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Autarquia (do Grego αuταρχία, composto de αuτός (si mesmo) e αρχω (comandar), ou seja,

"comandar a si mesmo" ou "auto comandar-se", autarcia, que é um conceito pertinente a


vários campos, mas, sempre lidando com a ideia geral de algo que exerce poder sobre si
mesmo. 1 citação (Liberalismo e poder local, Rui Albuquerque, Observador, 5 de setembro de
2021)

As autarquias locais são pessoas colectivas públicas de população e território, correspondentes


aos agregados de residentes em diversas circunscrições do território nacional, e que asseguram
a prossecução dos interesses comuns resultantes da vizinhança, mediante órgãos próprios,
representativos dos respectivos habitantes. (Cfr. MARCELO CAETANO; Manuel, I, presidente.
193; A. P. PIRES DE LIMA, Autarquia LOCAL, in DJAP,I, p, 597;

O conceito de autarquia local supra comporta, como se viu, quatro elementos essenciais:
MARCELO CAETANO, Manuel, I, p. 309 e segs.

o território;

o agregado populacional;

Os interesses próprios;

Órgãos representativos da população.

1-Território: é um elemento de maior importância no conceito de autarquia local, tanto que as


autarquias se definem como ``pessoas colectivas territórias", segundo a expressão da própria
constituição, ou, noutra terminologia, como "pessoas colectivas de população e território".

O território autárquico é naturalmente uma parte do território do Estado; e a essa parte


chama-se circunscrição administrativa. Não se pode confundir a circunscrição administrativa
com autarquia local: aquela é apenas a porção do território, como tal, e esta última é a pessoa
colectiva organizada com base nessa porção do território.

As triplas funções que o território desempenha:

Em primeiro lugar, o território desempenha a função de identificar a autarquia local;

Em segundo lugar, o território da autarquia local tem a função de permitir definir a população
respectiva, isto é, o agregado populacional cujos interesses vão ser prosseguidos pela autarquia
local.

Em terceiro lugar, o território desempenha também o papel de delimitar as atribuições e as


competências da autarquia e seus órgãos, em razão do lugar.
2- O agregado populacional: o segundo elemento da autarquia local é a população, ou agregado
populacional. Tem obviamente a maior importância, porque é em função dele que se definem
os interesses a prosseguir pela autarquia e, também porque a população constitui o substracto
humano da autarquia local. Os residentes da autarquia constituem a sua população. A
qualidade de membro da população se uma autarquia local, ou a qualidade de vizinho, em
linguagem clássica, confere uma série de direitos e deveres.

O direito mais importante é o direito de voto, nomeadamente nas eleições para os órgãos
dirigentes dessas mesmas autarquias. A outros direitos, tais como o direito de consultar
determinados documentos, o direito de assistir às reuniões públicas dos órgãos da autarquia, o
direito de recorrer para os tribunais contra certos actos da autarquia.

Também existem determinados deveres ligados à qualidade de membros da população de uma


autarquia local, nomeadamente o dever de pagar impostos locais.

3- Os interesses próprios (comuns) o terceiro elemento do conceito consiste nos interesses


comuns das populações. São estes interesses que servem de fundamento à existência das
autarquias locais, as quais se formam para prosseguir os interesses privativos da população
locais, resultantes do facto de elas conviverem numa área restrita, unidas pelos laços de
vizinhança.

4- Os órgãos representativos: finalmente, o quarto elemento do conceito de autarquia local é a


existência de órgãos representativos das populações. Este é um elemento essencial do
conceito: não há, em rigor, autarquia quando ela não é administrada por órgãos
representativos das populações que a compõem.

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