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Desafios da logística diante de um risco global

A crise sanitária mundial causada pela COVID-19 modificou drasticamente as


estruturas dos mais diversos setores da economia. Para as indústrias envolvidas com
os setores hospitalar e farmacêutico, o momento se mostrou desfavorável à
continuação das rotinas, que precisou de inovações para encontrar meios viáveis de
garantir uma logística eficiente e entrega de medicamentos mais rápida e segura.

Importante destacar que nosso país tem sérios problemas de infraestrutura para distribuição
logística. De acordo com dados do Anuário CNT do Transporte/2020 a extensão da malha
rodoviária brasileira é de 1,7 milhão/km, mas só 12% das rodovias são pavimentadas o que
agrava sensivelmente o escoamento de bens e serviços em todo o território brasileiro.

Considerando apenas as vias pavimentadas 59,2% das rodovias avaliadas, apresentaram algum
tipo de problema no estado geral.

Se compararmos com países de grandes dimensões, o índice de rodovias pavimentadas em


relação ao do Brasil chega a ser assustador:

O Brasil ocupa a 116ª posição de 141 países, no último estudo de competitividade do Fórum
Econômico Mundial, que analisou a infraestrutura rodoviária.

O modal rodoviário representa aproximadamente 60% da movimentação de cargas no Brasil e


essa deficiência resulta em elevado custo logístico, que chega a ser na ordem de 50% maior
que nos EUA.

A Indústria Farmacêutica sofre igualmente com essa situação precária das rodovias e busca
soluções para atender a demanda Nacional, a qual foi aquecida com a pandemia, com
crescimento em 2020 da ordem de 12,13% ( = R$ 126 bilhões).

Alimentícios, tecnologia e produtos em escassez, sempre terão visibilidade maior,


necessitando, portanto, de cuidados adicionais na gestão dos riscos, pois são produtos com
maior facilidade de comercialização no mercado paralelo.

Este cenário quase não mudou com pandemia, com aumento da procura no mundo todo por
Medicamentos, o interesse das quadrilhas especializadas neste segmento seguiu o gráfico,
ascendendo a 1ª. posição na estatística do roubo de carga. É bem verdade que esse tipo de
produto sempre frequentou posição de destaque no ranking de roubo de cargas, muito mais
em função de seu elevado valor agregado do que em número de ocorrências, índices que com
o aumento do volume transportado acabou se destacando ainda mais.

Estamos falando entre 20% e 25% dos prejuízos totais com Roubo de Cargas, sendo que em
número de eventos correspondem apenas a 7% do total.

A crise de oxigênio em Manaus demonstra esse cenário, uma mercadoria que normalmente
não requer regras rígidas de gerenciamento de riscos, fez com que o transporte rodoviário
fosse realizado com escoltas policiais.

Agravado ainda devido ao aumento de quase três vezes na produção diária, saindo 25mil m3
para 70mil m3, sem investimento na capacidade fabril, resultando na falta do produto e sendo
necessário sua compra de outros estados, o que requer uma logística mais complexa.

A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E GESTÃO DOS RISCOS

As Indústrias Farmacêutica e Química, que fornecem os insumos para fabricação dos


medicamentos sofreram com a alta demanda, pois foi necessário redimensionar a atuação e
estrutura física dos envolvidos na logística, desde espaço para estocagem até aquisição de
equipamentos, como maquinário e veículos.

Também foi necessário pensar em alternativas para manter a operação em segurança de


ponta a ponta, com limites adequados e coberturas diferenciadas, em condições que o
mercado local não estava acostumado.

E para o acompanhar esse nível de exigência contamos com apoio da Lockton Re, nossa
estrutura de Resseguro, que negocia com os resseguradores do mundo inteiro, não limitando
as opções dos nossos clientes apenas às capacidades do mercado local de seguros.

Esse segmento sempre enfrentou muitos desafios na cadeia de logistica, pela fragilidade da
mercadoria, deficiência na infraestrutura ou alta exposição, que conta também com grande
mercado paralelo que concorre com esta Indústria.

Em momento de crise sanitária sem precedentes que estamos enfrentando se faz necessário
que todos os agentes envolvidos nas operações logísticas atuem de forma proativa, pensando
no bem-estar do país como um todo, além do resultado financeiro.

Apesar dos riscos a que estão expostos, algumas restrições normalmente impostas para o
transporte dessa linha de produtos passaram a ser flexibilizadas graças a evolução dos
mecanismos e tecnologias de Gerenciamento de Riscos, contribuindo de forma decisiva para a
mitigação de perdas, sem comprometer o fluxo logístico.

Nesse contexto a Equipe de Transportes da Lockton tem apoiado diariamente os Clientes com
revisões diagnósticas das operações, apontando oportunidades de melhorias, visando agregar
redução de custo para toda a cadeia.

Algumas ações foram revistas, como:

• Restrição de horário
• Revisão de Rota
• Implantação de Software de Gestão
• Limites por embarques
• Subimites para utilização de escolta armada
• Coberturas particulares desvinculadas de acidentes e roubos
Sem dispensar o necessário cuidado para que eventuais flexibilizações não gerem aumento na
Sinistralidade dos Clientes, de forma que as ações propostas são precedidas de cuidadoso
estudo pela nossa Consultoria em Gerenciamento de Riscos, sempre tendo como meta
garantir resultados satisfatórios para o Cliente e Seguradora.

DESAFIO PARA DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS

Neste primeiro momento, acondicionamento e transportes dos imunizantes mantendo


preservada a temperatura adequada, aliado ao elevado número de embarques são os maiores
desafios da logística das vacinas.

Diferentes níveis de temperaturas de cada fabricante e vacinação em massa exigem: Alta


capacidade dos Operadores Logísticos; Integração entre todos os elos; Agilidade e Tecnologia
Adequada,

A preparação da cadeia logística nesse processo precisa seguir estrutura adequada, pensando:

1) Adequação dos locais de armazenamento


2) Transporte seguro e adequado a cada tipo de medicamento
3) Controle de temperatura
4) Controle de validade e gestão de estoque
5) Cumprimento de normas e determinações da ANVISA

Processo que organiza desde o transporte da matéria-prima para fabricação das vacinas,
passando pela distribuição em todo o território nacional; entrega aos pontos de vacinação até
a disponibilização para a população. A logística que envolve esse processo é complexa e deve
afetar outras cadeias de produtos.

A demanda é sem precedente, a urgência é enorme para entregar as vacinas em todos os


lugares do mundo. O processo logístico é um fluxo contínuo e precisa atuar em perfeita
harmonia. Se qualquer um dos trechos sofrer atraso ou paralisação todo o resto da cadeia será
afetado negativamente, com prejuízos humano e financeiro.

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO


Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, para 2021 os economistas do mercado
financeiro estimam alta do PIB de 3,43%.

O mercado de seguros tem um papel fundamental em apoiar a economia. Agora mais do que
nunca se exige consultoria especializada na gestão dos riscos corporativos e financeiros,
aquele que continua pensando em vender apenas uma apólice de seguro, fatalmente perderá
mercado.

Os clientes têm se tornado cada vez mais exigentes, de forma que valor agregado, estrutura e
tecnologia oferecidos na proposta de seguro são levados em consideração na hora da decisão
por um parceiro.

A Lockton com capacidade de investimento e decisão local, tem diversas alternativas para os
clientes, não somente para seguros de transportes, mas em todas as linhas de seguros,
contando com equipes de especialistas trabalhando diariamente em soluções customizadas
para nossos clientes.

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