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STF celebra 200 anos de constitucionalismo no Brasil


Primeira Constituição brasileira foi outorgada pelo imperador Dom Pedro I em 1924 e esteve em
vigor durante todo o período da monarquia.

22/03/2024 19h50 - Atualizado há

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No dia 25 de março de 1824, entrou em vigor a Constituição do Império do Brasil, a


primeira da nossa história, dando início ao constitucionalismo brasileiro, que nesta
segunda-feira (25) completa 200 anos. Imposta pelo imperador Dom Pedro I, a Carta de
1924 estabeleceu no Brasil uma monarquia constitucional hereditária e foi inspirada no
liberalismo conservador, garantindo amplos poderes ao monarca. Sua vigência alcançou
65 anos, a mais longeva Constituição do país.

Desde a independência, o Brasil teve sete Constituições. Além da Carta de 1824, foram
elaboradas as de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Alguns consideram a Emenda
1/1969, inserida na Constituição de 1967, como uma oitava Constituição. Decretada por
uma junta militar, esta seria a “Constituição de 1969”. No entanto, a história oficial
considera apenas sete.

Noite da Agonia
Em 3 de maio de 1823, foi instalada a Assembleia Constituinte com o propósito de redigir a
primeira Constituição do Brasil. Porém, parlamentares e Dom Pedro I se desentenderam
em relação aos poderes e limites da coroa, o que gerou tensões. Na madrugada de 12 de
novembro daquele ano, o imperador ordenou que o Exército cercasse e invadisse o
edifício da Cadeia Velha, dissolvendo a Assembleia Constituinte. O episódio ficou
conhecido como a Noite da Agonia e teve como desdobramentos a prisão e o exílio de
diversosparlamentares.
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de Pessoas I impôs seu
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Contasse
tornou a primeira Constituição do Brasil.

Império
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A Carta de 1824 previu quatro Poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador, esse
exercido pelo imperador e acima dos demais Poderes. Também estabeleceu um rol
extenso de direitos individuais, o direito à igualdade e criou o Supremo Tribunal de Justiça
que, atualmente, é o Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar de essa Carta prever um rol de direitos, apenas podiam votar homens livres e que
preenchessem requisitos econômicos (voto censitário). Além disso, a escravidão foi
amplamente praticada durante sua vigência. O Brasil foi um dos últimos países do mundo
a aboli-la, o que ocorreu no ano de 1888, por meio da Lei Áurea.

República
Com a queda da monarquia em 1889, a Carta de 1891 se tornou a primeira Constituição a
incorporar valores republicanos, além de delinear as bases institucionais do novo regime,
como o presidencialismo e o federalismo. O texto constitucional ratificou o Decreto
510/1890, que instituiu o Supremo Tribunal Federal como órgão de cúpula da Justiça
brasileira, previu eleição direta para presidente da República, estabeleceu os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, eliminando o Moderador, e instituiu a separação entre
Igreja e Estado.

Direitos sociais
Em 1934, foi promulgada uma nova Constituição que vigorou aproximadamente por três
anos, tornando-se a mais curta da história do país. Ela inaugurou o constitucionalismo
social e trouxe muitos avanços à legislação trabalhista e eleitoral, inovando com o voto
obrigatório e secreto a partir dos 18 anos, e assegurando esse direito às mulheres, mas
manteve a proibição do voto de mendigos e analfabetos. Essa Carta aprimorou o controle
de constitucionalidade das leis e dos atos normativos, e reforçou a previsão expressa de
recurso extraordinário ao STF. Essa versão instituiu o Ministério Público e o Tribunal de
Contas e, pela primeira vez, assegurou, por norma constitucional, o direito dos povos
indígenas à posse de suas terras.

Estado Novo
A Constituição de 1937 foi imposta por Getúlio Vargas com o propósito de estabelecer e
consolidar o chamado Estado Novo. O texto, inspirado nos modelos autoritários
europeus, conferiu plenos poderes ao Executivo, anulou a independência dos Poderes
Legislativo e Judiciário, restringiu as prerrogativas do Congresso Nacional, previu a pena
de morte, autorizou a censura e suprimiu o direito de greve.

Redemocratização
A promulgação da Constituição de 1946 marcou a redemocratização do país, após o fim da
Segunda Guerra Mundial e a derrubada do Estado Novo. Foram restituídos os institutos da
separação de Poderes, do pluripartidarismo, do voto universal, direto e secreto, bem
como restabelecidos
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Pessoas individuais,
Ouvidoria tais como eas
Transparência liberdades
Prestação de Contasde
consciência, crença, pensamento, opinião e associação. Foram abolidas a censura e a pena
de morte.
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Regime Militar
A Constituição de 1967 apresentou perfil autoritário e teve vigência durante a ditadura
militar implantada no Brasil após o golpe de 1964. Além de restringir direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos brasileiros, concedeu amplos poderes ao presidente da
República e se preocupou, fundamentalmente, com a segurança nacional. Durante sua
vigência, foi instituído o Ato Institucional 5, de 1968, que permitiu a suspensão de direitos
políticos, a cassação de mandatos eletivos, a extinção das garantias da magistratura, a
restrição das liberdades civis e a suspensão do habeas corpus para os chamados crimes
políticos. Três ministros do Supremo Tribunal Federal foram cassados, e outros dois, em
solidariedade, renunciaram a seus cargos.

Constituição Cidadã
Conhecida como Constituição Cidadã, a Carta que rege o país nos dias atuais foi
promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Elaborada logo após o fim da ditadura militar, a
Constituição de 1988 viabilizou a consolidação da democracia no Brasil. Seu texto decorre
dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, instalada em 1° de fevereiro de 1987,
que contou com grande participação dos mais diversos setores da sociedade. A
Constituição Cidadã trouxe inovações relevantes visando à proteção de direitos e
garantias fundamentais e sociais, previu instrumentos de democracia participativa,
assegurou a regulação do poder estatal, a separação de Poderes e o reforço da
independência do Poder Judiciário, promoveu a proteção de minorias políticas e concedeu
direito de voto aos analfabetos e aos jovens de 16 e 17 anos.

Resiliência constitucional e democrática


Ao longo de mais de três décadas de vigência da Constituição Federal de 1988, o Brasil
passa por seu mais longo período de estabilidade institucional. O país enfrentou diversas
crises, como hiperinflação, escândalos políticos, processos de impeachment contra
presidentes e, mais recentemente, o ataque às sedes dos três Poderes da República, em 8
de janeiro de 2023. Apesar dos desafios, a Constituição Federal se mostrou resiliente
graças às suas bases sólidas na promoção do Estado Democrático de Direito e dos
direitos fundamentais, conferindo estabilidade institucional ao país.

Calendário
O calendário 2024 do STF foi dedicado ao bicentenário do constitucionalismo no Brasil. Sua
confecção envolveu uma pesquisa histórica, com seleção dos fatos mais relevantes dos
últimos 200 anos. Os meses do calendário apresentam os fatos em ordem cronológica,
com indicações de episódios históricos como a Noite da Agonia, a outorga da primeira
Constituição Brasileira por Dom Pedro I, as cinco Constituições seguintes (1891, 1934,
1937, 1946 e 1967), além da Assembleia Constituinte e a chegada da atual Carta do país, em
1988. Clique aqui para adquirir o calendário ou baixar a versão digital.
EC,AD/CV//VP
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