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Cada país tem sua própria língua de sinais, com léxico e estrutura própria. Dessa
forma, por exemplo, se um surdo brasileiro, usuário de LIBRAS, quiser se comunicar com
um surdo americano na língua deste deverá aprender a ASL (Língua de Sinais Americana),
exatamente como um ouvinte brasileiro falante de português precisa aprender inglês.
Quanto á estrutura, as línguas de sinais possuem gramática própria com regras
específicas em todos os níveis: fonológico, morfológicos e sintáticos. São aptas, portanto,
como qualquer outra língua, a produzir expressões metafóricas, construir humor, expressar
opiniões políticas, denotar referentes teóricos.
ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE
PARÂMETROS LINGUÍSTICOS
Os sinais usados em LIBRAS são formados a partir da combinação do movimento das mãos
com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo
ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos
fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, portanto, nas línguas de sinais
podem ser encontrados os seguintes parâmetros:
* Ponto de Articulação
É o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte do
corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até a cabeça) e horizontal (à frente
do emissor), onde é realizado o sinal.
* Ponto de Articulação
É o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte do
corpo ou estar em um espaço neutro vertical ( do meio do corpo até a cabeça ) e horizontal ( à frente
do emissor ), onde é realizado o sinal.
Exemplo: PAI, MÃE, MULHER, HOMEM.
*Movimento da Mão
Os sinais podem ter ou não movimento. Uma pequena alteração no movimento pode mudar
o significado do sinal.
Exemplo: TEIMOSO, ÁGUA, LIMPAR, LIVRO.
* Orientação ou Direcionamento
É a direção que o sinal terá para ser executado.
Exemplo: LIVRO, LIMPAR, ANTES, DEPOIS.
A diferença entre a perda de audição e a surdez ocorre a partir do quadro auditivo entre ambas as
condições. Uma pessoa que apresenta perda de audição consegue ouvir alguns sons e participar de
conversas, dependendo da severidade de seu caso, que pode variar entre de leve a grave.
Considerados deficientes auditivos, essas pessoas são beneficiadas pelo uso de aparelhos auditivos,
implantes cocleares e outros dispositivos auxiliares.
De acordo com o Artigo 4º do Decreto Federal 3298/1999, uma pessoa portadora de deficiência
auditiva possui “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por
audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz”.
Já a surdez é caracterizada por pessoas com perda auditiva profunda ou total, uni ou bilateral.
Pessoas surdas não se comunicam através da linguagem falada e, por isso, utilizam as Libras —
Língua Brasileira de Sinais.
Tipos de surdez
Os quatro tipos de perda de audição, também conhecidos como tipos de surdez são:
A perda auditiva neurossensorial é o tipo mais comum de perda de audição, e geralmente ocorre
quando as células do ouvido interno, conhecidas como estereocílio, ou o nervo auditivo sofrem algum
tipo de dano. Os danos impedem ou enfraquecem a transferência de sinais nervosos para o cérebro.
Esse tipo de surdez é permanente e pode impactar tanto a audição quanto a fala do indivíduo.
Entretanto, o seu tratamento pode ser feito a partir do uso de aparelhos auditivos, dependendo do
grau e severidade do caso.
Causas
A condição é comum em crianças, provavelmente devido a uma síndrome genética ou uma infecção
durante a gestação. No entanto, a surdez neurossensorial também pode ser causada por outros
motivos, como:
O tipo menos comum de perda auditiva, caracterizado pelo dano ou obstrução do ouvido externo ou
médio que impede que o som seja conduzido para o ouvido interno. Dependendo da causa da
condição, ela pode ser tratada com ajuda de medicamentos ou cirurgia, podendo ou não ser
revertida.
Causas
As causas da perda auditiva condutiva variam entre duas categorias, diferenciadas pelo local
afetado.
Ouvido externo
Otite externa;
Ouvido médio
Inflamação na orelha;
Otosclerose;
Tumores;
É a combinação de ambos tipos de perda auditiva condutiva e neurossensorial. Pacientes com essa
condição podem ter uma perda auditiva neurossensorial e, em seguida, desenvolver um componente
condutivo separadamente. Alternativamente, idosos com problemas de audição associados ao
envelhecimento também podem sofrer com uma perda de audição temporária resultante de
obstruções por cera de ouvido.
Esse tipo de surdez pode ser tratado dependendo da sua causa e severidade. Em casos onde a
perda de audição é mais condutiva, por exemplo, o indivíduo pode fazer o tratamento através do
manuseamento de medicamentos ou por cirurgias. No entanto, em casos de surdez neurossensorial
mais graves, os tratamentos podem ser outros.
Mais de um bilhão de pessoas que escutam música alta em todo o mundo poderão ter
problemas auditivos, segundo OMS
Neuropatia auditiva
Também conhecida como transtorno do espectro da neuropatia, essa condição é resultante de algum
acometimento do nervo auditivo. Dessa forma, o som entra no ouvido normalmente, mas a
transmissão dos sinais sonoros do ouvido interno para o cérebro é prejudicado de alguma forma.
A neuropatia auditiva pode ser tratada através do transplante coclear, mas, em alguns casos essa
perda auditiva é permanente.
Graus de surdez
Entre os tipos de surdez, também existem graus da perda de audição. Os graus podem ser
observados, na maioria das vezes, por consultas clínicas com especialistas de saúde. O que refere-
se aos graus de perda auditiva são classificados em quão alto os sons precisam ser para você ouvi-
los em decibéis, ou pela capacidade auditiva de cada indivíduo.
A exposição ao barulho é uma das principais causas da surdez. Por isso, grande parte da prevenção
à condição envolve a proteção do ouvido e dos tímpanos.
PERCURSO HISTÓRICO
Conhecer uma nova língua significa mais do que apropriar-se de um novo instrumento
de comunicação. Sendo a língua um produto histórico, social e cultural, seu estudo nos
remete ao outro, as suas experiências, a suas lutas, a suas conquistas.
Os conceitos de surdez e de surdo construíram-se e modificaram-se, ao longo da
história, seguindo os ideais políticos, filosóficos e religiosos de cada época. Na Antiguidade,
a surdez era encarada como castigo, o surdo era considerado louco, anormal ou enfeitiçado.
A surdez era eliminada com a morte ou com o abandono: “Na Antiguidade Chinesa os
surdos eram lançados ao mar. Os gauleses os sacrificavam ao deus Teutates. Em Esparta
os surdos eram jogados do alto dos rochedos. Em Atenas eram rejeitados e abandonados
nas praças públicas ou nos campos”.
Para os gregos e romanos; o Surdo não era considerado humano, pois a fala era
resultado do pensamento. Logo, quem não pensava não era humano. Não tinham direito a
testamentos, à escolarização e a frequentar os mesmos lugares que os ouvintes. Até o
século XII, os Surdos eram privados até de se casarem.
O filósofo Aristóteles entendia que a linguagem; a fala; atribuía ao homem a condição de
humano e afirmou que considerava o ouvido como órgão mais importante para a educação,
o que contribuiu para que o Surdo fosse visto como incapacitado para receber qualquer
instrução naquela época.
A Igreja Católica teve papel fundamental na discriminação no que se refere às pessoas
com deficiência, já que para ela o homem foi criado “à imagem e semelhança de Deus”.
Portanto, estes não eram considerados humanos.
Nesta época, a sociedade era dividida em feudos. Os nobres para não dividirem as
heranças acabavam casando entre si, o que gerava grande número de Surdos entre eles.
Na Idade Média, a Igreja considerava a surdez um castigo e a surdo um individuo
impossibilitado de receber a salvação. Os Surdos não se confessavam, não recebiam os
Sacramentos, condição necessária para a imortalidade da alma.
VAN HELMON (1614-1699) estudioso holandês que se dedicou ao ensino dos Surdos;
propunha a oralização do Surdo por meio do alfabeto da língua hebraica.
Criou a primeira escola pública no mundo para Surdos em Paris, o Instituto Nacional
para Surdos-Mudos, em 1760.
L’EPÉE fazia demonstração de seus alunos em praça pública para arrecadar dinheiro
para continuar seu trabalho. Ele tinha grande interesse na educação religiosa dos Surdos.
Sua obra mais importante foi publicada em 1776 com o título “A verdadeira Maneira
de Instruir os Surdos-Mudos”.
No século XVIII, a educação dos Surdos evoluiu devido a fundação de varias
escolas para Surdos e do uso da Língua de Sinais.
Entre os anos 1930 e 1947, o Instituto estava sob a gestão do Dr. ARMANDO PAIVA
LACERDA. Neste período foi desenvolvida a Pedagogia Emendativa do Surdo-Mudo, que
era mais uma vez a certeza de que o método oral seria a única forma de o Surdo ser
incluído na sociedade.
Também foi instituído que o aluno passasse por testes para verificar a inteligência e a
aptidão para a oralização. Os alunos foram separados por suas capacidades. Formando
salas mais homogêneas, separadas de acordo com a seguinte classificação: surdos-mudos
completos, surdos incompletos, semi-surdos propriamente ditos, semi-surdos.
A visão que este diretor tinha em relação a educação dos Surdos se resume em uma
afirmação:
“Separados os anormais em classes homogêneas suaviza-se sobremaneira a
tarefa educativa que é muito mais difícil e ingrata em relação a estas crianças”.
Em 1951, após quase 100 anos de existência do Instituto, assume pela primeira vez a
direção a profissional em educação, Profª ANA RÍMOLI DE FARIA DÓRIA. A grande
inovação do período de sua gestão foi a implementação do Curso Normal de Formação de
Professores Surdos. Sendo o Instituto uma referência para todo o Brasil, A metodologia
usada era Oralismo.
Na década de 1970, com s visita de IVETE VASCONCELOS, educadora de surdos da
Universidade Gallaudet, chegou ao Brasil a filosofia da Comunicação Total e, na década
seguinte, a partir das pesquisas da professora lingüista LUCINDA FERREIRA BRITO sobre a
Língua Brasileira de Sinais e da professora EULALIA FERNANDES, sobre a educação dos
surdos, o Bilinguismo passou a ser difundido. Atualmente estas três filosofias educacionais
ainda persistem paralelamente no Brasil.
Após várias experiências e trabalhos terapêuticos com os Surdos, percebeu-se que é
possível desenvolver a linguagem oral, mas tudo vai depender do resíduo auditivo, da
estimulação para fala, uso precoce de aparelhos de amplificação sonora individual e alguns
outros fatores.
Cada caso deve ser avaliado individualmente. Acredita-se que o Oralismo é uma
possibilidade, assim como os Sinais. Devemos oferecer OPORTUNIDADE para que os
Surdos se desenvolvam linguisticamente, pedagogicamente e como cidadãos.
SURDO – CEGO
Uma definição funcional refere ao surdo-cego como aquele que tem uma perda
substancial da visão e da audição, de tal modo que a combinação das suas deficiências
cause extrema dificuldade na conquista de habilidades educacionais, de lazer e sociais.
A surdez- cegueira na sua forma extrema, significa simplesmente total dependência do
tato para se comunicar.
Pessoas que usam o TADOMA: colocam as mãos nos lábios dos falantes ou nas mãos
e/ou no corpo sinalizador para sentir o significado da língua.
LIBRAS TÁTIL: sinalizada com a mão do emissor na palma da mão do receptor.
PRONOMES
FAMÍLIA