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Editora Saber Ltda.
Diretores
Hélio Fittipaldi
Thereza M. Ciampi Fittipaldi
13
MECATRÔNICA
FÁCIL
www.mecatronicafacil.com.br
Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi
Conselho Editorial
Luiz Henrique C. Bernardes,
Newton C. Braga
Auxiliar de Redação
Erika M. Yamashita 18
Produção
Diego M. Gomes
Design Gráfico
Carlos C. Tartaglioni
Publicidade
Carla de Castro Assis,
Ricardo Nunes Souza Notícias
2
Robonews
6

PARA ANUNCIAR: (11)2095-5339


publicidade@editorasaber.com.br

Sensor de Inclinação 9
Colaboradores
Jeff Eckert, Newton C. Braga Veja como monitor a posição de veículos ou
peças mecânicas na vertical
Capa
Arquivo Editora Saber
Tranformadores, relés e solenóides 13
Especificações, teste e uso dos transformadores,
ASSINATURAS
www.mecatronicafacil.com.br relés e solenóides
Fone: (11) 2095-5335/Fax: (11) 2098-3366
Atendimento das 8:30 às 17:30 h Controle de Motores CC 18
Com uma simples configuração, veja como
controlar motores de corrente contínua

Associado da:
Relé Eletrônico Multi-uso 21
Montagem e utilização de um módulo que
emprega relé comum e circuito eletrônico

Sinalizador de FM 26
Transmissor emissor ideal para localização e
Associação Nacional dos Editores de Revistas
monitoração de objetos

Efeitos especiais com Leds 24


Faça um montagem com leds que piscam
Associação Nacional das Editoras de aleatoriamente
Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas.

Pescaria Eletromagnética 29
Confira como implementar eletromagnetismo em
suas aulas através de uma montagem simples

Aplicações básicas para TRIACs 32


Neste artigo mostramos aplicações básicas,
incluindo a relé de estado sólido
n notícias

Aeronaves Disputam
Premiação em São
José dos Campos
Competição de engenharia
conta com 77 equipes inscri-
tas, entre mexicanos, brasi-
leiros e venezuelanos.

Em sua décima edição, o desafio de 30,5 ou 61 m. Já a Classe Aberta direito a representar o Brasil na SAE
SAE AeroDesign será realizado entre não impõe tantas restrições, desde Aerodesign East Competition 2009,
os dias 17 e 19 de outubro no Centro que a soma das cilindradas não ultra- nos Estados Unidos.
Técnico Aeroespacial, em São José passe 14,9 cc. Nesta categoria, a dis-
dos Campos (SP). No total, a compe- tância máxima de decolagem é de 61
tição conta com 77 equipes inscritas m sendo que os estudantes de pós- Mais informações
- 67 brasileiras, oito venezuelanas e graduação também podem competir.
duas mexicanas - que representam Ao final da SAE AeroDesign, SAE Brasil
www.saebrasil.org.br
57 instituições de ensino superior. as melhores pontuações ganharão
Entre os participantes está a
equipe do Estado do Pará, conhecida
como Uirapura. O projeto pesa 3,4
kg e tem capacidade de transportar
3,5 kg de carga. “Desenvolvemos um
avião básico para participar de todas
as etapas da competição e, assim,
ver o projeto ganhar êxito”, explica
a capitã da equipe, Ariely Pereira.
Os integrantes da Uirapura iniciaram
seus testes no mês de agosto e irão
competir na classificação Regular.
O evento, organizado pela SAE
BRASIL, conta com as categorias
“Classe Regular” e “Classe Aberta”.
Na primeira, os aviões são monomo-
tores com cilindrada padronizada em
10 cc. O regulamento impõe restri-
ções geométricas que estabelecem as
dimensões máximas das aeronaves,
que devem ser capazes de decolar
em uma distância máxima delimitada,

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notícias n
Brasileiro é segundo colocado
no desafio RoboChamps
Próxima etapa da competição de robótica simulada
será a eliminação por sumô

O professor do Departamento de os robôs em um labirinto cheio de participar, basta baixar o Microsoft


Sistemas e Controle do Instituto Tec- armadilhas. De acordo com os orga- Robotics Developer Studio. Entre as
nológico de Aeronáutica - ITA, Jack- nizadores do evento, cerca de 6,5 mil outras eliminatórias estão previstas a
son Matsuura, conquistou o segundo pessoas de 77 países chegaram a exploração do planeta Marte com um
lugar no primeiro desafio da liga de fazer o download da plataforma para rover, programar um carro que naveg-
Robótica Simulada Internacional Ro- participar, mas apenas o brasileiro e ue automaticamante em uma cidade
boChamps, promovido pela Microsoft. o americano Dave Sprague, primeiro composta por semáforos e tráfego,
A eliminatória aconteceu entre os dias colocado, foram capazes de navegar além de realizar uma missão de sal-
21 de abril e 24 de junho, na área de satisfatoriamente o robô para fora vamento em um ambiente urbano
simulação da ferramenta. Para os in- do labirinto. Dave Sprague recebeu após um terremoto.
teressados, o RoboChamps é aberto como prêmio um modelo CoreWare A final desta competição acon-
a todos amantes da robótica e baseia- Corobot, no valor aproximado de U$ tecerá em Los Angeles, entre os dias
se no Microsoft Robotics Developer 3,2 mil, e Jackson Matsuura um Boe- 27 e 30 de outubro, durante a Micro-
Studio (MSRDS). Bot Kit, que custa cerca de U$ 210. soft’s Professional Developers Con-
Na primeira jornada lançada, os A próxima etapa do RoboChamps ference (PDC).
participantes tiveram que navegar será a eliminação por sumô. Para

FEI lança curso de Engenha-


ria de Automação e Controle
Inscrições para o próximo ano podem ser feitas até 4
de novembro

O Centro Universitário da FEI (Fun- A FEI, que já detém cursos de embalagens, indústria petroquímica
dação Educacional Inaciana) lança o Engenharia Mecânica, Engenharia e química. O engenheiro do ramo é
curso de graduação Engenharia de Eletrônica, Ciência da Computação e capacitado a projetar e operar equipa-
Automação e Controle. A inscrição, Engenharia de Produção, aposta em mentos para processos de indústrias.
para o total de 72 vagas, pode ser mais uma necessidade do mercado de Os profissionais desta área são
feita pela a internet, com uma taxa de trabalho. “O aluno ficará mais tempo responsáveis pela programação de
R$ 50, ou nas secretarias dos campus com projetos do que em sala de aula máquinas, adaptação de softwares
São Bernardo do Campo e Liberdade, e isso contribuirá para um profissional aos processos industriais, aplicação
por R$ 60. autônomo”, afirma o coordenador do de sistemas mecatrônicos, automo-
As aulas contarão com laboratórios curso de Engenharia de Automação e tivos e também desenvolvimento de
de mecânica, produção, computação Controle da FEI, Renato Giacomini. robôs para aplicações domésticas e
e eletrônica, dotados de equipamen- O mercado de trabalho para o industriais.
tos, como robôs industriais, para auxi- setor de Automação e Controle é
liar no desenvolvimento de pesquisas vasto e conta com o setor automobi-
e projetos. lístico, TI - Tecnologia da informação,

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n notícias

Siemens e Senai ministram


Curso de Automação
Parceria acontece em Joinville, Blumenau,
Chapecó e Caçador

O Serviço Nacional de Aprendi- de atualização tecnológica e curricu- dade e lógica de comando elétrico;
zagem Industrial de Santa Catarina lar. A carga horária é de 24 horas e sendo voltado aos usuários que
- SENAI - e a empresa Siemens pro- conta em seu conteúdo programático atuam em projetos e services de equi-
movem curso de “Sistemas de Auto- com os conceitos básicos de CLP, pamentos.
mação de pequeno porte - Simatic S7 Overview do CLP SIMATIC S7-200,
– 200”. O curso acontece entre 9 de Software de programação STEP 7
setembro e 4 de dezembro e percorre - Micro/WIN, como editar elementos
as cidades de Joinville, Blumenau, de um programa, sistemas numéricos
Chapecó e Caçador. e tipos de dados , subrotinas, função
Aos participantes é uma oportu- Data Log e muito mais. Mais informações
nidade de atualizar conhecimentos O curso será aberto a todos inte-
em sistemas de automação indus- ressados, tendo como pré-requisito SENAI SC
www.sc.senai.br
trial adotados pela indústria, além conhecimentos básicos de eletrici-

Estão abertas as etapas da


competição internacional de
Robótica “Elevation”
Alunos do Eniac seguem para o Rio Grande do Sul
para participar da competição regional

A equipe Eniac Challengers, do do robô Porco Espinho, com o qual suporte metálico, chamado rack.
colégio Eniac de Guarulhos, compete disputaram na final da Vex Robotics As provas finais acontecem nos
entre os dias 30 e 31 de outubro a World Championship, na Universi- dias 30 de abril a 02 de maio de
fase reginal da competição de robó- dade Estadual da California, nos 2009, no Dallas Convention Center,
tica VEX Robotics Competition: Ele- Estados Unidos. no Texas. Esse evento contará com
vation, em Novo Hamburgo, RS. O campeonato mundial de robótica cerca de 100 equipes participantes,
O grupo já é vice-campeão mun- Elevation é promovido pela organiza- selecionadas ao longo das competi-
dial e pretende estar entre os seis ção VEX e, no Brasil, pela empresa ções ‘VEX Robotics’ que acontecerão
representates do Brasil para a final, Index, O objetivo é qualificar os estu- em diversas cidades durante outubro
que acontecem nos Estados Unidos. dantes a trabalharem com o sistema de 2008 a abril de 2009.
O Eniac Challengers é formado por de robótica VEX e promover o apren-
17 estudantes do Ensino Médio. Os dizado em áreas como ciências, tec-
integrantes da equipe desenvolveram nologia, engenharia e matemática. Já
Mais informações
o robô a partir do kit básico entregue o desafio é fazer os robôs, prepara-
na inscrição do campeonato e preten- dos pelos próprios alunos, encaixa- VEX Robotics
dem fazer uma montagem diferente rem bóias em hastes verticais em um www.vexrobotics.com

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notícias n

National Instruments e
LEGO Education anunciam
nova plataforma de robótica
LEGO Education WeDo’ utiliza software de projeto gráfico NI
LabVIEW e estará disponível no início de 2009

A National Instruments e a LEGO construir modelos a partir dos blocos, executando o Linux®OS, e “Intel Clas-
Education anunciam parceria na área podemos fazer uma ponte entre os smate PC”, com o Windows XP. Além
de robótica educacional com o desen- mundos físico e virtual para oferecer disso, o WeDo funciona em qualquer
volvimento do LEGO Education WeDo. a experiência prática mais recente, PC que trabalhe com Windows XP
A plataforma de robótica utiliza tecno- unida à experiência de aprendizagem ou Windows Vista (32 bits) e Apple
logia de software de projeto gráfico NI e exercício mental” afirma o presi- Macintosh 10.5.
LabVIEW, da National Instruments, dente da LEGO Education no Brasil,
sendo um ambiente de desenvolvi- Marcos Wesley. Mais informações
mento baseado em ícones que utiliza A plataforma encoraja os profes-
o método “Arrastar e Soltar”. sores a utilizar programas de ensino National Instruments
www.ni.com/wedo
Com o WeDo, os estudantes baseados em desafios que os estu-
aprendem habilidades básicas de dantes devem resolver. Os alunos de Importante
programação e projetam aplicações países em desenvolvimento também
Para os interessados o LEGO Education
em robótica. “Combinando a interface poderão operar o software em com-
WeDo estará disponível em Janeiro de
intuitiva e interativa do software WeDo putadores pessoais de baixo custo, 2009.
da LEGO com a experiência física de tais como “One Laptop per Child XO”,

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n notícias

Robo
Jeef Eckert

Robô Redondo
O robô normal, pode andar a quatro câmeras (até 360º de campo
esmo até cair e então alguém o de visão), diversos sensores, siste-
levantar. Mas, sendo redondo e mas de visão noturna, microfones e
sem nenhum lugar externo para alto-falantes. Provavelmente o princi-
pegar, o Groundbot (TM) da Rotun- pal destaque é o mecanismo de movi-
dus (www.rotundus.se) está mento, que se baseia na gravidade.
sempre de cabeça para cima. Ele Um pêndulo controlado é levado para
também pode se mover na neve ou perto do chão quando o robô está
na areia sem ter problemas e sendo parado. Levantando-se o pêndulo,
hermeticamente fechado, é a prova ele pode se movimentar em qualquer
do tempo. Ele pode sobreviver a direção. Isso produz velocidades de
quedas de até 3 m. até 10 km/s e a habilidade de enfren-
Originalmente projetado para tar inclinações de até 20º.
explorar a superfície de Mercúrio, Caso você esteja interessado em
o Groundbot foi modificado para detalhes, o Groundbot tem 0,6 m de
tarefas terrestres como a patrulha diâmetro, pesa 25 kg e normalmente
de áreas extensas, monitoramento roda de seis a oito horas sem recarga. O robô móvel Groundbot para tare-
de gases explosivos, e inspeção Sua faixa de temperaturas de opera- fas seguras. Cortesia Rotundus
remota. Ele pode ser equipado com ção é de -30º a +40º C.

Robô toca Flauta


Para provar que nenhuma idéia é de um ponto de vista da engenharia...
idiota quando se trata de obter fundos Possibilitando a comunicação com
do governo, o Robô Flautista Antro- humanos num nível emocional de
pomorfo, criado por Atsuo Takani- percepção... Propondo novas aplica-
shi na Universidade Waseda (www. ções para robôs humanóides” e as-
waseda.jp), está agora na sua quarta sim por diante. Mas imagine gastar 18
encarnação completando 18 anos anos de sua vida nesta coisa... Para
de existência. O Modelo WF-4RIV obter uma demonstração, acesse o
(Waseda Flautista No 4 – Refined Youtube em: www.youtube.com/
IV) tem 41 graus de liberdade e pos- watch?v=lYDW2A5-Cbw.
sui a “performance melhorada com Também foi informado que está
mais notas naturais e transições mais sendo iniciado o trabalho numa
suaves entre as notas”. versão que toca saxofone, mas
Especificamente, os mecanismos talvez somente para 2026 Takanishi
de lábios e língua foram redesenha- vai aparecer com algo tão divertido,
dos para se assemelharem mais aos como por exemplo o Welte Orches-
órgãos humanos correspondentes. trion, originalmente apresentado em
E é claro, ele tem racionalizações 1862, pesando 1500 libras, operando
acadêmicas. “Clarificando o controle com rolos de música e alimentando
motor humano enquanto toca flauta perto de 50 tubos, baixos, tambores e
triângulo. Para ouvir um, visite: www.
O Robô Flautista Waseda, No 4 vs asapackermansion.com/orches-
trion.html.

 Mecatrônica Fácil nº41 - Novembro 2008

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notícias n

Dragonfly
V. 3
Em julho, a Universidade Delft de
Tecnologia (www.tudelft.nl) apresen-
tou a terceira versão do sua mosca
dragão (dragonfly) artificial, a DelFly
Micro, um veículo aéreo miniaturizado
(MAV). Pesando apenas 3 g e com
uma envergadura de 10 cm, ele voa
batendo asas como um inseto.
O dispositivo controlado remota-
mente é indicado para ser usado em
vôos de observação em áreas peri-
O DelFly Micro MAV. Cortesia da Delft U
gosas ou difíceis de acessar, poden-
do também ser equipado com uma
câmera miniatura de apenas 0,5 g obviamente ainda não está pronto independente utilizando software de
que transmite imagens com qualidade para a produção comercial. Mas o Mi- reconhecimento de imagem, explo-
de TV para uma estação terrestre. cro é apenas um passo para o plane- rando como um beija-flor, ou mesmo
Considerando que ele pode voar jado DelFly Nano de 5 cm e pesando voando para trás.
por aproximadamente 3 m (a 5 m/s), 1 g, que poderá se mover de forma

Salvo pelo Urso


Na outra extremidade do espectro De acordo com a Vecna, a finalidade
de utilidades está o Robô Assistente da cabeça de urso é confortar os
Extração de Campo de Batalha soldados que podem de desligar da
(BEAR) desenvolvido pela Vecna aparência grotesca de uma máquina.
Technologies (www.vecna.com),
uma empresa criada em 1998 e
operada pelos alunos do MIT, Harvard,
Stanford, Yale, Princenton, Berkeley,
CMU e outras instituições. Ainda no
estágio de protótipo, ele é descrito
como o casamento de três elementos:
um corpo superior hidráulico potente,
uma plataforma ágil de movimento
com diferentes conjuntos de pernas
e percepção dinâmica de equilíbrio
(DBB).
DDB é como o robô equilibra-se
nas bolas de suas ancas. De fato, o
modelo é capaz de se manter de pé,
balançando suas ancas e joelhos. Foi Robô BEAR da Vecna
demonstrada ainda a sua habilidade sendo empregado no
para pegar um modelo humano e car- campo de batalha. Cor-
regá-lo durante 50 minutos sem parar. tesia da U.S. Army

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n notícias

Os Veículos Elétricos
estão chegando
Com a gasolina barata sendo
coisa do passado, as pessoas estão
pensando cada vez mais em alterna-
tivas, entre elas os veículos elétricos.
Apesar deles não poderem competir
ainda com os veículos de combustão
interna em termos de potência, con-
forto e autonomia, alguns estão se
tornando interessantes para o trans-
porte local.
No nível de duas rodas está a
bicicleta californiana Jackal, dis-
ponível diversos fornecedores, inclu-
indo a www.thunderstruck-ec.com.
Ela oferece uma performance muito
melhor do que você pode esperaria.
Propulsionada por um motor de 15
HP Briggs & Straton E-Tek, ela tem
uma velocidade máxima de 72 km/h
e uma autonomia de 32 a 40 km numa
carga.
Infelizmente, ela custa US$ 3400
para o modelo standard e US$ 3700
para a versão de alta performance. Se
você acha muito, deve comparar com
os US$ 12500 do Xebra Truck da ZAP
(para poluição zero). Este veículo de
três rodas alcança 65 km/h e percorre
25 milhas com uma carga. Ele car-
rega duas pessoas e carga até 450
kg, e tem ainda como acessório um
painel solar para carga da bateria.

Mais veículos elétricos, de bicicletas a


caminhões estão entrando no mercado

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dispositivos
d

Sensor de
Inclinação
Nos projetos de robótica pode ser necessário monitorar a incli-
nação de um robô ou mesmo a posição de um braço mecânico em
relação à vertical do local. Para esta finalidade deve ser utilizado
um sensor de inclinação. Existem diversas possibilidades para a
implementação deste dispositivo, mas a que apresentamos neste
artigo talvez seja uma das mais simples, podendo ser aprovei-
tada inclusive com finalidades didáticas.

Newton C. Braga

1 2 3
Sensor para o monitoramento da Deslocando-se o centro de Sensor de inclinação simples feito a
inclinação de um robô ou de um braço gravidade de forma apropriada partir de um potenciômetro rotativo
mecânico. Podemos dizer também que com uma massa, a partir das comum
se trata de um “sensor de nível” indicações de um sensor, é
possível evitar que um robô
tombe

Para controlar efetivamente o líbrio, através do deslocamento do pêndulo com uma massa apropriada,
movimento de um robô em terrenos centro de gravidade por uma massa, o potenciômetro tem a sua resistência
acidentados, um sensor de inclinação de modo que ele não venha a tombar, alterada com a posição do pêndulo
é de vital importância. Este sensor veja a figura 2. que tenderá a ficar na vertical, con-
pode monitorar a posição do veículo Neste caso, a partir do sinal do forme ilustra a figura 3.
ou de uma peça mecânica em relação sensor, a massa que influi na posição Com dois potenciômetros, colo-
à vertical do local, conforme mostra a do centro de gravidade é movimen- cados em posições que façam um
figura 1. tada de modo a eliminar o perigo de ângulo de 90 graus podemos detec-
A partir do sinal obtido deste um tombamento. tar inclinações em dois eixos. Isso é
sensor é possível realimentar um cir- A solução que apresentamos para exibido na figura 4, num robô que
cuito para modificar o torque de um o sensoriamento do centro de gravi- poderá detectar uma inclinação no
motor (caso o robô deva subir uma dade faz uso de um potenciômetro sentido do movimento (subida ou des-
ladeira) ou corrigir seu ponto de equi- comum. Prendendo no seu eixo um cida) ou no sentido transversal (incli-

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dispositivos
d 4 5 6
Dois potenciômetros em ângulo reto A montagem prática de um sensor Aliviando a pressão do cursor do
podem detectar inclinações em duas utilizando potenciômetros lineares potenciômetro para obter maior
direções. Os sinais podem ser combi- comuns de 10 k ohms a 1 M ohms sensibilidade do sensor
nados para se obter a inclinação em
qualquer direção de um plano

7 que exista espaço para a movimenta- A Eletrônica do Sensor


Faixa de inclinações em função ção do pêndulo.
da amplitude do giro do eixo do
O potenciômetro deve ser de tipo Diante de um sensor resistivo
potenciômetro utilizado
com um deslizamento bem suave. como o indicado, temos diversas
Caso ele seja “duro”, poderá ser possibilidades para trabalhar o sinal
aberto com cuidado e o cursor, que obtido. Partimos então dos sinais na
consiste num anel condutor, poderá forma analógica. Para esta finalidade,
ter sua pressão aliviada, conforme o circuito mais simples é o que faz uso
mostra a figura 6. de um indicador analógico (bobina
É claro que a redução da pressão móvel), que pode ser um multimetro
não pode afetar o contato do cursor comum, e que será ligado da forma
com a trilha de grafite. Assim, o ponto apresentada na figura 9.
ideal deve ser obtido experimental- A corrente indicada no instrumento
mente, e eventualmente pode-se estará em correspondência direta
aumentar o peso do pêndulo, se bem com a posição do sensor. Este instru-
8 que isso seja crítico pois implicará mento poderá ter uma escala direta-
Determinando a faixa de resistên-
também em um aumento do peso do mente graduada em termos de graus
cias de saída em função da inclina-
ção para um determinado tipo de robô. de inclinação, ou pode ser elaborada
potenciômetro Lembramos que este sensor fun- uma tabela de conversão corrente x
ciona como uma alavanca e que, por- inclinação.
tanto, quanto maior for o comprimento Outra possibilidade interessante é
do pêndulo, maior será sua sensibili- a vista na figura 10 em que se coloca
dade. A faixa de resistência varrida, o sensor numa configuração em
dependerá da amplitude maior do ponte de Wheatstone, caso em que
movimento do pêndulo, observe a podemos zerar a posição de equilí-
figura 7. brio (inclinação nula). Nesta situação,
Assim, no caso de um potenciôme- a escala do instrumento (com zero no
tro comum, em que a faixa de giros é centro) poderá ser feita em termos de
de 270 graus, uma faixa de sensoria- graus positivos e graus negativos.
mento de 180 graus, conforme indica A utilização dos sinais dos sen-
nação lateral). a figura 8, irá significar uma variação sores deste tipo, entretanto, pode
Para implementar este sensor, uti- de resistência menor. Num potenciô- justamente levar em conta o acio-
lize um potenciômetro de 10 k ohms metro de 100 k ohms, por exemplo, a namento de sistemas de segurança
a 1 M ohms, do tipo linear, e um pên- faixa será de 66 k ohms (2/3 de 100 (contra queda), booster do motor
dulo formado por uma haste de pelo k). (aumentando sua força numa subida)
menos 20 cm com um peso de pelo Deve ser lembrado ainda o posi- ou ainda deslocando um centro de
menos 100 g na sua extremidade. cionamento do potenciômetro, de massa. Para fazer isso podemos
A figura 5 demonstra a construção modo a termos uma resistência no contar com circuitos relativamente
deste pêndulo. O potenciômetro centro da faixa quando o sensor esti- simples. O mais simples deles é o
poderá ser preso a um suporte em ver na posição vertical, horizontal ou mostrado na figura 11, no qual temos
L ou na própria estrutura interna do que seja tomada como referência. o acionamento de um relé quando a
robô, devendo o montador cuidar para inclinação atinge um certo ponto.

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dispositivos
d
9 10
Circuito simples que converte os ângulos de inclinação em Circuito em ponte de Wheatstone,
uma intensidade de corrente indicada pelo instrumento que permite indicações tanto de graus
positivos como negativos de inclinação
com um único instrumento

11
Circuito de acionamento de dispositivo externo que detecta a Usamos neste circuito um com-
posição ajustada e aciona um relé quando ela é atingida parador de tensão, que pode ser um
LM339 ou um amplificador operacio-
nal simples como o 741, onde o ponto
de comutação é ajustado por um
potenciômetro. A saída tanto pode
ser uma tensão como também pode
ativar diretamente um relé. Veja que
podemos modificar o circuito para
que o relé seja acionado na transição
negativa do sistema, conforme ilustra
a figura 12.
12 Uma opção muito interessante
Circuito de acionamento com a transição nega- para um controle mais crítico é a que
tiva do sinal na posição sensoriada faz uso de um comparador de janela,
desenhado de forma completa na
figura 13.
Neste circuito, determina-se uma
janela de posições em que o circuito
permanece inativo, ou seja, nada
acontece. No entanto, se o sensor se
inclinar num sentido ou em outro (incli-
nação positiva ou negativa) ajustam-
se em dois potenciômetros os pontos
em que o circuito dispara, acionando
13 um relé.
Circuito sofisticado que detecta duas posições pré-ajustadas, determinando Contudo, os sinais analógicos não
assim uma faixa de inclinações em que o sistema se mantém inativo podem ser transmitidos facilmente
para uma central de controle a não ser
por fios. Para a transição dos sinais
para uma central remota ou ainda
para que a informação obtida seja
processada por um microcontrolador,
DSP ou microprocessador, os sinais
obtidos devem ser convertidos para a
forma digital. A maneira mais simples
é a que utiliza as entradas analógicas
que muitos microcontroladores pos-
suem ou ainda por um conversor A/D,
conforme exibe a figura 14.
Mas, se o leitor deseja uma solu-
ção mais simples, poderá usar um
conversor resistência/freqüência
baseado num oscilador controlado
por tensão, veja na figura 15.

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dispositivos
d
14 15
Utilizando a entrada analógica de um O sinal deste oscilador pode modular um transmissor e assim ser transmitido para
microcontrolador para detectar a uma estação remota de sensoriamento ou controle
posição do sensor

Neste circuito, a freqüência de


saída do oscilador está diretamente
ligada à inclinação do sensor. Com
sensoriamento de diversos sensores um projeto de mecatrônica. Tudo de-
o emprego de um freqüencímetro no
seja feito ao mesmo tempo. Os sinais pende da maneira como essa solução
receptor pode-se ter uma indicação
processados também podem ser uti- é implementada e dos circuitos que
remota da posição de um sensor de
inclinação. Evidentemente, a pré-cali- lizados para a realização de ações processam os seus sinais. O que
bração para se obter uma tabela deve que corrijam a inclinação, aumentem vimos neste artigo foram algumas
ser feita. a potência de um motor, acionem um soluções para os que gostam de fazer
Em uma aplicação mais sofisti- sistema de feios e muito mais. suas montagens mecatrônicas e nem
cada pode-se utilizar um microcon- sempre podem contar com sensores
trolador já programado para converter Conclusão sofisticados ou configurações mais
uma entrada de freqüência direta- complexas.
mente em inclinação e, mais que isso, Observe que o uso de soluções
pode-se multiplexar o sinal para que o simples pode incrementar bastante f

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dispositivos
d

Conheça os
transformadores,
relés e solenóides
Neste artigo abordaremos o modo de funcionamento,
Newton C. Braga especificações, teste e uso dos transformadores,
relés e solenóides.
Nos projetos de mecatrônica esses componentes
ocupam lugar de destaque, o que leva a necessidade
de conhecê-los de forma mais profunda.

Os transformadores 1 2
A relação entre espiras determina a Transformador comum
Os transformadores são compo- alteração da tensão
nentes formados por dois ou mais
enrolamentos que possuem um
núcleo em comum de modo que a cor-
rente que circula por um deles possa
induzir uma corrente no outro. Nessa
indução a corrente tem suas caracte-
rísticas alteradas.
Assim, se tivermos um transforma- transformadores de baixas freqüên-
dor com um enrolamento denominado cias. Já os tipos de ferrite e pó de
primário, com 1000 espiras de fio, e exemplo em fontes especiais chave- ferro servem para altas freqüências, e
aplicarmos 100 Volts, se o secundá- adas que operam entre 50 kHz e 500 em alguns casos pode-se possuir até
rio tiver 100 espiras, obteremos 10 kHz) ou ainda sinais de RF acima transformadores sem núcleo (núcleo
V e, se tiver 10 000 espiras, obtere- de 100 kHz em circuitos de diversos de ar).
mos 1 000 V. A figura 1 mostra o que tipos. Veja na figura 2 o princípio de
ocorre. funcionamento do transformador. Símbolos e tipos
Os transformadores são utilizados As bobinas que formam um trans-
para alterar as correntes e tensões formador podem ser enroladas em Os traços entre as bobinas indicam
em um circuito. Observe entretanto diversos tipos de núcleos, depen- o tipo de núcleo utilizado. Na figura 3
que eles não podem criar energia. dendo da aplicação. Os núcleos de ilustramos os símbolos adotados para
Dessa maneira, o que ganhamos lâminas de ferro servem apenas para representar os transformador
em volts (V), perdemos em ampères
(A), pois o produto é a potência (W) 3
que não pode ser alterada. Símbolos adotados para representar um transformador
Um transformador nunca pode
ser usado para aumentar ao mesmo
tempo a corrente e a tensão!
Os transformadores só podem
operar com sinais alternados, que
tanto podem ser de baixa freqüência
(como a tensão da rede de energia),
como de altas freqüências (como por

Mecatrônica Fácil nº41 13

MF41_Conheca_Os_Transformadores.13 13 17/10/2008 17:14:54


dispositivos
d
Especificações 4 5
Testando a continuidade do enrolamento Testando o isolamento entre
de um transformador enrolamentos
As especificações dos transforma-
dores dependem da sua aplicação, ou
seja, do tipo de sinal com que traba-
lham.
Podemos fazer a seguinte divi-
são:
a) Transformadores usados em
fontes: Transformadores de ali-
mentação. Recebem a energia
da rede e a alteram para alimen-
tar os circuitos eletrônicos. As
principais características são:
• Tensão do primário - é a
tensão que deve ser aplicada
na entrada ou enrolamento
primário para ter o funciona-
mento normal do transforma-
dor.
• Tensão do secundário - é a
tensão que obtemos no enro-
lamento secundário quando
aplica-se no primário a tensão 6
Estrutura de um relé comum
de primário.
• Corrente máxima de secun-
dário - é a corrente máxima
que podemos obter no secun-
dário do transformador. Mul-
tiplicando-se a corrente de
secundário pela tensão de
secundário obtemos a potên-
cia do transformador.
• Tipo de núcleo que pode ser
de ferro laminado ou toroidal.
amplificadores para modificar as formador estão isolados. Entre eles
b) Transformadores de RF: São características de sinais, além de deve haver uma resistência muito alta,
aplicados em circuitos de altas outras funções. Já os de alta freqüên- acima de 100 000 ohms, exceto para
freqüências. As principais espe- cia podem ser encontrados dentro de os tipos denominados: “autotrans-
cificações são: equipamentos como computadores, formadores” que possuem ligação
• Número de voltas dos enrola- eletrodomésticos, monitores de vídeo comum entre primário e secundário.
mentos e tipo de fio utilizado para transformar tensões e sinais. Na figura 5 mostramos como isso
• Diâmetro da forma deve ser feito.
• Tipo de núcleo a ser utilizado Como testar
e suas dimensões Os relés
O teste mais simples de um trans-
Onde são usados formador consiste em verificar se suas Os relés são chaves eletromag-
bobinas apresentam continuidade. néticas. Eles são formados por uma
Os transformadores (de força ou Elas devem mostrar uma resistência bobina e um conjunto de contatos
alimentação) são encontrados na baixa, que pode variar entre poucos que pode ser acionados pela ação
entrada de equipamentos eletrônicos ohms a no máximo algumas centenas do campo magnético criado por esta
que funcionam com a energia da rede de ohms. bobina.
local e que precisam de tensão mais Se tiverem resistências muito altas Aplicando-se uma tensão na
baixa para funcionar. Como exemplo, pode significar que estão interrompi- bobina ela atrairá a armadura, que é
citamos os eliminadores de pilhas, das. Este teste não revela se elas uma peça ferrosa presa aos conta-
fontes, e muitos eletroeletrônicos de possuem espiras em curto. Na figura tos de modo que eles se movimen-
uso comum. 4 mostramos como fazer o teste de tam, comutando assim a corrente de
Os transformadores de baixa fre- continuidade das bobinas. um circuito externo. Veja na figura
qüência também podem ser encon- O outro teste consiste em saber 6 a estrutura simplificada de um relé
trados dentro dos circuitos como se os dois enrolamentos de um trans- comum.

14 Mecatrônica Fácil nº41

MF41_Conheca_Os_Transformadores.14 14 17/10/2008 17:15:04


dispositivos
d
7 Símbolos e Aspectos
Símbolos usados para representar relés

Na figura 7 mostramos os símbo-


los adotados para representar diver-
sos tipos de relés, assim como os
aspectos mais comuns destes com-
ponentes.
Observe na ilustração que os con-
tatos podem possuir as mesmas fun-
ções das chaves. Podemos ter relés
com contatos simples, reversíveis e
reversíveis duplos.
Existem relés que apresentam até
4 ou 6 conjuntos de contatos, depen-
dendo da aplicação.
8 Um ponto importante a ser obser-
Utilização dos contatos NA e NF de um relé
vado quanto ao uso dos relés é que nos
tipos de contatos reversíveis temos
as funções NA (Normalmente Aberto)
e NF (Normalmente Fechado).
Quando ligamos alguma coisa
entre os contatos NA e C (comum) o
dispositivo controlado é alimentado
quando a bobina do relé é energi-
zada.
Por outro lado, quando ligamos
alguma coisa (carga) entre NF e C, a
carga externa é desligada quando o
relé é energizado. Confira na figura 8
o uso do relé de acordo com os con-
tatos que são ligados.
Na figura 9 temos outro tipo
importante do relé que é o reed-relé.
Este componente é formado por um
interruptor de lâminas (reed switch)
9 em torno do qual é enrolada uma
Um reed-relé
bobina. Quando a bobina é energi-
zada o campo magnético criado atua
sobre o interruptor fazendo-o fechar
seus contatos.

Especificações

Ao trabalhar com relés devemos


atentar a três principais especifica-
ções:
a) Bobina: A bobina pode ser espe-
cificada pela tensão e corrente de
operação ou ainda pela tensão
Os relés são usados para controlar uma infinidade de tipos e tamanhos, e pela resistência. Conhecendo
circuitos a partir de correntes fracas conforme as características de suas duas dessas grandezas a terceira
ou de forma isolada. Podemos apli- bobinas, quantidade de contatos e poderá ser calculada facilmente
car uma baixa tensão a uma bobina intensidade da corrente que podem pela lei de ohm. Por exemplo, um
de relé para controlar um circuito de controlar. relé de 12 V x 50 mA tem uma
alta corrente que seja ligados aos Nos tipos comuns, para se obter resistência de bobina de 240
seus contatos. A principal vantagem grande sensibilidade, as bobinas são ohms.
do seu uso está no fato de que o cir- formadas por milhares de espiras de
cuito controlado fica completamente fios muito finos.
isolado do circuito que o controla. R = 12/0,05 = 240 ohms
Eles podem ser encontrados em

Mecatrônica Fácil nº41 15

MF41_Conheca_Os_Transformadores.15 15 17/10/2008 17:15:15


dispositivos
d
b) Especificações dos contatos: tos quando o relé está ativado e Existem solenóides que podem
Precisamos saber qual é a cor- quando não está levar em conta possuir sistemas de retorno com
rente máxima que os contatos a função (NA e NF). Um relé em molas ou ainda recursos que per-
podem controlar. Uma corrente bom estado deve possuir resis- mitem obter movimentos rotatórios,
excessiva pode causar seu des- tência nula entre os contatos como os mostrados na figura 11.
gaste prematuro ou ainda sua quando estão fechados e infinita
queima. quando estão abertos. Símbolo e aspectos

c) Configurações dos contatos: Os solenóides Confira na figura 12 o símbolo


Conforme observamos, os conta- adotado para representar o solenóide
tos dos relés podem ser simples Os solenóides são formados por e os aspectos mais comuns para esse
mas também podem ser reversí- uma bobina dentro da qual pode componente.
veis duplos, triplos etc. Esta espe- deslizar um núcleo de material fer- Os pequenos solenóides encon-
cificação é importante para o uso roso. Quando uma corrente percorre trados nos equipamentos eletrônicos
do relé, principalmente quando a bobina o campo magnético criado são formados por milhares de espiras
todos os elementos dos contatos puxa o núcleo para dentro com força. de fios esmaltados muito finos.
são utilizados. Esta força pode ser usada para Um sistema de molas permite
acionar os mais diversos dispositivos, que o núcleo volte a posição original
Onde são encontrados como por exemplo abrir e fechar uma quando a bobina deixa de ser ener-
válvula, mudar um robô de direção , gizada.
Os relés são encontrados em uma acionar uma alavanca, abrir a fecha-
infinidade de aplicações ligadas à dura de um portão ou ainda acionar Especificações
rede de energia e sistemas de con- uma armadilha.
trole. Em geral são usados por circui- Os solenóides podem ser encon- A principal especificação de um
tos que controlam cargas de potência trados em diversos formatos e tama- solenóide é a tensão que deve ser
a partir de sinais. nhos dependendo da força que devem aplicada nos seus terminais para que
Por exemplo, timers acionam relés exercer, tensão de alimentação e ele seja acionado. Em função dessa
que ligam e desligam os aparelhos função na qual serão utilizados. tensão temos a corrente drenada, a
controlados. Controles remotos de
robôs e outros dispositivos fazem uso 10 11
Testando a bobina de um relé Estrutura de um solenóide rotativo
de relés que são acionados pelos cir-
cuitos eletrônicos para ativar e desa-
tivar os motores. Pequenos relés
podem ainda ser encontrados dentro
de equipamentos para controlar cir-
cuitos que devem ser mantidos isola-
dos uns dos outros.

Como Testar

Para saber se um relé está em


boas condições é preciso fazer dois
testes:

a) Teste da bobina: Para testar


as bobinas basta verificar sua
continuidade, o que pode ser
conseguido por um multímetro
na escala apropriada de resis- 12
Símbolos e aspectos dos solenóides
tências. Relés comuns têm resis- comuns
tências que variam entre alguns
ohms a mais de 5 000 ohms con-
forme a tensão, sensibilidade e
tipo. O teste de continuidade não
revela se a bobina tem espiras
em curto. Veja na figura 10 como
fazer este teste.

b) Teste dos contatos: Basta


medir as resistências dos conta-

16 Mecatrônica Fácil nº41

MF41_Conheca_Os_Transformadores.16 16 17/10/2008 17:15:23


dispositivos
d
qual depende da resistência apresen-
tada e força que deve exercer.
Os solenóides encontrados nos
equipamentos eletrônicos podem ser
tanto acionados pela tensão AC da
rede de energia como tensões DC
na faixa de 3 a 48 V . As correntes
podem variar entre alguns miliampè-
res até diversos ampères. Uma outra
especificação importante em algumas
aplicações é a força que ele exerce
quando energizado.

Onde são encontrados

O leitor vai encontrar uma infini-


dade de solenóides não só em equi-
pamentos eletrônicos mas em muitos
equipamentos elétricos como máqui-
nas de lavar e portões elétricos.
Nos equipamentos eletrônicos
pequenos solenóides são utilizados
para movimentar partes móveis de
equipamentos como VCRs, DVDs,
toca-fitas etc. Os solenóides encon-
trados nos equipamentos eletrônicos
são pequenos e delicados sendo ali-
mentados por circuitos eletrônicos
com transistores e circuitos integra-
dos.

Como testar

O teste elétrico básico de um sole-


nóide consiste em verificar a conti-
nuidade de sua bobina utilizando o
multímetro. Este teste, entretanto,
como em qualquer bobina, não revela
se ela possui espiras em curto.
O melhor teste é o de acionamento
energizando o componente para veri-
ficar se é acionado.
A resistência típica das bobinas
dos solenóides varia entre alguns
ohms e alguns milhares de ohms,
dependendo da sua tensão e força.

Mecatrônica Fácil nº41 17

MF41_Conheca_Os_Transformadores.17 17 17/10/2008 17:15:36


dispositivos
d
Controle de
Motores CC
Motores de corrente contínua são utilizados numa infi- Newton C. Braga
nidade de aplicações mecatrônicas tais como robôs,
braços mecânicos, automatismos, sistemas de abertura
e fechamento de portas etc. Ao lado da variedade de
tipos de motores com que é possível contar para estas
aplicações, igualmente ampla é a gama de circuitos que
podem ser empregados para seu controle.
Neste artigo abordamos algumas configurações simples
que podem ser utilizadas no controle de motores de cor-
rente contínua de baixa tensão.

1 2
A corrente drenada por um motor é Sistemas de proteção para o
proporcional à força que ele faz dispositivo comutador

3
O controle de motores de corrente são capazes de suportar as correntes Ligando e desligando um
contínua não é tão simples, pois as exigidas pelo motor, mas também as motor a partir de sinais de
características elétricas destes dis- tensões inversas geradas na comu- pequena intensidade
positivos não são lineares, apresen- tação, agregando eventualmente um
tando alguns pontos que podem fazer elemento de proteção. A proteção
com que os circuitos utilizados não mais comum é a que faz uso de um
funcionem apropriadamente. diodo ligado em paralelo, embora
Por exemplo, além de fortemente possamos empregar um capacitor de
indutivos e apresentando sistemas valor apropriado,veja a figura 2.
de comutação que geram pulsos de A finalidade do circuito comutador
transientes de alta tensão, a corrente (ou de controle) é normalmente ligar e
drenada por um motor varia com a desligar o motor a partir de sinais de
carga, ou seja, com a força que eles pequena intensidade, provenientes deverá ser o ganho do circuito usado
estão exercendo em um determinado tanto de um microcontrolador, micro- no controle. A amplificação do circuito
momento, conforme mostra o gráfico processador, configuração lógica, normalmente é expressa pelo ganho
da figura 1. comutador ou sensor, conforme ilus- de corrente. Assim, um circuito que
Desta forma, quando usamos dis- tra a figura 3. tenha ganho 1 000 poderá controlar
positivos semicondutores no controle Quanto maior for a corrente dre- um motor de 1 A com uma corrente
de motores de corrente contínua, não nada pelo motor e menor a inten- de 1 mA. O ganho exigido, evidente-
devemos apenas observar se eles sidade do sinal de controle, maior mente, irá depender da aplicação.

18 Mecatrônica Fácil nº41

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dispositivos
d
4 5 6
Circuito simples de controle utilizando Circuito com transistor PNP. O acio- Circuito de alto ganho com transistor
um transistor NPN namento ocorre no nível lógico baixo Darlington NPN

7 8
O circuito também pode ser empregado Circuito Darlington de alto ganho
como um controle linear de velocidade com transistor PNP

9
Transistores comuns NPN e PNP transistores é da ordem de 100 vezes, controlar um motor de 1 A com uma
podem ser ligados na configuração a corrente mínima de controle é da corrente de apenas 1 mA na entrada.
Darlington ordem de 10 mA. O acionamento ocorre no nível alto e
Neste circuito, quando aplicamos o transistor deve ser dotado de um
uma tensão positiva à entrada, o radiador de calor. Sensores de baixa
motor liga. Isso significa que ele opera corrente como LDRs ou mesmo NTCs
com o nível lógico alto de entrada. podem ser usados neste circuito.
Na mesma figura mostramos como é Veja, entretanto, que, como se trata
possível fazer seu acionamento com de um amplificador linear a sua curva
um sensor do tipo reed. Nesta confi- de resposta possibilita sua utilização
guração, o transistor deve ser dotado como um controle analógico de velo-
de um radiador de calor. cidade.
Na figura 7 mostramos a curva
Circuito Simples com 1 Tran- aproximada de controle se empregar-
Devemos também levar em conta sistor PNP mos na entrada um potenciômetro de
que um motor de 1 A, no momento da Para acionar o motor com o nível 47 k ohms.
partida, para que seja tirado da imobi- baixo, ou seja, com um sinal negativo,
lidade exigirá uma corrente maior, por podemos utilizar um transistor PNP, Circuito Darlington PNP
exemplo, até 3 A. Por este motivo, ao conforme sugere a figura 5. Podemos ter o acionamento no
escolher um circuito de controle deve- Para o transistor BD a corrente nível baixo, ou com tensões negati-
mos dar uma margem de segurança. máxima do motor é de 500 mA ,e para vas, utilizando um transistor Darling-
Para controlar um motor de 1 A, uti- o TIP é de 1 A. A sensibilidade é da ton NPN, observe a figura 8.
lizamos um circuito que, com seu ordem de 10 mA, o que permite a uti- As características são as mesmas
ganho, possa fornecer pelo menos 2 lização de sensores como reed-swi- do circuito anterior, devendo o tran-
A ao motor. tches e em alguns casos até mesmo sistor ser dotado de um radiador de
LDRs. calor. Transistores Darlington de maior
Circuito Simples com 1 Tran- corrente também podem ser empre-
sistor NPN Circuito Darlington NPN gados sempre levando-se em conta
Na figura 4 temos um circuito sim- Podemos obter muito maior sen- o ganho, para se obter a corrente
ples que pode controlar um motor até sibilidade com a utilização de tran- mínima necessária ao acionamento.
500 mA se utilizar o BD135, e até 1 sistores Darlington, cujos ganhos são Uma possibilidade interessante é a
A se for usado o TIP31. Transistores tipicamente de 1000 vezes, como o de se usar dois transistores discre-
de maior corrente podem ser empre- tipo NPN indicado na figura 6. tos ligados como Darlington, veja a
gados. Como o ganho típico destes Com este circuito conseguimos figura 9.

Mecatrônica Fácil nº41 19

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dispositivos
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10 11
Nesta etapa, o ganho obtido será Circuito de alto ganho com transis- Circuito complementar com aciona-
o produto dos ganhos dos transisto- tores complementares mento no nível lógico baixo
res associados. Por exemplo, se o
ganho de um for 20 e do outro for 50,
o ganho total do circuito será de 1000
vezes. Para o BC548 com ganho 200
e o BD135 com ganho 100, temos um
ganho de 20 000 vezes. Uma corrente
de 100 μA pode acionar um motor de
2 A.

Circuito Complementar
Um circuito simples, porém muito
sensível é o que faz uso de transisto-
res complementares, ligados da forma
indica na figura 10.
Neste circuito os ganhos dos tran-
sistores praticamente se multiplicam 12 13
e obtém-se uma sensibilidade muito Circuito com MOSFET de potência Circuito com SCR
grande com o acionamento a partir de
correntes muito fracas. Neste caso,
o circuito é acionado com um sinal
positivo e sua sensibilidade possibilita
seu acionamento a partir de sensores
como LDRs ou NTCs. O transistor de
potência deverá ser dotado de um
radiador de calor.
Podemos inverter o acionamento
com o circuito da figura 11. Nele, o
sinal de acionamento é negativo, isto
é, com a base do transistor de entrada
colocada no nível baixo.

Circuito com MOSFET de Circuito com SCR Conclusão


Potência Um circuito com trava pode ser Os circuito que vimos neste artigo
Os transistores de efeito de campo elaborado com base em um diodo é apenas uma pequena amostra do
de potência (MOSFETs de Potência) controlado de silício ou SCR. Neste que se pode fazer para controlar um
consistem numa excelente alternativa circuito temos o disparo com um motor de corrente contínua numa
para o controle de motores CC dada pulso positivo de curta duração. Sua aplicação mecatrônica. Com estas
sua baixa resistência de condução e amplitude deve ser da ordem de 1 V e configurações, motores podem ser
impedância de entrada extremamente a corrente para o TIC106 é de apenas acionados diretamente a partir de
elevada. No entanto, eles precisam de 200 μA. sensores, circuitos lógicos e micro-
uma tensão maior para acionamento, Quando o SCR dispara, ele conduz controladores. Cada um dos circuitos
o que os torna mais apropriados para a corrente, alimentando o motor. No apresentados deve ser otimizado,
aplicações em que a tensão de ali- entanto, o SCR permanece disparado, com a escolha experimental dos valo-
mentação seja superior de 6 V. mesmo depois do desaparecimento res dos componentes, de acordo com
O circuito exibido na figura 12, por do pulso. Isso significa que, para des- as características do motor e do sinal
exemplo, aciona com a entrada no ligar o circuito, devemos interromper a ser usado no controle.
nível alto e a corrente exigida é prati- a alimentação por um momento, ou
camente nula, pois estes dispositivos curto-circuitar o SCR de modo que f
são típicos amplificadores de tensão. a tensão entre anodo e catodo caia
A grande vantagem na utilização a zero. Na figura 13 temos este cir-
deste tipo de circuito está na sua cuito.
capacidade de controlar correntes Para o circuito indicado a corrente Mais informações
de vários ampères com facilidade, máxima do motor é de 3 A. Como há
dependendo apenas do transistor uma queda de tensão da ordem de 2 Para mais informações sobre este tipo
empregado. No entanto, os transisto- de circuitos e controles de motores de
V no SCR em condução, para máxima
todos os tipos, sugerimos a leitura do
res, dependendo da corrente, também potência, a alimentação deverá estar
livro ‘Eletrônica para Mecatrônica’, de
devem ser montados em dissipadores 2 V acima da tensão nominal do Newton C. Braga.
de calor. motor.

20 Mecatrônica Fácil nº41

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montagem m

Relé Eletrônico
Multi-uso
Montagem de um módulo que emprega relé comum
e circuito eletrônico, que aumenta a sensibilidade
de tal forma sendo capaz de operar com correntes
até 1 000 vezes mais fracas que a nominal. Pode
ser utilizado como um relé eletrônico em projetos e
montagens que usem sensores sensíveis. O circuito
Newton C. Braga funciona tanto com relés de 6 quanto de 12 V.

1
Os relés comuns possuem sen- mesmo módulo pode ser usado para Configuração de uma etapa de
sibilidades que variam entre 10 e acionar diversos tipos de dispositivos potência para relé
100 mA, dependendo da tensão de em alarmes, automatismos, sistemas
acionamento. Essa corrente, relati- de segurança e controle dos mais
vamente elevada para sua operação, diversos tipos.
faz com que eles não possam ser uti-
lizados diretamente em sensores e Características:
outros dispositivos de disparo menos • Tensão de alimentação: 6 ou
sensíveis. Normalmente, o que se faz 12 V (conforme relé)
é utilizar nesses casos uma etapa • Relé usado: 6 ou 12 V até 100
de amplificação, cuja configuração é mA
mostrada na figura 1. • Consumo acionado: 10 a 100
Esta configuração tem um mA (conforme relé)
ganho de corrente da ordem de 100 • Consumo em repouso: 1 mA
(depende do transistor) e serve para a (tip)
maioria dos projetos que temos publi- • Sensibilidade de entrada: 10
2
cado nessa revista, onde as saídas de a 50 μA Usando o módulo com um LDR
circuitos integrados não são suficien- • Ganho: 1 000 (min)
temente potentes para excitar direta-
mente um relé. No entanto, em muitos Como Funciona
projetos experimentais precisa-se
usar relés, e quando isso ocorre, fica- Dois transistores complementares
mos na dependência de um circuito (NPN e PNP) são usados como ampli-
excitador de bom ganho. ficadores numa configuração em aco-
Por que não dispor já desse plamento direto. A carga do segundo
circuito montado na forma de um transistor (Q2) é o relé, e a entrada é
módulo, pronto para uso, com ali- feita na base do primeiro transistor
mentação própria, ou eventualmente (Q1). Temos duas maneiras de fazer
preparada para ser tirada do circuito o acionamento do circuito, as quais
que vai funcionar? Na verdade, este dependem das ligações e dos ter-

Mecatrônica Fácil nº41 21

MF41_Rele_Eletronico.indd 21 17/10/2008 17:17:38


m montagem
3 4
Relé de passagem com LDR Diagrama completo do relé Multi-uso

minais utilizados na entrada. Vamos


supor, inicialmente, que usaremos um
sensor resistivo, um LDR, por exem- Sensores como NTCs, sensores universal com a disposição de com-
plo. Se ligarmos este sensor (LDR) de pressão e outros resistivos também ponentes mostrada na figura 5.
entre os terminais A e B e interligar podem ser usados, mas dependendo É recomendado um relé da série
os terminais C e D, conforme ilustra a de seu valor pode ser necessário fazer MCH em invólucro DIL para a versão
figura 2, teremos o acionamento do a troca de P1. Para um NTC de 10 k em placa, da Metaltex (www.metal-
relé quando a resistência do sensor ohms, por exemplo, o potenciômetro tex.com), mas outros tipos de relés
diminuir. deve ser reduzido para 10 k ohms. podem ser colocados com as devidas
A sensibilidade poderá ser ajus- alterações no modo de conexão para
tada em P1. Para um LDR isso signi- Montagem que possam se adaptar à placa ou
fica que teremos o acionamento do ainda pode ser feita uma placa espe-
relé quando o LDR receber luz, ou Na figura 4 temos o diagrama cial para eles.
quando a quantidade de luz incidente completo do módulo de acionamento Para fonte de alimentação existem
aumentar, ultrapassando o limiar para um relé. diversas opções como pilhas, uma
ajustado. Sugerimos a utilização de uma fonte própria com um CI regulador de
Se ligarmos o sensor entre C e D pequena placa de circuito impresso tensão 7806 ou 7812 ou ainda usar o
e interligar com um fio os pontos A e
B, observe a figura 3, teremos o acio- 5
namento do relé quando a resistência Placa de circuito impresso para o relé
do sensor aumentar. Multi-uso
Para um LDR isso significa que
o relé fechará seus contatos quando
a luz que incidir na superfície sensí-
vel diminuir ou ainda for cortada. A
ação do circuito é rápida, mas pode-
mos evitar que ocorra uma resposta
muito rápida a variações bruscas do
sinal de entrada, utilizando para isso
um capacitor (C1). Quanto maior for o
valor desse capacitor, mais lento se
tornará o circuito na sua ação.
Para um LDR, por exemplo, se
usarmos um capacitor de 10 a 47
μF como C1, teremos um compor-
tamento que fará com que o circuito
não responda a um flash (relâmpago)
ou ainda à passagem rápida de um
objeto na sua frente de modo a inter-
romper o feixe de luz. Se utilizarmos o
relé como um interruptor crepuscular
essa ação lenta é interessante para
evitar o seu disparo pela passagem
de pássaros na sua frente, ou ainda
com os relâmpagos de uma tempes-
tade.

22 Mecatrônica Fácil nº41

MF41_Rele_Eletronico.indd 22 17/10/2008 17:17:48


montagem m
próprio aparelho com o qual o módulo Para aplicação de sinais externos, Lista de materiais
vai funcionar, como fonte de energia. faça-o entre B e D, interligando C e D, Semicondutores:
O diodo e os transistores admitem veja a figura 6. Q1 – BC548 ou equivalente – transis-
equivalentes e os capacitores eletro- Ajuste a sensibilidade ao sinal tor NPN de uso geral
líticos devem ter uma tensão mínima externo em P1. Nessa configuração, Q2 – BC558 ou equivalente – transis-
de trabalho de 12 V. Seus valores não a impedância de entrada do circuito é tor PNP de uso geral
são críticos. da ordem de 1 M ohms. D1 – 1N4148 – diodo de uso geral
6
f
Prova e Uso Operação com sinais externos Resistores:
R1 – 47 k Ω x 1/8 W – amarelo,
A prova de funcionamento é sim- violeta, laranja
P1 – 1 M Ω – potenciômetro
ples e imediata: basta ligar o módulo e
tocar simultaneamente com os dedos
Capacitores:
nos terminais A e B. O relé deve fechar
C1 – ver texto – 1 a 100 μF – eletro-
seus contatos, independentemente
lítico
da posição de P1. Isso poderá ser per- C2 – 100 μF x 12 V – eletrolítico
cebido pelo estalo audível do relé. Se
interligarmos agora C e D com um fio Diversos:
e tocarmos entre A e B, deveremos K1 – MCH2RC1(6V) ou MCH2RC2
ajustar P1 até obter um determinado (12) – relé – ver texto
ponto em que, com o toque, o relé S1 – Interruptor simples
dispara. B1 – Pilhas, bateria ou fonte – 6 ou 12
Comprovado o funcionamento V – ver texto
é só usar o módulo, lembrando que
sensores resistivos devem ser ligados Placa de circuito impresso universal ou
entre A e B para acionamento com a ponte de terminais, caixa para monta-
diminuição da resistência e entre C e gem (opcional), terminais de parafusos
D para acionamento com o aumento ou bornes, fios, solda, etc.
da resistência.

Mecatrônica Fácil nº41 23

MF41_Rele_Eletronico.indd 23 17/10/2008 17:18:05


m montagem

Efeitos Especiais
com LEDs

Confira o efeito de LEDs que pisca aleatoriamente. Ele pode ser


utilizado na sinalização de robôs, objetos, brinquedos, árvores
de natal e painéis de propaganda.
Alimentado por pilhas ou por uma fonte a versão básica possui
4 LEDs e baixo consumo.
Newton C. Braga

1
LEDs coloridos piscantes podem Usando um transistor para excitar maior
número de LEDs ou cargas de maior potência
ser usados em uma infinidade de apli-
cações, destacando-se as decorati-
vas. Quanto maior for a quantidade
de LEDs, melhor será o efeito. Para
conseguir o efeito de maneira alea-
tória existem muitos circuitos. Alguns
até embutidos em tipos especiais de
LEDs, mas o que escolhemos para
descrever aqui é o tipo mais simples,
que utiliza componentes comuns.
Usando apenas um circuito inte-
grado de baixo custo. Este sistema
em versão básica alimenta 4 LEDs,
no entanto, com o acréscimo de 4
transistores de uso geral, pode-se
aumentar para até 20 LEDs, ou até Características: osciladores de maneira simples.
mesmo utilizar pequenas lâmpadas. • Tensão de alimentação: 5 a 12V Com apenas dois componentes
Apenas no caso de maior quan- • Corrente consumida: 15 mA (tip) por porta, um capacitor e um resis-
tidade de LEDs, em lugar das pilhas para cada LED tor, podemos elaborar um oscilador
deve-se utilizar fonte ou aproveitar a • Número de LEDs: 4 a 20 retangular com ciclo ativo de 50%.
alimentação de uma bateria de maior • Circuitos integrados: 1 Isso significa que em cada ciclo, o
capacidade. Os quatro osciladores LED permanece 50% do tempo aceso
independentes desse circuito fazem Como Funciona e 50% apagado.
com que os LEDs pisquem de maneira A baixa corrente desse oscilador
aleatória, determinada apenas pelos A base do projeto é um circuito excita apenas um LED, mas podemos
componentes usados. Com diferen- integrado 4093 que consta de 4 portas expandir essa capacidade com um
tes cores pode-se obter efeitos ainda NAND disparadoras de duas entra- transistor em cada saída, conforme
melhores. das, podendo ser utilizadas como mostra a figura 1.

24 Mecatrônica Fácil nº41

MF41_Efeitos.indd 24 17/10/2008 17:18:55


montagem m
2
Desta forma, podemos ligar de 2 Diagrama completo do aparelho. Podem ser montadas diversas
a 5 LEDs em cada transistor, aumen- unidades para um efeito ainda mais amplo, com 8 ou mais LEDs
tando assim a possibilidade de uso
para o efeito. Em cada oscilador, tanto
o resistor como o capacitor determi-
nam a freqüência das piscadas dos
LEDs correspondentes. O resistor
pode possuir valores na faixa de 100
k ohms a 2,2 M ohms, enquanto que o
capacitor pode ter valores na faixa de
1 μF a 100 μF.
Se o leitor preferir alterar os valo-
res originais do projeto, de modo a
obter outras freqüências de operação,
poderá fazê-lo desde que dentro das
faixas de valores indicadas.
Maiores valores, tanto para os
resistores como para os capacitores,
implicam em menor freqüência para
as piscadas. O circuito integrado 3
poderá ser alimentado com tensões Disposição dos componentes numa placa de
de 5 a 12 V .E os resistores, junto aos circuito impresso
LEDs, devem ser de 330 ohms para
alimentação de 5 V, 470 ohms para 6
V e 1 k ohms para 12 V.

Montagem

Na figura 2 temos o diagrama


completo da versão com 4 LEDs.
Veja na figura 3 a disposição dos
componentes em uma placa de cir-
cuito impresso. Os leitores também
poderão fazer a montagem em uma
placa universal com o padrão de
matriz de contatos ou de outro tipo.
Para o circuito integrado o leitor
poderá utilizar um soquete DIL de
14 pinos, que tanto facilitará a mon-
tagem como a troca do componente, algum LED não acender verifique sua O leitor poderá montar diversos
em caso de necessidade. polaridade, invertendo se necessário. desses circuitos ligando-os a uma
Os LEDs podem ser vermelhos ou Os LEDs podem ser ligados ao circuito fonte de alimentação única, podendo
de outras cores comuns. Os resisto- através de fios até 2 metros de com- obter efeitos mais interessantes.
res são de 1/8 W e os capacitores ele- primento, desde que seja observada
trolíticos devem possuir tensões de a polaridade desses componentes. f
trabalho maiores do que a tensão uti-
lizadas na alimentação. Por exemplo, Lista de materiais
para 6 V de alimentação use capaci- Semicondutores vermelho, amarelo
tores para 12 V ou mais. CI-1 – 4093 – circuito integrado CMOS R8 – 330 k ohms x 1/8 W – laranja,
Para a alimentação podem ser LED1 a LED4 – LEDs comuns de laranja, amarelo
usadas pilhas de qualquer tamanho no qualquer cor
caso de 4 LEDs. E no caso de maior Capacitores
quantidade é interessante usar uma Resistores C1 a C4 – 1 μF ou 2,2 μF – ver texto
fonte de alimentação apropriada. R1 a R4 – 470 ohms x 1/8 W – amarelo, – capacitores eletrolíticos
violeta, marrom
Prova e Uso R5 – 100 k ohms x 1/8 W – marrom,
preto, amarelo Diversos:
R6 – 120 k ohms x 1/8 W – marrom, Placa de circuito impresso, soquete para
Para provar o aparelho basta ligar
vermelho, amarelo o circuito integrado, suporte de pilhas ou
sua alimentação. Os LEDs devem fonte de alimentação, fios, solda, etc.
R7 – 220 k ohms x 1/8 W – vermelho,
começar a piscar imediatamente. Se

Mecatrônica Fácil nº41 25

MF41_Efeitos.indd 25 17/10/2008 17:19:04


m montagem

Sinalizador
de FM
Pequeno transmissor emissor de
bips cujos sinais podem ser capta-
dos por qualquer receptor de FM
em uma freqüência livre.
Trata-se de um aparelho de grande
utilidade no monitoramento Newton C. Braga
de pequenos robôs, veículos e
sondas. Outra função é a vigilân-
cia e espionagem de objetos, já
que é capaz de localizá-los através
de um sinal emitido.

O transmissor sinalizador é bas- Características: Os sinais dos dois osciladores são


tante compacto e pode ser facilmente • Tensão de alimentação: 6 ou 9 combinados nas outras duas portas
escondido em objetos de pequeno Volts do circuito integrado que funcionam
e médio porte, como em pequenos • Alcance: 100 a 200 metros como amplificadoras. Obtemos na
robôs, sondas, malas e pacotes. • Freqüência de emissão: 88 a 108 saída pulsos ou bips que servem para
Alimentado por pilhas, ele possui MHz modular a etapa transmissora.
boa autonomia. Como se trata de A etapa transmissora consiste
circuito de curto alcance (100 a 200 Como Funciona basicamente em um transistor que
metros), é um dispositivo ideal para gera um sinal cuja freqüência depende
localização ou monitoração de obje- Para gerar os bips em intervalos de L1 e CV. Ajustamos CV para que o
tos em prédios e casas. regulares utilizamos dois osciladores circuito opere em uma freqüência livre
Com o transmissor escondido, com base em duas portas NAND do da faixa de FM. Nada impede, entre-
pode-se localizar um objeto roubado circuito integrado disparador 4093. tanto, que alterando a bobina possa
dentro de uma fábrica, antes que seja A primeira porta gera o tom de áudio se operar na faixa de VHF. Evidente-
levado do local. cuja freqüência é determinada basi- mente, o leitor deve possui um recep-
Também podemos utilizar o cir- camente por R1 e C1. O leitor poderá tor capaz de sintonizar esses sinais.
cuito como um alarme remoto subs- alterar estes componentes numa A vantagem do uso da faixa de
tituindo o interruptor geral S1 por um ampla faixa de valores de modo a VHF está na dificuldade para o intruso
sensor que dispara, emitindo um sinal escolher o tom que seja mais agradá- localizar um sinal, e também na faci-
de alerta para um receptor de FM. vel. lidade de encontrar uma freqüência
Os componentes usados na mon- Valores menores de C1 produzem livre para operação. A realimentação
tagem são comuns e não temos ele- sons mais agudos. A segunda porta que mantém o circuito em oscilação é
mentos críticos que possam dificultar gera os intervalos entre os bips que obtida pelo capacitor de 4,7 pF. Esse
sua realização. Tudo que o leitor são determinados pelo resistor R2 e capacitor deve ser obrigatoriamente
precisa saber é fazer placas de cir- pelo capacitor C2. Valores maiores de cerâmico de boa qualidade. Para a
cuito impresso segundo o padrão que C2 fazem com que tenha-se bips mais faixa de V HF reduza esse compo-
damos neste artigo. longos. nente para 2,2 pF ou mesmo 1 pF.

26 Mecatrônica Fácil nº41

MF41_sinalizador.indd 26 17/10/2008 17:20:09


montagem m
1
Os sinais gerados pela etapa trans- Diagrama completo do transmissor
missora são irradiados pela antena e sinalizador de FM
o comprimento desta antena depende
do alcance do transmissor. Podemos
usar pedaços de fio de 10 cm a 40
cm ou então uma antena telescó-
pica. Não será conveniente usar uma
antena maior para não instabilizar o
circuito.

Montagem

Na figura 1 apresentamos o dia-


grama completo do transmissor sina-
lizador.
A disposição dos componentes
em uma placa de circuito impresso é
mostrada na figura 2.
Os resistores são todos de 1/8W
e os capacitores devem ser cerâmi-
cos, salvo indicações que permitam
também o uso de tipos de poliéster.
A bobina é formada por 4 espiras
de fio 22 ou mesmo mais grosso com 2
diâmetro de 1 cm sem núcleo. Para Disposição dos componentes numa
transmitir na faixa de VHF, entre 108 pequena placa de circuito impresso
e 140 MHz use uma bobina de 2 ou 3
espiras do mesmo fio em forma de 1
cm. Reduza o capacitor entre o emis-
sor e o coletor do transistor para 2,2
pF ou 1 pF.
Para a alimentação pode-se usar
pilhas médias ou grandes em suporte
apropriado. As pilhas grandes propor-
cionam uma autonomia maior. Não
será conveniente usar bateria de 9V,
pois o consumo do aparelho faria com
que se esgotasse rapidamente. O
transistor BF494 pode ser substituído
por equivalentes como o 2N2222 e
até de maior potência como o BD135,
caso em que o circuito pode ser ali-
mentado com tensão de até 12 V.
Neste caso, o alcance pode superar a
1 km, utilizando-se uma antena apro- espúrios ou harmônicas, que são Uma vez comprovado o funciona-
priada e receptor bem sensível. mais fracos, com o sinal fundamental mento o aparelho pode ser fechado
que é mais forte. em uma caixa de plástico ou madeira
Ajuste e Uso O sinal espúrio some logo quando para o uso. Outra possibilidade, são
nos afastamos com o receptor. Se aplicações de vigilância, que con-
Para ajustar o aparelho basta ligar o leitor não gostar da tonalidade siste em instalar o aparelho no objeto
nas proximidades um receptor de FM dos bips produzidos pode alterar os vigiado, por exemplo, no fundo de
sintonizado em uma freqüência livre. componentes associados conforme uma caixa, embalagem ou mala.
Recomendamos sempre a utilização explicamos. Também é importante A antena, deve ficar de preferên-
de receptores com sintonia analó- procurar freqüências que não sofram cia na vertical, longe de qualquer
gica, visto que é mais fácil localizar muitas interferências. Observamos parte metálica que possa causar ins-
e manter o sinal. Depois, cuidado- que locais em que existam lâmpadas tabilidades de funcionamento. Não se
samente, ajustamos CV para que o fluorescentes ou muitas estações de recomenda instalar o aparelho dentro
sinal mais forte do transmissor seja FM podem causar alguma dificuldade de objetos de metal.
captado. Deve-se ter cuidado nesta de operação para o circuito, limitando Para localizar o objeto siga o sinal
operação para não confundir sinais seu alcance. baseado no aumento de sua inten-

Mecatrônica Fácil nº41 27

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m montagem

sidade. Uma possibilidade para ter


maior precisão na localização, con-
siste na utilização de uma antena
direcional, como mostra a figura 3.
Uma antena desse tipo, além
de permitir que a direção exata seja
determinada, também dota o receptor
de maior sensibilidade, possibilitando
a localização do transmissor sinaliza-
dor a uma distância maior. f
3
Utilização de uma antena direcional para
facilitar a localização do transmissor

Lista de materiais

Semicondutores
CI1 - 4093B - circuito integrado
CMOS
Q1 - BF494 ou equivalente - tran-
sistor de RF – ver texto

Resistores (1/8W, 5%)


R1 - 39k ohms - laranja, branco
laranja
R2 - 2,2 M ohms - vermelho, ver-
melho, verde
R3 - 10 k ohms - marrom, preto,
laranja
R4 - 6,8 k ohms - azul, cinza, laranja
R5 - 47 ohms - amarelo, violeta,
preto

Capacitores
C1 - 47 nF - cerâmico
C2 - 2,2 uF/16V - eletrolítico
C3 - 10 nF - cerâmico
C4 - 2,2 nF - cerâmico
C5 - 4,7 pF - cerâmico
C6 - 100 nF - cerâmico
CV - trimmer - ver texto

Diversos:
L1 - Bobina - ver texto
S1 - Interruptor simples
B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas ou
médias
A - antena - ver texto

Placa de circuito impresso, soquete


para o circuito integrado, suporte
para pilhas, caixa para montagem

28 Mecatrônica Fácil nº41

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escola
e

Pescaria
Eletromagnética
Nas escolas de nível fundamental, a busca por experimentos tecnológicos exige cuidados espe-
ciais. Além da facilidade de montagem, os princípios ensinados devem ser importantes, e mais do
que isso: devem despertar o interesse dos alunos por algum aspecto diferenciado. No nosso caso,
optamos pelo aspecto lúdico, com a programação de uma competição.
Veja neste artigo como implementar uma aula de eletromagnetismo com uma interessante com-
petição entre os alunos.
Flávio Bernardini
Newton C. Braga

A simples montagem de um ele- Assim, no Colégio Mater Amabilis de A idéia básica consiste na mon-
troímã alimentado por pilhas é ado- Guarulhos – SP, onde são leciona- tagem de uma “vara de pescar” com
tada em muitas escolas como opção das Mecatrônica e Tecnologia para o um eletroímã na ponta para pescar
de aula prática envolvendo tecnolo- níveis fundamental e médio, criamos peixes magnéticos, ou seja, peque-
gia. No entanto, a grande falha desta uma variante desse experimento que nos peixes de papel ou papelão com
abordagem está no pouco interesse levou os pequenos a uma atividade clipes (ou pregos) que possibilitem
que o projeto desperta nos alunos. muito mais atraente. sua atração. Simples de montar, uma

Mecatrônica Fácil nº41 - Novembro 2004 29

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e 1
escola
2 3
Campo magnético criado por Campo magnético de um solenóide. Fechadura; quando a chave é ligada, a
uma corrente que percorre um A intensidade é maior no seu interior corrente cria um campo na bobina que
condutor retilíneo atrai o êmbolo liberando a fechadura

4
vez que são alimentados por uma e seu movimento abre a porta, con- Aplicação prática do eletroímã – um
única pilha, pode-se associar o seu forme ilustra a figura 3. guindaste que levanta chapas de metal
funcionamento ao eletromagnetismo Eletroímãs muito poderosos
com exemplos de aplicações práticas são utilizados para levantar sucata
importantes, e de muito baixo custo, e chapas de ferro nas indústrias,
visto que o material é muito fácil de observe na figura 4.
obter e de manusear. O eletroímã que montaremos é dos
pequenos, pois atrai apenas peque-
O Princípio nos objetos como clipes, preguinhos,
alfinetes, etc, mas serve para mostrar
A aula teórica que precede as como funciona. A corrente elétrica
aulas práticas aborda o princípio de que o alimenta será obtida de uma
funcionamento do eletroímã. O nível pilha pequena.
está de acordo com a série. Assim,
no texto a seguir, descrevemos o Montagem 5
assunto de forma a poder ser adotado A vara pode ser feita com um palito
para alunos da quinta à nona série Na figura 5 temos o aspecto da de churrasco ou qualquer outro
do Fundamental. (O projeto pode ser montagem da “varinha de pescar ele- tipo de vareta. O peixinho é feito de
implementado em uma ou duas aulas, tromagnética” e do peixinho de papel cartolina ou papelão leve
e a competição numa aula seguinte). ou papelão. Devem ser montados
Quando uma corrente elétrica pelo menos uns 20 peixinhos para a
passa por um fio, em sua volta aparece realização da competição.
uma perturbação que denominamos Em um prego de 2 a 3 cm de com-
campo magnético. Essa perturbação primento enrolamos de 40 a 100 voltas
cria forças que atuam sobre os obje- de fio esmaltado fino. Esse fio poderá
tos de metal, exatamente como no ser comprado por peso em casas
caso dos ímãs. Conforme mostra a especializadas, o que seria interes-
figura 1, o campo magnético envolve sante para o caso de um escola onde
os fios e é muito fraco para podermos muitos alunos irão fazer a montagem.
usá-lo para atrair coisas de metal. 200 gramas de fio 30 a 32 servem
Entretanto, podemos reforçar esse para mais de 50 alunos. Usamos
campo (ou perturbação) se enrolar- aproximadamente 5 a 6 metros de fio
mos o fio de modo a formarmos uma para cada eletroímã, conforme mostra
bobina, veja a figura 2. a figura 6. 6
O campo concentra-se no interior Uma outra possibilidade de se Detalhes da construção do eletroímã.
da bobina e se nela colocarmos um obter esse fio seria desmontando Use de 5 a 6 m de fio e raspe as
objeto de metal apropriado, ele se um transformador velho e retirando pontas para soldar
magnetizará comportando-se exata- o fio. Veja que o fio não deverá estar
mente como um ímã. queimado (escuro), e sim com a cor
Esse princípio é usado em muitos marrom clara, que indicando que seu
dispositivos eletromagnéticos que isolamento de esmalte ainda está per-
usamos no dia-a-dia. As fechadu- feito.
ras elétricas de prédios e casas, por Lembre que um pedaço de pelo
exemplo, possuem um dispositivo menos 80 cm desse fio deve ser dei-
desse tipo. Quando estabelecemos a xado para ligação à pilha. A conexão
corrente, o forte campo que aparece a pilha deve ser feita pelo professor,
na bobina atrai um pedaço de ferro uma vez que exige a soldagem. De

30 Mecatrônica Fácil nº41 - Novembro 2008

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7
escola
e
Modo de fazer a conexão à pilha e
de preparar a ponta do fio com uma
bolinha de solda para melhor contato

acordo com a figura 7, colocamos


uma pequena pelota de solda em
uma das extremidades do fio e na
outra soldamos a pilha.
Para fazer essa soldagem, a
ponta do fio esmaltado deve ser ras-
pada pois, do contrário, a solda não
”pega”.
A pilha será presa a uma varinha
de madeira (que pode ser um palito
do tipo usado para fazer churrasco),
utilizando-se fita adesiva. Quando a
pelotinha de solda da ponta livre do
fio é encostada no pólo positivo da
pilha, a corrente circula e o eletroímã
atrai objetos de metal nas suas proxi-
midades.
Lembre-se de que o consumo
de energia do eletroímã é elevado.
Assim, você só deverá ligá-lo no
momento em que for usá-lo pois, do
contrário, a pilha se esgotará rapida-
mente. Faça os testes!

A Competição

A idéia é verificar quem “pesca”


mais peixinhos de um recipiente em
que exista uma certa quantidade deles
e os leva até um outro recipiente num
tempo determinado pelo professor.
Outra possibilidade consiste em
simplesmente colocar-se alunos em
grupos junto a um recipiente com
diversos peixinhos e, num intervalo
de tempo pré-determinado, verificar
quem pesca mais.
Pode-se também colocar peixi- Lista de materiais
nhos de cartolina de diversas cores, - 5 a 6 metros de fio esmaltado fino
atribuindo-se pontos conforme as (30 ou 32 AWG)
cores e, dar como vencedor aquele - 1 pilha pequena
que pescar peixinhos com o maior - Solda Mais informações
número de pontos somados. - Vara de madeira de 30 a 50 cm
No portal da Mecatrônica Atual (www.
- Fita adesiva
f - Cartolina para os peixinhos
mecatronicaatual.com.br), os leito-
res podem ter acesso a mais fotos da
- Clipes ou preguinhos para os
competição entre os alunos do Colégio
peixinhos
Mater Amabilis de Guarulhos.

Mecatrônica Fácil nº41 - Novembro 2004 31

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e eletrônica

Aplicações básicas
para TRIACs

Os TRIACs, com sua capacidade de controlar corren- Newton C. Braga


tes alternadas de alta intensidade, são cada vez mais
usados no controle de equipamentos que tenham
motores ou cargas alimentadas pela rede de energia.
Eles podem, em muitos casos, substituir os relés
com vantagens, mas é preciso saber como fazer isso.
Neste artigo mostramos algumas aplicações bási-
cas dos TRIACs, incluindo a de relé de estado sólido,
muito empregada nas aplicações industriais.

1
Os TRIACs são dispositivos semi- também analisar estas características Estrutura e símbolo do TRIAC
condutores da família dos Tiristores, de comutação que o tornam um dis-
sendo capazes de conduzir a corrente positivo que necessita de cuidados
nos dois sentidos. especiais nas aplicações.
Com um TRIAC é possível con-
trolar correntes alternadas intensas a O TRIAC
partir de sinais externos relativamente
fracos que podem ser gerados por O TRIAC é um dispositivo semi-
sensores, circuitos de todos os tipos condutor de quatro camadas da famí-
ou chaves de baixa capacidade de lia dos tiristores, tendo a estrutura
corrente. básica mostrada na figura 1.
No entanto, como todo o semi- Se bem que possamos compará-
condutor de ação rápida existem lo a dois SCRs ligados em paralelo e prática seu comportamento não equi-
algumas características que devem contrafase com um gate comum, na vale a esta configuração.
ser consideradas quando se usa um
TRIAC numa aplicação e que podem
implicar em diferenças quando com- Quadrante de operação
Polaridade de MT2 Comporta (gate)
paramos este tipo de dispositivo a um (modo)
relé comum de contatos mecânicos
+ + I+
ou mesmo a uma chave comutadora
+ - I-
manual.
Neste artigo vamos discutir algu- - + III+
mas das aplicações do TRIAC e - - III-

32 Mecatrônica Mecatrônica
Fácil nº16 - Maio
Fácil2004
nº41

MF041_Aplicações.indd 32 17/10/2008 17:23:15


eletrônica
e
Um TRIAC apresenta a curva estão sujeitas a falhas de funcio- Os TRIACs são dispositivos semicon-
característica mostrada na figura 2. namento, o que não sucede no dutores de potência que controlam
Para disparar o TRIAC existem 4 caso dos TRIACs. a corrente nos dois sentidos. Num
possibilidade ou 4 modos que depen- d) Maior velocidade: os contatos triac temos 3 terminais denomina-
dem do quadrante em que ele vai fun- mecânicos precisam de um tempo dos MT1, MT2 e G (terminal prin-
cionar, conforme mostra a tabela: muito maior para abrir ou fechar o cipal 1, terminal principal 2 e gate),
As sensibilidades nos diferentes circuito do que os TRIAC. A velo- conforme mostra a figura A.
modos de operação variam, sendo cidade de operação destes Triacs O terminal MT2 normalmente é liga-
os modos I+ e III- aqueles em que se é muito maior. do à carga, o MT1 à terra e o sinal
obtém mais sensibilidade. e) Maior rendimento: os relés de controle a comporta. Tipos com
Nos casos típicos, a corrente exigem mais potência aplicada correntes de alguns amperes a mais
típica necessária ao disparo nestes à bobina do que o TRIAC à com- de 100 amperes são comuns. Uma
quadrantes pode ser de 4 a 5 vezes porta para comutar uma carga de das séries mais usadas em aplicações
menor do que aquela exigida para o determinada potência. Isso ocorre gerais é a TIC, que começa com o
disparo nos outros quadrantes. porque nos relés é preciso haver TIC206 para 2 amperes e vai até o
Por este motivo, na maioria das uma força mecânica mínima apli- TIC263 para 25 ampères.
aplicações práticas, os TRIACs são cada aos contatos para mantê-los
usados com circuitos de disparo firmes, fechados, a qual deter-
nestes quadrantes. mina a corrente de disparo. No
TRIAC a potência necessária ao
Vantagens e Desvantagens disparo é menor.

Quando usados como relés, Desvantagens:


os empregados apresentam tanto a) Maior sensibilidade a sobre-
desvantagens como vantagens carga: os TRIACs são mais sen-
em relação aos relés de contatos síveis a uma sobrecarga do que
mecânicos. os relés. Eles podem queimar-se
com muito mais facilidade.
As vantagens: b) Sensível a curto-circuito: os 2
Curva caracteristica de um TRIAC
a) Não há repique: quando os TRIACs são danificados com
contatos de um relé abrem ou muito mais facilidade do que os
fecham, eles levam uma fração relés se ocorrer um curto-circuito
de segundo para completar esta no circuito da carga que está
operação, e durante este inter- sendo controlada.
valo fortes variações da corrente c) Disparo por transientes: os
podem ser geradas. Em cargas TRIACs são muito mais sensí-
fortemente indutivas, estes repi- veis a transientes no circuito de
ques podem causar a geração disparo que pode levar a um falso
de pulsos de alta tensão, e em disparo. Os relés, por exigirem
muitos circuitos também são mais potência e por serem forte-
geradas interferências eletromag- mente indutivos são menos sen-
néticas (EMI), conforme exem- síveis a estes transientes.
plifica a figura 3. Num TRIAC o d) Queda de tensão maior: nos 3
Repique devido a carga indutiva
estabelecimento da corrente ou relés a queda de tensão nos con-
sua interrupção ocorrem de forma tatos é praticamente nula e por-
constante. tanto quase nenhuma potência
b) Não há formação de arco: nos é dissipada. Nos TRIACs existe
relés de contatos mecânicos que uma queda de tensão da ordem
controlem cargas fortemente de 2 V no disparo que faz com
indutivas a abertura do circuito que tanto potência seja dissipada
pode fazer com que tensões na forma de calor que também
muito altas sejam geradas provo- uma certa perda seja introduzida
cando o aparecimento de faiscas no circuito.
ou arcos. Estas faiscas ou arcos e) Falha de comutação: os TRIACs
reduzem a vida útil dos contatos podem falhar ao ligar ou desligar
causando posteriormente falhas sob determinadas condições o ocorre na condução, os TRIACs
de funcionamento. Nos circuitos que é mais difícil de acontecer precisam ser montados em dis-
com Triac isso não acontece. com os relés. sipadores de calor cujas dimen-
c) Não existem partes móveis: os f) Necessidade de dissipador de sões dependem da potência da
relés possuem parte móveis que calor: pela queda de tensão que carga controlada.

Mecatrônica Fácil nº16


41 - Maio 2004 33

MF041_Aplicações.indd 33 17/10/2008 17:23:26


e 4
eletrônica
Aplicação típica de um TRIAC
g) Isolamento: não há isolamento paro é aplicado em somente metade
elétrico entre o circuito de disparo dos semiciclos da tensão alternada
e o circuito controlado. Para que da rede de energia.
este isolamento seja obtido, é Com isso, temos a aplicação de
preciso usar circuitos adicionais metade da potência na carga a ser
tais como transformadores de controlada. Podemos usar esta con-
disparo, opto-acopladores, etc. figuração para ter duas potência num
chuveiro, num elemento de aqueci-
Aplicações mento ou numa lâmpada incandes-
cente.
Na aplicação, típica o TRIAC tem Outra aplicação é como controle
a carga ligada em série com o termi- de duas velocidades para um motor
5 nal MT2 enquanto que o sinal de dis- universal.
Com o sinal de disparo antes ou após paro é aplicado entre a comporta e o
a carga terminal MT1 que está aterrado, veja c) Chave remota isolada
na figura 4.
O sinal para o disparo pode ser Uma aplicação muito interessante
retirado antes ou depois da carga, para TRIACs e com utilidade na
conforme mostra a figura 5. indústria é o interruptor remoto seguro
Com este procedimento temos a usando um TRIAC, que é mostrado
operação nos quadrantes I+ ou III+ em na figura 8.
que se obtém maior sensibilidade. Neste circuito, ajusta-se o trimpot
para que a tensão aplicada a com-
a) Interruptor de Potência porta do TRIAC fique no limiar do dis-
paro quando o interruptor remoto está
Uma primeira aplicação prática aberto.
para um TRIAC como os da série TIC Quando o interruptor é fechado ele
é apresentada na figura 6. põe em curto o enrolamento de baixa
Neste circuito a corrente de dis- tensão do transformador levando-o
paro é limitada pelo interruptor (S1) a se refletir no enrolamento primário
ficando em algumas dezenas de como uma queda de impedância. Isso
miliampères. faz com que a tensão na comporta
6 Podemos colocar em lugar do do TRIAC suba e ele dispare alimen-
Aplicação prática com TRIAC série TIC interruptor um reed-switch, um reed- tando a carga.
relay ou outro sensor mecânico de Vantagens importantes podem ser
baixa corrente. citadas para este circuito:
O TRIAC deve ser dotado de • A corrente no interruptor de con-
radiador de calor compatível com a trole é muito baixa assim como a
potência da carga que deve ser con- tensão.
trolada. • O circuito do interruptor é total-
mente isolado do circuito de carga
b) Interruptor de meia onda pelo transformador.
• O interruptor pode ser colocado
Na figura 7 temos uma aplicação em lugar remoto conectado por
interessante em que o pulso de dis- fios comuns de baixa corrente.
7 8
Pulso de disparo em metade dos Chave remota isolada
semiciclos de tensão CA

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eletrônica
e
d) Usando Optoacoplador para 110 V que precisa de apenas 3 Sufixos
mA no LED e o MOC3023 que precisa Para os triacs da série TIC os sufixos
Os acopladores ópticos oferecem de 5 mA nos circuitos de 220 V. na forma de letras indicam a tensão
uma opção importante para os pro- Estas características permitem de pico de trabalho conforme indica a
jetos que envolvem o uso de triacs que estes acopladores sejam dispara- seguinte tabela:
como relés de estado sólido. dos diretamente pela saída de circui-
Com o emprego destes acoplado- tos lógicos digitais das famílias TTL e
res adicionamos o isolamento entre o CMOS sem a necessidade de etapas Tensão de
Sufixo
circuito de controle e o circuito con- de amplificação de corrente. Trabalho
trolado que é uma das desvantagens Y 30 V
do uso do TRIAC sozinho, em rela- EMI F 50 V
ção aos relés comuns, conforme já A 100 V
vimos. A comutação rápida dos TRIACs B 200 V
Para este tipo de aplicação exis- passando da condução para a não C 300 V
tem acopladores ópticos que utlizam condução em tempos extremamente D 400 V
como elementos sensíveis opto- curtos faz com que interferência E 500 V
diacs, ou seja, diacs sensíveis à luz, eletromagnética (EMI) seja gerada M 600 V
como no caso do MOC3010 (110 V) e podendo afetar equipamentos de tele-
MOC3020 (220 V). comunicações, rádios, televisores, etc 12
Conforme revela a figura 9, estes nas proximidades. Intensidade irradiada X freqüencia
dispositivos, têm características de Normalmente, os sinais gerados
disparo que os tornam ideais para pelos circuitos com TRIACs possuem
levar os TRIACs à condução rapida- um espectro de interferência que tem
mente, aumentando assim sua efici- as características mostradas na figura
ência. 12, com a intensidade irradiada dimi-
Para as aplicações práticas, exis- nuindo muito acima dos 30 MHz.
tem duas famílias de optodiacs da Para amortecer os pulsos de
Motorola que são extremamente altas frequências que são gerados
importantes para os projetistas. pelos TRIACs existem diversas téc-
A primeira é a do MOC3010 para nicas que podem ser adotadas para
a rede de 110 V a qual pode controlar se evitar problemas com este tipo de
diretamente TRIACs da série TIC de componente.
até 32 ampères ou mesmo mais, con- 11
forme mostra a figura 10 . Opto-disc MOC 3020 para a rede de 220V
Para a rede de 220 V, controlando
os mesmos TRIACs mas com tensões
maiores, temos a série MOC3020 que
é exibida na figura 11.
O disparo é obtido quando uma
corrente de 8 mA no MOC3010 (ou 15
mA no MOC3020) circula pelo diodo
emissor de infravermelho (LED) do
acoplador.
Nas mesmas famílias lá acoplado-
res mais sensíveis como o MOC3012
9 10
Opto-diac para uso no Opto-disc MOC 3010 para a rede de 220V
disparo de TRIAC

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e 13
eletrônica
15
Circuito de filtros usado em eletro- Filtro RLC em série-paralelo com o
domésticos TRIAC

14
Ligação do filtro antes da carga com
TRIAC

TRIAC - SCR

Na figura 13 temos um primeiro para a terra, conforme ilustra a figura cida a outros equipamentos de uma
circuito de filtro bastante comum 14. instalação e que podem trazer proble-
em eletrodomésticos que evita que Um outro tipo de filtro é visto na mas como os que abordamos quando
a interferência gerada se propague figura 15 que é formado por uma rede tratamos disso no artigo “True RMS”.
pela linha de alimentação chegando RLC em série-paralelo com o TRIAC. Isso significa que todos os proje-
a outros equipamentos ligados à Este circuito amortece os pulsos tistas que pretendam usar TRIACs
mesma rede ou mesmo evitando que gerados na comutação do Triac evi- no controle de potências elevadas
esta linha funcione como antena irra- tando que eles gerem sinais irradia- devem estar atentos aos picos e tran-
diando os sinais. dos ou que se propaguem pela rede sientes que eles podem gerar e tomar
As bobinas normalmente são for- de alimentação até outros equipa- as devidas precauções para que não
madas por algumas espiras de fio de mentos. venham a influenciar no funciona-
espessura compatível com a corrente A bobina é formada por 70 espiras mento de outros equipamentos.
do equipamento num núcleo de ferrite de fio esmaltado num bastão de fer- O próprio emprego do TRIAC
que pode ser (ou não) toroidal. rite. O fio usado deve estar de acordo também implica em se obervar até
Os núcleos toroidais, em especial, com a intensidade de corrente no cir- que ponto a maneira como ele con-
são muito mais eficientes neste tipo cuito. trola uma carga é eficiente.
de aplicação. Este tipo de filtro é recomendado Com as indicações que demos
Os capacitores usados são de para cargas inferiores a 1 kW. neste artigo o leitor já tem uma idéia
poliéster, com tensão de trabalho de do que deve observar e, se for neces-
pelo menos 200 V na rede de 110 V e Conclusão sário, procurar literatura adicional.
pelo menos 400 V na rede de 220 V.
A ligação à terra para oferecer um O uso de TRIACs oferece soluções f
percurso aos sinais de alta freqüência importantes para projetos de eletro-
é muito importante para aumentar a domésticos e aplicações industriais.
eficiência do filtro. Porém, devemos estar atentos para
Veja que sem o terra, os capacito- as deformações que a presença de
res poem em curto os sinais enquanto um dispositivo deste tipo pode causar
que com o terra o sinal é desviado na forma de onda da energia forne-

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