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A controladoria e a Gestão de Riscos

A função da Contabilidade é de estudar, registrar e controlar o patrimônio das


entidades. A Controladoria utiliza o conjunto de informações disponibilizadas pela
Contabilidade na Gestão de Riscos.
Risco é a incerteza em relação a determinado fato ocorrente na empresa, sua
gestão é muito importante no auxílio na tomada de decisão dos gestores.
Santos (2002) diz que os riscos estão ligados a todas as partes da empresa, no
seu Ambiente Externo sendo assim os riscos do Macro ambiente e do Ambiente
Setorial e no Ambiente Interno são os riscos Financeiros, Operacionais Gerais e
Operacionais Funcionais.
O Conceito de Controladoria
De acordo com Padoveze (2009), a Controladoria pode ser definida como uma
unidade administrativa responsável por utilizar o conjunto da Contabilidade num
todo, dentro da empresa.
“A contabilidade em seu próprio conceito nos demonstra toda sua amplitude”,
assim como afirma Marques (2007, p.23)

“A contabilidade e seu próprio conceito nos demonstra toda sua amplitude que ela
atinge, contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla, analisa o patrimônio
das entidades públicas, mistas, privadas, etc. A sua finalidade é manter os registros
e o controle do patrimônio na sua maior ordem; o seu objetivo é o patrimônio das
entidades e gerar informações com a maior clareza possível de modo que seus
usuários possam tomar conhecimento da situação de sua organização e sobretudo
com as informações detalhadas tomar decisões cabíveis e necessárias para sua
empresa."

A Controladoria utiliza as informações disponibilizadas pela Contabilidade para


gerir os riscos que cercam a organização, Padoveze (2012), afirma que a
Controladoria é o setor dentro da empresa, que com sua estrutura organizacional,
deve efetivar o conjunto da Contabilidade dentro da empesa e seus aspectos legais
e gerenciais.

“Dentro do conjunto de suas responsabilidades, está a atividade de apoio a todos


os gestores internos da organização. A missão da Controladoria, como
asseguradora da eficácia empresarial, é uma atividade absolutamente
comprometida com os resultados da entidade, e, portanto, sua atuação é
operacional.” (Padoveze, 2009, p. 35)

Portanto, a Controlaria e a Contabilidade andam juntas na Gestão de Risco


empresarial e apoiando os estores na tomada de decisão.

O Conceito de Risco
A Gestão de Riscos sempre foi importante para a tomada de decisão dos gestores
nas organizações, mas atualmente as empresas estão investindo mais em
Controllers, pelas incertezas do mercado atual e para agregar valor aos seus
acionistas.
“Risco é o grau de incerteza em relação à possibilidade de ocorrência de um
determinado evento, o que, em caso afirmativo, redundará em prejuízos. Assim,
risco é a possibilidade de perda decorrente de um determinado evento.” (Santos,
2002, p.23)

Todavia, para Padoveze, (2009), dentro do conceito geral de risco, pode-se defini-
lo como eventos futuros incertos, que podem influenciar o alcance dos objetivos
estratégicos, operacionais e financeiros da organização.
Portanto, o risco neste caso é ligado a situação financeira da organização, é o risco
de perder dinheiro com determinada transação, investimento ou estratégia
empresarial.
Riscos Empresariais
Na identificação e avaliação dos Riscos Empresariais, podemos dizer que é muito
importante conhece-los muito bem antes de tomar qualquer decisão.
“Identificação dos riscos de uma empresa passa sempre por um processo de
análise dos ambientes interno e externo e consideração das variáveis e entidades
que afetam o sistema empresa. É uma das etapas cruciais no processo de
gerenciamento do risco, cada um dos quais deve ser explorado para
identificar como ele potencialmente evolui através da organização. É preciso
assegurar que o risco está cuidadosamente definido e explicado para facilitar
análises posteriores; a sua acurada definição é um elemento crítico para o sucesso
da gestão de risco.” (Padoveze, 2009, p. 138).
Santos (2002) classifica os Riscos Empresariais como Oriundos do Ambiente
Externo:
 Riscos do Macro ambiente:
 Político-legais: são os que regem o dia a dia das empresas de acordo
com decisões políticas;
 Econômicos: são os originários de fenômenos econômicos como a
globalização e a inflação;
 Demográficos: são os de relevantes alterações no perfil de distribuição da
população, como aumento de taxa de mortalidade e redução da
expectativa de vida;
a) - Naturais: são fenômenos naturais como longos períodos de chuva e
estiagem;
b) - Tecnológicos: são os riscos ligados aos sistemas de comunicação e
controle de dados, como por exemplo, sistemas desatualizados;
c) - Sociais: são os riscos originários da convivência humana na sociedade,
como queda de vendas por motivos religiosos, ecológicos ou moda.
 Riscos do Ambiente Setorial:
 Fornecedores: esses fornecedores são os de produtos ou matéria prima
que podem oferecer riscos por preços elevados e curto prazo para
financiamento;
 Clientes: é preciso saber quem é seu público alvo e ter bom
relacionamento com os clientes para não perde-los para os concorrentes;
 Concorrentes: existem os concorrentes atuais e os potenciais, ambos
podem oferecem risco, pois podem conquistar seus clientes com
inovações nos produtos e preços mais baixos;
a) Produtos Alternativos: produtos falsificados, piratas ou contrabandeados
podem afetar as vendas dos produtos originais pelo seu preço mais baixo.
Entretanto, Santos (2002), ainda continua sua classificação com a segunda parte,
os Riscos Empresariais Oriundos do Ambiente Interno:
 Riscos Financeiros:
 De Liquidez: liquidez é a capacidade de pagar todas as dívidas
corretamente, na falta será necessário usar recursos caros em termos de
juros e multas;
 De crédito: a falta de crédito para a empresa leva a corte de
financiamentos como de equipamentos, por exemplo, e a falta de crédito
para os clientes pode significar redução de vendas;
 De mercado: podem ser perdas em aplicações em ações devido queda da
bolsa;
 Legais: contratos e certificados precisam estar assinados por pessoas
com poder de representação para estarem na legalidade jurídica.
 Riscos Operacionais Gerais:
a) Da Estrutura de Custos: esses custos podem ser variáveis ou fixos, queda
de venda e produção, por exemplo, pode ser mais prejudicial para uma
empresas com mais custos fixos;
b) Da sucessão: podem ser riscos de perdas decorrentes de gestores,
técnicos e vendedores;
c) De fraude: roubos, incêndios com intensão, compras superavaliadas ou
vendas subavaliadas;
d) Corporativos: são reflexo de problemas no mesmo grupo econômico, como
controladora, controladas e coligadas, como prejuízos;
e) Greves que possam acarretar atrasos em entregas de mercadorias e
recebimento de materiais;
f) – erros acarretando pagamento atrasados que redundam em multa, ou até
mesmo incêndios;
g) – envolvendo a infraestrutura, e a falta de energia, falta de água, greves de
ônibus.
 Riscos Operacionais Funcionais:
a) Da Área Administrativa: perdas pelo mau controle de estoque e
documentação incompleta;
b) Da Área de Compras: risco da perda do poder de negociação com os
fornecedores e falência dos mesmo;
c) Da Área de Marketing: perdas por pesquisas de mercado mal feitas,
produtos que não agradam os clientes e campanhas publicitárias mal
recebidas;
d) Da Área de Vendas: risco de perda por contratos mal negociados e clientes
mal atendidos;
e) Da Área de Logística/Produção: desperdício de materiais, excessivo
consumo de energia;
f) Da Área de Sistemas: podem acorrer perdas por utilização de softwares
inadequados e vírus nos computadores;
g) Da Área Contábil/Fiscal: a Contabilidade deve oferecer informações para o
Fiscal, se isso não acontecer da forma correta pode acarretar perda por
não atendimento à legislação e perdas por informações incompletas para
os gestores;
h) Da Área de Distribuição: Perdas por falta de cuidado na manipulação e
meio inadequados de transporte.
“A preocupação com a consciência dos riscos e a necessidade de se conviver com
eles é tão antiga quanto o próprio homem. O processo intuitivo da gestão de risco
tem se tornado mais presente nas atividades humanas dando suporte ao processo
de tomada de decisão em diversos aspectos da economia influenciando
diretamente as políticas e estratégias das organizações.” (Moraes, 2010, p. 136)
É importante conhecer os riscos possíveis em uma empresa para saber como
administrá-los e controlá-los
A Gestão de Riscos
Segundo Padoveze (2009) as necessidades do gerenciamento do risco empresarial
estão crescendo relacionadas com o desempenho operacional e crescimento do
valor do acionista, bem como conformidade e prevenção.
“Um dos requisitos essenciais no gerenciamento de riscos em uma perspectiva
estratégica consiste na definição de diretrizes de gerenciamento de riscos por parte
de alta gerência, com a definição precisa dos riscos que a empresa necessita
gerenciar. Essa definição depende do setor que a empresa atua, do seu tamanho e
do grau de exposição às diferentes fontes de risco.” (Galvão, Bressan, Campos,
Boechat, Araújo, Ribeiro, Brasil, Mota, Rossetti, Lauria, Barros, Gontijo, Pires,
Oliveira, 2008, p.574)
Santos (2002), enfatiza que a análise de balanços ajuda a identificar os riscos
relacionados com clientes, fornecedores, bancos e seguradoras. Onde a érea de
crédito tem que estar atenta a ao recebimento de clientes evitando altos níveis de
inadimplência. A área de vendas deve estar atenta a rentabilidade lucrativa para
identificar preços elevados dos fornecedores. E a área financeira deve estar atenta
para perder o mínimo possível para bancos e seguradoras.
Para cada risco identificado é necessário avaliar o impacto que este pode causar
na empresa, assim como cita Padoveze (2009), a gestão do risco pode ser feita
como uma matriz com responsabilidade compartilhada onde cada unidade do
negócio usa sua própria linguagem de fácil entendimento e suas próprias
ferramentas. Padoveze (2009) continua constatando a responsabilidade de
relatórios e acompanhamento ao risco, sempre formalizando os processos e
revisando-os para saber se estão sendo eficazes.
Considerações Finais
A Gestão de Riscos é feita pela Controladoria juntamente da contabilidade para
auxiliar os gestores na tomada de decisão e diminuir a média de perdas de ativos
financeiros.
Conhecer os riscos existentes é muito importante e geralmente eles estão nas
fraquezas da empresa, como mau atendimento ou contratos mal fechados.
A análise de balanços ajuda a identificar os riscos relacionados com clientes,
fornecedores, bancos e seguradoras. Onde a érea de crédito tem que estar atenta
a ao recebimento de clientes evitando altos níveis de inadimplência. A área de
vendas deve estar atenta a rentabilidade lucrativa para identificar preços elevados
dos fornecedores. E a área financeira deve estar atenta para perder o mínimo de
ativos possível.
Todo o processo da gestão de riscos deve ser documentado e formalizado para
não haver dúvidas sobre a sua eficiência.

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