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António Gabriel

Rosomin Eugénio Alberto A. Guilherme

Maria Francisco Augusto

Licenciatura em Saúde Púbica

2º Ano

1º Grupo

Disciplina: Patologia Geral

Tema: Patologias de Causa Alimentar e Alergia

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIAPNDE

Pemba, Março de 2024

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António Gabriel

Rosomin Eugénio Alberto A. Guilherme

Maria Francisco Augusto

Licenciatura em Saúde Púbica

2º Ano

1º grupo

Disciplina: Patologia Geral

Tema: Patologias de Causa Alimentar e Alergia

O presente trabalho será apresentado


na Universidade Alberto Chipande
no curso Saúde Pública, na
Disciplina Patologia Geral.

Docente:

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIAPNDE

Pemba, Março de 2024

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Índice
Capítulo I – Introdução ..................................................................................................... 1

1.1. Contextualização ....................................................................................................... 1

1.2. Objectivos .................................................................................................................. 1

1.2.1. Objectivo geral ....................................................................................................... 1

1.2.2. Objectivos específicos ............................................................................................ 1

1.3. Metodologia ............................................................................................................... 1

Capítulo II: Revisão de literatura...................................................................................... 3

2. Patologias de Causa Alimentar e Alergia ..................................................................... 3

2.1. Patologias de causa Alimentar ................................................................................... 3

2.1.1. Salmonelose ............................................................................................................ 3

2.1.2. Infecção por Escherichia coli ................................................................................. 3

2.1.3. Contaminação por Bacillus cereus ......................................................................... 4

2.1.4. Intoxicação por Staphylococcus aureus ................................................................. 4

2.1.5. Botulismo ............................................................................................................... 4

2.1.6. Cólera ..................................................................................................................... 4

2.1.7. Amebíase ................................................................................................................ 4

2.1.8. Toxoplasmose ......................................................................................................... 5

2.1.9. Gastrite ................................................................................................................... 5

2.1.10. Diabetes ................................................................................................................ 5

2.1.11. Colesterol elevado ................................................................................................ 5

2.1.12. Obesidade ............................................................................................................. 5

2.1.13. Hipertensão ........................................................................................................... 6

2.2. Forma de evitar a contaminação ................................................................................ 6

2.3. Sintomas .................................................................................................................... 6

2.4. Alergia alimentar ....................................................................................................... 7

2.4.1. Outras reacções a alimentos ................................................................................... 7

3
2.4.2. Causas de alergia alimentar .................................................................................... 8

2.4.2.1. Síndrome alfa-gal ................................................................................................ 9

2.4.2.2. Síndrome de alergia oral ...................................................................................... 9

2.4.2.3. Sintomas de alergia alimentar ........................................................................... 10

2.4.3. Diagnóstico de alergia alimentar .......................................................................... 10

2.4.4. Prevenção da alergia alimentar ............................................................................. 10

2.4.5. Tratamento da alergia alimentar ........................................................................... 11

2.4.6. Medicamentos para alergias alimentares .............................................................. 11

2.4.7. Imunoterapia com alérgenos (dessensibilização) ................................................. 11

3. Conclusão ................................................................................................................... 13

4. Referências bibliográficas .......................................................................................... 14

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Capítulo I – Introdução

O presente trabalho tem como objectivo falar sobre Patologias de Causa Alimentar e
Alergia. Quando um alimento in natura está estragado, nós conseguimos identificar
facilmente, por ele apresentar cor, cheiro ou sabor alterados. Contudo, alimentos
industrializados nem sempre apresentam essas alterações devido à presença de
componentes que ajudam a aumentar o período de validade desses produtos.

As alergias alimentares podem começar durante a infância. É possível que a criança


deixe de sofrer de uma alergia alimentar. Assim, alergias alimentares são menos comuns
entre adultos. Entretanto, caso adultos tenham alergias alimentares, essas tendem a
persistir por toda a vida.

1.1. Contextualização

O trabalho tem como estrutura da seguinte forma: Capa e Contra capa, capítulo – I onde
se encontra a introdução, Objectivos, geral e específicos, metodologias. Capítulo II se
encontra a revisão de literatura. Os sintomas, como evitar a contaminação e como agir,
caso apresente algum sintoma. Esse tema também é fundamental para qualquer empresa
do sector alimentício que deseja ter uma linha de produção livre de contaminações.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

Falar sobre Patologias de Causa Alimentar e Alergia

1.2.2. Objectivos específicos

Apresentar as Patologias de causa Alimentar;


Explicar a Forma de evitar a contaminação;
Explorar as Causas de alergia alimentar.

1.3. Metodologia

A metodologia usada para a elaboração e realização deste trabalho foi a consulta


bibliográfica, que consistiu na leitura e análise de informações de várias obras que
debruçam sobre o tema. Os autores das referidas obras estão devidamente citados dentro
do trabalho, foi usada uma citação directa, quanto usamos método indutivo, quanto a

1
abordagem usamos método quantitativo, quanto aos objectivos usei método descritivo,
procedimentos teóricos usei método bibliográfico.

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Capítulo II: Revisão de literatura

2. Patologias de Causa Alimentar e Alergia

Teixeira, Paula Costa; (2009). Em uma boa linha de produção de alimentos é sempre
necessário atenção para as Doenças Transmitidas por Alimentos, também chamadas
pela sigla DTA, porém é possível que uma pessoa seja contaminada por ingerir um
produto sem procedência, fora da validade ou contaminado durante a sua manipulação.

Então, nesse texto vamos falar sobre as principais DTA, os sintomas, como evitar a
contaminação e como agir, caso apresente algum sintoma. Esse tema também é
fundamental para qualquer empresa do sector alimentício que deseja ter uma linha de
produção livre de contaminações.

2.1. Patologias de causa Alimentar

Cordás, Táki Athanássios (2009). Existem mais de 250 tipos de doenças transmitidas
por alimentos no mundo, a grande parte causada por bactérias (e suas toxinas), vírus e
parasitas – que ingerimos em comidas mal higienizadas, mal cozidas ou que são
contaminadas após estarem prontas, devido à falta de refrigeração adequada ou cuidados
básicos de higiene.

2.1.1. Salmonelose

Em primeiro lugar, a salmonelose é uma das doenças mais conhecidas quando falamos
em alimentos contaminados, a infecção se dá pela ingestão da bactéria Salmonella,
presente em alimentos mal cozidos geralmente provenientes de animais criados em
fazendas.

Isso inclui carnes de vaca, porco, frango, ovos, leite e queijo, por exemplo. Além disso,
alimentos, como maionese, armazenados em temperaturas muito altas, por exemplo,
também podem favorecer a proliferação dessa bactéria.

2.1.2. Infecção por Escherichia coli

Considerada uma das mais comuns no Brasil, a infecção provocada pela


bactéria Escherichia coli acontece por meio do contacto com alimentos contaminados
por essa bactéria. Isso acontece por meio do consumo de alimentos mal cozidos, como
carne mal passada ou salada, ou preparados com poucos cuidados de higiene.

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2.1.3. Contaminação por Bacillus cereus

Esse microrganismo pode ser identificado em produtos agrícolas e de origem animal.


Assim, as principais fontes de contaminação por Bacillus cereus acontecem através do
consumo de leite não pasteurizado, carne crua, além de verduras e legumes frescos ou
cozidos e armazenados em temperaturas pouco adequadas.

2.1.4. Intoxicação por Staphylococcus aureus

Considerada comum no Brasil, a infecção pelo Staphylococcus aureus ocorre


principalmente via embutidos como salsichas e linguiças, ou seja, alimentos com muito
sódio, que favorecem a proliferação desse microrganismo.

Entretanto, essa bactéria não é uma estranha ao corpo, porque ela geralmente está
presente na nossa pele e na mucosa, sem provocar danos. O problema é quando ela entra
em contacto com o sistema gastrointestinal, pois sua toxina provoca uma inflamação na
mucosa, causando náusea, vómito e diarreia.

2.1.5. Botulismo

Actualmente, o botulismo é considerada uma DTA rara. A toxina das


bactérias Clostridium botulinum e Clostridium pa-rabotulinum causam a infecção,
encontradas facilmente em alimentos em conserva; no mel, em queijos e em carnes
curadas de forma artesanal. Assim, o grande perigo da doença é que a toxina produzida
pela bactéria ataca o sistema nervoso e se não tratada rapidamente, há risco de morte.

2.1.6. Cólera

A toxina da bactéria Vibrio cholerae, geralmente encontrada em ambiente aquático,


causa a cólera. O consumo de mariscos, peixes e algas mal cozidas, além da ingestão de
água não tratada podem causar a doença.

2.1.7. Amebíase

O consumo de alimentos contaminados pode gerar a doença amebíase, causada pelo


protozoário Entamoeba histolytica. A infecção pode acontecer por meio da ingestão de
cistos desse protozoário presente em água ou alimentos contaminados com fezes de
pessoas contaminadas. Por isso, é mais comum de se manifestar em lugares onde as
condições de higiene são precárias.

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2.1.8. Toxoplasmose

Por fim, a toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pela ingestão de carne crua
ou mal cozida contendo cistos do parasita Toxoplasma gondii. Essa DTA é muito
temida pelas grávidas, porque pode causar problemas de saúde ao bebé.

2.1.9. Gastrite

A gastrite se caracteriza por uma inflamação na mucosa do estômago. E é provocada,


em parte, por má alimentação e a realização de poucas refeições por dia. Para evitar que
ela ocorra, é preciso fraccionar mais as refeições. Ou seja, comer em pequenas porções
ao longo do dia. Além disso, é importante evitar alimentos que irritam a mucosa do
estômago. São eles café, frituras, doces, bebidas alcoólicas, alimentos condimentados e
outros. Appolinário JC, Silva JAZ 1998

2.1.10. Diabetes

A Diabetes do tipo II está directamente relacionada com o excesso de peso e a


obesidade. Portanto, para prevenir o seu aparecimento, é imprescindível procurar um
nutricionista. Ele vai elaborar um cardápio de acordo com as suas necessidades. De
forma geral, é importante reduzir o consumo de carboidratos, gorduras e promover uma
reeducação alimentar. Exercícios físicos também são importantes. Appolinário JC, Silva
JAZ 1998.

2.1.11. Colesterol elevado

O colesterol é um tipo de gordura encontrada em nosso organismo importante para o


seu funcionamento normal. No entanto, o aumento nos índices de colesterol LDL – um
dos tipos de colesterol – pode provocar infarto e derrame, pelo acúmulo em artérias e
coronárias. Cerca de 70% do colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo e 30% é
proveniente da dieta. Assim sendo, é importante consumir de forma moderada alimentos
ricos em gordura e evitar alimentos industrializados ricos em gorduras trans. E aumentar
o consumo de fibras e praticar exercícios. Appolinário JC, Silva JAZ 1998.

2.1.12. Obesidade

É uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. A obesidade


pode ser provocada por diversos factores. Dentre eles, a redução do gasto energético e a

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ingestão excessiva de calorias. Assim como no caso da Diabetes, é importante promover
uma reeducação alimentar total e fazer actividades físicas. A alimentação também deve
ser elaborada por um profissional de nutrição. Appolinário JC, Silva JAZ 1998

2.1.13. Hipertensão

Factor de risco para doenças cardiovasculares, a hipertensão é o aumento da pressão


arterial. Para prevenir o seu aparecimento, é importante reduzir o consumo de sal de
cozinha e alimentos ricos em sódio, como os industrializados. Praticar actividades
físicas também é importante.

2.2. Forma de evitar a contaminação

Enfim, é fundamental que você entenda que somente com a utilização de uma rigorosa
metodologia que garanta a higiene e o controle na produção é possível obter alimentos
que não ofereçam perigo à saúde dos consumidores.

As medidas de controle sugeridas pelo grupo de análise de risco da OMS incluem o


controle de matérias-primas usadas na fabricação das fórmulas, o controle sanitário das
fábricas de alimentos para diminuir a prevalência de bactérias no ambiente de produção
e ao redor.

2.3. Sintomas

Antes de mais nada, as doenças transmitidas por alimentos contaminados causam


principalmente sintomas como vómitos, diarreia, inchaço abdominal, dor de cabeça,
febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros. Mas também podem variar de
acordo com o microrganismo que se desenvolve no alimento.

Quando um alimento in natura está estragado, nós conseguimos identificar facilmente,


por ele apresentar cor, cheiro ou sabor alterados. Contudo, alimentos industrializados
nem sempre apresentam essas alterações devido à presença de componentes que ajudam
a aumentar o período de validade desses produtos. Por isso, é importante estar atento
aos prazos de validade e não consumir alimentos vencidos.

Para adultos saudáveis a maioria das DTA dura alguns dias e não deixa sequelas, mas
para pessoas mais susceptíveis, como crianças, idosos, gestantes e com comorbidades,
as consequências podem ser mais graves e inclusive levar à morte.

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Além disso algumas Doenças Transmitidas por Alimentos são mais severas,
apresentando complicações graves até para pessoas sadias.

Ou seja, para evitar ou reduzir os riscos de DTA, medidas preventivas e de controle,


incluindo as boas práticas de higiene, devem ser adoptadas na cadeia produtiva, nos
serviços de alimentação, nas unidades de comercialização de alimentos e nos
domicílios.

2.4. Alergia alimentar

A alergia é uma condição que afecta, directamente, o sistema imunológico, gerando


uma resposta imune aumentada. Trata-se de uma reacção exacerbada a substâncias que,
normalmente, seriam inofensivas ao organismo. Boyce, Joshua A.; et al. (2010).

Muitos alimentos diferentes podem causar reacções alérgicas. As reacções alérgicas aos
alimentos podem ser graves e, às vezes, incluem uma reacção anafiláctica, que pode
ameaçar a vida da pessoa.

As alergias alimentares podem começar durante a infância. É possível que a criança


deixe de sofrer de uma alergia alimentar. Assim, alergias alimentares são menos comuns
entre adultos. Entretanto, caso adultos tenham alergias alimentares, essas tendem a
persistir por toda a vida.

Por vezes, é atribuída às alergias alimentares a causa de distúrbios como a


hiperactividade nas crianças, fadiga crónica, artrite, depressão e baixo rendimento
desportivo. No entanto, estas ligações não foram demonstradas.

2.4.1. Outras reacções a alimentos

Algumas reacções a alimentos não são reacções alérgicas.

A intolerância alimentar difere de uma alergia alimentar, porque não envolve o sistema
imunológico. Em vez disso, trata-se de uma reacção do aparelho gastrointestinal que
produz um distúrbio digestivo. Por exemplo, algumas pessoas não têm uma enzima
necessária para a digestão do açúcar no leite (denominado intolerância à lactose).

Outras reacções a um alimento podem resultar da contaminação ou da deterioração do


mesmo.

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Em algumas pessoas, aditivos alimentares podem causar uma reacção que se assemelha
a uma reacção alérgica, sem o ser. Por exemplo, alguns conservantes (como
metabissulfito) e corantes (como tartrazina, um corante amarelo utilizado nos doces,
refrigerantes e outros alimentos) podem provocar sintomas, como asma e urticária. Da
mesma maneira, a ingestão de certos alimentos, como queijo, vinho e chocolate,
desencadeia enxaquecas em algumas pessoas. Boyce, Joshua A.; et al. (2010).

2.4.2. Causas de alergia alimentar

Choudhry, Z; (2013). As alergias alimentares normalmente se desenvolvem porque o


sistema imunológico funciona mal e interpreta incorrectamente uma proteína alimentar
como perigosa. Quando o sistema imunológico é exposto a alérgenos, ele produz um
tipo de anticorpo chamado imunoglobulina E (IgE). (Alérgenos são moléculas que o
sistema imunológico é capaz de identificar e que podem estimular uma resposta do
sistema imunológico.)

Os anticorpos IgE activam células do sistema imunológico a liberarem substâncias


(como histamina, prostaglandinas e leucotrienos) que causam inchaço ou inflamação
nos tecidos circundantes. Essas substâncias iniciam uma cascata de reacções que
continua a irritar e lesionar os tecidos. Essas reacções variam de leve a grave.
Choudhry, AM; (2013).

Praticamente qualquer alimento ou aditivo alimentar pode causar uma reacção alérgica.
Os factores desencadeastes mais comuns variam por faixa etária.

Bebés e crianças com alergias alimentares tendem a ser alérgicos às substâncias que
desencadeiam a alergia (alérgenos) mais comummente, como:

Ovos;
Leite;
Trigo;
Amendoim;
Soja. Rikani, AA; (2013).

Para evitar a ocorrência destas alergias, muitos pais evitam expor seus filhos a esses
alimentos. Contudo, novas evidências sugerem que alimentar os bebés regularmente

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com alimentos que contêm amendoim pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de
alergia a amendoim. São necessários mais estudos sobre esta abordagem.

No caso de crianças maiores e adultos, os factores desencadeantes mais comuns são


alérgenos em:

Nozes;
Frutos do mar, incluindo mariscos. Ikram, H; et al J 2013.

2.4.2.1. Síndrome alfa-gal

A síndrome alfa-gal é uma forma rara recentemente descoberta de alergia a carne


vermelha. Alfa-gal é um açúcar que ocorre na maioria dos mamíferos, mas não em
peixes, aves, répteis ou pessoas. Os carrapatos-estrela solitária, que são encontrados
principalmente no sudeste dos Estados Unidos, têm alfagal na saliva. Quando um
carrapato estrela solitária pica uma pessoa, ele transmite alfagal para a pessoa. Às vezes,
o sistema imunológico produz anticorpos contra alfagal, resultando em alergia ao alfa-
gal. Como o alfa-gal está presente em muitas carnes vermelhas (como carne de porco,
de gado, de carneiro e de veado) e em alimentos produzidos a partir de mamíferos
(como lacticínios e gelatina), pessoas com esses anticorpos podem ter uma reacção
alérgica a esses alimentos.

Os sintomas da síndrome de alfagal incluem erupção cutânea pruriginosa, indigestão,


constipação, náusea e reacções anafilácticas. Ao contrário de outras alergias
alimentares, os sintomas da síndrome alfagal com frequência demoram entre três e oito
horas após o consumo do alimento para ocorrer.

2.4.2.2. Síndrome de alergia oral

A síndrome de alergia oral (síndrome pólen-alimento) ocorre em pessoas alérgicas a


pólen. Certas proteínas do pólen são semelhantes a algumas proteínas encontradas em
alimentos. Assim, pessoas com síndrome de alergia oral também têm uma reacção
alérgica a alimentos que contêm essas proteínas semelhantes (chamado reactividade
cruzada). Os alimentos envolvidos são frequentemente nozes e frutas e verduras cruas.
Em geral, as pessoas podem comer esses alimentos se forem cozidas porque o calor
altera a estrutura proteica, de modo que as proteínas alimentares não se assemelhem
mais às proteínas do pólen.

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2.4.2.3. Sintomas de alergia alimentar

Os sintomas de alergias alimentares variam de acordo com os alimentos que causam a


alergia e com a idade da pessoa.

Nos bebés, o primeiro sintoma de uma alergia alimentar pode ser uma erupção como o
eczema (dermatite atópica) ou uma erupção semelhante a uma urticária. A erupção pode
apresentar-se acompanhada de náuseas, vómitos e diarreia. Com mais ou menos um ano
de idade, a urticária tende a se desenvolver com menor frequência, mas as crianças
podem começar a reagir a alérgenos inalados (como pólen) e apresentar sintomas de
asma. Elas podem apresentar sibilos, sentir falta de ar ou ter coriza quando comem
alimentos que desencadeiam sua alergia. Aos dez anos de idade, as crianças raramente
têm sintomas de asma depois de comerem o alimento.

Quando as alergias alimentares persistem em crianças mais velhas e em adultos, as


reacções tendem a ser mais graves. Nos adultos, as alergias alimentares podem causar
coceira na boca, urticária, eczema, inchaço (angioedema) e, às vezes, coriza e asma. Às
vezes, as alergias alimentares causam sintomas, como tontura e desmaio.

Em alguns adultos com uma alergia alimentar, a ingestão de uma quantidade mínima do
alimento pode desencadear uma reacção grave e súbita. Pode haver erupção cutânea em
todo o corpo, a garganta pode inchar e as vias aéreas podem estreitar-se, dificultando a
respiração - uma reacção anafiláctica, que pode ser fatal.

Algumas reacções alérgicas a alimentos demoram horas para se desenvolver e causam


sintomas como dor abdominal, náuseas, cólicas e diarreia.

2.4.3. Diagnóstico de alergia alimentar

Às vezes, apenas uma avaliação médica;


Às vezes, teste cutâneo (prick test) ou um teste de imunoglobulina específico
para o alérgeno. American Psychiatry Association (2013).

2.4.4. Prevenção da alergia alimentar

Por muitos anos, os médicos aconselharam contra alimentar os bebés com alimentos que
comummente desencadeiam reacções alérgicas (como amendoins) como uma maneira
de prevenir alergias alimentares. Contudo, novas evidências sugerem que alimentar os

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bebés regularmente com alimentos que contêm amendoim pode ajudar a prevenir o
desenvolvimento de alergia a amendoim. São necessários mais estudos sobre esta
abordagem.

Os pais devem conversar com seus pediatras sobre a melhor maneira de evitar a alergia
a amendoim no seu filho. Ferreira, CT.; Seidman, E.

2.4.5. Tratamento da alergia alimentar

Anti-histamínicos e, às vezes, epinefrina para tratar uma reacção alérgica;


Dieta de eliminação;
Às vezes, medicamentos para bloquear a reacção alérgica;
Às vezes, imunoterapia com alérgenos (dessensibilização). Sicherer, SH.;
Sampson, HA. (2014).

As pessoas com alergias alimentares graves, precisam ter consigo anti-histamínicos para
usar imediatamente após o início de uma reacção. Os anti-histamínicos só são úteis para
aliviar a urticária e o inchaço. As pessoas também devem levar consigo uma seringa
auto-injectável de epinefrina, para a utilizar no caso de reacções graves. Cromolina, um
medicamento prescrito tomado por via oral, também pode aliviar os sintomas.

As pessoas com alergias alimentares devem eliminar da sua dieta os alimentos que
desencadeiem as alergias.

2.4.6. Medicamentos para alergias alimentares

Sicherer, SH.; Sampson, HA. (2014). Omalizumabe é um anticorpo


monoclonal fabricado para bloquear a actividade da IgE (que é produzida pelo sistema
imunológico e causa os sintomas alérgicos). Omalizumabe não é usado para tratar uma
reacção alérgica aguda, mas está sendo estudado como uma maneira de limitar as
reacções alérgicas, particularmente durante tratamentos de dessensibilização. O
medicamento é administrado por injecção. Outros anticorpos monoclonais, como
dupilumabe, estão sendo estudados como tratamento para alergia a amendoim.

2.4.7. Imunoterapia com alérgenos (dessensibilização)

Nowak-Węgrzyn, A 2015. Se um alérgeno não puder ser evitado, a imunoterapia de


dessensibilização é um processo que tenta ensinar o sistema imunológico da pessoa a

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não reagir a esse alérgeno. A pessoa recebe doses progressivamente maiores do
alérgeno.

A primeira dose é tão pequena que mesmo uma pessoa alérgica não reagirá a ela. No
entanto, essa pequena dose começa a acostumar o sistema imunológico da pessoa com o
alérgeno. Em seguida, a dose é aumentada gradualmente. Cada aumento é tão pequeno
que o sistema imunológico ainda assim não reage. A dose é aumentada até que a pessoa
não esteja reagindo à mesma quantidade de alérgeno que antes causava sintomas.

Katz, Y (2015). Imunoterapia para alergias alimentares é normalmente administrada por


via oral. Ela é mais amplamente usada para alergia ao amendoim em pessoas entre 4 e
17 anos de idade. A dessensibilização de vários outros alimentos está sendo estudada.

Mehr, SS; Koletzko, S (2015). Para alergia ao amendoim, as pessoas recebem um pó de


alérgeno de amendoim por via oral. No primeiro dia, cinco doses gradualmente
aumentadas são tomadas em uma unidade de saúde. Um médico deve observar o
tratamento do primeiro dia porque a exposição a uma alta dose do alérgeno muito cedo
pode causar uma reacção alérgica às vezes perigosa. As pessoas tomam uma dose todos
os dias. A dose é aumentada a cada duas semanas até atingir a dose de manutenção.
Esse processo costuma levar cerca de cinco meses. Cada vez que a dose é aumentada, a
primeira dose deve ser tomada em uma unidade de saúde. A dose de manutenção é
tomada indefinidamente.

As pessoas devem continuar a tomar o alérgeno de amendoim em pó diariamente para


permanecerem dessensibilizadas. Além disso, eles ainda precisam manter uma dieta
rigorosa sem amendoim, mas a dessensibilização reduz o risco de reacções alérgicas
graves (incluindo anafilaxia) a amendoim consumido sem saber.

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3. Conclusão

A exposição a outros alérgenos semelhantes aos presentes nos alimentos (como pólen)
pode desencadear a produção de anticorpos contra substâncias nos alimentos, resultando
em alergia alimentar. Este processo é chamado sensibilização. Por exemplo, crianças
alérgicas a amendoim podem ter sido sensibilizadas ao amendoim quando cremes
tópicos contendo óleo de amendoim foram usados para tratar erupções cutâneas. Além
disso, muitas pessoas alérgicas ao látex também são alérgicas a banana, abacate ou a
uma combinação destes. O látex e estas frutas contêm alérgenos semelhantes.

Os motivos que levam às reacções alérgicas ainda não são totalmente conhecidos. O que
se sabe é que as alergias se desenvolveram, ao longo dos séculos, como resultado do
estilo de vida moderno.

Existe comprovação de que nascer por parto vaginal, mamar no peito e ter contacto com
animais são factores protectores para alergias. Já nascer por cesárea, fazer tratamento
com antibióticos no início da vida e ser alimentado com fórmulas são condições
indutoras para alergias.

Testes cutâneos (prick test), exames de sangue e uma dieta de eliminação podem ajudar
o médico a identificar o alimento que desencadeia a alergia.

O único tratamento eficaz é eliminar o alimento da dieta.

Gastrite, diabetes, obesidade, colesterol elevado e hipertensão. Essas são as principais


doenças ligadas à má alimentação. Portanto, uma vida saudável necessariamente passa
por uma alimentação equilibrada. Quem descobre isso logo cedo, desenvolve hábitos
alimentares que reduzem a incidência dessas doenças.

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4. Referências bibliográficas

American Psychiatry Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental


Disorders 5th ed. Arlington: American Psychiatric Publishing. pp. 329–354. ISBN 0-
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Sicherer, SH.; Sampson, HA. (fevereiro de 2014). «Food allergy: Epidemiology,


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Nowak-Węgrzyn, A; Katz, Y; Mehr, SS; Koletzko, S (maio de 2015). «Non-IgE-


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Appolinário JC, Abuchaim ALA, Coutinho W. Transtornos alimentares e obesidade.
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Ferreira, CT.; Seidman, E. «Food allergy: a practical update from the


gastroenterological viewpoint.». J Pediatr (Rio J). 83 (1): 7–
20. PMID 17279290. doi:10.2223/JPED.1587.

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