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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

- PROJETO EXPERIMENTAL I –

TETO BRASIL

BEM BOLADO COMUNICAÇÃO CRIATIVA

Álvaro José da Silva Borge RGM 20420293


Alyne Braga RGM 20594526

Amanda Braga RGM 20594518

André Bomfim dos Santos RGM 20050143

Jerusa Pereira Tostes RGM 23339381

Naiara Cristina Castro RGM 20002173

Nayara Fernanda Dornas RGM 20193912

Silvia Souza Salazar RGM 22075470

Vinícius Filter de Andrade RGM 21452393

Entrega parcial do Projeto Experimental I em Publicidade, apresentado como requisito parcial


de avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso de Publicidade e Propaganda da
Universidade Cruzeiro do Sul.

DEFINIÇÃO DA AGÊNCIA BEM BOLADO


1 - DEFINIÇÃO DO CLIENTE

PROCESSO DE ESCOLHA

1.1 Brainstorming

Iniciamos o processo de escolha por meio de nossa primeira reunião realizada em


vinte e três de fevereiro de dois mil e vinte e um, onde o grupo em concessão decidiu realizar
a escolha do tema do projeto e do Cliente através de uma dinâmica exploratória de ideias.
Diante disso, realizamos pesquisas e exploração de temáticas que cada integrante
apontou como relevantes. E assim, em três de março de dois mil e vinte um, criamos um mapa
mental por meio da ferramenta Lucidchart para reunirmos todas as informações e
organizarmos todas as sugestões de temas e clientes apontadas.
Após essa organização, discutimos sobre todos os clientes elencando características
que julgávamos necessárias para nosso trabalho. Portanto, priorizamos os finalistas por meio
de uma análise de negócios de cada cliente, a trajetórias e história de cada um, assim como as
oportunidades que teríamos para desenvolver uma campanha que fosse relevante.
1.2 – Finalistas

Após essa etapa inicial, começamos as discussões para elegermos qual Cliente
trabalhar. Os finalistas foram as empresas CVC, Natura e a ONG TETO. Diante dessas três
possibilidades, elegemos prós e contras para a escolha.

1.3 - Pesquisa exploratória

Cada integrante ficou com a tarefa de pesquisar sobre os finalistas, com base nos
seguintes critérios:

● Relevância que essa nova Campanha traria a empresa (positivo, neutro ou

negativo);

● Nível de complexidade na busca de informações da organização/produto

escolhido;

● Impacto de bem estar: se o projeto seria apenas comercial ou se poderíamos

trabalhar algum tema ambiental, social etc

1.4 - Escolhido
Ao finalizar o levantamento dos dados apresentados e discutidos, elegemos o Cliente
ONG TETO ( https://www.techo.org/brasil/ ) como escolha final de nossa agência. Ela se deu
por vários pontos, a saber os principais: se tratar de uma ONG que desenvolve um trabalho
voltado para a superação da pobreza em comunidades precárias por meio do voluntariado de
jovens, é um cliente que foge de um padrão esperado para o trabalho a ser desenvolvido, se
trata de um cliente que necessita de mais visibilidade e reconhecimento.
A escolha do cliente foi feita em oito de março de dois mil e vinte, por meio do que já
apresentado, da apresentação das pesquisas e pontos chaves de cada integrante.
Além desses pontos, o fator decisivo para a escolha, foi nossa identificação com o
caráter social da instituição, que tem em sua home, a sua missão: “Por uma sociedade justa
e sem pobreza. ”

Site da Teto
Fonte: ( https://www.techo.org/brasil/ )

Acreditamos no trabalho social da TETO, e entendemos que, o nosso PEX, poderá


contribuir com uma campanha consistente para a ampliação do Brand Awareness e
consequentemente, alcançarem mais voluntários e melhorarem as doações, que são tão
importantes para que o projeto continue.

1.5 - JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

Ao analisarmos o Cliente ONG TETO, nos identificamos com a missão, valores e


ideias que a organização se baseia e defende, como por exemplo, o trabalho de base
comunitária, o que reflete em nossos próprios parâmetros como agência, pois se encaixam na
identidade do que queremos. Além disso, nossa escolha também se partiu por observarmos
que o nosso cliente, de modo não generalista, tem um déficit de visibilidade por outras classes
de público target, além daquele que já é de seu segmento.
Também queremos desenvolver por meio dessa campanha, o trabalho social
desenvolvido pela TETO, com o intuito de dar mais visibilidade ao nosso cliente em seu
trabalho de superar a pobreza em que vivem milhões de pessoas nas comunidades precárias,
por meio do engajamento comunitário e da mobilização de jovens voluntários que podemos
alcançar com nosso trabalho.
A ONG TETO é mais do que construir casas, ela proporciona ao desenvolvimento
comunitário em suas ações contínuas. Assim, seus princípios foram norteadores para a
escolha como vencedora.
Acreditamos que projetos sociais são uma forma de exercitar visões de mundo e como
podemos agir na prática diante disso, além do mais, a oportunidade de trabalhar com esse
projeto seria uma experiência enriquecedora pessoal e profissional para cada um dos
integrantes, ultrapassando desta forma o âmbito acadêmico.

2 - BRIEFING

2.1. Fato principal

De acordo com a Agencia Nacional, a pandemia aprofundou os problemas estruturais


de vários locais, principalmente na América Latina, com os altos níveis de informalidade, de
baixo nível de produtividade, de desproteção social, projetando, dessa maneira, a urgência de
se arrecadar fundos para ajudar as regiões mais necessitadas a enfrentarem esse problema.
Sendo assim, o fato principal de nossa campanha, é o fomento da consciência coletiva
para prover doações e recursos, sejam materiais ou financeiros para diminuição desse número
alarmante. Temos que produzir maneiras de arrecadar fundos para auxiliar a ONG TETO a
continuar seu trabalho social tão importante.

2.2. Problemas que devem ser resolvidos

É sabido que os recursos de uma Organização não Governamental, provém, em sua


maioria de doações. Porém, com o agravamento da crise econômica no país, em especial
durante a Pandemia do COVID-19, houve uma diminuição das doações, muito em função da
perda de empregos e redução de renda dos doadores.
Em contrapartida, o aumento de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza triplicou
de acordo com a FGV em estudo divulgado pela CNN Brasil.

A pandemia da covid-19 levou ao aumento dos índices de pobreza e de pobreza


extrema na América Latina no ano passado, De acordo com o relatório Panorama
Social da América Latina 2020, (...) divulgado pela Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal), a taxa de pobreza extrema atingiu 12,5% da
população e a de pobreza, 33,7%.

Diante desse cenário do país, a captação de recursos para ONGs também diminuiu
bastante, seja financeiro e/ou material. E de acordo com esse novo cenário e nas novas
configurações do mundo, faz-se necessário pensar e criar uma campanha para motivar e
mobilizar as pessoas no engajamento das causas defendidas pela TETO.
Por isso, acreditamos que o primeiro passo a ser dado, seria organizar uma campanha
para a sensibilização do público-alvo, criando a empatia, e para tal, faremos uma companhia
para captar recursos para a ONG TETO.
3. EMPRESA E SEUS PRODUTOS

3.1 Histórico1

Foi através da indignação de um grupo de jovens no Chile em 1997 que se iniciou


oficialmente a Fundação “Um Techo para o Chile (Um teto para o Chile)”, essa indignação se
dava pela situação difícil e injusta da pobreza em que milhões de pessoas viviam no Chile,
após um terremoto, esses mesmos jovens chegaram à conclusão de que não adiantava
reconstruir partes da comunidade se estas pessoas não tinham onde morar, dando origem
assim a Organização.
Em 2001, esta iniciativa se expandiu para a América Latina, onde esta experiência é
compartilhada e replicada por 19 países, entre eles a Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia,
Costa Rica, Peru, Colômbia, El Salvador, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti,
Honduras, Paraguai, Republica Dominicana, Venezuela e México.
Em 2007, a organização se estabelece formalmente no Brasil, com sede em São Paulo,
e segue com aberturas nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A TETO tem como fator principal oferecer dignidade e moradia para as comunidades
mais precárias em toda América Latina, assim como ela atua também na promoção de ações
de educação com moradores das comunidades e na formação crítica de voluntários, com ações
transformadoras e de grande impacto social, pois acreditam que a chave para a transformação
é o trabalhar em conjunto, por acreditarem na troca de experiências entre o voluntariado e a
comunidade em um engajamento para uma sociedade mais justa e igualitária.
A TETO Brasil é uma associação civil de direito privado sem fins lucrativos,
independente e apartidária, sem qualquer ligação com os governos ou partidos políticos.

3.1.2 Missão
• Trabalhar com determinação nas comunidades precárias para superar a pobreza através da
formação e ação conjunta dos moradores e moradoras, jovens voluntários e voluntárias e
outros atores.

1
Todas as informações foram retiradas diretamente do site da TETO.
https://www.techo.org/brasil/?gclid=CjwKCAjwvMqDBhB8EiwA2iSmPOkqfScjNQDuswvBGIl4CfZi7kFj0iq
KLR6j_RJyxpo9g14TPn5A0RoCFgEQAvD_BwE
3.1.3 Visão
• Uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza em que todas as pessoas
possam exercer plenamente seus direitos e deveres e tenham oportunidades para desenvolver
suas capacidades.

3.1.4 Valores
• Solidariedade, Convicção, Diversidade, Otimismo e Excelência.

3.1.5 Propósitos
• Superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas nas favelas mais precárias.
• Formar jovens voluntários através do vínculo com os moradores das comunidades.

3.2. Estrutura organizacional

3.2.1 Organograma

O TETO Brasil possui uma matriz nacional, além de cinco escritórios locais
responsáveis pela operação.

Imagem 1
Fonte: (https://www.techo.org/brasil/governanca/)

3.3 Conselho Diretor e Fiscal


3.3.1 Conselho Diretor

Gestão 2017/2019: Paulo Gaio de Castro Júnior – Diretor Presidente; Cláudio


Emanuel de Menezes – Diretor Vice-Presidente; Roberto Kutschat Neto – Diretor Tesoureiro;
Matías Speranza Anesetti – Membro Nato; Fernanda Lima e Silva – Diretora; Patrícia
Hermont Barcellos G. Madeira -Diretora

3.3.2 Conselho Fiscal

Gestão 2017/2019: Bruno Tataren; Denise Louzano; Henrique Chan; Ítalo Santos;
Jaqueline Bonny Cariz; Leonardo Príncipe.

3.4 Produtos e serviços

O produto oferecido pela Organização TETO Brasil, refere-se a um serviço à


comunidade, através da construção dos projetos de moradia e de desenvolvimento de habitat
nos quais são projetos voltados para as comunidades em situações mais precárias, com a
finalidade de melhorias habitacionais, contando sempre com uma metodologia participativa
da comunidade beneficiadas e seu voluntariado, do qual é atingido também pela formação
crítica de trocas de experiências, como uma forma de cidadania ativa e comprometida com a
transformação social e a democracia.

3.5 Modelo de trabalho

Como início a Organização TETO Brasil realiza o mapeamento das favelas que se
encontram em maior situação de vulnerabilidade nas regiões em que atuam, e através da
Gestão comunitária segue com a entrada de voluntários em territórios precários, onde
aplicam uma enquete de caracterização socioeconômica para gerar um diagnóstico,
identificando características, condições e vulnerabilidades desta comunidade, neste meio
tempo é incentivado a liderança de moradores, para que assim ocorra a participação da
comunidade em todo o processo e é através de assembleias de diagnóstico participativo
comunitário que é identificado as necessidades que desejam transformar e assim priorizar
coletivamente quais iniciativas serão desenvolvidas.
Em conjunto entre a TETO e a comunidade formam uma mesa de trabalho, um espaço
periódico onde é articulado e validado tudo o que foi observado no diagnóstico comunitário
participativo, onde definem um plano de ação, com seus respectivos tempos, redes, recursos e
responsáveis para alcançar os objetivos propostos.
Uma vez elaborado o plano de ação, a dinâmica da mesa de trabalho tem por objetivo
gerir as iniciativas, articular com as redes e se comunicar com toda a comunidade.
A partir da validação do diagnóstico, são colocados em prática os projetos e
atividades, com foco nos principais pilares estratégicos da Instituição, que são: promover o
desenvolvimento da comunidade, promover a conscientização e ação social, incidência em
política e desenvolvimento institucional.

3.6 Projetos e Atividades

● Programa de moradia de emergência: O Objetivo é atender as famílias que


se encontram em situação de extrema urgência, oferecendo em um curto período de tempo um
abrigo digno e impactar profundamente o desenvolvimento dessa família. São casas pré-
moldadas em madeiras, construídas com financiamento coletivo pelas redes sociais e
implantadas com uma rede de voluntários em parceria com os próprios moradores das
comunidades beneficiadas - São módulos pré-fabricados em madeira, com em média 18
metros quadrados, a construção é modular, construídas na maioria das vezes em um final de
semana ou em 2 dias, com um valor simbólico de mais ou menos R$ 7.000,00.
● Melhoria nos acessos: Como pavimentação de vielas e escadarias,
qualificação de espaço públicos, com hortas e sedes comunitárias e revitalização de praças e
quadras.
● Infraestrutura Urbana: Como coleta e distribuição de água potável, sistemas
individuais e coletivos de esgoto e iluminação pública.
● Atividades de Empoderamento legal das comunidades: Com foco no direito
à moradia adequada e no direito à cidade. São realizadas oficinas territoriais e de
empoderamento legal, assistência jurídica gratuita e pesquisas sobre a situação jurídica do
terreno em que as comunidades estão localizadas.
O ano de 2020 surge com um novo, inesperado e grave cenário mundial causado pelo
surgimento de um novo Vírus, chamado Covid-19. Esta pandemia traz consigo consequências
drásticas e ainda desconhecidas, mas, com impactos negativos, principalmente no social,
diante disso a Teto Brasil teve que revisar seus focos e modelos de trabalho para minimizar o
estado de vulnerabilidade e sofrimento que estas comunidades já se encontravam antes da
pandemia.
A organização tem certeza de dois fatos - O aumento da fome no Brasil e uma
recuperação lenta e difícil das favelas precárias. Para consecução de seus objetivos e solução
dessas infraestruturas a Teto se baseia nestes três pilares: acesso à água e saneamento básico,
Segurança alimentar e combate à fome e formação comunitária. Construindo em apenas 05
meses dezenas de projetos.
Com base nos Pilares do ano de 2020 segue os projetos e Atividades:
● Campanha emergencial - #PorUmaQuarentena MaisJusta (foi o primeiro
passo da atuação) - levou água, kits de higiene e cestas básicas a famílias em situação de
vulnerabilidade.
● Lavatórios comunitários - Visam incentivar a higiene das mãos no acesso à
comunidade, evitando a contaminação externa, principalmente das pessoas que não possuem
água. - 63 pessoas beneficiadas a cada 200 litros de água captada.
● Refeitório comunitário- Ajudando na alimentação dessas pessoas com
dificuldades em comprar alimentos - 40 pessoas beneficiadas por ciclo de refeição.
● Hortas comunitárias- Este projeto facilita a autossuficiência, com redução de
gastos com alimentação e uma dieta mais saudável e nutritiva, ligado a segurança alimentar. -
180 pessoas beneficiadas a cada colheita.
● Estações de captação de água da chuva- projeto de captação e
armazenamento de água para promover a higiene das famílias. Também pode abastecer sedes
comunitárias, para beneficiar mais pessoas. - 06 Pessoas beneficiadas a cada 1000 litros de
água captada.
● Sedes Comunitárias - Além de um importante espaço de participação e
organização dos moradores nas comunidades, no contexto da pandemia, as sedes podem ser
usadas como posto de triagem e/ou espaços de isolamento de suspeitos de Covid - até 40
pessoas beneficiadas por atividades.
● Banheiros modulares com biodigestores - Projeto de saneamento básico com
tratamento local, cujo objetivo é diminuir os riscos de contaminação por covid-19, doenças
gastrointestinais e infecções. O projeto pode ser adaptado para uma unidade familiar ou para
uso coletivo. 05 pessoas beneficiadas por unidade familiar- 50 pessoas beneficiadas por
unidade coletiva.
● Formação comunitária - são espaços para rodas de conversas, workshops ou
encontro de mesas de trabalho e que promovem a reflexão e o debate sobre todas as
atividades, dentro e fora das comunidades, fortalecendo assim suas experiências, criando um
senso de comunidade, de criatividade e solidariedade.

Imagem 2

Fonte: (https://www.techo.org/brasil/governanca/)

Imagem 3

Fonte: (https://www.techo.org/brasil/governanca/)
Para financiar os projetos comunitários e também zelar pela sustentabilidade financeira da
Teto Brasil, o FunTeto (é um fundo da própria organização, cujo objetivo é financiar projetos
comunitários de curto prazo) adota uma metodologia que direciona 70% dos recursos
recebidos para os projetos e os outros 30% para custos administrativos da organização, como
gastos com escritórios e da equipe contratada. É importante reforçar que um dos pilares da
atuação é a transparência.

3.7 Contam com parcerias

● Amigos do Teto: São doadores recorrentes apoiando-os

financeiramente, esse apoio gera sustentabilidade e autonomia para planejar a longo prazo e
ampliar o trabalho nas comunidades, contam com o marketing digital para chamada de
doação, fortalecendo assim a marca.

● CrowdFunding - A campanha Embaixadores: foi criada em 2016 para financiar a maior

construção da Teto: As atividades de julho. Desde então, anualmente a campanha é


responsável pela viabilização dessas atividades em um esforço compartilhado entre
voluntários ¨embaixadores¨, que mobilizam suas redes durante 45 dias para garantir as
metas de arrecadação.

● Voluntario corporativo: É uma ferramenta de impacto triplo que gera valor a sociedade, a

empresa e seus funcionários. São empresas que querem participar da transformação social
e se comprometem com o trabalho em campo compartilhando experiências com as
comunidades.

● Parcerias Estratégicas: As empresas doam produtos e serviços à Teto Brasil como:

materiais e ferramentas.

● Empresa Amiga da Teto: Para empresas de pequeno e médio porte dispostas a fazerem

doações recorrentes.

● O Voluntariado: Pontual - participando das atividades massivas realizadas nas

comunidades em que trabalham. Ex: construção de Moradias emergenciais.

● Permanente- Desenvolvendo projetos de no mínimo 06 meses em diferentes projetos em

comunidades precárias ou nas áreas de suporte da Teto.


● Colégios e Universidades- Colégios, universidades ou organizações estudantis também

podem fazer uma parceria e colaborar com o trabalho da Teto.

4. A força de vendas e a distribuição de produtos

As ONGs têm um papel muito importante e proporcionam um impacto muito relevante


para a sociedade por defenderem causas sociais, ambientais, e além disso, são parceiras de
empresas e de governos o que ajuda na geração de empregos em diversas áreas.
De acordo com o site do instituto Ramacrisna, observando os últimos dados do IBGE,
relativos ao ano de 2016, existem 237 mil ONGs no Brasil. “De acordo com a pesquisa, a
maior parte dessas entidades está localizada nas regiões Sudeste (48,3%) e Sul (22,2%). Em
seguida aparecem Nordeste (18,8%), Centro-Oeste (6,8%) e Norte (3,9%)”. (INSTITUTO
RAMACRISNA)
A ONG TETO, segundo o site UOL, já construiu no Brasil, desde 2007, mais de 4 mil
moradias emergências no país. Mas, a ONG não se limita somente em construir casas, o
projeto da ONG, além das construções, é fortalecer

O desenvolvimento comunitários com protagonismo dos moradores. Um dos


primeiros aprendizados é que não dá para transformar a realidade de uma
comunidade pobre sozinha. Por isso, em mais de dez anos atuando no Brasil, a
TETO mobilizou mais de 55 mil voluntários para a causa. (BRITTO, 2019)

Além do Brasil, a organização está em 19 outros países da América Latina e “recebeu


mais de 1 milhão de jovens voluntários, com mais de 7 mil trabalhando permanentemente
com as comunidades precárias.” (BRITTO, 2019)
No Brasil, atualmente, atua em cinco estados, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia,
Paraná e Minas Gerais. Ao todo, a ONG trabalha com 34 comunidades de forma contínua e
ainda realiza outros 37 projetos de infraestrutura como “construção ou reforma de centros
comunitários, espaços de lazer, revitalização de ruas ou mesmo mutirões de limpeza de lixo.
Essas ideias são construídas com os moradores em busca de soluções concretas para os
principais problemas.” (BRITTO, 2019)
Inicialmente quando atuava apenas em São Paulo, entre os anos de 2007 a 2013, a
TETO contava com uma metodologia participativa, e compreendeu que era necessário sair do
modelo padrão, pois todo processo de construção costuma durar três meses, incluindo o
diagnóstico da comunidade, muito diálogo, análise e mesa de trabalho com os moradores para
se definir quais necessidades e prioridades locais. Segundo o site UOL, “Em um fim de
semana podem ser construídas até 50 casas no padrão de 18 m², ao custo de R$ 7 mil cada.
Para cada casa é preciso o engajamento de 10 voluntários, dois voluntários com mais
experiência e a participação da família.” (BRITTO, 2019) Mas é necessário levar em conta o
contexto social local, fazendo as adaptações locais, como por exemplo, as favelas brasileiras
que possuem uma “densidade e pouco espaço disponível exigem que as casas emergenciais
diminuíssem ainda mais o tamanho, passando para 15 m². Os materiais também podem variar,
de acordo com disponibilidade de insumos e do clima.” (BRITTO, 2019)

5. Concorrentes

Existe uma crença difundida de que as ONGs, por não terem um propósito comercial,
não concorrem umas com as outras. Porém, segundo Magretta (2003), todas as organizações
possuem concorrentes, mesmo as organizações sem fins lucrativos. Para o autor, no setor
social as causas e organizações concorrem pelos recursos dos doadores e pelo tempo dos
voluntários. Nessa perspectiva, incluímos como concorrentes diretos outras ONGs que
também abraçam a causa da pobreza e falta de moradia. E como concorrentes indiretos,
aquelas que trabalham por causas mais diversas.

5.1 Principais concorrentes diretos

Após uma pesquisa e análise de dados nos sites Habitat para a Humanidade Brasil,
Construide e Moradia e cidadania, podemos inferir que os concorrentes da ONG TETO são:
a. HABITAT BRASIL: organização global sem fins lucrativos, que também tem
a moradia como causa. Está no Brasil há 25 anos e atua em 11 estados, tendo impactado a
vida de mais de 76 mil pessoas. Site:
b. MORADIA E CIDADANIA: tem origem em um movimento social organizado
por funcionários da Caixa. Seu quadro de associados é aberto a pessoas físicas de qualquer
natureza e procedência. Não possui fins lucrativos e atua em todos os estados brasileiros.
c. CONSTRUIDE: Fundada em 2017 por um grupo de jovens que desenvolviam
uma missão humanitária no interior do Piauí. De lá para cá, foram 35 obras realizadas, 7181
pessoas beneficiadas e 2348 voluntários inscritos. Atua em 3 estados brasileiros (Goiás,
Sergipe e São Paulo) e usa o apelo “construa uma casa por R$ 19,90” para conquistar
doadores fixos. Comercializa também produtos personalizados, como camisetas e sacolas, em
uma loja virtual.
5.2 Concorrentes indiretos

Consideramos todas as organizações sem fins lucrativos que disputam recursos de


doação e tempo de voluntariado. Segundo dados do Mapa das ONGs (IPEA), existem hoje
mais de 750 mil ONGs ativas no país. O que demonstra a necessidade de uma comunicação
eficaz para atrair atenção e interesse de doadores e voluntários, bem como a visibilidade e
reconhecimento da sociedade em geral.

6. O Mercado

O Setor de atuação na TETO se refere às atividades de Associações à defesa de


direitos humanos. Diante disso, a partir da urgência vivenciada pelas comunidades precárias
por moradia, a ONG se “mobilizou massivamente para construir moradias de emergência em
parceria com as famílias que vivem em condições inaceitáveis e a investir sua energia
procurando soluções concretas para os problemas enfrentados diariamente pelas famílias.”
(SITE TETO)
E podemos definir como sua linha de Produtos/serviços como o desenvolvimento
comunitário, consciência e ação social, incidência política e habitação.
De acordo com o site da TETO, a ONG está no mercado da construção de moradias
para comunidades, e através dos números referentes ao ano de 2019, a ONG construiu 3.400
moradias, portanto, ocupa parte do mercado de construção civil.

Imagem 4

Fonte: https://www.techo.org/brasil/transparencia
Ainda segundo o site oficial da TETO, a organização se mantém por meio de doações
e parcerias, o que também permite sua permanência no mercado da construção, e auxilia nos
trabalhos e projetos voltados às comunidades e as pessoas que fazem parte delas.

Imagem 5

Fonte: https://www.techo.org/brasil/transparencia/
7. O consumidor e o público-alvo

Ao abordar esse item, podemos inferir que o consumidor da ONG TETO são favelas e
comunidades mais precárias e que o público-alvo são jovens com disponibilidade de 6 a 8
horas semanais, empresas de pequeno, médio e grande porte.

8. A comunicação e a pesquisa

A Teto utiliza dados do CKAN como base para criar, gerenciar e publicar índices de
pobreza. Além de ter um portal que disponibiliza acesso a esses dados. Uma das pesquisas
mais marcantes da Teto foi: “Teto é mais do que casa” produzido pela 02 filmes em 2015 que
visa tornar a pobreza tão famosa quanto os rostos e nomes de quem protagoniza a campanha.

9. Objetivo de Mercado
• Gerar reconhecimento da marca;

• Aumentar o volume do Plano mensal de Doação AMIGOS DO TETO de


R$ 425.948,00 (referência de 2019) para R$ 500.000,00, para recompor a
defasagem durante os anos.

10. Objetivo de comunicação

• Fazer com que mais pessoas conheçam o trabalho que a ONG desenvolve;

• Estimular o interesse de mais jovens para o voluntariado.

11. Meios mais recomendados

Analisando os meios disponíveis, observamos que os mais indicados para a proposta são:
• Redes sociais (Instagram/ Facebook/ Twitter/YouTube/ (Grande
meio de interação).
• Influenciadores digitais (alto poder convencimento).
• E-mail marketing (recurso direto com um custo relativamente baixo).

12. Obrigatoriedades e limitações impostas por leis ou pelo cliente


Como forma de endossar a seriedade da instituição, é desejável mencionar que a Teto
é membro afiliado da Accountable Now, uma auditoria internacional de Organizações de
Sociedade Civil. A menção pode vir em forma de selo, com “membro afiliado” mais logo
Accountable Now e sempre que possível, indicar também links para: saber mais/efetuar
doações / tornar-se voluntário.

13. Compromissos dos clientes

Por Compromisso do Cliente, podemos dividir em duas partes, sendo a primeira


Compromissos de Mídia e a segunda, Compromissos de Criação.
No que diz respeito a Compromissos de Mídia, visto que a ONG TETO trabalha
majoritariamente com campanhas em canais digitais, a utilização de painéis e luminosos foi
considerada quase nula nos últimos anos. Não encontramos nenhuma evidência recente que
comprove a utilização desses meios, nem contratos com agências de Mídia out-of-home
(OOH). Por se tratar de uma organização sem fins lucrativos, a TETO não trabalha com mídia
de patrocínio.
Todo o compromissos de criação da TETO envolvem seu objetivo de existir, sua
missão e visão, que tem como objetivo o trabalho em comunidades carentes, para a o apoio a
promoção do desenvolvimento de comunidades em situação de extrema pobreza, sempre
denunciando a situação precária dessas pessoas, visando “uma sociedade mais justa,
igualitária, integrada e sem pobreza em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus
direitos e deveres e tenham oportunidades para desenvolver suas capacidades.” (TETO,
2021).

14. Eventuais problemas ou falta de informações

Na eventualidade de falta de informações, o meio de comunicação mais acessível da


organização, atualmente, tem sido o e-mail, visto que o canal de mensagem direta nas redes
sociais tem a função de SAC 2.0, ou seja, apenas com interessados em voluntariado e
doações.

15. Período de veiculação


Definimos que o período ideal para a veiculação da campanha iniciaria a primeira fase
(lançamento) em Novembro de 2021 até Janeiro de 2022, após as festas de fim ano. Depois
desse período, iniciaríamos a fase de sustentação, que se estenderia até o final do ano, visto
que trata-se de uma campanha relacionada a doações recorrentes em um Plano Mensal.

16. Verba

A verba geral disponibilizada para a Campanha é de R$ 300.000,00.


A verba disponível: USD 10.000 + R$ 175. A verba disponível em mídia será USD 10.000 +
R$ 175 (por mês). O valor em dólares é o crédito que o Google disponibiliza para ONGs. O
valor de R$ 175 é referente ao plano de contratação da plataforma de e-mail marketing da
Locaweb, este plano é o mais completo que a empresa disponibiliza.
Parceria com influenciadores digitais não haverá custo, os influenciadores serão
voluntários parceiros da TETO.
Não haverá investimento pago em mídias como Facebook Ads, Instagram Ads,
Twitter Ads, YouTube Ads e outras plataformas pagas. Grande parte do nosso trabalho será
com foco no orgânico.

3 - ANÁLISE DE MICROAMBIENTE E MACROAMBIENTE

3.1 MICROAMBIENTE

3.1.1 Clientes

A ONG TETO tem como principal cliente a comunidade precária, que é definido pela
ONG como um conjunto de um mínimo de 8 famílias agrupadas ou contíguas, onde mais da
metade da população não tem título de propriedade sobre a terra, nem acesso regular a pelo
menos dois dos serviços básicos: água corrente, energia elétrica com medidor doméstico e/ou
saneamento básico através da rede de esgoto regular.
A América Latina, constitui-se como a região mais urbanizada e desigual no mundo,
onde 104 milhões de pessoas vivem em comunidades precárias. Aqui, 1 em cada 4 habitantes
de áreas urbanas vive em uma comunidade, moradia ou acampamento em situação de
pobreza. Embora não sejam invisíveis, essas populações devem resistir por seus próprios
meios, com a constante violação de seus direitos e o teste exaustivo de sua capacidade de
resiliência. E 14,83 milhões de pessoas estão em situação de extrema pobreza no Brasil.

3.1.2 Fornecedores

A ONG conta com Parcerias Estratégicas, em que empresas doam produtos e serviços
ao TETO. Além dos painéis e das fundações das casas, o TETO precisa levar também as
ferramentas que serão utilizadas na montagem das casas.
O coordenador de insumos construtivos do TETO cuida do armazenamento e da
manutenção de materiais como escavadeiras, alavancas, trados, pregos, serrotes, tintas,
mangueiras de nível e equipamentos de proteção individual.
Ele é responsável por fazer a cotação de preço e acionar os parceiros. Em 2018,
contaram com passagens da Azul Linhas Aéreas, todo fornecimento de pregos pela Gerdau e
tintas e manta térmica pela Sika. Há também diversas empresas que fornecem seus serviços,
como agências de comunicação e escritórios jurídicos, parceiros imprescindíveis para a
execução do trabalho da ONG (SITE TETO). E, portanto, alguns desses parceiros são Azul
Linhas Aéreas, Coral, Gerdau, Kzas, entre outros.

3.1.3 Colaboradores

Os colaboradores da TETO Brasil são formados por jovens voluntários/as,


moradores/as de comunidades precárias do Brasil, e recrutados pela empresa.
Visto que consideram-se voluntários aqueles que movidos por interesse pessoal e
espírito cívico, dediquem parte do seu tempo, sem remuneração alguma às atividades da
ONG. No último ano foram 55.000 voluntários mobilizados.
No ano de 2016 a TETO disponibilizou um manual de integração, com o intuito de
avaliar as características dos voluntários e propor algumas sugestões de comportamento, bem
como: disciplina, pontualidade, respeito, etc.
Na TETO o colaborador tem a possibilidade de trabalhar dentro das equipes fixas de
comunidade, nas equipes fixas do escritório e pontualmente nas atividades massivas
promovidas pela organização. Sendo que todas podem proporcionar experiências para um
trabalho remunerado no futuro, bem como reconhecimento por um grupo social.
A ONG utiliza do site vagas.com.br para publicar cargos disponíveis para
recrutamento, sejam elas remuneradas ou não.
3.1.4 Comunidade

A comunidade é formada pelos envolvidos com todo o processo da TETO. Temos,


diante disso, os voluntários, o moradores das comunidades atendidas, os representantes de
entidades, a imprensa, os patrocinadores.
• Voluntários: integrantes da ONG, responsáveis pela realização das campanhas
e ações realizadas. Dessa forma, homens e mulheres adultos, de 18 a 60 anos, de qualquer
classe social, que estejam dispostos a auxiliarem a ONG com seus conhecimentos
profissionais, experiências vividas, ou que simplesmente queiram fazer o bem através de
atividades que possam ser úteis à Organização.
• Moradores das comunidades atendidas: a TETO busca uma relação de parceria
e escuta com os moradores das comunidades em que atua, promovendo o diálogo entre esses
moradores e os voluntários. Do momento em que a TETO decide intervir em uma
comunidade, uma equipe da ONG passa a conviver com seus moradores, colocandoos como
parte ativa do processo de intervenção. Os planos de trabalho são construídos a partir do
diálogo constante entre voluntários e colaboradores.
• Representantes de entidades: diretores e professores de entidades assistenciais
pela ONG e todas as famílias que vivem em situação de extrema pobreza, líderes
comunitários, voluntários (principal força bruta de trabalho) que são divididos em pontuais e
fixos, a maioria jovens estudantes universitários de 18 a 30 anos, parceiros, apoiadores,
entidades privadas e a própria sociedade de um modo geral.
• Imprensa: mídia local que gera conteúdos espontâneos esporadicamente,
divulgando os trabalhos realizados.
• Patrocinadores: Empresas e financiadores da classe A-B, que tenham
capacidade financeira e que se preocupam em ajudar organizações com responsabilidade
social com o objetivo de ajudar ao próximo. Esse auxílio é realizado através de um aporte
financeiro à Organização para custear as atividades e ajudar a ONG a prestar um serviço de
melhor qualidade. Dessa forma, são empresas que apoiam os trabalhos da ONG, seja de
maneira financeira ou com materiais.

3.2 MACROAMBIENTE
3.2.1 Econômico

A América Latina é o país mais desigual do mundo com 104 milhões de latino-
americanos vivendo em extrema situação de pobreza em comunidades precárias. No Brasil, há
mais de 14 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza. Segundo o último balanço
divulgado pelo Ministério da Cidadania, a renda per capita para famílias em situação de
extrema pobreza é de até R$ 89 para famílias que vivem na miséria no Brasil.

● Renda per capita de R$ 0,00 até R$ 89,00: 14.058.673 (47%)


● Renda per capita de R$ 89,01 até R$ 178,00: 2.877.099 (10%)
● Renda per capita de R$ 178,01 até 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.265.934
(21%)
● Renda per capita acima de 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.532.908 (22%)

O número de famílias em extrema pobreza no Brasil em outubro de 2020 - 14.058.673


- é o maior desde dezembro de 2014. A taxa média de desemprego no país atingiu 13,5% em
2020, enquanto em 2019 foi de 11,9%. A pandemia provocou esse recorde de desemprego em
20 estados brasileiros.

3.2.2 Sociocultural

De acordo com o diretor Social da organização TETO, Julio Lima em entrevista para o
Site UOL:
No Brasil, mais de 28 milhões vivem em situação de pobreza. O TETO considera o
direito a moradia um direito central e fundamental para a garantia dos demais
direitos básicos. O simples aumento de renda não garante que uma família deixe de
viver em situação de pobreza. É preciso também ter acesso a condições dignas de
alimentação, saúde, educação, água potável, saneamento e energia elétrica regulares,
asfalto, segurança, representação e liberdade.

Sabe-se que a questão da pobreza está presente desde os países mais desenvolvidos até
os de 3º mundo, e que ela afeta não somente aqueles a qual ela atinge, mas também toda a
sociedade à sua volta. Segundo o Banco Mundial, desde 2005, são consideradas pessoas que
vivem em extrema pobreza, aquelas que ganham menos de US$ 1,25 por dia, e as que vivem
em pobreza moderada como as que ganham entre US$ 1,25 E $ 2 por dia.
Já a ONU, define pobreza como “uma condição humana caracterizada pela privação
crônica ou contínua de recursos, capacidades, escolhas, segurança e poder necessários para
desfrutar de um padrão adequado de vida e de outros direitos civis, culturais, econômicos,
políticos e sociais” (UNITED, 2008 apud KOTLER; LEE, 2010). E são essas as pessoas que a
ONG TETO focaliza. Pessoas pobres, de várias raças, cores, credos que tem em comum a
falta do mínimo para viver.
O ambiente sociocultural ao qual a ONG TETO atua no Brasil, é aquele afetado pela
pobreza e por pessoas que vivem em moradias precárias, sem saneamento, sem água potável,
sem acesso a serviços básicos, sem empregos, sem esperanças, e muita das vezes, ainda sob o
comando de traficantes. Segundo dados do Site PARATI ONG,

No Brasil, o fenômeno de degradação de muitas cidades é bem conhecido. Nos


interstícios ou nas periferias das cidades surgem e crescem naturalmente favelas ou
casas improvisadas, um fenômeno conhecido localmente como favelizacão, ou seja,
a transformação do espaço urbano em favela. As favelas são aglomerados de casas e
barracos que surgiram espontaneamente a partir do final do século XIX na América
Central e do Sul.

Ainda segundo a PARATI ONG, na atualidade, as favelas brasileiras sofrem cada vez
mais com a violência, com o tráfico de drogas e várias outras atividades ilegais, que acabam
afetando as pessoas que vivem lá. Estas estão em busca de identidade, de dignidade, de uma
“vida”. Portanto, as instituições, ONGs que desejam atuar nesses locais, devem estar atentos e
levar em consideração essas questões, assim como também observar a segurança e levar em
consideração que o público alvo são pessoas frágeis, afetadas pela fome, pela violência, pela
falta do básico.

As instituições são obrigadas a levar em consideração, tanto em termos de segurança


do que no desenvolvimento urbano. Os cidadãos que não vivem lá têm abordagens
diferentes. Quem ignora, mesmo no nível de consciência psicológica, que despreza e
está irritado, e aqueles que buscam a operar em termos de ajuda humanitária, muitas
vezes com pouco incentivo ou às vezes são usados como reservatórios de trabalho
de baixo custo para as atividades legais e ilegais. Atualmente estão desenvolvendo
um fenômeno chamado de pacificação, que é na verdade uma espécie de acordo
entre os traficantes de drogas e instituições para manter uma situação suportável. No
Rio de Janeiro existem cerca de 1.200 favelas. Nesta cidade, em especial,
paradoxalmente, as favelas também são um solo muito fértil no plano cultural. Basta
dizer que o famoso Carnaval reúne a maior parte das suas origens nessas áreas,
onde, no início do século XX, começou a criação de escolas de samba. A relação
entre o Carnaval e o povo, delinquência e instituições é altamente complexa, mas o
fato é que é uma realidade cultural muito profunda com raízes antigas e que tem
muitas influências na cultura do mundo de hoje. (PARATI ONG)

Diante a essa realidade e também a realidade atual da Pandemia, a ONG TETO


procura dimensionar e entender todo esse fator sociocultural para atuar de forma a identificar
as características da comunidade e obter informações para adotar medidas eficazes para a
transformação social. A ONG TETO “desenvolve diferentes investigações das principais
cidades e territórios da América Latina, identificando as comunidades precárias, ouvindo sua
população e coletando as informações necessárias para tomar e exigir as medidas necessárias
para transformar essa situação”. (SITE TETO)

3.2.3 Tecnológico

A tecnologia atualmente encontra-se muito presente em nosso cotidiano alterando até


mesmo a maneira de nos comunicarmos. Com isso, as mudanças geradas podem ser vistas em
todos os setores da sociedade, incluindo o social, transformando-se assim em uma grande
aliada do terceiro setor.
Segundo o relatório Global sobre tecnologia nas ONGS, "As ONGS e as organizações
sem fins lucrativos (OSFLS) ao redor do mundo usam a tecnologia para engajar apoiadores e
doadores, se utilizando de internet para se comunicar através de emails, ferramentas de
angariação de fundos online, mídia social, tecnologia móvel e redes sociais". Assim, a
organização TETO utiliza as redes sociais e o site institucional como importantes canais de
comunicação.
Como os projetos necessitam de um grande número de voluntários e participantes, a
organização utiliza frequentemente as redes sociais (principalmente o Facebook) para
divulgação dos eventos além de fotos das construções realizadas e informações referentes aos
mesmos. Sobressaltando assim a importância do uso da comunicação nas redes sociais, a fim
de compartilhar seus ideais e causas com o maior número de pessoas possíveis para assim
promover o engajamento dos mesmos.
A tecnologia na organização TETO não se limita apenas ao uso das redes sociais, a
organização dá exemplo de tecnologia nas habitações Sociais, se utilizando da fabricação
digital, há a fabricação de objetos feitos através de impressoras 3D e tecnologias de corte de
jato d'água, tornando a montagem de habitações mais rápida. Com isso, não apenas trazendo
economia como também promovendo a sustentabilidade.
De acordo com o site TETO, no dia 25 de outubro de 2013 a organização foi
reconhecida pela fundação Banco do Brasil com o certificado que reconheceu o projeto de
casa emergência da organização, como uma Tecnologia Social reaplicável, pela sua inovação
e arrojo, contribuindo pelo envolvimento social de assentamentos precários e melhoria na
dignidade na vida de milhares de famílias no Brasil.
Em 2020, com a pandemia do Novo Coronavírus, a tecnologia digital foi de extrema
importância a quase todos os setores, em meio a uma crise e declaração de emergência de
saúde pública, pois a recomendação, para a população, é de distanciamento social, sendo
indicado e recomendado as operações em home office para todas as empresas e profissionais
que têm essa possibilidade, com a finalidade de evitar aglomerações de pessoas e também a
disseminação do vírus.
Apesar de todos os benefícios citados acima, é importante estar atento a linguagem e
ao conteúdo de informação, eles devem estar adequados ao seu público, objetivando assim os
diversos tipos de comunicação, e de que forma é feita esta abordagem, pois o conteúdo da
informação varia de acordo com o público, pois uma linguagem formal e requintada não
atrairá por exemplo jovens voluntários. Devem também, estar atentos quanto ao uso excessivo
de uma comunicação inteiramente digital, uma vez que essa mesma possui características
apáticas e frias e seguida muitas vezes de falta de respostas e soluções, contrariando o caráter
de humanização e empatia necessários com o público alvo que uma ONG pretende atingir.

3.2.4 Político-Legal

As Organizações Não governamentais (ONGs) correspondem a uma denominação


comum do Terceiro Setor, cujas atividades principais são de interesse social, sem vínculo
governamental e não possuem finalidade lucrativa. Apesar da natureza pública das atividades,
a sua constituição jurídica, na forma de associações, está enquadrada pelo Artigo 44, inciso I
do Código Civil.
Em 2016 entrou em vigor o Marco Regulatório das Organizações de Sociedade Civil
(MROSC) – Decreto Federal n.º 8.726/16 - ampliando as regras e procedimentos da Lei
Federal nº 13.019/14. E a denominação ONG foi substituída, por Organizações de Sociedade
Civil (OSC), termo mais condizente com esses atores de sociedade civil, cuja missão é o
atendimento aos direitos e necessidades da sociedade.
A TETO Brasil está enquadrada como uma Organização de Sociedade Civil, e no
capítulo sobre Transparência em seu último Relatório de Atividades (2020), ela se descreve:

A TETO Brasil é uma organização independente e apartidária, sem qualquer ligação


com governos ou partidos políticos. As nossas doações vêm majoritariamente de
pessoas que acreditam em nosso trabalho e empresas que cumpriram com os nossos
critérios de avaliação prévia.
3.2.4.1 Da regulamentação

Como descreve o Ministério Público do Paraná (MPPR), para regulamentar as


atividades de todo o Terceiro Setor, foram criadas regras e princípios constitucionais, em
razão do caráter social da atividade exercida. Sua conduta deve ser eticamente responsável,
abrangendo seus deveres do bom uso de seus recursos exclusivamente para as finalidades que
declararam possuir, atuar de maneira pública e transparente e observar critérios imparciais e
não discriminatórios com relação aos beneficiários de sua atuação.
Para promover a transparência das informações das ONGs no país, o MROSC também
trouxe inovações em seu artigo 81, institucionalizando o Mapa das Organizações da
Sociedade Civil (https://mapaosc.ipea.gov.br/). Uma plataforma virtual de transparência
pública colaborativa, onde são disponibilizados dados de busca sobre o perfil, atuação e
indicadores das ONGs e as formas na qual estabelecem parcerias com o Estado no território
nacional para distintos públicos, sejam órgãos de defesa de estado ou órgãos de controle,
servidores e administradores públicos, representantes de organizações da sociedade civil,
acadêmicos estudiosos da área, bem como para acesso à informação de cidadãos interessados
em geral.
Sobre o tema transparência e responsabilidade com as regras e leis determinadas, a
TETO (TECHO) descreve em seu site:

O TECHO é um membro afiliado da Accountable Now, uma plataforma intersetorial


para organizações da sociedade civil (OSCs) que operam internacionalmente.
Juntos, nos esforçamos para ser transparentes, receptivos às partes interessadas e
focados em gerar impacto. Assinamos os 12 Compromissos de Responsabilidade de
Padrão Global para a Responsabilidade das OSC e buscamos respeitar os direitos
humanos, ser independentes e trabalhar de forma ética e profissional. (SITE TETO)

De acordo com o Ministério Público, se a organização causar dano indevido a terceiro,


este poderá mover ação judicial para a reparação dos prejuízos. E, se os administradores são
os responsáveis pelos danos causados a terceiros ou à própria entidade, eles podem ser
responsabilizados tanto no âmbito administrativo, cível quanto criminal, quando couber.
Em casos mais extremos, o Ministério Público pode até propor ação judicial para
requerer a extinção da pessoa jurídica.

3.2.4.2 Dos recursos e incentivos fiscais


De acordo com o Marco Regulatório da Lei 13.019/2014, uma Organização de
Sociedade Civil pode oferecer incentivo fiscal aos doadores, para captar recursos no setor
privado. Independente de certificação, as ONGs podem receber doações de empresas, até 2%
de sua receita bruta, bem como bens móveis, apreendidos, abandonados ou disponíveis, os
quais são administrados pela Secretaria da RFB Distribuir ou prometer distribuir prêmios,
mediante sorteios, vale-brindes, concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de
arrecadar recursos adicionais destinados à sua manutenção ou custeio (Art. 84-B da Lei º
13.019/14)
No Brasil, a legislação prevê a possibilidade de dedução de impostos como incentivo
fiscal às doações individuais (pessoa física), em projetos e atividades extremamente
relevantes para o país, porém, os temas são restritos às seguintes ações: Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente, a projetos culturais (Lei Rouanet) e atividades audiovisuais (Lei
do Audiovisual), Fundo Nacional do Idoso, projetos desportivos e paradesportivos (Lei de
Incentivo ao Esporte), Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência (PRONAS/PCD) e para o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica
(PRONON).
E em relação aos recursos provenientes do poder público, atualmente, tramita na
Câmara dos Deputados Federais, um projeto de lei que altera em vários pontos, o marco
regulatório no que tange a dar tratamento mais rígido aos dirigentes das organizações da
sociedade civil, tornando mais efetiva, de acordo com o projeto, a fiscalização no dia a dia
(Projeto de Lei 67/21). Um dos pontos, destaca-se a proibição da administração pública de
celebrar contrato de parceria com uma ONG que tenha como dirigente uma pessoa
condenada, por crimes penais, civis ou administrativos e “novos dispositivos na lei para
melhorar a qualidade das informações prestadas pelas ONGs que mantenham parcerias com o
poder público.”

3.2.5 Ambiente Natural

A ONG TETO, ou (Associação Um Teto para o Meu País) fundada no Brasil em


setembro de 2006, que busca superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas
em comunidades precárias, através de ação conjunta dos seus moradores e jovens voluntários,
tem todo um trabalho também voltado a sustentabilidade e preservação.
A TETO é mais conhecida pelo trabalho das moradias, mas também atua em outras
frentes de infraestrutura nas comunidades, como projetos de fossas ecológicas e captação de
água da chuva e horta comunitária. Devido à pandemia suas preocupações no ambiente
natural, se tornou mais necessária, além do seu principal objetivo.
As casas emergências, feitas com madeira, estão entre os focos do trabalho da ONG
Teto, existem dois tipos de casas de madeira que são aplicadas nas ações da Teto Brasil: uma
de 18 metros quadrados e outra de 14 metros quadrados.
Cada um dos 21 países adaptou-se do modelo original para as suas realidades. No
Brasil, em função dos tamanhos de muitas comunidades e como as casas originais estavam
inseridas, houve a necessidade de ampliar o portfólio e ter dois modelos.
Cada casa de emergência é composta por painéis pré-moldados de madeira, feitos por
uma empresa parceira no Paraná. Quando são definidas as ações de construção de moradias
em determinado local, os pedidos dos kits são encaminhados com cerca de um mês de
antecedência para a fábrica. Além dos painéis, o kit contempla 12 pilotis de madeira de
eucalipto tratado excelente (opção) sustentável, de fácil manutenção, durabilidade e custo
baixo, além de contribuir para a redução do desmatamento da floresta amazônica, por ser uma
madeira não nativa tradicional e de rápido crescimento. A cobertura, composta por uma viga
mestra, grelhas de madeira e uma manta térmica, recebe telhas de zinco, todo material de
menor impacto ambiental possível.
A Teto também utiliza a madeira para a construção de sedes comunitárias.

3.2.5.1 Ação de urgência diante a Pandemia do Covid-19

Membros de diversos projetos sociais espalharam solidariedade pelo Brasil ao acolher,


realizar doações e orientar a população vulnerável sobre os riscos do vírus. O desejo de ajudar
as comunidades afetadas pelo vírus incentivou os organizadores e voluntários a adaptar os
projetos para novas necessidades.
Banheiro Modular: saneamento básico de emergência que tem como objetivo
diminuir os riscos de contaminação pelo vírus, além de doenças e outras infeções (5 pessoas
beneficiadas por unidade).
Horta Comunitária: Solução ligada à segurança alimentar, para garantir a
autossuficiência das comunidades. (5 pessoas beneficiadas por metros/colheita)
Captação de Água da Chuva: Reservatório de água para promover a higiene das
famílias, evitando a contaminação. Também pode abastecer sedes comunitárias, para atender
mais pessoas (6 pessoas beneficiadas a cada 1000L)
Lavatório Comunitário: o objetivo é incentivar a higiene das mãos no acesso à
comunidade, evitando a contaminação externa. Foco principal em famílias que não têm acesso
à água. (63 pessoas beneficiadas a cada 200L) com captação da água da chuva.

3.3. ANÁLISE DOS AMBIENTES

A análise SWOT é uma ferramenta que pode ser utilizada no planejamento estratégico
ou nos planos de negócios de qualquer empresa ou organização. E sua finalidade é analisar os
ambientes internos e externos, os pontos fracos e fortes, e é um importante aliado para a
melhor tomada de decisão e planejamento na formulação das estratégias.
Diante do cenário apresentado do Micro e Macro Ambientes, e para determinar um
diagnóstico da ONG TETO, foi desenvolvido uma matriz SWOT.

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

*Grande contingente de voluntários (55 *Baixo reconhecimento nacional


mil)
INTERNO *Ausência de um planejamento de
* Trabalho voluntário organizado com comunicação mais consistente e
manual de integração e possibilidades de constante
ascensão
*Impossibilidade de dedução de
*Relação de parceria e escuta com as impostos sobre as doações no
comunidades atendidas segmento em que a ONG atua

*Filiação à plataforma de transparência *Candidatos sem qualificação


Accountable Now profissional.

*Parcerias estratégicas para a doação de *Rotatividade de voluntários


insumos (Azul Linhas Aéreas, Coral,
Gerdau, Kzas, entre outros).

*Uso de novas tecnologias na construção


de habitações sociais

*Uso de materiais de baixo impacto


ambiental nas construções

*Uso das redes sociais para a divulgação


de eventos, informações e engajamento

* Boa relação e visibilidade com o


público jovem.
AMEAÇAS

* Constantes mudanças nas leis e


regulamentos das atividades das
OPORTUNIDADES ONGs

*Grande contingente populacional (14,83 * Aumento do número de ONGs que


milhões de pessoas) em situação de atuam em prol da mesma causa
extrema pobreza. (moradia) e de causas em geral (mais
EXTERN de 750 mil ONGs ativas no país).
O *Uso das TICs (Tecnologias de
Informação e Comunicação) para engajar *Aumento da vigilância da sociedade e
e mobilizar comunidades (imprensa, do poder público sobre a conduta ética
doadores e voluntários). das ONGs

*Novas tecnologias de construção mais *Contexto de violência das


econômicas e sustentáveis, como comunidades em que atua.
impressoras 3D e tecnologias de corte de
jato d'água. *Dificuldades no trabalho voluntário
causadas pela pandemia de
*Desenvolvimento de outros projetos COVID-19
sociais, além das construção de moradias
emergenciais e soluções de *Baixa frequência de doações devido a
infraestrutura. pandemia, para principalmente a
compra do material para as construções
*Melhoria das localidades onde atuam, e projetos.
atuando como agentes transformadores
da realidade. *Presença de violência e agressividade
nas comunidades.
*Uma comunicação totalmente
robotizada, deixando de oferecer um
atendimento humanizado,
personalizado e eficiente.

4- RELATÓRIO DE PESQUISA EXPLORATÓRIA - DADOS SECUNDÁRIOS

4.1 Cenário do Mercado Brasileiro de OSC (Organização da Sociedade Civil) no Brasil.

Por meio do levantamento de dados secundários junto ao IPEA (Instituto de Pesquisa


Econômica Aplicada) e do Mapa das Organizações da Sociedade Civil¹, observou-se a
existência de 781.921 OSCs em atividade no Brasil. Sendo o estado de São Paulo aquele que
abriga o maior número delas (156 mil). Seguido de Minas Gerais (85.802), Rio de Janeiro
(64.445), Bahia (55.195), Rio Grande do Sul (55.042) e Paraná (48.893). Quando falamos em
regiões, os dados são os seguintes: a região Sudeste abriga 40% das organizações, seguida
pelo Nordeste (25%), pelo Sul (19%), pelo Centro-Oeste (8%) e pelo Norte (8%).
Segundo Lopes, para se definir uma Organização da Sociedade Civil ou uma OSC,
uma instituição tem que ter um conjunto de requisitos particulares (LOPES, 2018):

● Ser uma instituição privada e não estar vinculada ao Estado;

● Não possuir finalidade lucrativa;

● Ser legalmente constituída com CNPJ;

● Ser constituída de forma voluntária por indivíduos.

As finalidades de atuação ou causas pelo qual trabalham as OSCs foram divididas pela
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) em oito grandes áreas: saúde,
educação e pesquisa, cultura e recreação, assistência social, religião, associações patronais e
profissionais, defesa de direitos e interesses, outras atividades associativas e outras OSCs.
De acordo com o registro no Mapa das Organizações da Sociedade Civil do IPEA, a
ONG TETO está registrada sob o CNPJ 10513214000115, e classificada de acordo com a
tabela CNAE da seguinte maneira:

● Área principal: “Atividades de associações de defesa de direitos sociais2

● Área de atuação 1: “Desenvolvimento e defesa de direitos”;

● Subárea: “Outras formas de desenvolvimento e defesa de direitos e interesses”

E no que diz respeito à finalidade “desenvolvimento e defesa de direitos e interesses”,


a pesquisa Perfil das organizações da sociedade civil no Brasil, publicada pelo IPEA, aponta
que mais de 40% do universo e baseia-se na classificação reportada da CNAE do grupo 943,
“atividades de associações de defesa de direitos sociais”, que apresenta uma única classe
(9430-8), denominada “atividades de associações de defesa de direitos sociais”, e uma única
subclasse, homônima.
Em relação aos recursos financeiros transferidos para as OSCs, estes podem ser
captados por projetos públicos, isto é, oriundos do Governo, ou privados, através de doações.

2
https://mapaosc.ipea.gov.br/
Sendo estes últimos oriundos de pessoas jurídicas ou físicas. Entretanto, o estudo do IPEA
denominado: Afinal, o que os dados mostram sobre a atuação das ONGs, divulgou um dado
muito importante para a nossa pesquisa.
Através de uma análise profunda dos repasses as OSCs entre 2010 e 2018, constatou-
se que apenas 2,7% das Organizações da Sociedade Civil (OSC) receberam recursos federais.
E dos R$ 118 bilhões destinados para a execução de projetos das OSCs no período estudado,
os repasses representaram apenas 0,5% do total empenhado pelo governo federal durante esse
tempo (R$ 25 trilhões). Além disso, o estudo ainda aponta uma triste tendência de queda no
número de repasses desde 2010. De 14% em 2010 dos empenhos foram destinados às
organizações sociais, esse percentual caiu para 9,8% em 2018.
Por esse motivo, a conclusão do Boletim de Análise Político-Institucional (BAPI),
organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) 3 é objetiva em afirmar que
a independência das OSCs depende de fontes de financiamento “variadas, constantes e
confiáveis”. Ainda segundo o boletim “a figura do doador tem um papel relevante no cenário
de uma sociedade saudável, plural e democrática, mas não se sabe, ao certo, se os indivíduos,
de um modo geral, têm consciência dessa responsabilidade” (IDIS, 2015).
Entretanto, a consciência do impacto que as organizações sociais possuem na
sociedade aumentou. De acordo com o relatório Brasil Giving Report publicado pela IDIS
(Instituto de Desenvolvimento Social) em parceria com a Charities Aid Foundation em 2020,
79% dos entrevistados disseram que o trabalho das organizações sociais em suas comunidades
locais teve um impacto positivo, acima dos 72% em 2018.
Este mesmo relatório trouxe um conjunto de perguntas relacionadas à confiança nas
organizações sociais, o qual tem grande impacto na quantidade de doações que as OSCs
recebem. De acordo com o Brasil Giving Report de 2020, os brasileiros têm uma visão
positiva das organizações sociais em geral, 74% concorda que “a maioria das organizações
sociais trabalha arduamente para alcançar resultados positivos para aqueles que pretendem
ajudar”. Entretanto, apesar de 55% dos entrevistados preferirem doar para causas locais, a
confiança em organizações sociais internacionais é ainda maior (53%) do que as brasileiras
(43%).

3
https://www.idis.org.br/doacao-e-cidadania-como-pensa-e-age-o-doador-brasileiro/
E para traçar um perfil dos doadores e não doadores brasileiros, foi realizada em 2015,
a Pesquisa Doação Brasil4, organizada pelo IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do
Investimento Social – em parceria com o Instituto Gallup.
A pesquisa revela que 52% dos brasileiros doou dinheiro em 2015. Já 34% doaram
tempo através do trabalho voluntário (IDIS/GALLUP, 2015). Segundo a pesquisa, a
solidariedade em relação aos mais necessitados é apontada como principal justificativa para a
doação (figura 2).

Figura 2 – As motivações para doar

Fonte: Pesquisa Doação Brasil (IDIS/GALLUP)

Ainda segundo essa pesquisa, em relação às motivações para não doar, 35% dos
entrevistados apontaram a falta de dinheiro, 19% falta de razão, e 18% a desconfiança nas
organizações (figura 3).

Figura 3 – As motivações para não doar

4
https://www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil
Fonte: Pesquisa Doação Brasil (IDIS/GALLUP)

Quanto às causas que mais influenciam o comportamento doador, a pesquisa apontou


que destacam-se saúde (40%), criança (36%) e combate à fome e à pobreza (29%). A garantia
de moradia, causa da Teto, aparece em oitavo lugar com 7% (figura3)

Figura 3 – Causas mais sensibilizadoras

Fonte: Pesquisa Doação Brasil (IDIS/GALLUP - 2015)

A pesquisa descreve o perfil clássico do doador brasileiro como mulher, acima de 40


anos, instrução superior, renda individual superior a 2 salários mínimos e tem religião.
Destacamos também outros dados importantes apontados pela pesquisa que podem
servir como balizadores para o levantamento de dados primários.

● A faixa etária em que o brasileiro mais doa é a partir dos 40 anos;

● Em relação à escolaridade, observa-se uma tendência mais positiva entre os

portadores de nível superior;

● Ter uma religião influencia positivamente o comportamento doador, com

destaque para espíritas e católicos.

● A média de doações individuais é de 20 a 40 reais. Mas somente no ano de

2015, as doações individuais atingiram o volume de R$ 13,7 bilhões.

● A maior parte das doações (37%) vão para ONGs.

O relatório da pesquisa destaca ainda a necessidade de se criar uma “cultura de doação” no


Brasil, transformando o brasileiro de “doador oculto” em “agente multiplicador” dessa cultura
(IDIS/GALLUP, 2015, p. 63).

4.2- O impacto do terceiro setor sobre a ONG TETO

Ao observamos o papel das organizações do terceiro setor que têm como objetivo a
transformação social do espaço e que se apresentam como um recurso de desenvolvimento de
áreas pobres e periféricas, focamos nosso olha na organização internacional TETO, que atua
no Brasil desde 2007. Nosso intuito é analisar a importância e o impacto das arrecadação de
recursos sobre o desenvolvimento do trabalho desenvolvido pela ONG no Brasil.
Como já apresentado ao longo do trabalho, a ONG TETO é uma organização criada no
Chile em 1997 que propõe “uma forma de ativismo urbano que tem mobilizado milhares de
voluntários ao longo do tempo.” (MACHADO, 2019, p.1701). Diante desse ideal, a ONG tem
como principal objetivo uma transformação na sociedade através de construção de casas de
madeira que substituem os barracos em favelas. A ideia é que essa nova casa, se
transformasse em lar no sentido de possibilitar que as famílias atendidas saíssem da condição
de miséria, se sentissem mais acolhidas e seguras.
Ao se fixar no Brasil, a organização focou-se na construção de moradias de
emergências “feitas de madeira sobre pilotis e com durabilidade prevista de cinco anos”
(MACHADO, 2019, p.1701). Essas casas de madeiras são construídas de forma massiva pelo
menos duas vezes ao ano, por voluntários em parceria com as famílias do local. A ONG
organiza os chamados TDV (Trabalho de Verão) e o TDI (Trabalho se Inverno), para angariar
voluntários. E além disso, também faz construções pontuais, onde são construídas casas em
menor quantidade e construções de emergências diante de tragédias.
Para realizar a coleta de doações, Machado (2019, p.1703) destaca

Outras duas atividades da organização que podemos destacar são a Coleta e a


Escutando Comunidades (ECO). Anualmente, a ONG faz um recrutamento de
voluntários para irem às ruas e semáforos com faixas e cartazes informativos para
arrecadar dinheiro para futuras construções. Espalhados pelos centros urbanos dos
estados ondem atuam, fazem da Coleta uma forma de apresentação da ONG para as
pessoas e também como uma das formas de financiamento da instituição. Outra
atividade realizada por eles é a ECO3, em que voluntários vão até os locais onde o
ONG pretende atuar e aplicam um questionário socioeconômico aos seus moradores.
Nele, realizam questionamentos sobre o grupo familiar, sobre a residência em que
habitam e sobre o engajamento comunitário no local. Os resultados não são
públicos, mas utilizados pela organização para mensurar as possibilidades de
atuação naquela favela. (MACHADO, 2019, p.1703).

Assim, os recursos são angariados e a ONG ganha certa visibilidade. Com a pandemia,
a arrecadação está mais direcionada ao site da instituição.
Ao adentrar outros países, a ONG TETO mudou o foco sobre o corpo de voluntários,
priorizando estudantes universitários, como acontece aqui no Brasil, por apresentar segundo
Berríos apud Machado “uma camada privilegiada da sociedade e que, depois de formados,
servirão à mesma. Para que sejam bons profissionais é preciso que conheçam uma realidade
distinta da sua”. (2019, p.1704)
Precisamos entender o conceito de ONG ao abordar a questão da arrecadação de
recursos, pois, as ONGs não são dependentes do Estado, mas isso não as tornam opostas e
nem independentes de qualquer verbal estatal. Para Thereza Montenegro apud Machado

[As ONGs são] um tipo particular de organizações que não dependem nem
econômica nem institucionalmente do Estado, que se dedicam a tarefas de promoção
social, educação, comunicação e investigação/experimentação, sem fins de lucro, e
cujo objetivo final é a melhoria da qualidade de vida de setores mais oprimidos.
(MONTENEGRO, 1994, p.11 apud MACHADO, 2019, p.1705)

Diante disso, implantações de políticas públicas podem ocorrer em parceria com o


poder público, que pode financiar projetos, o que nos leva a questão do “sem fins de lucro”,
que é uma das características das ONGs que as afastam das organizações privadas. Mas, não
visar lucro não afasta as ONGs dos gastos, já que elas podem ter que cobrar por certos
serviços prestados, ter que remunerar alguns funcionários, investir em propriedades, etc. Ou
seja, as ONGs precisam de recursos financeiros para atuar. E esses recursos financeiros são
elencados por meio de doações, de parcerias, o que nos leva a um ponto muito importante
apresentado por Montenegro (1994) e apontado por Machado (2019) que “diz respeito à
importância do financiamento na existência das ONGs, visto que é ele quem mantém projetos
em andamento e funcionários empregados” (MONTENGERO, 1994 apud MACHADO, 2019,
p.1706).
Observando o ONG TETO em relação a arrecadação de recursos, temos que

Segundo a instituição, o seu financiamento se dá basicamente através de doações de


empresas parceiras, e de doação de pessoas físicas. As empresas parceiras podem se
aliar ao TETO oferecendo doação financeira (Empresa Amiga do TETO),
participando do voluntariado corporativo e através do patrocínio de eventos. Já os
indivíduos que desejam contribuir com a causa podem ser parceiros permanentes
oferecendo doações mensais, os chamados “Amigos do TETO” ou então através de
doações pontuais em período de arrecadação nas ruas, na chamada “Coleta”. Outra
forma de arrecadação de fundos através de pessoas físicas ocorre anualmente, a
chamada Campanha dos Embaixadores do TETO. Nela, voluntários são convidados
a arrecadar, através de financiamento coletivo, quantias que serão utilizadas na
construção de casas de emergência durante o mês de julho nas construções do TDI
(Trabalho de Inverno). (MACHADO, 2019, p.1706).

Diante disso, em seu site, a TETO apresenta diversas opções para tal atuação como:

● Alianças anuais

● Doação de retornos

● Campanhas de marketing social e digital

● Doações em espécie

● Patrocínio de campanhas e/ou eventos

● Patrocínio de projetos em comunidades

● Apoio a programas e projetos específicos

● Empresa Amiga do TETO

● Voluntariado Corporativo

Dentre a essa vasta opção de direcionamento para a captação de recursos, destacamos:

● Empresa amiga do TETO: “um programa de doações recorrentes com foco em

empresas de pequeno e médio porte que acreditam em nossa causa, organização e todos
os projetos que desenvolvemos. Caracteriza-se por parcerias de longa duração, com
doações de valores recorrentes.” (SITE TETO), que proporciona a participação de
pequenas e médias empresas e que em contrapartida apresenta seu reconhecimento
através de divulgação em seu site. Algumas das empresas são: Andmax, Bourbon,
IDEE Construtora e MAZU.

Figura 4 – Empresa amiga do TETO

Fonte: https://www.techo.org/brasil/voluntariado-corporativo/

● Voluntariado corporativo: “é uma ferramenta de impacto triplo que gera

valor para o meio ambiente, a empresa e seus funcionários.” (SITE TETO), ao longo do site,
são apresentadas as diversas vantagens e benefícios em se fazer parte desse tipo de doação e
também sã apresentadas as empresas parceiras. Algumas das empresas são: Bank of America
Merrill Lynch, DHL, ABN. AMRO, Goldman Sachs, Linkedin, Maxi Service, TFG,
StiboSystems, IGC, Dia %, Rotaract, CARDIF, REMAX, BNP PARIBAS, PARTAGE e
Wework.

Figura 5 – Voluntariado corporativo


Fonte: https://www.techo.org/brasil/voluntariado-corporativo/

● Alianças anuais: parcerias realizadas ao longo da atuação e reafirmada ao logo dos

anos.

Figura 5 – Alianças estratégicas

Fonte: https://www.techo.org/brasil/voluntariado-corporativo/

Vemos que realizar parcerias com a ONG TETO e ajudar na arrecadação de fundos,
permite um reconhecimento para as empresas participantes que vão desde a “menção de
agradecimento ao colaborador até a participação do doador em uma construção do TETO”.
(MACHADO, 2019, p.1706)
A instituição TETO se financia por meio de doações empresariais, cooperação
internacional e doações de pessoas físicas, como já mencionado. Segundo o relatório de
atividades (TETO, 2018), a ONG TETO conta com 109 empresas parceiras, sendo 7 delas em
“parceria estratégica”, que doam bens e serviços para o desenvolvimento do trabalho; 98
empresas com voluntariado corporativo, que estimulam seus funcionários a participar
voluntariamente na construção de casas de emergências e ainda outras 4 empresas como
“amigas TETO” que apoiam seus projetos com doações mensais. E podemos ver que a
maioria das “empresas parceiras da ONG TETO” atuam nos setores imobiliário, financeiro e
de tecnologia. Algumas empresas que são parceiras estratégicas da TETO são: Gerdau, Azul,
GhFly, BCW, Grupo IMAGE, Y&R, Siqueira Castro Advogados e SIKA.
Tomando por base o relatório da ONG TETO de 2016, vemos que dentre as principais
fontes de recursos do TETO (figura 6), em ordem de volume de receita, temos:
- Doação de horas voluntárias: R$ 2.661.562,00
- Construções e Atividades com Família: R$ 1.011.727,80
- Voluntariado Corporativo – Construção com Empresas: R$ 1.083.999,98
As doações anônimas correspondem a R$ 288.494,59. E o Plano Mensal de Doação
Amigos Teto a R$ 204.811,76.

Figura 6 – Fontes de Receitas Teto

Fonte: TETO (2016)


Os números indicam que a principal fonte de recursos da ONG ainda é o trabalho
voluntário. E que os números referentes às doações financeiras precisam de estímulo para o
crescimento.
Assim, segundo Machado, algumas considerações podem ser feitas ao analisarmos a
relação de empresas parceiras, “a primeira delas diz respeito à liderança de empresas do ramo
da infraestrutura e logística (7), seguida por empresas de publicidade e marketing (5). O setor
financeiro também fica representado com os vários bancos (4) e se iguala ao setor de
tecnologia (4). Ficam empatados em números as empresas do setor imobiliário (3), as de
consultorias (3) e as seguradoras (3).”
E ainda segundo Montenegro (1994) apud Machado (2019), a necessidade de recursos
financeiros, de doações, de financiamentos, gera uma competição entre as organizações e há
também a necessidade de se conciliar os interesses entre os financiadores e as ONGs. É
necessário falarem a mesma língua e compartilharem de interesses comuns.
Um ponto muito importante apontado por Montenegro (1994), diz respeito ao
relacionamento entre ONGs e financiadores

(...) os financiadores poderiam pressionar as organizações para que apresentem


resultados em prazos reduzidos, ou resultados mais próximos ao esperado pela
empresa do que uma representação da realidade. Tal pressão pode fazer com que a
reflexão ou a produção teórica fique no segundo plano das instituições, essa seria,
inclusive, uma justificativa para as ONGs terem se enfraquecido politicamente e
criticamente. Outro entrave que pode ser gerado pelos financiadores é o de colocar a
ONG apenas como intermediária entre eles e a população pobre, como um canal das
empresas para atingir os mais variados interesses. Caso a ONG deixe de lado seus
projetos próprios para pôr em prática apenas o interesse dos financiadores, perder-
se-ia a “mudança social” esperada. (MONTENEGRO, 1994 apud MACHADO,
2014, p.1709)

Dessa forma, Machado (2019) nos mostra que a ONG TETO vive uma contradição, ao
ser financiada pelo capital imobiliário, que visa a especulação e o domínio do solo urbano que
é diferente da sua visão, que a de se colocar ao lado daqueles que vivem em locais precários.
O conflito pode não se dar de forma direta “entre a incorporadora que financia o TETO e uma
comunidade atendida por eles, no entanto, esse é um fator a se levar em conta quando
pensamos sobre os interesses aparentemente antagônicos que permeiam as instituições do
terceiro setor.” (MACHADO, 2019, p1707)
Ainda segundo Cardoso (1996), ao se tratar do terceiro setor no Brasil, temos que
observar que seu trunfo seria sua posição estratégica entre o Estado e o Mercado, “visto que
isso faria dele um possuidor de autonomia e independência estatal, ao passo que não se
submeteria às lógicas lucrativas do mercado.” (CARDOSO, 1996 apud MACHADO, 2019).
Com a aprovação em 1999 da Lei nº 9.7909, que tende a desburocratizar o processo de
parceria entre terceiro setor e o poder público, Cardoso (1996) reafirma a importância do
terceiro setor no enfrentamento da pobreza, da desigualdade, da falta de saneamento, da
exclusão social. Para ela, essas entidades seriam capazes de mobilizar os recursos humanos e
materiais em “soluções inovadoras” e “modos eficazes de resolver problemas” (CARDOSO,
1996).

5 RELATÓRIO DE PESQUISA EXPLORATÓRIA - DADOS PRIMÁRIOS

As pesquisas de dados primários foram realizadas através de uma pesquisa


exploratória do tipo Qualitativa, desenvolvida por intermédio de entrevistas em profundidade,
gravadas. Apresentaremos os gráficos com o objetivo de traçar o perfil dos entrevistados.
Este estudo teve como objetivo identificar, compreender e analisar as representações e
sentimentos vivenciados, pelos potenciais doadores do terceiro setor, decidimos desenvolver
uma pesquisa qualitativa exploratória que nos permite saber identificar o comportamento
deste tipo de público e estilo de vida. Pois segmentar o público facilita a escolha das
ferramentas a serem utilizadas para as necessidades de captação de recursos e financiadores.
A técnica utilizada foi de amostragem não probabilística. Trata-se de um estudo
qualitativo, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas em profundidade por meio de
um roteiro de questões abertas exploratórias de esclarecimentos para 5 indivíduos.
Foram entrevistados homens e mulheres entre 18 anos a acima de 65 anos,
pertencentes a classe A, B e C, com escolaridade que varia de superior incompleto a pós-
graduação. De acordo com os critérios do IBGE, apenas um dos entrevistados declarou
pertencer à raça negra, como podemos ver no gráfico 1, sendo moradores de várias regiões do
país, com hábitos de consumo variados, com diferentes religiões e crenças, mas que gostam
de colaborar e acreditam que ajudar ao próximo pode nos transformar em uma sociedade mais
justa.

Gráfico 1- sobre raça e cor


Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Para conhecer o perfil dos possíveis doadores do terceiro setor, foram realizadas
perguntas para conhecer a faixa etária, constatamos que o público pesquisado tem idades entre
18 e acima de 55 anos, como podemos ver no gráfico 2 e que em relação ao sexo, observando
o gráfico 3, percebemos que 80% dos respondentes se declaram mulheres e 20% homens.

Gráfico 2- idade

Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Gráfico 3- Sexo
Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Além disso, ao traçarmos o perfil religioso dos respondentes, assim com o perfil
escolar, gráfico 5, temos que 60% declaram acreditar em Deus, mas não tem religião e que
40% declaram-se católicos, como vemos no gráfico 4. Quanto ao perfil escolar, observamos
que 33% dos entrevistados possuem ensino superior incompleto, e a mesma porcentagem se
refere ao ensino superior completo e a pós graduação.

Gráfico 4- religião

Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Gráfico 5- Escolaridade
Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Em relação a região de moradia, observando o gráfico 6, temos que a região sudeste


predomina entre os entrevistados e que a mesma porcentagem se refere a quantidade de
pessoas que são assalariado de carteira assinada, como apontado pelo gráfico 7. E ainda temos
que 33,3% dos entrevistados, compondo a maioria, são aposentados (gráfico 8) e que 50%
afirmaram receber acima de 5 mil ao mês, contanto com todos os salário de todos os
moradores do lar, como aponta o gráfico 9.

Gráfico 6- Região

Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Gráfico 7- Atividade remunerada


Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Gráfico 8- Função atual

Font
e: pesquisa do grupo Bem Bolado

Gráfico 9- Renda mensal

Font
e: pesquisa do grupo Bem Bolado
Quando direcionamos a pesquisa para a ONG TETO, obtivemos uma porcentagem de
100% que declararam não conhecer a ONG TETO, como apresenta o gráfico 10.

Gráfico 10- Conhecimento da ONG TETO

Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado

Ainda sobre a sondagem em relação a ONG TETO, 100% dos entrevistado acredita
que divulgação nas mídias é a melhor estratégia para dar maior visibilidade para a TETO,
como vemos no gráfico 9.

Gráfico 11- Visibilidade da ONG TETO

Fonte: pesquisa do grupo Bem Bolado


Quando foram perguntados sobre o costume de fazer doações ou trabalhos voluntários
às Instituições filantrópicas, ONGs ou similares, a grande maioria respondeu que sim,
principalmente dentro de seus municípios, são doações que variam entre dinheiro, roupas,
alimentos, materiais em geral e trabalhos voluntários.

“... acredito que as doações têm grande poder de suprir as necessidades de


comunidades mais necessitadas…” (Ana Lúcia, 55 anos, da região Sudeste,
funcionária pública aposentada).

Perguntamos também sobre o engajamento diante a crise da Pandemia da Covid 19, e


se esses indivíduos mantiveram o engajamento em projetos sociais diante a urgência de
vulnerabilidade e pobreza que assolou a ano de 2020 para esta população mais carente, onde
apenas três dos cinco entrevistados responderam que sim em solidariedade a estas pessoas que
estão em situação de emergência, e os outros dois entrevistados responderam que não, as
justificativas foram falta de tempo (serviço voluntário) e a falta de confiança e transparência
neste tipo de instituição.
O grupo também questionou quais os motivos que os levariam a realizar estas
práticas/ações solidárias.
Dos entrevistados todos falaram sobre a importância de ajudar o próximo, e o
sentimento de empatia e solidariedade.

(....) é saber que estou ajudando outras pessoas que necessitam de ajuda. Eu me sinto
melhor quando ajudo o próximo, isso me dá um sentimento de preenchimento e
alegria. (Julia , 22 anos, região Sul, Aux. pedagógico escolar)

Ter a certeza de que a instituição é idônea, que minha doação seja em roupas, em
dinheiro, alimento, enfim... que realmente chegue a quem precise. Quando não se
tem a certeza, fica difícil dispender qualquer tipo de ação em prol de uma
instituição. (Isabel,48 anos, região sudeste, secretária)

E o que lhes faria interromper ou não mais repetir, estas práticas solidária, as respostas
foram:
• Não ter mais condições financeiras para ajudar o próximo ou caso as
Instituições estejam envolvidas em esquemas de corrupção;
• Saber que as doações não estão sendo entregues a quem deveriam;
• Fraude, desvio de qualquer que seja a doação;
• Falta de transparência e confiança;
As pessoas entrevistadas são indivíduos que estão conectados diariamente a internet e
redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp, LinkedIn, Twitter e Tik Tok.) Entre as
preferidas se destacam Instagram e facebook, declaram ficar e permanecer conectados de 2 a
8 horas por dia.
Citaram como Instituições que lutam pelos direitos humanos e questões sociais
conhecidas: Projeto Mão Amiga; Espaço Cultural Akácio Camargo; Lar da Velhice; Laços
que Somam; Laços da Alegria; ONG Gerando Falcões e a CUFA- Central única das Favelas.
Os cinco entrevistados desconhecem (nunca ouviram falar) sobre a ONG TETO-
nosso cliente e acreditam que o melhor meio de divulgação e ampliação para este
conhecimento sobre a Instituição entre os possíveis novos doadores e beneficiários, seria
através do meio televisivo como Propaganda de TV, Rádio ou internet, Reportagens em
programas específicos, engajamento de personalidades , navegação nas redes sociais,
indicação de familiares e amigos, indicação de conhecidos-colegas de trabalho, da igreja, de
esportes etc.
Foram citados pelos entrevistados como personalidades com o poder de representação
e credibilidade para causa como essas: Juliette Freire- vencedora do BBB 21, Whindersson
Nunes, Luciano Hulk, Emicida, Criolo, MvBill – por transmitirem confiabilidade, terem a
imagem idônea e que teriam propriedade para falar sobre o assunto.
Como empresa foi citada a Natura pela sua história e trajetória de engajamento em
questões socioambientais, uma das entrevistadas menciona que por essas razões ela passa
confiança ao apoiar qualquer que seja a causa ou a instituição em que decida ter sua marca
atrelada.
De acordo com as respostas destes entrevistados, chega-se à conclusão que a falta de
transparência e credibilidade são uma das grandes barreiras para resolução da problemática
em questão, pois os doadores querem ter certeza do destino correto destas práticas solidárias,
em qualquer tipo de Instituição, ONGs ou similares. Sendo assim, Transparência, Confiança e
a Credibilidade são fatores chave para alavancar mais captação de recursos e financiadores
para as instituições em si.
Concluímos ser primordial para resolução dos propósitos da pesquisa um trabalho de
comunicação e divulgação nas principais mídias (TV aberta e internet) para sanar a falta de
conhecimento da ONG TETO, bem como suas causas e objetivos.

6- DIAGNÓSTICO
A análise da matriz SWOT feita dentro da análise do Ambiente Macro e Micro, nos
indica que o cliente já possui uma forte adesão da base de voluntários, sendo esta uma de suas
forças. Ao mesmo tempo, indica uma queda no número de doações, com ênfase no período da
pandemia.

Desse modo, nota-se a necessidade de trabalhar uma comunicação voltada para a


manutenção e crescimento do fluxo de doações voluntárias. Em particular dentro do programa
Amigos do Teto, que fideliza esse doador com contribuições mensais a partir de R$ 35,00
(Trinta e cinco reais). A comunicação com o doador voluntário e anônimo é facilitada, como é
apontado em “oportunidades” pelo uso das TICs e redes sociais. Essa comunicação
contribuiria ainda para reverter o baixo reconhecimento nacional, apontado como uma das
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