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1.

INTRODUÇÃO

No âmbito da unidade curricular de Introdução às Organizações e à Gestão,


propomos com a realização deste trabalho focalizar as Estruturas Divisional e
Funcional, integrantes no ponto três ponto dois do programa curricular da cadeira.
Ao longo deste trabalho iremos estudar a forma como as empresas se articulam
para desenvolver as suas actividades. Assim, nem todas as empresas se organizam da
mesma forma, e é já neste ponto que começam as diferenças entre elas.
Define-se estrutura organizacional como o conjunto de relações formais entre os grupos
e os indivíduos que constituem a organização. Sendo que dentro desta se destacam dois
pontos principais: a macroestrutura e a microestrutura.
No entanto, e para que seja possível definir uma estrutura organizacional que vá de
encontro aos objectivos, é preciso que estejam assentes diversos aspectos como a
departamentalização, amplitude de controlo e o organograma.
Referente á departamentalização, e sendo sempre relativo a este aspecto, temos duas das
diversas estruturas que uma organização poderá optar por seguir: estrutura divisional,
estrutura funcional. Sendo que no âmbito da estrutura divisional destacam-se a estrutura
divisional geográfica, a estrutura divisional por projectos, a estrutura divisional por
processos, a estrutura divisional por produto ou serviço ou mesmo a estrutura divisional
por grupo de clientes.
Contudo, é importante ter em atenção que a escolha e selecção de uma forma
organizacional depende sempre de certos condicionalismos, sendo importante reparar e
analisar as vantagens e desvantagens de cada uma delas.
Respeitante á própria forma de organização, convém, também tomar em consideração
diversos problemas sejam eles, por exemplo, a dimensão do negocio, a diversidade do
produto, a qualidade ou a extensão geográfica, entre outros.
No fundo, este trabalho visa atingir as vantagens e desvantagens da opção, por parte da
empresa, por uma forma organizacional em detrimento das outras, sendo que as
abordadas pelo nosso grupo retractam as estruturas divisionais (forma de uma
organização assente na divisão de tarefas com base na diversidade de produtos, serviços
ou mercados) e as estruturas funcionais (são agrupadas na mesma unidade pessoas que
realizam actividades dentro de uma mesma área técnica ou de conhecimento).

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É então, neste âmbito que o nosso grupo prende incidir a sua pesquisa e o seu
estudo.

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2. CONCEITO DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Estrutura Organizacional é o conjunto de relações formais entre os grupos e os


indivíduos que constituem a organização de forma a desenvolverem as suas actividades.
A forma estrutural é o parâmetro que melhor expressa a estrutura da organização,
definindo as funções de cada departamento, os modos de colaboração entre as diversas
unidades, as relações entre os serviços, os canais de comunicação e a hierarquia da
organização, que normalmente é representada num diagrama chamado organograma
(representa graficamente a estrutura formal de uma empresa).
A Estrutura depende das circunstâncias de cada organização num determinado
momento. Existem variáveis situações que contribuem para isso: a sua estratégia, o
meio ambiente em que está inserida, a tecnologia de que dispõe e as características dos
seus participantes.

A Estrutura Organizacional pode ser dividida em:


Macroestrutura – Está relacionada com as organizações de grandes estruturas,
com a totalidade das divisões ou da organização.
Microestrutura – Está relacionada com as organizações mais pequenas e com
a organização das actividades e das relações hierárquicas dentro de um
determinado departamento.

Para estabelecer a estrutura organizacional é necessário que sejam definidos um


conjunto de aspectos, nomeadamente:
Departamentalização - Processo de divisão da organização em áreas com
características comuns.
Amplitude do controlo - Representa o número máximo de subordinados que
um chefe pode supervisionar de forma eficaz.
O Organograma - Representação gráfica da estrutura organizacional, através
da qual é possível identificar o tipo de departamentalização e as relações de
hierarquia estabelecidas na organização.
Existe várias Estruturas que uma organização pode optar por ter:

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Estrutura Funcional - São agrupadas na mesma unidade pessoas que realizam
actividades dentro da mesma área técnica ou de conhecimento;
Estrutura Divisional – Divisão das tarefas com base na diversidade de produtos,
serviços ou mercados;
o Estrutura Divisional Geográfica - São agrupadas na mesma unidade
pessoas que realizam actividades relacionadas na mesma área
geográfica;
o Estrutura Divisional por Projectos - São agrupadas numa mesma
unidade pessoas que realizam tarefas associadas a um mesmo
projecto;
o Estrutura Divisional por Processo - São agrupadas na mesma unidade
pessoas que realizam actividades relacionadas com a mesma fase do
processo produtivo;
o Estrutura Divisional por Produto ou Serviço - São agrupadas numa
mesma unidade pessoas que lidam com o mesmo produto/serviço ou
linha de produto;
o Estrutura Divisional por Grupo de Clientes - São agrupadas na
mesma unidade pessoas que estão relacionadas com o mesmo tipo de
cliente;
Estrutura Matricial – Caracteriza-se pela junção entre o Departamento Funcional
com o Departamento do projecto ou produto.
Estruturas Emergentes – Padrões que não são criados por um único evento ou
regras.

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3. ESTRUTURA FUNCIONAL

A Estrutura Funcional é historicamente a metodologia com mais raízes e é a que


se encontra mais generalizada nas estruturas organizacionais, podendo-se dizer que é o
primeiro esquema de estruturação que as organizações adoptam, por se trata-se de um
modelo simples, fácil de operacionalizar e que se ajusta à generalidade das
organizações. À medida que a organização vai aumentando poderá alterar-se a sua
estrutura funcional.
Esta estrutura é recomendada para pequenas e médias empresas com gestores
individuais com funções específicas, cuja meta é a eficiência interna, em que o ambiente
externo seja estável e que a organização tenha pouca variedade de produtos.
Nesta estrutura são agrupadas no mesmo departamento pessoas que realizam
actividades dentro da mesma área técnica ou de conhecimento, como por exemplo, a
área financeira, a área de produção, a área comercial, a área de recursos humanos, entre
outras. Cada um destes departamentos é liderado por um especialista na respectiva área.
A principal razão para a criação deste tipo de estrutura é a necessidade de haver
uma especialização por áreas técnicas e a existência de pouca variedade de produtos.
A grande vantagem é, além da especialização técnica, o facto de permitir uma
eficiente utilização dos recursos em cada área técnica e cada departamento corresponde
a uma função principal.

Gráfico 1: Organograma da Estrutura Funcional

Fonte: Manual de Introdução à Gestão de Organizações, Editora: VidaEconómica

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Para melhor solidificar a Figura 1 (Organograma da Estrutura Funcional), temos
uma ilustração a tom de exemplo de alguns dos possivies departamentos da Estrutura
Fucional.
“ O responsável pela área comercial terá como prioridade satisfazer os
seus clientes e “facturar” muito: a sua remoneração depende disso.
Para ele, a dimensão das encomendas e as séries de produção não são
fundamentais e vender é mais importante do que controlar os critérios e a
fiabilidade dos clientes. O resposável pela produção quererá sempre produizir em
grandes séries e ter amplos stoks de matérias-primas para facilitar a sua gestão da
produção e evitar as rupturas do stoks: o seu desempenho é medido pela
produção. O responsável pela área financeira é obcecado pelos custos, declarou
guerra aos stocks e sofre com os atrasos nos recebimentos e com os clientes em
contencioso…” (Lisboa, J; Coelho, A; Coelho, F; e Almeida, F., 2008, pág. 245).

As vantagens da Estrutura Funcional são:


O aproveitamento das capacidades técnicas e de gestão do pessoal qualificado;
O aproveitamento de sinergias resultantes do agrupamento de tarefas, das
competências e dos objectivos comuns;
A estruturação hierárquica e uma comunicação simples, logo a coordenação
dentro de cada área torna-se mais fácil;
A tomada de decisões centralizada;
Os interesses comuns profissionais;
Uma clara definição das responsabilidades;
Boas relações internas;
Economias de escala.

A Estrutura Funcional apresenta também algumas desvantagens, tais como:


O esgotamento da estrutura devido ao crescimento geográfico e à diversificação
dos produtos;
Uma resposta lenta às mudanças/problemas devido ao excesso de trabalho dos
gestores funcionais com tarefas operacionais;
Problemas de coordenação e de comunicação que se torna mais lenta e pouco
fiável;

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Conflitos sobre as prioridades;
A baixa flexibilidade;
Visão da organização limitada.

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4. ESTRUTURA DIVISIONAL

A estrutura Divisional é a forma de uma organização com divisões das tarefas


com base na diversidade de produtos, serviços ou mercados. Cada divisão tem os seus
próprios especialistas funcionais, que geralmente estão organizados em departamentos,
ou seja, cada divisão tem a sua própria estrutura. Estas divisões são relativamente
independentes, proporcionando uma maior autonomia em cada unidade.
Esta estrutura é aconselhável para as médias e grandes organizações com
estratégias de diversificação, ou seja, empresas com negócios, produtos ou serviços
diversificados; que tenham um planeamento a logo prazo e que a meta seja a eficácia
externa, a satisfação do cliente. Normalmente, esta estrutura é mais utilizada no sector
primário das economias industrializadas.
As funções dentro de cada divisão são susceptíveis de cooperar, pois dependem da
satisfação dos clientes, apesar da duplicação das funções tornar-se mais caro.
A Estrutura Divisional difere-se das outras quatro estruturas, pois não se trata de
uma estrutura completa (que vai do vértice estratégico até ao centro operacional), mas
sim, de uma estrutura que se sobrepõe às outras estruturas.
Esta Estrutura está concentrada nas relações estruturais entre a sede e as
divisões, entre o vértice estratégico e o vértice da linha hierárquica.
O sucesso da Estrutura Divisional depende das competências dos seus directores
de divisão, a quem uma grande parte dos poderes de decisão são delegados.

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Figura 2: Organograma da Estrutura Divisional

Fonte: Manual de Introdução à Gestão de Organizações, Editora: VidaEconómica

As vantagens da Estrutura Divisional são:


A descentralização lógica e operacional da responsabilidade e autoridade em
empresas diversificadas;
As instalações dedicadas em que o cliente é atendido mais rapidamente;
Uma focalização no cliente permite uma boa relação interna;
A possibilidade de adaptação às diferenças do produto/cliente;
Um maior ênfase nos objectivos da divisão;
Uma maior responsabilidade sobre os produtos;
Proporcionar uma maior velocidade de resposta;
A coordenação fácil entre as funções.

A Estrutura Divisional tem também algumas desvantagens, tais como:


A duplicação de recursos entre as divisões que aumenta custos e reduz a
eficiência;

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Os problemas de controlo com o aumento da autoridade dos gestores das
divisões ou com o crescimento das divisões;
A concorrência entre as diversas divisões e conflitos sobre as prioridades;
A existência de um alto grau de coordenação;
O isolamento de outros desenvolvimentos técnicos ou profissionais.

A Estrutura Divisional apresenta divisões que permitem uma maior facilidade na


realização dos seus objectivos, estas são:

4.1. Estrutura Divisional Geográfica

São agrupadas nesta unidade pessoas que realizam actividades relacionadas com
a mesma área geográfica, através da criação de áreas ou departamentos específicos para
cada região (por exemplo a divisão de um departamento comercial em Sector Comercial
Norte, Sector Comercial Centro e Sector Comercial Sul). As condições mais propícias à
criação deste tipo de estruturas são a existência de elevada diferenciação entre regiões
que exijam tratamento especializado, a distância geográfica entre as regiões, a
existência de volume por região suficiente que justifique a existência de departamentos
específicos. A principal vantagem deste tipo de estruturas é a elevada especialização por
área geográfica, o que permite lidar mais facilmente com os problemas de cada área.

4.2.Estrutura Divisional por Projectos

São agrupadas nesta unidade pessoas que realizam tarefas associadas ao mesmo
projecto. É um tipo de estrutura muito utilizada quando a organização trabalha por
projectos sendo necessária a constituição de equipas multidisciplinares para a realização
de cada projecto. A principal vantagem deste tipo de estruturas é a elevada
especialização conseguida ao nível de cada projecto.

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4.3. Estrutura Divisional por Processo

São agrupadas nesta unidade pessoas que realizam actividades relacionadas com a
mesma fase do processo produtivo (como por exemplo a divisão de uma fábrica em
sector da fundição, sector de montagem e secção de pintura). A elevada diferenciação
entre as diferentes fases do processo e a consequente necessidade de especialização por
processo constitui a condição essencial para a utilização deste tipo de estruturas.

4.4. Estrutura Divisional por Produto ou Serviço

São agrupadas nesta unidade pessoas que lidam com o mesmo produto ou linha
de produto - cada unidade acaba por ser semelhante a uma pequena empresa auto-
suficiente. É um tipo de estrutura utilizada quando existe uma elevada diferenciação
entre os produtos exigindo um elevado grau de especialização por tipo de produto. Pode
ser utilizada, por exemplo, num departamento comercial, através da criação de divisões
comerciais para cada grupo de produtos.

4.5.Estrutura Divisional por Grupo de Clientes

São agrupadas nesta unidade pessoas que estão relacionadas com o mesmo tipo
de cliente (por exemplo a criação de Departamentos Comerciais por tipo de cliente: um
para grandes empresas, outro para pequenas e médias empresas e um outro para
entidades públicas). Este tipo de estrutura deve ser utilizado sempre que se verifique a
necessidade de tratamento especializado para cada tipo de cliente.

A evolução da empresa da estrutura por funções para um Estrutura divisional, foi


concedida, após diversas investigações, assim, foi possível a existência de quatro fases
desta evolução.
Desta forma, podemos ilustrar a transição de uma Estrutura Divisional, através
do seguinte esquema:

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Figura 3: Fases de Transacção de um Estrutura Divisional

Forma Integrada
(Funcional Pura)

Forma por
Subprodutos

Forma por Produtos


Relacionados

Conglomerado
(Divisional Pura)

Fonte: Manual de Introdução à Gestão.

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5. CONCLUSÃO

Com a elaboração deste trabalho, podemos concluir que, após vermos e


distinguirmos duas das estruturas organizacionais que as empresas podem optar por
seguir, reparamos que esta tomada de decisão por parte do grupo empresarial, e mais
concretamente pela administração terá sempre de seguir uma determinada estratégia
definida pela empresa.
Assim, condicionalismos que já foram referidos, põem na administração a importante
tarefa de decidir a forma como a empresa se vai organizar dentro desta, nomeadamente
as funções de cada departamento, os modos de colaboração entre as diversas unidades,
as relações entre os serviços, os canais de comunicação, ou mesmo a hierarquia da
organização( usualmente representada por um organograma).
Contudo, e como também foi referido, é importante que o elemento de tomada de
decisão tenha bem presentes os pontos fortes e fracos da empresa, bem como a sua
realidade ao nível dos mercados nacionais e internacionais, de forma a optar pela
melhor opção. Assim, representamos em suma as vantagens e desvantagens de cada
estrutura organizacional, sendo certo que deve sempre permanecer com alguma
flexibilidade, para um desempenho de nível máximo dos factores produtivos, e
permitindo que qualquer falha seja remediada o mais rápido possível.
Como conseguinte, a estrutura funcional é, por assim dizer, assente num modelo
simples, fácil de operacionalizar e que ajusta á realidade da maior parte das empresas. É
recomendada para pequenas e médias empresas com gestores individuais com funções
específicas, cujo objectivo é a eficiência interna, contando com um ambiente externo
estável, e com a particularidade de a empresa ter pouca variedade de produtos.
Num dos planos opostos, temos a estrutura divisional, que se caracteriza por uma
estrutura assente na divisão de tarefas com base na diversidade de produtos, serviços ou
mercados. Cada divisão tem os seus gestores, que geralmente estão organizados em
departamentos, ou seja, cada divisão tem a sua estrutura, sendo que cada divisão é
relativamente independente, proporcionando uma maior autonomia entre cada unidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para a concretização deste trabalho, efectuamos uma aprofundada pesquisa,


consultando diversa informação em variados locais como livros e sítios na internet:

Livros:

Lisboa, J.; Coelho, A.; Coelho, F.; e Almeida, F. (2008). Introdução à Gestão de
Organizações. 2ª ed., Barcelos: Vida Económica.

Teixeira, S. (2005). Gestão das Organizações. 2ª ed., Lisboa: McGraw-Hill.

Pinto, C. A. M.; Rodrigues, J. A. M. S.; Santos, A. dos; Melo, L. T; Moreira, A. M. D.;


e Rodrigues, R. B. (2009). Fundamentos da Gestão. 2ª ed., Lisboa: Editorial Presença.

Boddy, D. (2008). Management: An Introduction. 4th ed., Harlow: Prentice Hall.

Sítios na Internet:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura_organizacional

http://prof.santana-esilva.pt/EGI_grh/apresenta%C3%A7%C3%B5esemaula
/Estrutura%20Organizacional.pdf – Data de consulta: 11/2010

http://www.notapositiva.com/dicionario_gestao/estrut_organizacional.htm - Data de
consulta: 11/2010

http://www.scribd.com/doc/2619086/Organogramas - Data de consulta: 11/2010

http://www.dqb.fc.ul.pt/cup/44353/Pdfs/Aula%207%20-%20Estrutura%
20e%20Cultura%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o-IGE_T7.pdf : Data de
consulta: 11/2010

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http://prof.santana-e-silva.pt/EGI_estrategia_mk/trabalhos_dos
_alunos/estrategia/PPT/10-Estrutura%20Organizacional.pdf : Data de consulta: 11/2010

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