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Trabalho em grupo de Direito administrativo I

Nome: Sara Rayanne dos Santos Renildo; Joanne Paraiso Viera; Walisson Felipe Ferreira de Souza e
Maria Eduarda de Sousa Fleury
Semestre: 5° Semestre

As agências reguladoras e as dúvidas acerca de seu verdadeiro papel e funcionamento

É válido relembrar que quando nos referimos a Administração Pública, estamos diante do Estado
realizando suas funções afim de alcançar o interesse da coletividade, por esta razão a administração é
dividida em direta e indireta que busca desestatizar e descentralizar, retirando o controle total do Estado
desde meados dos anos 90 no Brasil, com a finalidade de proporcionar desenvolvimento e o crescimento
econômico do setor privado e público, como diria Frédéric Bastiat, quando fez uma crítica veemente nas
funções e atribuições das verdadeiras atividades do Estado, disse: "há no mundo excesso de grandes
homens, há legisladores demais, organizadores, fundadores de sociedades, condutores de povos, pais de
nações. Gente demais que se coloca acima da humanidade para regê-la, gente demais para se ocupar
dela". Assim, devemos nos questionar, o que são as agências reguladoras? Quais suas funções? Quais
elementos definidores das autarquias de regime especial? Se possui amparo constitucional? E se tem
ampla aceitação por parte de doutrinadores, juristas e o próprio povo?
Assim, podemos qualificar e classificar as agências reguladoras como uma pessoa jurídica que faz
normalmente parte do grupo das autarquias, as quais possuem regime jurídico especial da Administração
pública indireta, ou seja, tem disciplina específica, peculiaridades, prerrogativas especiais, certas regalias e
maior liberdade que a lei confere, o que difere das autarquias comuns. Elas tem como função e finalidade,
disciplinar e controlar certas atividades de empresas privadas, por meio da regulação e fiscalização de
determinado setor econômico, buscando assim evitar abusos e irregularidades, o qual tem como
responsável o Estado, pois o mesmo transferiu certas atividades que possuía titularidade, em busca de
maior celeridade; especialidade; eficiência e flexibilidade. Quanto aos elementos que determinam e
definem as autarquias de regime especial, são o poder normativo técnico; a autonomia decisória; a
independência administrativa e a autonomia econômico-financeira. Embora, o vocábulo não fosse esse da
atualidade "agência", a ideia de criar entidades que regulassem e proporcionasse o fim total ou parcial do
monopólio estatal, por meio da transferência do serviço público ao setor privado, já existia, mas com noções
ainda rudimentares.
Contudo, ainda dentro dessa ampliação da administração pública, devemos considerar até que ponto
elas são benéficas para a sociedade, pois como já salientado os grandes tentáculos do Estado atinge ainda
mais a vida privada e as empresas privadas, embora a ideia que se prega é que elas buscam trazer maior
segurança e condição para o consumidor, contudo há muitas críticas e controvérsias acerca da
confiabilidade e intenção na criação de mais entes descentralizados, pois as agência são extremamente
atuais no Brasil e até que ponto e limite podem exercer suas funções. Os últimos debates entre
doutrinadores; professores e juristas demonstraram que ainda gera muita dúvida sobre seu modelo de
atuação e fiscalização, pois ainda falta clareza as suas atribuições e limites, os quais defendem ainda a
necessidade de revisão a legislação criadora das agências, embora em 25 de junho de 2019 entrou em
vigência a Lei n° 13.848, que dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social
das agências reguladoras, a qual alterou diversos dispositivos. Além das últimas tentativas no de 2019 do
congresso, criar uma lei que em um dos seus dispositivos limitava as atribuições do presidente em escolher
novos conselheiros, diretores e presidentes desses órgãos, criando a seleção por meio de uma lista tríplice
que restringia ainda mais a competência do Chefe do Executivo, pontos que inclusive foram vetados pelo
presidente pois, o mesmo acredita que as agências reguladoras tem um poder muito amplo de atuação, e o
fato do Estado não ter nenhum poder de influência poderia ser perigoso para os próprio consumidores.

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Ainda dentro da aceitação da criação das agências, um dos pontos mais discutidos é sobre a
intromissão do poder normativo das agências reguladoras face o poder legislativo, pois de acordo com a
tripartição de poderes confere ao poder legislativo a criação de leis e normas, contida no Art.2°; da
Constituição Federal, fruto do poder originário que emana do povo em respeito ao princípio da legalidade,
assim a grande indagação é " qual seria a melhor norma e lei para discutir determinado tema, a criada pelo
legislativo ou as normas criadas pelas agência reguladoras?, pois uma vez ultrapassado os limites
conferidos ao poder legislativo. Outro ponto importante é ausência de referência explicita a essa figura
autárquica na Constituição Federal , onde somente possuir referência as próprias autarquias e os órgãos
reguladores nos Arts.37°; XIX e 21°; XI e 177°; §2°; III, sendo expressas apenas duas agências a
"ANATEL E ANP", embora alguns doutrinadores interpretem de acordo com os princípios da administração
(Art. 37°; CF), que a legalidade ali presente consiga estabelecer e os limites que deveram ser exercidos
pelas agências, pois do contrário ofenderia tal princípio .

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