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Universidade do Vale do Itajaí

Escola Ciência da Saúde


Curso de Psicologia
Disciplina: Psicologia Organizacional e do Trabalho II
Professora: Márcia Gisela de Lima

Processo de Avaliação – M1

. Peso da Avaliação: Peso 2,0


. Acadêmico(s): William Lane Juneau
. Data de entrega: 22/08/23
Resenha

Zanelli ao realizar esse artigo que consistia em um levantamento das


pesquisas dentro da psicologia organizacional, percebe que mesmo as
pesquisas em psicologia de um modo geral são feitas e publicadas a muito
tempo, as que tem o foco exclusivamente em POT são sua grande minoria,
também constata que as nomenclaturas psicologia organizacional e psicologia
do trabalho muitas vezes são usadas em contextos distintos, para tipos de
pesquisas com focos em assuntos distintos dentro da organização.

Outro ponto que Zanelli traz muito ao decorrer do artigo é sua visão
acerca da formação do psicólogo organizacional Brasileiro, que tem desde sua
implementação o foco em implementação de técnicas de conhecimento
científico e deixa suas bases filosóficas e metodológicas de lado, mas por outro
lado os psicólogos que estabelecem na área geralmente acabam deixando a
área técnica e focando em uma área onde exige um olhar mais ampliado
acerca do comportamento, negócios e sociedade.

A formação do psicólogo organizacional brasileiro segundo Zanelli tem


se mostrado cada vez mais precária e insuficiente para respaldar o trabalho do
psicólogo dentro das organizações, e a tentativas de reformulações curriculares
geralmente falham, e seguem o mesmo modelo que não se atualiza para as
dinâmicas do trabalho e organização do presente, se pautando em práticas e
conceitos ultrapassado. Outro ponto seria que os referenciais teóricos desses
cursos são em sua maioria modelos traduzidos de experiências internacionais,
que muitas vezes se distinguem muito do contexto brasileiro, pela sua cultura e
costumes que atravessam essas organizações.

A disciplinas voltadas para organizações e trabalho são muitas vezes


mínimas na grade de formação do psicólogo e as disciplinas gerais raramente
trazem uma visão voltada para esses contextos de POT, tendo seu foco mais
voltado para uma psicologia clínica, além disso outra falha no currículo
acadêmico do psicólogo é a parte voltada à pesquisa e extensão no meio, que
muitas vezes não é valorizada O resultado é a produção de um profissional
com baixo nível de conhecimento, com domínio de apenas algumas e pouco
exercício crítico sobre o contexto em que vai atuar. A sustentação de um
pensamento crítico adviria dos fundamentos de disciplinas como a filosofia, a
sociologia e a antropologia que ficam no período inicial dos cursos em sua
maioria.

Por não haver muitas pesquisas na área de psicologia organizacional no


país, ficamos à mercê da literatura em sua maioria do contexto norte
americano, que em muito se distingue do brasileiro em muitos pontos. A
insuficiência de práticas é um a ser pensado, pois muitos argumentam que as
horas dispostas para essas práticas são insuficientes para formação de
profissional que sairá pronto para o trabalho após sair da universidade.

Em muitos casos o psicólogo organizacional ainda se mantém fazendo o


básico da sua função por não possuir capacidade para administrar as
demandas que as organizações muitas vezes necessitam, muitas vezes pelo
despreparo da academia sobre essas demandas.

É trazida como uma possível intervenção o desenvolvimento de


conhecimentos e habilidade para tais psicólogos, que estejam ligadas
intimamente as demandas e atribuições reais do psicólogo na organização, que
esteja ciente de tal realidade para que a frente dessas demandas consiga
realizar propostas de intervenção que muitas vezes transpassam as bases que
estão presentes e ensinadas nas disciplinas organizacionais da psicologia. As
organizações têm mudado os olhares sobre o trabalho e função no contexto
das organizações e a formação necessita acompanhar essas demandas
criadas pelas organizações, sair de meros aplicadores de teste e escalas para
profissionais que se apresentam em vários contextos dentro da organização
com as competências que a psicologia nos possibilita.

A qualidades dos professores que estão à frente de aulas sobre a


psicologia organizacional é de extrema importância, e quase que indispensável
que tais professores possuam prática reais nesses contextos pois, eles muitas
vezes são levados como modelos a serem seguidos, e as realidades da prática
e da literatura em muito se distinguem, pois cada organização tem uma
estrutura e “vida|” própria, então o conhecimento prático é fundamental para
uma boa formação dos psicólogos na organização.
A interdisciplinaridade do psicólogo e outro ponto que tem que ser
levado em conta pois no fazer da psicologia nas organizações, o psicólogo
querendo ou não extrapola sua zona de conhecimentos e necessita se
apropriar de saber que vem de outras áreas como da administração, sociologia,
antropologia, economia, ciências políticas e outras. Exige dos professores um
domínio de conhecimentos que vai além dos conteúdos mais restritos à sua
área de interesse.

Discussão

O texto traz inúmeros apontamentos acerca dos desafios que o


psicólogo nas organizações podem enfrentar no dia a dia, muitos tem sua
origem na própria formação que muitas vezes carece desses saberes referente
ao psicólogo organizacional, que vão de desatualização teórica até realmente
qual sua função dentro da organização e no contexto do trabalho.

Levando em consideração a própria formação oferecida pela instituição


de ensino que faço parte, as matérias que falam acerca desse tema “POT”
estão alocadas no períodos finais da graduação, e as matérias gerais do
ensino falam muito pouco acerca tais assuntos, o que de uma certa maneira
faz os estudantes terem uma visão rasa e estereotipada da psicologia
organizacional e não conseguindo criar uma afinidade com essa área da
psicologia que pode ser muito bem explorada e aproveitada mediante os
saberes da psicologia.

Outro problema que podemos pensar seria a pouca visão na prática da


psicologia organizacional durante a graduação, pois como as organizações
podem ser vistas em sua maioria como um organismo complexo que possui
inúmeras partes e funcionamentos distintos, como um ser humano cada
abordagem e vivência dentro dessa organização tem que ser pensado
individualmente, então uma visão que venha da prática ajuda muito o futuro
psicólogo organizacional, pois algumas vezes as teorias em si não conseguem
dar conta de tais necessidades específicas.
Para o desenvolvimento de uma psicologia organizacional que esteja
mais preparada para essas dinâmicas que vêm surgindo no campo das
organizações, seria necessário pensar em uma formação que em sua
estrutura, se preocupe com as atualizações que a POT tem sofrido ao longo
dos anos, tentando trazer para sua pauta conteúdos que venham evoluir as
discussões acerca de como e o que se fazer nas práticas na organização,
deixando os psicólogos mais respaldados a possíveis desafios do dia a dia,
também se pensar em uma formação onde as discussões sobre POT surjam
ao decorrer da graduação e não somente ao final, assim tentando familiarizar
com as competências e como funciona o trabalho do psicólogo nas
organizações.

Outro ponto muito importante nesse processo de deixar o psicólogo


organizacional mais preparado para o fazer da psicologia dentro das
organizações, seria a ampliação das experiências práticas no contexto, pois os
acadêmicos se encontrariam com as realidades das organizações e
conseguiriam ter um olhar mais dinâmico de como funciona e como
proporcionar resoluções para tais desafios.

Essa falta na formação do psicólogo organizacional é um desafio que


deve ser ultrapassado para a formação de psicólogos que estejam realmente
preparados para o mercado de trabalho e para um bom manejo dentro dos
mais diversos realidades dentro da organização e no mundo do trabalho, mas
esse é um desafio que pode ser contornado e teria um impacto positivo nas
novas gerações de psicólogos organizacionais.
Referência: ZANELLI, José Carlos. Formação e atuação do psicólogo organizacional:
uma revisão da literatura. Temas psicol., Ribeirão Preto

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