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CARBOIDRATOS (LEHNINGER)

● Definição: são poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas. Muitos tem a


fórmula mínima (CH2O)n.
● Se houver mais de uma unidade, ligam-se por ligação glicosídica.
● Classificação:
○ Monossacarídeos: 1 unidade.
○ Oligossacarídeos: 2 ou mais unidades.
○ Polissacarídeos: acima de 20 unidades (pode chegar a milhares).

1 MONOSSACARÍDEOS

● São solúveis em água e insolúveis em solventes apolares.


● Sabor adocicado.
● Podem ser aldoses (presença de grupo aldeído) e cetoses (presença de
grupo cetona).
● De acordo com o número de átomos de carbono: trioses, tetroses, pentoses,
hexoses e heptoses.
● Fosforilação intracelular de açúcares costuma ocorrer para evitar que eles
saiam da célula, devido a ausência de transportadores para açúcares
fosforilados.
● Monossacarídeos são agentes redutores, podendo ser oxidados, de modo a
resultar em uma mistura complexa de ácidos carboxílicos.

1.1 ISOMERIA EM MONOSSACARÍDEOS

● Presença de centros quirais gera estereoisomeria. Relevância: enzimas


reconhecem estereoisômeros específicos.
○ Classificação em D e L considera o centro quiral mais distante do
carbono da carbonila. A projeção deve colocar o carbono da carbonila
no topo.
■ D: hidroxila do carbono está à direita.
■ L: hidroxila do carbono está à esquerda.
○ Hexoses dos organismos vivos são isômeros D.
○ Obs.: Epimeria - quando dois açúcares diferem pela configuração
espacial de um único átomo de carbono, fala-se em epímeros.

1.2 CICLIZAÇÃO EM MONOSSACARÍDEOS

● Reação entre grupo hidroxi e grupo carbonila para formação de hemiacetais


e hemicetais.

● Quando essa reação ocorre internamente em uma molécula, ocorre


ciclização.

● Carbono da carbonila passa, no hemiacetal, a ser também um centro quiral.
Assim, formam-se dois estereoisômeros (𝛂 e 𝛃, os quais se interconvertem
em solução aquosa por mutarrotação) do monossacarídeo cíclico, chamados
anômeros. Esse carbono é chamado de carbono anomérico.
○ Quando a reação ocorre entre dois monossacarídeos, forma-se um
dissacarídeo: é a ligação glicosídica.
○ Piranoses (anel de 6 membros) e furanoses (anel de 5 membros).

1.3 MONOSSACARÍDEOS MAIS COMUNS NA NATUREZA (destacados)


1.4 MEDIDAS DA GLICOSE SANGUÍNEA NO DIAGNÓSTICO E NO TRATAMENTO
DO DIABETES

● Glicose é o principal combustível para o encéfalo.


● Diabetes gera concentrações de glicose acima da normal.
● Reações de glicação (não enzimáticas) ocorrem entre a glicose e as aminas
primárias da hemoglobina.
○ Podem ocorrer na região N-terminal da valina ou nos grupos amino dos
resíduos de lisina.
● Teste de Hemoglobina Glicada (HbG) reflete a concentração da glicose
sanguínea média durante o período de vida dos eritrócitos (cerca de 120
dias).
○ Normal: cerca de 5%.
○ Diabetes: a partir de 6,5%.
● Produtos da glicação da hemoglobina (AGE - produtos finais de glicação
avançada) podem deixar o eritrócito e formar ligações cruzadas covalentes
com proteínas diversas, alterando seu funcionamento normal.
○ Problemas nos rins, na retina, no sistema circulatório.


2 DISSACARÍDEOS
● Definição: dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação
O-glicosídica, formada quando um grupo hidroxila de um açúcar reage com o
carbono anomérico de outra molécula.
○ Hemiacetal + Álcool = Acetal/Glicosídeo
○ Obs.: Ligações N-glicosídicas: ligação do carbono anomérico de um
açúcar a um átomo de nitrogênio em glicoproteínas e nucleotídeos.
○ Obs. 2: Extremidade de uma cadeia glicídica com um carbono
anomérico livre (sem ligação glicosídica) é a extremidade redutora.
● Maltose: D-glicose + D-glicose
● Lactose: D-galactose + D-glicose
○ Ocorre no leite.
○ Lactase realiza a hidrólise da ligação 𝛃1→4
○ Em indivíduos com intolerância a lactose, a ausência da lactase gera
acúmulo de lactose, com consequente aumento da osmolaridade no
intestino grosso (diarreia osmótica) e fermentação do carboidrato por
bactérias intestinais (produção de CO2, inchaço, cólica e gases).
● Sacarose: D-frutose + D-glicose
○ Sintetizado por plantas.

3 POLISSACARÍDEOS (ou GLICANOS)

● Definição: polímeros com múltiplas unidades de monossacarídeos repetidas.


● Homopolissacarídeos: somente um tipo de monômero..
● Heteropolissacarídeos: dois ou mais tipos de monômeros.

3.1 HOMOPOLISSACARÍDEOS

3.1.1 Homopolissacarídeos de função energética

● Ambos são polímeros de glicose.


● Ambos são bastante hidratados, pela vasta presença de hidroxilas.
● Amido
○ Vegetais.
○ Amilose + Amilopectina
■ Amilose: não ramificada.
■ Amilopectina: altamente ramificada.
● Glicogênio
○ Animais.
○ Mais ramificado e mais compacto do que o amido.
○ Presente no tecido muscular esquelético e no fígado.
○ Armazenamos glicogênio e não glicose para não aumentar muito a
osmolaridade da célula e levar ao seu rompimento.

3.1.2 Homopolissacarídeos de função estrutural

3.2 HETEROPOLISSACARÍDEOS

● Celulose
○ Monômero: D-glicose.
○ Parede celular de plantas.
○ Fibroso, linear e não ramificado.
○ Ligações do tipo 𝛃1→4
■ Humanos possuem enzimas para degradar ligações 𝛂1→4,
presentes no glicogênio e no amido. Assim, não conseguimos
digerir a celulose.
● Quitina
○ Monômero: N-acetilglicosamina.
○ Fibrosa, linear e não ramificada.
○ Exoesqueleto de artrópodes.

3.2.1 Heteropolissacarídeos de função estrutural

● Peptidoglicano
○ Monômeros: N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico.
○ Componente rígido da parede bacteriana.
○ Lisozima das lágrimas e da saliva atacam as ligações 𝛃1→4.
○ Alguns antibióticos atacam a formação das ligações cruzadas entre as
cadeias.

3.2.2 Glicosaminoglicanos (GAGs)

● Estão presentes na matriz extracelular (MEC).


● Polímeros lineares de unidades de dissacarídeos repetidas.
● Exclusivos de animais e de bactérias.
● Sempre está presente N-acetilglicosamina ou N-acetilgalactosamina. O outro
muitas vezes é um ácido urônico, geralmente ácido D-glicurônico ou ácido
L-idurônico.
● Ácido hialurônico
○ Resíduos alternados de ácido D-glicurônico e N-acetilglicosamina.
○ Componente lubrificante do líquido sinovial.
○ Componente gelatinoso do humor vítreo dos olhos.
○ Componente da matriz extracelular de cartilagens e tendões (auxilia na
resistência à tensão e na elasticidade).
● Condroitin-sulfato: auxilia na resistência à tensão em cartilagens, tendões,
ligamentos, etc.
● Dermatan-sulfato: auxilia na flexibilidade da pele.
● Queratan-sulfatos: presente em chifres, cabelos, cascos, unhas, garras.
● Heparan-sulfato: sua forma altamente sulfatada, chamada de heparina,
quando purificada, é usada como importante anticoagulante, devido a sua
capacidade de se ligar a antitrombina.

4 GLICOCONJUGADOS

● Definição: carboidrato covalentemente ligado a uma proteína ou a um


lipídeo.
● Proteoglicanos: presentes na superfície celular ou na matriz extracelular,
composto de uma ou mais cadeias de glicosaminoglicanos sulfatados
covalentemente unidas a uma proteína de membrana ou a uma proteína
secretada.
● Glicoproteínas: proteínas que contêm um ou alguns oligossacarídeos de
complexidades variadas a elas unidos covalentemente.
● Glicoesfingolipídeos: componentes da membrana plasmática cuja cabeça
hidrofílica é um oligossacarídeo.

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