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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA – A POLITÉCNICA

Instituto Superior Politécnico e Universitário de Nacala- ISPUNA

CIRCUITOS ACOPLADOS MAGNETICAMENTE

Hanza Assuate

Nacala-Porto, Março de 2024

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA – A POLITÉCNICA

Instituto Superior Politécnico e Universitário de Nacala- ISPUNA

CIRCUITOS ACOPLADOS MAGNETICAMENTE

Hanza Assuate

Trabalho de carácter avaliativo na cadeira de


Analise de Circuitos Eléctricos III, do curso de
Licenciatura em Engenharia Eléctrica, 3º ano.
Orientado pelo:

Docente. dr: Momade Assane Amisse.

Nacala-Porto, Março de 2024

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ÍNDICE

Introdução .................................................................................................................................. 1

1. Circuitos Acoplados Magneticamente ................................................................................ 2

1.2. Indutância mútua ............................................................................................................. 2

1.2. Auto indutância das bobinas 1 e 2 .................................................................................. 2

1.3. Tensão induzida nas bobinas 1 e 2. ................................................................................. 3

1.4. Coeficiente de acoplamento ............................................................................................ 5

1.5. Regra de ponto ................................................................................................................ 7

1.6. Associação de bobinas magneticamente acopladas ........................................................ 8

1.7. Método para modelar circuitos com acoplamento magnético ........................................ 9

Conclusão................................................................................................................................. 12

Referencias Bibliográficas ....................................................................................................... 13

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Introdução
O presente trambalho tem como objectivo principal "abordagem de uma forma clara e
resumida sobre " Circuitos acoplados magneticamente". Os circuitos estudados até agora
podem ser considerados como acoplamento condutivo, pois afectam o vizinho pela condução
de eletricidade. Quando dois circuitos com ou sem contatos entre eles se afetam por meio dos
campo magnético gerado por um deles, diz-se que são acoplados magneticamente.

Iniciarei com o conceito de indutância mútua e introduziremos a convenção do ponto sada


para determinar as polaridades das tensões de componentes acopladas indutivamente.
Tomando com base o conceito de indutância mútua, introduziremos a seguir o elemento de
circuito conhecido como transformador.

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1. CIRCUITOS ACOPLADOS MAGNETICAMENTE

1.2. Indutância mútua


Quando dois indutores (ou bobinas) estiverem bem próximos um do outro, o fluxo magnético
provocado pela corrente em uma bobina se associa com a outra bobina induzindo,
consequentemente, tensão nessa última. Esse fenômeno é conhecido como indutância
mútua.

Para um indutor simples de N espiras, quando uma corrente i flui através dele, um fluxo
magnético é produzido ao redor dele

De acordo com a lei de Faraday, a tensão induzida no indutor:

• Mas o fluxo é produzido pela corrente i, portanto qualquer mudança em é causada por
uma variação na corrente:

1.2. Auto indutância das bobinas 1 e 2


A indutância L do indutor é dada por:

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Esta indutância é chamada de auto-indutância, pois relaciona a tensão induzida em uma
bobina por uma corrente variante no tempo na mesma bobina

Considerando agora duas bobinas com auto-indutâncias L1 e L2 que estão próximas. A


bobina 1 tem N1 voltas e a bobina 2 tem N2 voltas. Assumimos que a bobina 2 não transporta
corrente

Indutância mútua M21 da bobina 2 em relação à bobina 1.

O fluxo magnético originário na bobina 1 tem dois componentes: o componente


percorre somente a bobina 1 e o componente percorre ambas as bobinas. Portanto

1.3. Tensão induzida nas bobinas 1 e 2.


Apesar das duas bobinas estarem fisicamente separadas, elas estão magneticamente
acopladas. Como o fluxo total percorre a bobina 1, a tensão induzida na bobina 1:

Somente o fluxo percorre a bobina 2, logo a tensão induzida na bobina 2:

Novamente, como os fluxos são causados pela corrente i1 fluindo na bobina 1

Onde é a auto-indutância da bobina 1. Da mesma maneira:

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Onde:

é a indutância mútua da bobina 2 com respeito a bobina 1. O índice 21 indica que a


indutância relaciona a tensão induzida na bobina 2 à corrente na bobina 1. Assim, a tensão
mútua em circuito aberto (ou tensão induzida) sobre a bobina 2 é

Supondo agora que a corrente i2 flui na bobina 2, enquanto a bobina 1 não transporta corrente

Figura 3. Indutância mútua M12 da bobina 1 em relação à bobina 2.

Como o fluxo total percorre a bobina 2, a tensão induzida na bobina 2

Onde é a auto-indutância da bobina 2

Da mesma maneira:

Onde:

é a indutância mútua da bobina 1 com respeito a bobina 2. O índice 12 indica que a


indutância relaciona a tensão induzida na bobina 1 à corrente na bobina 2. Assim, a tensão
mútua em circuito aberto (ou tensão induzida) sobre a bobina 1 é:

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Veremos que:

M é a indutância mútua entre duas bobinas. É medida em henrys (H).

• Note que o acoplamento mútuo existe somente se as bobinas estiverem próximas e os


circuitos forem alimentados por fontes variantes no tempo.

Indutância Mútua é a capacidade de um indutor induzir uma tensão sobre um indutor vizinho,
medida em henrys (H).

1.4. Coeficiente de acoplamento


O coeficiente de acoplamento, geralmente representado pela letra k, é uma medida do
acoplamento magnético entre duas bobinas. O seu valor é definido entre 0 e 1 e
depende da proximidade entre as bobinas, do material do núcleo ao qual elas estão enroladas,
das suas orientações, etc. O coeficiente de acoplamento é adimensional.

O coeficiente de acoplamento, mostra o quanto a indutância mútua se aproxima de seu limite


superior

onde . O coeficiente de acoplamento é a fração do fluxo total emanando de um


indutor que conecta ao outro indutor:

 Se todo o fluxo produzido por um indutor atinge outro, então e temos uma
acoplamento 100% ou perfeitamente acoplados.
 Para temos indutores fracamente acoplados.
 Para temos indutores fortemente acoplados.

O coeficiente de acoplamento é uma medida do acoplamento magnético entre dois indutores;

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Exemplo resolvido:

Considere o circuito da Figura abaixo. Determine o coeficiente de acoplamento e calcule a


energia armazenada nos indutores acoplados no instante t = 1 s se v = 60 cos(4t + 30º) V

Resolução: O coeficiente de acoplamento é:

indicando que os indutores estão firmemente acoplados. Para determinar a energia


armazenada, precisamos calcular a corrente. Para determinar a corrente, precisamos obter o
equivalente no domínio da frequência do circuito.

O circuito equivalente no domínio da frequência é mostrado na Figura. Agora, aplicamos


análise de malhas.

Para a malha 1,

Para a malha 2,

Ou , Substituindo esta na Equação (2) nos leva a

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No domínio do tempo,

Em t = 1 s, 4t = 4 = 229,2º e

A energia total armazenada nos indutores acoplados é

1.5. Regra de ponto


A convenção dos pontos diz o seguinte:

 Se uma corrente entra pelo terminal com o ponto de uma bobina, a polaridade de
referência da tensão mútua na segunda bobina é positiva no terminal com o ponto da
segunda bobina. Ou,
 Se uma corrente sai pelo terminal com o ponto de uma bobina, a polaridade de
referência da tensão mútua na segunda bobina é negativa no terminal com o ponto da
segunda bobina.

Ilustração da convenção do ponto.

Assim, a polaridade de referência de uma tensão mútua depende da direção de referência da


corrente induzida e os pontos nas bobinas acopladas

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Exemplo: Exemplos ilustrando como aplicar a convenção do ponto. (Alexander; Sadiku,
2013).

1.6. Associação de bobinas magneticamente acopladas


Considere as duas bobinas magneticamente acopladas ilustradas nas Figuras 8a e 8b e
suponha: (i) que ambas são percorridas pela mesma corrente, i, e (ii) que os sentidos dos
enrolamentos são concordantes em (a) e discordantes em (b).

Figura 8. Bobinas conectadas em série (a) aditiva; (b) subtrativa

 A convenção de pontos, para indutores conectados em série, pontos se somando, a


indutância total será:

 Para indutores conectados em série, com pontos opostos, a indutância total será:

Aplicando a LTK na malha1:

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Aplicando a LTK na malha 2

Passando para o domínio da frequência:

Aplicando a LTK na malha 1:

Aplicando a LTK na malha 2:

As equações acima podem ser resolvidas da maneira usual para encontrar as correntes.

1.7. Método para modelar circuitos com acoplamento magnético


A experiência tem mostrado que, se dividirmos em etapas a solução para a determinação de
valor e sinal de um problema, as decisões são mais fáceis de serem rastreadas. Sugerimos que
o modelo (Figura 13.8b) seja usado na análise de circuitos contendo um circuito acoplado
mutuamente como mostra a Figura 9a:

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Observe que não incluímos os sinais no modelo. O motivo para isso é que primeiro determina
os valores das tensões induzidas e, em seguida, determinamos os sinais apropriados. É
evidente que, I1 induz uma tensão na segunda bobina representada pelo valor jvI1, e I2 induz
uma tensão de jvI2 na primeira bobina. Uma vez que temos os valores, usamos em seguida os
dois circuitos para determinar os sinais corretos para as fontes dependentes como mostra a
Figura 9c.

Uma vez que I1 entra em L1 pelo lado do ponto, ela induz uma tensão em L2 que tenta forçar
uma corrente que sai pela extremidade do ponto em L2, o que significa que a fonte deve ter
um sinal + no lado superior e um sinal – no lado inferior, como mostra a Figura 13.8c. I2 sai
pela extremidade do ponto de L2 significando que ela induz uma tensão em L1 que tenta
forçar uma corrente que entra pela extremidade do ponto em L1, o que requer uma fonte
dependente que tem um sinal + no lado inferior e um sinal – no lado superior, como mostra a
Figura 9c. Agora tudo o que temos a fazer é analisar um circuito com duas fontes
dependentes. Esse processo sempre nos faz verificar cada uma de nossas suposições.

Nesse nível introdutório não estamos preocupados com a determinação das indutâncias
mútuas das bobinas e das colocações dos pontos nelas. Assim como ocorre para R, L e C, o
cálculo de M envolveria a aplicação da teoria do eletromagnetismo às propriedades físicas
reais das bobinas. Neste livro, vamos supor que a indutância mútua e a colocação dos pontos
sejam os “dados” do problema de circuitos, assim como os componentes R, L e C.

Exercícios: Calcule as correntes fasoriais e no circuito da Figura:

Solução: Para a bobina 1, a LKT resulta em

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(1)

Para a bobina 2, a LKT resulta em

(2)

A partir das Equações 1 e 2, obtemos:

(3)

A partir das Equações (2) e (3),

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Conclusão
Depois da abordagem do trabalho, adquiri alguns conhecimentos básicos sobre circuitos
magneticamente acoplados e transformadores e ser capaz de resolver problemas que
contemplem situações reais envolvendo estes temas em engenharia. Para atingir este objetivo,
precisei de estudar com empenho os assuntos apresentados, resolver as questões propostas e
pesquisar sempre que sugerido, a fim de complementar o tema em questão.

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Referencias Bibliográficas

 Alexander, C. K.; Sadiku, M. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. São Paulo:


AMGH, 2013.
 Boylestad, R. L. Introdução à análise de circuitos. 8. ed. São Paulo: Pearson, 2004.
 Dorf, R. C.; Svoboda, J. A. Introdução aos circuitos elétricos. 9. ed. São Paulo: LTC,
2016.
 Orsini, L. Q.; Consonni, D. Curso de circuitos elétricos: volume 2. 2 ed. São Paulo:
Blutcher. 2004.
 Nilsson, J. W.; Riedel, S. A. Circuitos elétricos. 8. ed. São Paulo: Pearson: 2008

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