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1.1 MEDULA
1.1.1 Conceito
A medula faz parte do Sistema Nervoso Central (SNC). Seu limite
superior é o bulbo, no nível do forame magno. Já o limite caudal
varia com a idade, situando-se, no adulto, aproximadamente no
nível da borda inferior da primeira ou segunda vértebras lombares
(L1 ou L2) e em L3 no recém-nascido.
1.1.2 Anatomia macroscópica
A medula possui forma cilíndrica, achatada no sentido
anteroposterior, e tem calibre irregular (intumescências cervical e
lombar, que correspondem às áreas de conexão entre a medula e
os plexos braquial e lombossacral, respectivamente). Além disso,
termina afilando-se para formar o cone medular, que continua
com o filamento terminal, ambos revestidos pela pia-máter. A
continuação do filamento terminal dá origem a diversas raízes
nervosas, cujo conjunto recebe o nome de cauda equina. A
compressão do cone medular ou da cauda equina dá origem a
síndromes clínicas distintas, típicas e que constituem urgências
médicas, devendo ser rapidamente identificadas e tratadas. O
conceito de cone medular e filamento terminal é importante, em
razão da necessidade de diferenciar síndrome do cone medular
de síndrome da cauda equina.
Ao corte transversal, é possível identificar a substância cinzenta
(internamente) e a substância branca (externamente). A primeira
tem a forma de um “H” e possui colunas anterior, posterior e
lateral (esta, só existe de T1 até L2). No centro dessa substância,
encontra-se o canal central da medula, resquício da luz do tubo
neural.
A substância branca é dividida em:
▶ Funículo anterior: entre a fissura mediana anterior e o sulco
lateral anterior;
▶ Funículo lateral: entre o sulco lateral anterior e o sulco lateral
posterior;
▶ Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco
mediano posterior. Na coluna cervical, é dividido pelo sulco
intermédio posterior em dois fascículos: grácil (medial) e
cuneiforme (lateral).
Segundo Harrison’s Principles of Internal Medicine (2015), o
comprometimento do funículo posterior junto com o trato
piramidal no funículo lateral é comum na degeneração combinada
da medula causada pela deficiência de vitamina B12. O quadro é
caracterizado por alteração da sensibilidade profunda, com
redução de sensibilidade vibratória e da propriocepção, ataxia
sensitiva com Romberg positivo, fraqueza, sinais piramidais com
reflexo cutâneo plantar em extensão (sinal de Babinski),
alterações hematológicas e glossite.
#importante
Deve-se lembrar que, na região cervical,
o funículo posterior é subdividido pelo
septo mediano posterior em fascículo
grácil (medial) e cuneiforme (lateral).
1.3.2 Divisões
1.3.2.1 Bulbo
Também conhecido como medula oblonga, continua caudalmente
com a medula espinal, separando-se desta por um plano
horizontal imaginário no nível do forame magno.
Superiormente, separa-se da ponte pelo sulco bulbopontino. Na
parte inferior do bulbo, a maioria das fibras descendentes que
ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da
medula (trato corticospinal ou trato piramidal) cruza o plano
mediano e constitui a decussação das pirâmides. As fibras dos
nervos IX (glossofaríngeo), X (vago), XII (hipoglosso) e parte das
fibras do XI par craniano (acessório) emergem do bulbo (Figura
1.5). Os pares cranianos bulbares são classicamente acometidos
junto com motoneurônios nas doenças do neurônio motor, como
esclerose lateral amiotrófica. A disartria, disfagia e fraqueza da
musculatura do pescoço são os sintomas associados.
A metade caudal é percorrida por um canal contínuo com o canal
central da medula, que se abre para formar parte do assoalho do
IV ventrículo (Figura 1.6). Posteriormente, localizam-se os
fascículos grácil e cuneiforme.
#importante
No bulbo, originam-se nervos
glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório
(XI) e hipoglosso (XII).
1.3.2.3 Mesencéfalo
#importante
O colículo inferior liga-se ao corpo
geniculado medial (via auditiva),
enquanto o colículo superior liga-se ao
corpo geniculado lateral (via óptica).
1.3.2.4 IV ventrículo
1.4 CEREBELO
1.4.1 Conceito
Está alojado na fossa cerebelar do osso occipital, posterior ao
bulbo e à ponte, compondo parte do teto do IV ventrículo. É
separado do lobo occipital pelo tentório, ou tenda do cerebelo.
Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior; à
ponte, pelo pedúnculo cerebelar médio; e ao mesencéfalo, pelo
pedúnculo cerebelar superior. É um órgão essencialmente
relacionado às funções motoras, responsável pelo controle motor
fino como equilíbrio, coordenação dos movimentos e tônus
muscular, modulando, dessa forma, atividade de áreas nucleares
motoras do cérebro e da medula espinhal.
1.4.2 Anatomia macroscópica
O cerebelo possui duas regiões distintas: uma porção mediana,
constituída pelo vérmis, e uma lateral, composta pelos dois
hemisférios cerebelares que se ligam à porção mediana.
#importante
O cerebelo é um órgão essencialmente
relacionado às funções motoras, como
equilíbrio, coordenação dos movimentos
e tônus muscular.
#importante
As principais funções talâmicas
relacionam-se à sensibilidade, exceto a
olfatória. Motricidade, comportamento
emocional e ativação cortical são outras
funções relacionadas.
#importante
A principal função da pineal é a síntese
de melatonina, para controle do ciclo
sono-vigília.
Figura 1.10 - Corte do diencéfalo e do telencéfalo, evidenciando o epitálamo
Fonte:
#importante
O subtálamo possui envolvimento no
sistema extrapiramidal de controle dos
movimentos.
1.6 TELENCÉFALO
1.6.1 Conceito
O telencéfalo é formado pelos dois hemisférios cerebrais, que são
incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro,
e cujo assoalho é formado pelo corpo caloso — principal estrutura
de união entre os dois hemisférios — e pela lâmina terminal e
comissura anterior, que formam a parede anterior do III ventrículo.
Os hemisférios contam com os ventrículos laterais, que são suas
cavidades, e apresentam três polos: frontal, occipital e temporal; e
três faces: superolateral, medial e, finalmente, a base do cérebro,
ou face inferior.
1.6.2 Sulcos e lobos
A superfície cerebral (Figura 1.11) apresenta os giros ou
circunvoluções cerebrais que existem para aumentar a superfície
cortical. Esses giros, nem sempre constantes, são delimitados por
sulcos. Os mais importantes são:
▶ Sulco lateral ou de Sylvius: separa o lobo frontal do temporal;
▶ Sulco central ou de Rolando: separa o lobo frontal do parietal e é
margeado pelos giros pré-central (anterior) e pós-central
(posterior).
Os sulcos cerebrais determinam lobos, alguns recebendo o
mesmo nome do osso do crânio correspondente
topograficamente (frontal, temporal, parietal, occipital), e a ínsula,
que se situa profundamente no sulco lateral e, ao contrário dos
demais lobos, não se relaciona a ossos do crânio.
Figura 1.11 - Anatomia do cérebro
Legenda: (A) vista lateral; (B) vista superior; (C) vista medial do cérebro.
Fonte: (A) e (B) adaptado de Shopplaywood; (C) adaptado de Hank Grebe.
1.6.3.3 Inferior
É
É uma fina membrana virtualmente separada da dura-máter pelo
espaço subdural e distanciada da pia-máter pelo espaço
subaracnóideo, preenchido pelo liquor, além de possuir as
trabéculas aracnoides que se prendem à pia-máter.
a) Cisternas subaracnóideas
b) Granulações aracnoides
#importante
O polígono de Willis é formado pelas
artérias cerebral anterior, média e
posterior, artéria comunicante anterior e
as artérias comunicantes posteriores
direita e esquerda.