnominal, pois especifica ou restringe o significado do substantivo juramento.

c) Que função sintática a expressão “de vitória” exerce no segundo quadrinho? Justifique.
Professor: A distinção entre
adjunto adnominal e comple-
De complemento nominal, pois completa o sentido do substantivo chances. mento nominal será abordada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em um tópico específico na
3 Agora leia esta outra tira. próxima página.

BICHINHOS DE JARDIM CLARA GOMES

©CLARA GOMES
a) Por que, no último quadrinho, a personagem diz que “era” é o tempo verbal correto para se
referir ao despertador?
Para confirmar que o despertador “já era”, porque ela acabara de destruí-lo.

b) No terceiro quadrinho, quais são os complementos das palavras indício e saturação?


Indício: de saturação; saturação: de dor, solidão e sofrimento pós-moderno.

c) A que classe gramatical pertencem os termos dor, solidão, sofrimento e pós-moderno, que com-
põem o complemento da palavra saturação?
Dor, solidão e sofrimento: substantivo; pós-moderno: adjetivo.

d) Que palavra inicia os complementos nominais que você apontou no item b? Qual é sua classe
gramatical?
A palavra de, que é preposição.

A função de complemento nominal pode ser desempenhada por um substantivo ou por


uma palavra equivalente a um substantivo, pronome, numeral, bem como por uma oração.
O complemento nominal vem sempre ligado ao nome por meio de preposição: Tenha
respeito pelos mais velhos.

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4 Leia estas orações.
Oração 1 O decreto-lei favoreceu as exportações de café.
Oração 2 O decreto-lei agiu em favorecimento às exportações de café.
Oração 3 O decreto-lei foi favorável às exportações de café.
Oração 4 O decreto-lei agiu favoravelmente às exportações de café.
a) De acordo com essas orações, o que foi favorecido?
As exportações de café.

b) Qual é a classificação morfológica de cada termo destacado?


verbo adjetivo
Oração 1: Oração 3:
substantivo advérbio
Oração 2: Oração 4:

c) Em que orações a expressão exportações de café é classificada sintaticamente como objeto


direto? Por quê?
Somente na oração 1, em que a expressão complementa um verbo. Nas demais, ela complementa

nomes.

d) Como a expressão exportações de café pode ser classificada nas outras orações?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como complemento nominal.

Complemento nominal × adjunto adnominal


1 Leia o fragmento abaixo.

Quando achei meus cadernos empilhados num canto, vi um calendário amarelo


jogado em cima do almofadão, o ano de 1921 desenhado a nanquim, cada número
suspenso no alto pelo bico de uma andorinha azul. Na parede, o quadro. Pensei em
dependurar o calendário e em trocar o leite na tigela do gato mas se começasse a botar
ordem nas coisas não ia parar mais.
TELLES, Lygia Fagundes. A noite escura e mais eu. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 13.

a) Qual é a classe gramatical de cada uma das palavras destacadas?


Meus: pronome possessivo; empilhados e azul: adjetivos; um: artigo indefinido; cada: pronome

indefinido; do gato: locução adjetiva.

b) A que palavra cada uma das palavras destacadas se refere? A que classe gramatical elas
pertencem?
Elas se referem a cadernos, calendário, número, andorinha e tigela, respectivamente. Todas são

substantivos.

c) Com relação às palavras destacadas, só não se pode afirmar que elas:


( ) determinam substantivos.
( ) caracterizam ou restringem substantivos.
( X ) complementam substantivos.
( ) modificam substantivos.

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2 Agora observe as expressões destacadas neste outro fragmento.

Eu sempre achei segredo coisa de menina. Perda de tempo. (...) Até que um dia eu
percebi que a vida é cheia de mistérios.
PRIETO, Heloisa; DIMENSTEIN, Gilberto. Mano descobre a liberdade. São Paulo: Senac, 2001. p. 7.
(Série Cidadão-Aprendiz.)

a) Qual é a função morfológica dos termos destacados?


Locução adjetiva.

b) Qual dos termos destacados restringe o sentido de um substantivo?


A locução adjetiva de menina, que restringe o sentido do substantivo coisa.

c) Qual dos termos destacados completa o sentido de um substantivo? E qual deles completa o
sentido de um adjetivo?
A locução adjetiva de tempo completa o sentido do substantivo perda. A locução adjetiva de mistérios

completa o sentido do adjetivo cheia.

Observe estas frases.


I. Ele tem o carinho da mãe.
II. Ele tem carinho pela mãe.
Em I, a expressão da mãe restringe o sentido do substantivo carinho e pode ser substi-
tuída pelo adjetivo materno.
Em II, a expressão pela mãe completa o sentido do substantivo carinho.
O adjunto adnominal restringe um substantivo, qualifica-o ou lhe acrescenta infor-
mações.
O complemento nominal completa o sentido de substantivos abstratos, de adjetivos e
de advérbios.

3 Com base no que foi estudado, complete estas frases, registrando as diferenças entre adjunto
adnominal e complemento nominal.

adjunto adnominal
a) O pode vir representado por um artigo, um ad-
jetivo, um pronome, um numeral ou uma expressão formada por preposição mais substantivo
(ou palavra equivalente a este).

b) O complemento nominal é sempre formado por preposição mais


substantivo (ou palavra equivalente a este).

c) O adjunto adnominal e o complemento nominal dão informações sobre o substantivo, mas


apenas o complemento nominal completa o sentido de um nome.

d) O adjunto adnominal está sempre ligado a um substantivo.


complemento nominal
e) O liga-se a substantivos, adjetivos e advérbios,
complementando-os.

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Atividades • unidade 3 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Em qual das orações a seguir o termo destacado é um complemento nominal?


( ) Ele é motorista de ônibus.
( ) Fechei a porta da casa.
( ) Quebrei uma xícara de café.
( X ) Esse carro é igual ao meu.

2 Como você classificaria sintaticamente os outros termos destacados?


São todos adjuntos adnominais.

3 Classifique os termos destacados em cada frase como complemento nominal (CN) ou objeto
indireto (OI).
( OI ) Nós confiamos em nosso orientador.
( CN ) O vestido dela é semelhante ao seu.
( CN ) Os alunos estão aptos para ler o livro.
( OI ) Você deve obedecer a seus pais.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( CN ) A situação corre favoravelmente a ele.

4 Complete cada frase com uma das expressões do quadro, dando sentido à palavra destacada.

ao do meu tio com os resultados para o jogo


às leis na vitória ao réu

a) Devemos ficar satisfeitos com os resultados .

b) Esse carro é semelhante ao do meu tio .

c) As pessoas estavam confiantes na vitória .

d) Os atletas estão aptos para o jogo .

e) Os cidadãos devem obediência às leis .

f ) A audiência correu favoravelmente ao réu .

5 Qual é a classificação sintática dos termos que complementam o sentido das palavras destacadas
na atividade anterior?
Complemento nominal.

6 Leia o título de alguns filmes.


• A viagem de Chihiro
• Central do Brasil
• À espera de um milagre
• Feitiço do coração
• Uma saída de mestre

Qual desses títulos é formado por um complemento nominal?


À espera de um milagre.

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7 Reescreva as frases a seguir transformando os complementos nominais em objeto direto ou indi-
reto e os adjuntos adnominais em sujeito da oração.

a) A promoção da loja foi ótima.


A loja fez uma promoção ótima.

b) Ela é especialista em culinária.


Ela se especializou em culinária.

c) A explicação do professor foi excelente.


O professor deu uma explicação excelente.

d) Os jovens têm carência de informação.


Os jovens carecem de informação.

e) A orientação aos jogadores foi feita pelo técnico do time.


O técnico do time orientou os jogadores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

8 Leia este fragmento de uma crônica.

Os jornais, com aquele seu louvável bom senso de sempre, aproveitaram a oportu-
nidade para reforçar as suas reclamações contra a falta de policiamento nos subúrbios.
BARRETO, Lima. A polícia suburbana. Em: Crônicas escolhidas. São Paulo: Ática, 1995. p. 77.

a) Identifique no texto um complemento nominal e o substantivo a que ele se refere.


Complemento nominal: contra a falta de policiamento nos subúrbios. Refere-se ao substantivo reclamações.

b) Reescreva o texto, substituindo o verbo reforçar pelo substantivo reforço e fazendo as adapta-
ções necessárias. Depois, classifique sintaticamente o termo ligado ao substantivo reforço.
Os jornais (...) aproveitaram a oportunidade para fazer um reforço das suas reclamações contra a falta

de policiamento nos subúrbios. Das suas reclamações é complemento nominal de reforço.

9 Leia este outro fragmento.

A princípio ela afetara uma calma absoluta, o olhar vagando distraidamente por
entre as pedrinhas coloridas que se cruzavam no tabuleiro. Mas ninguém tomara
conhecimento de sua indiferença.
TELLES, Lygia Fagundes. Ciranda de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Classifique em adjunto adverbial ou complemento nominal as expressões destacadas.


adjunto adverbial de tempo de afetara
• “A princípio”: .
adjunto adverbial de lugar de vagando
• “por entre as pedrinhas coloridas”: .
adjunto adverbial de lugar de cruzavam
• “no tabuleiro”: .
complemento nominal de conhecimento
• “de sua indiferença”: .

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Gramática em contexto
Professor: Consulte o Plano de 1 Leia este fragmento de uma notícia.
Aulas para obter mais informa-
ções sobre o gênero notícia e
apresentá-las aos alunos. Museu divulga descoberta de brinquedos de Anne Frank
O Museu Anne Frank de Amsterdã, na Holanda, divulgou nesta terça-feira (4) a re-
cuperação de brinquedos que a adolescente morta pelo regime nazista deixou com uma
vizinha antes de se esconder com sua família na década de 1940. Entre os itens está uma
caixa com bolinhas de gude guardada por mais de 70 anos.
G1 Mundo, 4 fev. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo>. Acesso em: ago. 2015.

a) A quais palavras cada um dos termos destacados se refere? Qual é a função sintática dessas palavras?
De brinquedos (título) refere-se a descoberta; de Anne Frank, a brinquedos; de brinquedos (corpo do

texto), a recuperação; de gude, a bolinhas. Todas são substantivos.

b) Quais desses termos têm valor de adjetivo? Justifique.


De Anne Frank e de gude, porque acrescentam uma informação ao substantivo a que se referem,

modificando seu sentido.

c) E os demais termos? Qual é a função deles nas orações?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De brinquedos (nas duas ocorrências). Eles completam o sentido dos substantivos a que se referem.

2 Agora leia este outro fragmento de notícia.


Professor: Fragmentos de
O diário de Anne Frank foram
analisados no módulo de Pro-
‘O Diário de Anne Frank’, que relata horrores da guerra, vai virar filme
dução de Texto, páginas 28 e 29. de animação
O cineasta Ari Folman (...) vai escrever e dirigir uma nova animação (...). A obra con-
ta a história de vida de uma garota judia que, com sua família, tenta fugir dos nazistas
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). (...)
“Levar ‘O Diário de Anne Frank’ às telas é uma oportunidade fantástica e desafiado-
ra”, disse Folman em nota à imprensa. “Há uma verdadeira necessidade de novo mate-
rial artístico para manter a memória dela viva para as gerações mais novas.”
Folha de S.Paulo, 13 dez. 2013. Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. Acesso em: ago. 2015.

a) Qual é a função sintática dos termos destacados? Justifique.


De Anne Frank, da guerra, de animação, de vida são adjuntos adnominais porque restringem,

qualificam os substantivos aos quais se referem, respectivamente: diário, horrores, filme, história. De

novo material artístico é complemento nominal pois completa o sentido do substantivo necessidade.

b) Reescreva o período abaixo, substituindo por um verbo o substantivo ao qual o termo desta-
cado se refere.

“Há uma verdadeira necessidade de novo material artístico para manter a memó-
ria dela viva para as gerações mais novas.”

Resposta possível: Necessitamos de novo material artístico (...).

c) Qual é a função sintática do verbo que você escreveu? E do termo destacado?


Necessitamos: verbo transitivo indireto; de novo material artístico: objeto indireto.

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Atividades • unidade 3 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Transforme em substantivos os verbos transitivos destacados. Observe o exemplo.


Combater a dengue no verão.
Combate à dengue no verão.

a) Confiar no governo. Confiança no governo.

b) Necessitar de paz. Necessidade de paz.

c) Substituir o jogador. Substituição do jogador.

d) Selecionar o candidato. Seleção do candidato.

e) Dedicar-se ao filho. Dedicação ao filho.

f ) Furtar as joias. Furto às joias.

g) Conversar com os colegas. Conversa com os colegas.

2 Reescreva estas frases transformando o verbo destacado em substantivo e identifique o comple-


mento nominal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) O grupo expôs o trabalho para a classe.


O grupo fez a exposição do trabalho para a classe. Complemento nominal: do trabalho.

b) Os habitantes conservam a praça da cidade.


Os habitantes fazem a conservação da praça da cidade. Complemento nominal: da praça.

c) Os portugueses conquistaram novas terras.


Os portugueses fizeram conquistas de novas terras. Complemento nominal: de novas terras.

d) Os novos moradores demoliram a parede da garagem.


Os novos moradores fizeram a demolição da parede da garagem. Complemento nominal: da parede

da garagem.

3 Complete cada frase com um termo que exerça a função sintática indicada entre parênteses.
Respostas possíveis:
para banhistas
a) A praia estava imprópria . (complemento nominal)
dos pacientes
b) Os médicos notaram as mudanças no comportamento .
(adjunto adnominal)

4 Marque AA para adjunto adnominal e CN para complemento nominal.


( CN ) Ele tinha medo de avião.
( AA ) Ele era piloto de avião.
( AA ) A resposta de Eliana surpreendeu a todos.
( CN ) A resposta a Eliana surpreendeu a todos.
( AA ) A festa de ano-novo foi interminável.
( CN ) Mamãe tem confiança em mim.

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4 Vozes do verbo
UNIDADE

Vozes ativa, passiva e reflexiva


Quando se fala ou escreve, pode-se escolher entre enfatizar a ação verbal ou destacar o
resultado da ação verbal.

1 Baseando-se na informação acima, leia as orações e compare-as.


Oração 1 Pai revela a história do milionário Bill Gates em livro.

Oração 2 A história do milionário Bill Gates é revelada pelo pai em livro.

a) Em sua opinião, o sentido das duas orações é equivalente?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sim. O fato relatado é o mesmo. A organização sintática é diferente em cada uma das orações. Cada uma

delas enfatiza um aspecto do fato.

b) Que diferenças é possível perceber entre elas? Explique.


Na oração 1, o sujeito é pai; na 2, o sujeito é a história do milionário Bill Gates. Na oração 1, a forma verbal

é revela; na 2, a forma verbal é é revelada. A oração 1 ressalta o autor do livro; na oração 2, a história é

que é destacada.

c) Qual é o agente da ação verbal em cada uma das orações?


O agente das duas orações é pai.

d) Qual é o resultado da ação verbal em ambos os casos?


A história do milionário Bill Gates.

Professor: A principal diferen- e) Qual é o sujeito de cada oração?


ça entre as vozes ativa e pas-
siva é a mudança de ponto de Na oração 1, o sujeito é pai. Na oração 2, o sujeito é a história do milionário Bill Gates.
vista, isto é, a escolha do ele-
mento que se pretende ressal-
tar. A oração 1 salienta quem
escreveu o livro, enquanto a 2
ressalta o assunto do livro.
O sujeito que pratica a ação expressa pelo verbo é chamado sujeito ativo ou agente.
O sujeito que é alvo da ação verbal é chamado sujeito passivo ou paciente.

2 No exercício anterior, qual das orações tem sujeito agente? E qual delas tem sujeito paciente?
Oração 1: sujeito agente; oração 2: sujeito paciente.

3 Leia a oração abaixo.


O atleta machucou-se no final da corrida.

a) Quem é o agente da ação verbal? O atleta.

b) Quem é o alvo da ação verbal? O próprio atleta.


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Se o sujeito da oração é simultaneamente agente da ação expressa pelo verbo e alvo
dessa ação, ele é chamado sujeito reflexivo.
Com mais esse conceito, é possível concluir que na língua portuguesa há três vozes ver-
bais: ativa, passiva e reflexiva.
• Um verbo está na voz ativa se o sujeito pratica a ação expressa por ele.
• Um verbo está na voz passiva se o sujeito é alvo da ação expressa por ele.
• Um verbo está na voz reflexiva se o sujeito pratica a ação e ao mesmo tempo é alvo
da ação praticada.

Voz passiva: sintética ou analítica


1 Identifique nestas orações o sujeito e o agente da ação indicada pelo verbo.
a) A história das irmãs é contada por Helena em seu diário.
A história das irmãs
Sujeito: .
Helena
Agente da ação expressa pelo verbo: .

b) Os convidados da festa foram recebidos pelas irmãs.


Os convidados da festa
Sujeito: .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as irmãs
Agente da ação expressa pelo verbo: .

Em que voz estão as formas verbais das orações?


Na voz passiva.

Nas orações em voz passiva, o termo que pratica a ação verbal é o agente da passiva.
Este é, em geral, antecedido da preposição por ou de suas combinações: pelo, pelos, pela,
pelas.

2 Qual é o agente da passiva nas frases a seguir?


a) A festa de aniversário de Helena foi preparada por Generosa.
Generosa
Agente da passiva: .

b) Os presentes foram entregues no dia da festa.


Não é possível determinar o agente da passiva
Agente da passiva: .

Assim como o sujeito, o agente da passiva nem sempre está explícito na frase.

3 Leia estas orações.


Oração 1 Vendem-se livros em bom estado.
Oração 2 O livro foi escrito por uma menina de 14 anos.

Agora escreva:

a) a forma (ou locução) verbal de cada oração.


vendem-se foi escrito
Oração 1: . Oração 2: .

b) o sujeito de cada oração.


livros em bom estado o livro
Oração 1: . Oração 2: .

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c) se o sujeito é agente ou paciente.
paciente paciente
Oração 1: . Oração 2: .

d) a voz dos verbos.


passiva passiva
Oração 1: . Oração 2: .

Professor: O pronome tam-


bém pode aparecer no meio Na língua portuguesa ocorrem dois tipos de voz passiva.
do verbo, em mesóclise: Ver-
-se-iam estrelas no céu desta • Voz passiva sintética. Forma verbal na terceira pessoa + pronome se. O pronome
cidade se ela não fosse tão
poluída. pode vir antes ou depois do verbo: Exige-se o bom rendimento dos alunos. Não se exige
o bom rendimento dos alunos.
• Voz passiva analítica. Locução verbal: verbo ser + particípio do verbo principal:
O bom rendimento dos alunos é exigido.
Assim como na voz ativa, o verbo deve concordar com seu sujeito na voz passiva. Em
Vendem-se casas, que equivale a Casas são vendidas, o sujeito de ambas as orações é casas.
O mesmo ocorre com Consertam-se cadeiras, que equivale a Cadeiras são consertadas.
O sujeito de ambas as orações é cadeiras.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Da voz ativa para a voz passiva
1 Leia as duas orações e observe as diferenças entre elas. A primeira está na voz ativa e a segunda
na voz passiva.

Oração 1 O cineasta fez um documentário sobre gêmeos.

Oração 2 Um documentário sobre gêmeos foi feito pelo cineasta.

Assinale as afirmações que indicam como se dá a transformação da voz ativa em voz passiva.
( X ) O agente da voz ativa é o mesmo que o da voz passiva.
( X ) O verbo da voz ativa transforma-se em particípio na voz passiva.
( X ) O alvo da ação é o mesmo nas vozes ativa e passiva.
( X ) O objeto direto na voz ativa transforma-se em sujeito na voz passiva.

Observe novamente estas orações:

O cineasta fez um documentário sobre gêmeos.

sujeito agente alvo da ação verbal (objeto direto) na voz ativa

Um documentário sobre gêmeos foi feito pelo cineasta.

sujeito paciente (alvo da ação verbal) agente da passiva

Na passagem do verbo da voz ativa para a passiva, ocorrem as seguintes transfor-


mações:
• O verbo principal fazer passa do pretérito perfeito (na voz ativa) para o particípio (na
voz passiva): fez feito.
• O tempo do verbo auxiliar ser (na voz passiva) mantém-se o mesmo do verbo princi-
pal fazer (na voz ativa): fez (pretérito perfeito) foi (pretérito perfeito).

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2 Escolha a forma verbal adequada para completar a oração na voz passiva.
Oração 1 Os cientistas estão desenvolvendo uma nova pesquisa.
está sendo
Oração 2 Uma nova pesquisa desenvolvida pelos cientistas.

( ) foi ( ) estava sendo


( X ) está sendo ( ) será

Observe como ocorre a passagem de uma locução verbal da voz ativa para a voz passiva:
Voz ativa
Nós estamos fazendo um belo trabalho.

sujeito verbo auxiliar no verbo principal objeto direto


agente presente do indicativo no gerúndio

Voz passiva
Um belo trabalho está sendo feito por nós.

sujeito verbo auxiliar verbo auxiliar verbo preposição agente


paciente no presente no gerúndio principal da passiva
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do indicativo no particípio

Nesse processo, ocorrem as seguintes transformações:


• O verbo principal fazer passa do gerúndio (na voz ativa) para o particípio (na voz
passiva): estamos fazendo está sendo feito.
• O verbo auxiliar ser (na voz passiva) assume a forma do verbo principal fazer (na voz
ativa): fazendo (gerúndio) sendo (gerúndio).
• O verbo estar (auxiliar na voz ativa) permanece auxiliar na voz passiva, sofrendo
apenas a alteração exigida pela concordância com o sujeito: estamos fazendo (no pre-
sente do indicativo, na voz ativa) está sendo feito (no presente do indicativo, na
voz passiva).

3 Passe as orações para a voz passiva observando esta sequência:

verbo sujeito agente da ação verbal

Caso não seja possível, explique por quê.

a) Os cientistas descobriram novos tratamentos para muitas doenças.


Foram descobertos novos tratamentos para muitas doenças pelos cientistas.

b) Os novos alunos precisam de toda a atenção.


Professor: Espera-se que os alunos percebam que não é possível porque o verbo é transitivo indireto.

c) Os cientistas são importantes para o desenvolvimento da nação.


Professor: Espera-se que os alunos percebam que não é possível porque o verbo é de ligação.

Apenas os verbos transitivos diretos e os transitivos diretos e indiretos admitem a


mudança para a voz passiva, uma vez que o objeto direto é indispensável. Na voz passi-
va, ele se transforma em sujeito paciente.

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Atividades • unidade 4 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Leia a tira.
HAGAR DIK BROWNE

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a) Na fala do primeiro quadrinho, o locutor usou a voz passiva ou a voz ativa?
A voz ativa.

b) Por que ele fez essa escolha?


Para enfatizar o que quer criticar: os corretores (agente da ação verbal) e a ação praticada por eles

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(enganar seus clientes).

c) No segundo quadrinho, o personagem afirma: “Só digo a verdade!”. Essa afirmação é confirma-
da no terceiro quadrinho? Explique.
Não. O personagem não disse a verdade, porque o porão não está “meio úmido”, como ele afirmou.

A imagem do terceiro quadrinho mostra um porão inundado.

d) Reescreva a frase do primeiro quadrinho na voz passiva.


Alguns clientes são enganados por seus corretores... mas não por mim!

e) Na frase que você escreveu, qual é o agente da passiva?


Seus corretores.

f ) Se esse agente da passiva não fosse citado, o que ocorreria com o sentido da frase?
Não se saberia quem pratica a ação; neste caso, quem está enganando os clientes.

2 Estas frases estão na voz passiva sintética. Reescreva-as na voz passiva analítica.
a) Esperam-se resultados melhores no campeonato nacional.
Resultados melhores são esperados no campeonato nacional.

b) Na Olimpíada, usaram-se novidades tecnológicas próximas da perfeição.


Na Olimpíada, foram usadas novidades tecnológicas próximas da perfeição.

c) Assim criou-se o mundo.


Assim foi criado o mundo.

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3 Leia estas orações.
Oração 1 Encerraram-se os prazos para inscrição.
Oração 2 Não se encontra mais esse carro no mercado.
Oração 3 Não se foge do castigo impunemente.
Oração 4 Precisa-se de dois apartamentos de três quartos.
As orações 1 e 2 estão na voz passiva; as orações 3 e 4 não. Essa afirmação é verdadeira? Justifique Professor: Nas orações 1 e 2,
o se é partícula apassivadora;
sua resposta. nas orações 3 e 4, é índice de
indeterminação do sujeito.
Sim. Os verbos das orações 1 e 2 são transitivos diretos; os das orações 3 e 4 são transitivos indiretos,

portanto não admitem a voz passiva.

4 Marque VP para voz passiva e VR para voz reflexiva.


( VR ) O garoto machucou-se ao cair.
( VP ) Cortaram-se os empréstimos para a indústria.
( VP ) Na reunião, levantou-se a questão do novo funcionário.
( VR ) Sônia levantou-se do sofá.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

5 Passe as frases da voz ativa para a voz passiva ou da voz passiva para a voz ativa.
a) A invenção do relógio mecânico marcou o espírito da modernidade.
O espírito da modernidade foi marcado pela invenção do relógio mecânico.

b) A bússola e o astrolábio já eram conhecidos pelos árabes há bastante tempo.


Os árabes já conheciam a bússola e o astrolábio há bastante tempo.

c) Os livros, até o século XIV, na Europa, eram copiados à mão.


Até o século XIV, na Europa, copiavam os livros à mão.
Professor: Nesta frase, agente da passiva indeterminado = sujeito agente indeterminado.

d) Os chineses, desde o século XI, já imprimiam livros.


Livros já eram impressos pelos chineses desde o século XI. Ou: Desde o século XI, livros já eram

impressos pelos chineses.

e) No final da Idade Média, aperfeiçoaram-se os estudos de perspectiva.


No final da Idade Média, aperfeiçoaram os estudos de perspectiva.
Professor: Nesta frase, agente da passiva indeterminado = sujeito agente indeterminado.

f ) Tais estudos influenciaram o modo de retratar as imagens nas telas dos artistas.
O modo de retratar as imagens nas telas dos artistas foi influenciado por tais estudos.

Professor: Chame a atenção dos alunos para a concordância correta entre verbo e sujeito.

g) Às pinturas, os artistas acrescentaram vida e proporção.


Vida e proporção foram acrescentadas às pinturas pelos artistas.
Professor: Atenção ao sinal indicativo de crase. Ele impede que às pinturas seja confundido com o sujeito (os artistas),
que jamais é antecedido de preposição. Observe também a mobilidade pela qual passa o agente da passiva: Foram,
pelos artistas, acrescentadas (...); Pelos artistas, vida e proporção foram (...).
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Gramática em contexto
Observe este anúncio publicitário e leia, ao lado, o texto que o compõe.
REPRODUÇÃO

Procuram-se soluções
transformadoras
Prêmio Fundação Banco
do Brasil de Tecnologia So-
cial – Edição 2003. Se você
tem uma solução inovadora
para problemas sociais (…),
acesse <cidadania-e.com.br>
e inscreva-se. (…) A sua ini-
ciativa pode ser certificada
pela Fundação (…).
Viagem, São Paulo, n. 4, abr. 2003.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Qual é o objetivo desse anúncio?
Divulgar a edição de 2003 do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.

2 Pela leitura do texto, é possível identificar o anunciante, ou seja, o agente da ação expressa pela
forma verbal procuram-se?
Sim. É a Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.

3 Relacione a imagem com o objetivo do anúncio.


Resposta pessoal. Professor: Comente com os alunos que a imagem da borboleta no canto inferior esquerdo do
anúncio está associada à ideia de metamorfose, de transformação. Sendo assim, ela simboliza o
objetivo do prêmio: buscar soluções transformadoras.

4 A oração abaixo está na passiva sintética. Transforme-a em passiva analítica.

Procuram-se soluções transformadoras.

Soluções transformadoras são procuradas.

a) Que efeito o emprego da voz passiva sugere nessa oração?


Ela tem uma estrutura semelhante à encontrada em anúncios classificados e enfatiza a ação de procurar.

b) Transforme a voz passiva sintética dessa oração em voz ativa.


Resposta possível: Procuramos soluções transformadoras.

c) Por que, nesse caso, o emprego da passiva sintética é mais adequado que o da analítica?
Porque, em mensagens publicitárias, a forma reduzida é mais eficiente e mais rapidamente captada

pelo leitor. Compare, por exemplo: “procuram-se soluções transformadoras” com “soluções

transformadoras são procuradas”.

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Atividades • unidade 4 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Passe estas orações para a voz passiva.


Professor: Mostre aos alunos
a) Eu estava distraindo meu irmão. que, ao trocar de função (de
sujeito para agente da passi-
va ou de objeto para sujeito),
Meu irmão estava sendo distraído por mim. o pronome pessoal também
pode mudar de forma.
b) Tu escreverás uma carta de amor.
Uma carta de amor será escrita por ti.

c) Eles vão me ajudar no trabalho.


Eu vou ser ajudado(a) por eles no trabalho.

d) Nós dividiremos as despesas do mês.


As despesas do mês serão divididas por nós.

2 Reescreva estas orações passando os termos destacados para o plural e fazendo as mudanças que
julgar necessárias.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Aluga-se chalé nas montanhas para a temporada de férias.


Alugam-se chalés nas montanhas para a temporada de férias.

b) Não se sabe a verdadeira causa da doença.


Não se sabem as verdadeiras causas da doença.

c) É possível que ainda se desconheça a origem do problema.


É possível que ainda se desconheçam as origens do problema.

d) Localizou-se o documento desaparecido.


Localizaram-se os documentos desaparecidos.

3 Passe as formas verbais das orações a seguir para a voz passiva sintética, de acordo com este
exemplo:

Oração 1 Foram preparados muitos doces para a festa.

Oração 2 Prepararam-se muitos doces para a festa.

a) No próximo encontro, serão apresentados os novos participantes do grupo.


No próximo encontro, apresentar-se-ão os novos participantes do grupo.

b) Têm sido demolidas muitas casas antigas do bairro.


Têm-se demolido muitas casas antigas do bairro.

c) Depois dos feriados, o culpado será denunciado.


Denunciar-se-á o culpado depois dos feriados.

d) Foram publicados novos estudos sobre o comportamento dos gêmeos.


Publicaram-se novos estudos sobre o comportamento dos gêmeos.

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Ortografia
Emprego de sc e xc
Leia em voz alta estas palavras.

crescer descer piscina excepcional excesso

Que fonema elas têm em comum?


Essas palavras têm em comum o fonema /s/.

Os dígrafos sc e xc registram o mesmo fonema /s/, também comum a palavras como


cidade, sapo e massa.
Não há regras práticas que determinem o uso de uma ou de outra letra. A razão para
que certas palavras apresentem ou não esses dígrafos é etimológica.
Etimologia é o estudo da origem e da evolução das palavras.
A palavra piscina, por exemplo, tem origem na palavra latina piscis, “peixe”. Se, em la-
tim, as letras sc apareciam no início da palavra, na língua portuguesa elas foram substituí­
das apenas pela letra c: scena/cena; scientia/ciência etc.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na prática, seu principal aliado será sempre o dicionário. Convém, no entanto, ter em
mente a seguinte regra geral: a palavra derivada tende a manter as letras da primitiva:
nascer/nascimento; excesso/excessivo.
Felizmente, esses dígrafos são pouco frequentes na língua portuguesa. Por isso, seria
útil memorizar a grafia das palavras mais usadas no dia a dia.

Observação
Muitos verbos que indicam “princípio de ação” terminam em -escer: florescer, eferves-
cer, rejuvenescer, enrubescer, convalescer. Mas fique atento em relação a palavras como
adoecer, amanhecer, adormecer, alvorecer, que são escritas apenas com c.
Professor: Lembre aos alunos
que as palavras da mesma Escrevem-se com sc
família das que aparecem no
quadro (cognatas) também se acrescentar imprescindível
escrevem com sc: consciente,
crescimento, oscilação etc. adolescência miscelânea

consciência nascer

crescer oscilar

descer piscina

disciplina ressuscitar

florescer transcender

Professor: Explique aos alu-


Escrevem-se com xc
nos que o dígrafo xc é sempre
precedido por e inicial. As pa-
lavras derivadas das que apa- exceção
recem no quadro também são
escritas com xc: exceto, exce- excelente
lência, excessivo, excitante etc.
excesso

excitar

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Atividades • unidade 4 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

1 Relacione cada uma das palavras do quadro a seu significado.


exceder excêntrico exceção excitação excelência excessivo

a) Aquilo que se exclui de uma regra; privilégio. Exceção.

b) Ir além de; ultrapassar. Exceder.

c) Superioridade de qualidade; tratamento dispensado a autoridades. Excelência.

d) Aquele que é extravagante; original; diferente. Excêntrico.

e) O que é exagerado; exorbitante. Excessivo.

f ) Agitação; exaltação; estímulo. Excitação.

2 Escreva uma palavra da mesma família das palavras que se seguem: Respostas possíveis:
adolescência fascinante
a) adolescente: f ) fascinação:
crescimento imprescindível
b) crescer: g) prescindir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nascimento consciente
c) nascer: h) consciência:
florescimento ascensorista
d) florescer: i) ascensão:
transcendência indisciplinado
e) transcender: j) disciplina:

3 Complete as palavras deste fragmento de texto com c, s, ss ou sc.

Sábado, 23 de fevereiro
ss
– Ah – (...) espero que vocês não tenham escutado o no o pequeno “debate”
ontem à noite.
A gente riu. Eu ainda acre sc entei que na próxima vez que eu e a Susie fizé ss e-
ss
mos um “debate”, eles podiam fazer o favor de não interferir. Papai di e para eu
ss s
parar de ser besta. O Sam pa ou lá em ca a mais tarde. Ele reclamou que
c
a Jane levou duas amigas para o inema. As meninas se sentaram todas juntas e
ss s
ainda queriam que ele compra e sorvete para elas no final. Ele de istiu das
meninas e ficou para o jantar.
MCPHERSON, Ann; MACFARLANE, Aidan. Diário de um adolescente hipocondríaco.
Tradução André Cardoso. São Paulo: Editora 34, 1993. p. 38-39.

4 Abra o dicionário na letra e e procure dez palavras em que o dígrafo xc represente o fonema /s/.
Copie-as abaixo. Depois, desafie um colega para um ditado. Cada um de vocês deve relacionar
dez palavras com o fonema /s/ escritas com xc e outras dez sem o xc. Em seguida, um dita para o
outro as palavras que escolher.
Resposta pessoal.
Professor: Há diversas palavras escritas com xc. Seria conveniente que os alunos copiassem aquelas cujo significado eles passa-
ram a conhecer por meio da consulta ao dicionário.

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PROGRAMA Trabalhando habilidades
Nestas páginas, você irá trabalhar o Descritor 4 da Matriz de Referência da Prova Brasil de Língua Portu-
guesa. Para saber mais sobre ela, consulte a Matriz Geral de Habilidades na Plataforma UNO.

D4 1 (Saeb, adaptado) Leia o texto a seguir.

O império da vaidade
Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio, que
vivem da nossa insegurança, impotência e angústia
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os
músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias
de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do
respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem
piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer
para os participantes.
Longilíneo. Alto e O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar
magro.
milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça – a conversa com o amigo, o cheiro
do jasmim, a rua vazia de madrugada – e a humanidade sempre gostou de conviver
com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha no sábado tam-
bém é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos
de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera
luta pela vida – isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O
prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer
que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos
submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos. As
filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris,
os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e
do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais
gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis – mas porque, se não ficarmos
angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos,
nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da
nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo. (...)
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, São Paulo, ed. 1406, p. 79, 23 ago. 1995.

O autor pretende influenciar os leitores para que eles:


a) evitem todos os prazeres cuja obtenção depende de dinheiro.

b) excluam de sua vida todas as atividades incentivadas pela mídia.

c) fiquem mais em casa e voltem a fazer os programas de antigamente.

d) sejam mais críticos em relação ao incentivo do consumo pela mídia.

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D4 2 (Enem, adaptado) Leia este texto.

Pequenos tormentos da vida


De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos, as nu-
vens desenrolam-se, lentas, como quem vai inventando preguiçosamente uma história
sem fim… Sem fim é a aula: e nada acontece, nada… Bocejos e moscas. Se ao menos,
pensa Margarida, se ao menos um avião entrasse por uma janela e saísse pela outra!
QUINTANA, Mário. Pequenos tormentos da vida. Em: Poesias. Rio de Janeiro: Globo, 1983. p. 89.

Na cena retratada no texto, o sentimento do tédio:


a) provoca que os meninos fiquem contando histórias.

b) leva os alunos a simular bocejos, em protesto contra a monotonia (“chatice”) da aula.

c) acaba estimulando a fantasia, criando a expectativa de algum imprevisto mágico.

d) prevalece de modo absoluto, impedindo até a distração ou o pensamento.

e) decorre do tédio da aula, em contraste com o movimento acelerado das nuvens e das moscas.

Autoavaliação
Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir.

1 Busquem na Matriz Geral de Habilidades o texto do Descritor trabalhado nas questões.


2 Vocês consideram importante trabalhar essa habilidade? Por quê?
Resposta pessoal.
Professor: Os alunos devem perceber que a compreensão mais refinada e profunda de um texto normalmente vai além
das informações e dados observáveis diretamente, de modo claro e explícito. Saber compreender informações e intenções
ocultas sob a superfície textual é atividade fundamental ao exercício competente da leitura.

3 Compartilhem as estratégias de resolução das questões e como cada um resolveu a(s)


dificuldade(s) que encontrou.
Resposta pessoal.
Professor: O entendimento de implícitos (pressupostos e subentendidos) não é tarefa das mais fáceis para um jovem leitor.
Assim, nas aulas, forneça pistas, instigue a curiosidade e o senso crítico dos alunos, lançando perguntas desafiadoras e pro-
vocando relações entre o que o texto informa explicitamente, as circunstâncias de sua produção e as supostas intenções
do locutor. Leve em conta ainda o suporte e o gênero do texto em questão.

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Para saber mais
Para ler
REPRODUÇÃO

• Beijo na boca, de Ivan Jaf. São Paulo: Moderna, 2003. (Livro digital.)

Antônio gostava de Patrícia, mas só conseguiu dançar com a tia. Emília


tinha muito medo de morrer sem ser beijada. Ângela se achava retarda-
da, Paula invejava a irmã mais velha e Ana treinava beijos em chocolates.
Sandra conseguiria beijar com um aparelho nos dentes? Pedro Paulo ti-
nha de lembrar que aquela era a namorada de seu maior (e mais forte)
amigo. E Diana, que falava tanto, tanto! Quem sabe só um bom beijo para
deixá-la quieta. (Também disponível em versão impressa.)

• Olhos de ver, de Tatiana Belinky. São Paulo: Moderna, 2004. (Livro digital.)
A escritora Tatiana Belinky reúne jornalismo e literatura em suas crônicas,
REPRODUÇÃO

abordando temas relacionados à cidade de São Paulo. A autora revela


um passado mais tranquilo e humano, com tipos como o mendigo que
pede apenas a “medida exata do seu querer”, crianças de rua que vendem
quinquilharias e muitos outros tipos extraídos de suas lembranças. (Tam-
bém disponível em versão impressa.)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Sementes de sol, de Carlos Queiroz Telles. São Paulo: Moderna, 2003.
(Livro digital.)

As dúvidas, as incertezas, os medos, as esperanças, todos os grandes


momentos de afirmação da personalidade de um adolescente estão nos
versos deste livro, um diálogo poético do autor com os jovens de hoje,
emocionando também os jovens que ainda moram dentro dos adultos.
(Também disponível em versão impressa.)
REPRODUÇÃO

Para ouvir
• “A felicidade”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Em: Gal Costa canta
Tom Jobim. BMG, 1999. CD 2.

• “Agora”, de Tony Bellotto e outros. Em: Maria Bethânia. Mar de Sophia.


Biscoito Fino, 2006.

• “Cartomante”, de Ivan Lins e Vitor Martins. Em: Fascinação: o melhor de


Elis Regina. Philips/Polygram, 1988.

• “O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc. Em: João Bosco.


Mercury/BMG Music, 1983. (Série Millennium.)

• “Piercing”, de Zeca Baleiro. Em: Vô imbolá. MZA Music, 1999.

978-85-8247-618-5
49018678

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