Correção do resumo da SIAC 2023

O Projeto "Educação Antirracista" visa prestar uma formação continuada aos profissionais
da educação nas Secretarias Municipais de Educação (SMEs) da Baixada Fluminense, e
ainda pretende proporcionar uma reflexão sobre a temática racial nas escolas; sejam suas
aplicações, desafios e métodos, sejam as vivências desses representantes municipais nas
escolas onde atuam. Este trabalho pretende apresentar o panorama do ciclo de ações
desenvolvidas ao longo de 2022, em especial, as duas primeiras ações formativas, desde
as palestras, até o ciclo de debates entre os bolsistas e os cursistas. Os bolsistas utilizaram
como referencial metodológico a observação participante, considerando-a uma abordagem
de pesquisa qualitativa. As temáticas de raça e classe foram relevantes e as experiências
vivenciadas pelos professores em seus meios de atuação foram tratadas em grupo. Assim,
o grupo apresentará um recorte metodológico do que tem sido o projeto no contexto da
prática e as temáticas que emergiram nos debates. A primeira ação formativa aconteceu no
início do segundo semestre, com a temática intitulada: “Raça e classe: diálogos da
Educação Antirracista”, palestrada pelo Professor Mário Luiz de Souza - CEFET. As
reflexões apontam que raça e classe precisam ser discutidas de modo indissociável. Outros
conceitos emergiram do debate, tais como: o mito da democracia racial, as políticas de
ações afirmativas e um breve histórico sobre o capitalismo e a sua construção junto à
temática. O debate, junto aos professores cursistas, trouxe pautas como a desigualdade e o
sistema capitalista, em diálogo com as vivências em suas realidades educacionais. De
maneira geral, os bolsistas – como observadores participantes – mediaram e trouxeram
também reflexões teóricas e sugestões metodológicas acerca de aplicações nas áreas de
atuação dos cursistas. A segunda ação formativa intitulada: “A temática do amor e a
Educação Antirracista” por Renato Noguera (2021), trouxe reflexões importantes e
relevantes sobre como a branquitude se apropria e se define como única raça digna de
receber amor e confiança, colocando a questão da humanidade como tópico importante
para problematização. Nesse debate, os cursistas trouxeram a importância de escutar
ativamente, dialogar e resolver conflitos. Ademais, debateram a importância de trazer mais
leituras de autores pretos à sua área de atuação, a fim de promover familiaridade com a
literatura africana e afro-brasileira no cotidiano da escola. Os bolsistas, nesse debate,
continuaram a utilizar a metodologia observação participante ao interagirem no chat, dando
depoimentos e realizando a mediação ao longo do debate. As considerações preliminares
destacam a adesão dos profissionais da educação e suas percepções sobre o projeto, em
defesa de uma educação antirracista.