Você está na página 1de 61

SUMÁRIO:

1. CONCEITO

2. HÁBITOS

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. CONCENTRAÇÃO MENTAL

3.2. VISÃO

3.3. MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

3.4. ENTENDIMENTO

3.5. VELOCIDADE

4. DICAS

5. AVALIAÇÃO

2
1. CONCEITO:

LN – Leitura Veloz é um método que surgiu da habilidade de


seu fundador de ler até 900 páginas por hora, sendo

considerado por muitos como o leitor mais rápido do mundo.


Esse método chega ao mercado com a proposta de fazer com
que você aumente sua velocidade de leitura, sem que isto afete
sua compreensão do texto.

Luis Netto, fundador e elaborador da técnica da LN – Leitura


Veloz, tem uma história muito curiosa envolvendo os livros.
Assim como grande parte da população, Luis não gostava de ler,
mas devido a um castigo imposto pelo seu pai, tendo em vista
que ele havia ficado de recuperação em História, ele começou
a ler e desde então nunca mais parou.

Durante todo o seu caminho, Luis Netto atingiu marcas e


reconhecimentos muito expressivos na leitura, atingindo a
velocidade de 900 páginas por hora. Ele já conseguiu a proeza
de passar mais de 8 horas lendo ininterruptamente, chegando
a ler 22 livros em um único dia. Além disso, ele leu a Bíblia em
06 horas e, até o momento, já leu mais de 6000 livros. Visto
como referência nos quesitos velocidade e compreensão de
3
leitura, ele já foi submetido a inúmeros testes, como os
propostos por: Jornal Folha de S.Paulo, Programa Mais Você,
Revista Galileu, dentre outros meios de comunicação que
relataram sua história.

Baseada em especificações da memória fotográfica, a Leitura


Veloz altera nosso modo de leitura pela divisão da página em
blocos, sem que o leitor movimente horizontalmente os olhos.
Dessa forma, compreendemos cerca de 90% do que está
contido naquela página. É possível ler sem transcorrer nossos
olhos pela linha? Sim, claro que é possível! E é isso que
trabalharemos nesse curso.

Luis Netto desenvolveu essa técnica que permite ler 900


páginas por hora, com a compreensão de 80 a 100%,
começando pela divisão da página em quatro blocos, de forma
que cada bloco seja lido em um segundo e cada página seja lida
em quatro segundos. Tudo isso sem transcorrer os olhos linha
por linha. Basta gravar um ponto central para que o caminho da
leitura seja feito de forma vertical, com base na memória
fotográfica, uma capacidade que poucos possuem, mas que
todos podem desenvolvê-la.

4
Com o potencial para atingir, no mínimo, 150 páginas por
hora, a Leitura Veloz soa como uma técnica de difícil aplicação,
porém essa aparente dificuldade é contornada pela dedicação
do aluno, o que garantirá uma enorme facilidade para a
aplicação da técnica.

Ainda acha impossível? Garanto que não é. E provarei isso


agora. Vamos lá!

1.1. identifique suas dificuldades


Quando lidamos com questões pessoais que exigem
treinamento e dedicação, precisamos entender que é
primordial detectarmos nossas dificuldades para alcançarmos o
desenvolvimento que buscamos. Esse reconhecimento será o
primeiro passo para atingirmos os resultados esperados, tendo
em vista que ele nos ajudará a corrigir nossos pontos fracos.

A técnica LN - Leitura Veloz atua dessa forma. Sendo assim,


pedimos que você abra um livro e tente lê-lo por cerca de 10
minutos. Durante esse tempo, observe qual é sua maior
dificuldade. Você tem o vício da regressão, aquele que nos
obriga a ler o mesmo trecho inúmeras vezes até conseguir
5
absorver o texto? Também é possível que consiga se manter
concentrado enquanto lê, mas no momento em que termina a
leitura o famoso “branco” ataca e você não consegue se
lembrar de mais nada. Consequentemente, acaba precisando
ler tudo novamente. Faça esse teste. Identifique qual é a sua
dificuldade. Assim, poderemos sanar seu problema juntos!

1.2. Mude seus hábitos


Vamos explicar esse princípio com um exemplo ilustrativo.
Para os nadadores profissionais, a depilação é uma tentativa de
reduzir o atrito do corpo com a água, pois todos os pelos corporais
adicionam superfície de atrito durante a prova. Pode até parecer
besteira, mas em competições de alto nível a diferença entre o 1°
e o 2° lugar pode ser de centésimos de segundos. Visto por esse
ângulo, cada detalhe conta quando se trata de uma atividade de
alto rendimento.

6
Na LN - Leitura Veloz, também trabalhamos com alto
rendimento, só que na área cerebral. E você irá notar que cada
detalhe faz a diferença na criação dos hábitos que o levarão a ter
bons resultados.
Mude seus hábitos. Procure dormir as horas de que seu
corpo necessita. Nem mais, nem menos. Não exagere no consumo
de bebida alcoólica. Mantenha uma alimentação equilibrada.
Pratique exercício físico, pois o sedentarismo é prejudicial para o
desenvolvimento cerebral. Mantenha seu cérebro em atividade,
seja por meio de palavras cruzadas, sudoku, ou alguma atividade
de sua preferência. Procure reservar um tempo para fazer o que
te deixa relaxado, pois manter o cérebro em atividade constante,
sem descanso, não traz vantagens.

1.3. Foco no entendimento.


1ª) ENTENDIMENTO.
Se você acredita que a ideia principal da LN - Leitura Veloz
seja a velocidade, serei obrigado a te contradizer. O grande
diferencial da LN - Leitura Veloz é o entendimento que acompanha
a leitura em alta velocidade.

7
A primeira aplicação da técnica que vem à nossa cabeça está
relacionada aos estudos, à preparação para as provas escolares,
as do vestibular, ou as de concursos públicos, entre outras. O
entendimento obtido pela leitura tradicional, conjugado à
velocidade mínima de 130 páginas por hora, dará ao aluno da LN
– Leitura Veloz a possibilidade de aumentar seu conhecimento em
curto espaço, garantindo-lhe vantagem sobre outros
concorrentes.

2ª) VELOCIDADE
O segundo elemento mais importante no curso de leitura
veloz é a velocidade.
Certamente, ele é o mais atrativo, pois a velocidade
proporciona inúmeros benefícios no dia a dia, entre eles a própria
aquisição do gosto pela leitura, pois o que mais afasta as pessoas
dos livros é o tempo que se leva para terminá-los. Imagine a
vantagem de se ler um livro que, em geral, levaríamos uma
semana, em apenas duas ou três horas?

8
3ª) APLICAÇÃO DE TÉCNICAS
A aplicação das técnicas é o terceiro principal fator para a
realização de uma leitura em alta velocidade.
A LN – Leitura Veloz possui um sistema de trabalho que
consiste em diagnosticar a maneira com que o cérebro se
desenvolve e usar suas especificações como base para
potencializar esse desenvolvimento.
Luis Netto, fundador da LN – Leitura Veloz, tem uma teoria
sobre essa técnica: “Será perda de tempo tentar mudar a maneira
com que o cérebro trabalha. É muito mais fácil e efetivo
potencializá-la para que o cérebro consiga ler uma página a cada
28 segundos”.

9
2. HÁBITOS:

“O homem é um animal de hábitos”.

Charles Dickens

É isso mesmo. Realmente, somos animais movidos por


nossos hábitos. Nós vivemos, ou melhor, sobrevivemos graças
aos hábitos que adquirimos ao longo da nossa vida. Tudo é uma
questão de costume. Por exemplo, o modo como caminhamos,
como nos mantemos aquecidos quando expostos ao frio, ou até
mesmo como nos protegemos do perigo. Tudo isso é feito de
forma automática.

Para demonstrar que somos tudo aquilo que


repetidamente praticamos, formularei duas perguntas: “Será
que os hábitos influenciam o nosso cérebro em termos físicos?”
“Seremos capazes de modificar alguns dos nossos hábitos pela
alteração da estrutura física do nosso cérebro?” Os hábitos
afetam, e muito, a produtividade, independentemente da
profissão que exercemos. Eles são responsáveis por grande
parte de nossas escolhas do dia a dia.

10
Entre hábitos bons e maus, o cérebro escolhe aqueles que
estão mais arraigados em nós. Para entender como eles
surgem, sugiro a leitura do livro O Poder do Hábito, de Charles
Duhigg. Ele aborda vários pontos, mas aqui vamos nos
concentrar naqueles que vão torná-lo um velocista dos livros.
Porém, antes de dizer quais são os hábitos que você deverá
adotar para ajudar o seu cérebro, enfatizarei a importância de
entender cada um dos hábitos que citarei abaixo, pois o cérebro é um
músculo preguiçoso, mas inteligente. Ou seja, ele necessita de
repetição, palavra também conhecida como TREINO.

Analisemos alguns bons hábitos:

• DURMA BEM

Dormir mal, ou menos do que o necessário, afeta nosso


desempenho intelectual, nossa memória e nossa concentração.
Um adulto precisa, em média, de sete a oito horas de sono por
dia. Porém, dependendo da pessoa, esse período pode ser
maior ou menor. Para avaliar a sua necessidade, observe
quantas horas dorme em um dia de folga, sem que tenha
acionado o despertador. Para ter um descanso de qualidade,
torne o quarto aconchegante e não o utilize como ambiente de

11
trabalho. Evite, ainda, ingerir álcool ou cafeína à noite.

• BEBA COM MODERAÇÃO

O álcool, definitivamente, não é um parceiro do nosso


cérebro. Em excesso, como no caso dos alcoólatras, o álcool
pode levar até a lesões cerebrais. Além disso, aqueles que
bebem à noite têm sono de pior qualidade. Portanto,
moderação é a palavra-chave aqui. E nada de beber antes de se
deitar.

• ALIMENTAÇÃO BALANCEADA

Muito se fala sobre o benefício de determinada fruta ou


hortaliça para o cérebro. Mas, o que realmente traz benefícios
para o corpo é investir em uma dieta balanceada que contenha
alimentos de todos os grupos.

• ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física é nossa grande aliada, pois nos traz bem-


estar, diminui nossa ansiedade, além de exercitar o nosso
cérebro. Basta colocar o corpo em ação por, ao menos, 30
minutos por dia. Vale exercícios leves, como a caminhada, por
exemplo.
Um estudo recente diz que a memória de curto prazo
12
melhora 20% quando passeamos pela natureza ou apenas
observamos uma paisagem verde. Que tal suar a camisa ao ar
livre?

• EXERCITE O CÉREBRO

Quanto mais usarmos nosso intelecto, mais nosso cérebro


se manterá ativo. Um cérebro mal utilizado é menos ágil e
apresenta menor desenvoltura. Portanto, estude, leia, use a
criatividade. Até mesmo jogos e palavras-cruzadas colaboram
para a manutenção de um cérebro ativo.

Veja os exercícios sugeridos no ANEXO 1.

• RELAXE

O estresse mental causado pelo acúmulo de funções e


pelo cotidiano atribulado prejudica todo o organismo, inclusive
nosso cérebro. A longo prazo, o estresse pode aumentar o risco
de insônia, depressão e ansiedade. A melhor maneira de driblar
este incômodo é pelo tão necessário relaxamento. Aproveite os
dias de descanso para manter os problemas bem longe da sua
cabeça. Faça o que gosta: ioga, dança, natação, caminhada, etc.

13
3. DESENVOLVIMENTO:

Quando pensamos em algo que almejamos adquirir, logo


percebemos que, como tudo em nossas vidas, isso exigirá um
planejamento. E esse planejamento deve incluir um
desenvolvimento gradativo para que nosso objetivo seja
alcançado. No curso de Leitura Veloz isso não é diferente, e
demonstraremos isso neste mesmo capitulo! Quando nos
engajamos na leitura e, mais tarde, tentamos adicionar a
velocidade, notamos que há diferentes fatores envolvidos
nesse processo. São eles: concentração, visão, memória
fotográfica, entendimento e velocidade.

Na técnica de Leitura Veloz, esses cinco fatores são os


baluartes que sustentam a técnica que fará de você um leitor
rápido e eficiente.

14
3.1. CONCENTRAÇÃO MENTAL

Antes de explicarmos a importância da concentração


mental para a aquisição de uma Leitura Veloz, devemos
entender o conceito de concentração. Concentração é a
estabilização da mente em um objetivo exterior, ou em uma
unidade íntima de apreciação de valores. Não existe
concentração se não houver algo em que a mente possa se fixar.

Com um propósito definido, o interesse e a atenção


garantirão o êxito da concentração. Para uma boa
concentração, três fatores devem andar de mãos dadas. São
eles: paciência, vontade inflexível e persistência infatigável. Ser
constante nas práticas é essencial. Para isso, é importante
combater a preguiça e as forças adversas que nos desviem da
meta, do alvo, do ponto de concentração. Uma mente bem
treinada pode concentrar-se, facilmente, em qualquer objeto,
quer seja ele interior ou exterior, por meio da exclusão de todos
os outros pensamentos. Assim, nossa leitura será mais eficiente
e poderemos iniciar nosso trabalho em direção à velocidade.

15
A concentração só poderá ser alcançada pela exclusão das
distrações. Concentre-se em qualquer coisa que o atraia, algo
que seja bom para você ou que capte a atenção da sua mente.
No início, a mente deve ser exercitada para se concentrar em
coisas mais concretas e, mais tarde, poderá se concentrar, com
sucesso, em temas sutis e ideias abstratas. A constância na
prática da concentração é de importância fundamental.
CONCENTRE-SE!

FORMAS CONCRETAS: concentre-se em um


ponto preto na parede, na chama de uma vela,
em uma estrela brilhante, na lua.

FORMAS SUTIS: concentre-se em uma imagem


da natureza e feche os olhos. Mantenha a
imagem mental da natureza no espaço entre as
suas sobrancelhas, ou no coração. Concentre- se
em qualidades, tais como o amor, a misericórdia,
ou em qualquer outra ideia abstrata.

16
• AUXÍLIOS DE CONCENTRAÇÃO

Conforme mencionamos acima, a concentração é a


centralização da mente em um único pensamento. Durante a
concentração plena, aquela que atingirá um entendimento de
80 a 100% do conteúdo, a mente fica calma, serena e estável.
As várias radiações da mente são focalizadas no tema da
concentração. A mente se fixa na meta, no alvo, no ponto de
concentração. Não há agitação mental. Uma ideia ocupa a
mente e a energia mental se concentra nela. As sensações se
aquietam, cessam de funcionar. Quando há concentração
profunda, não há consciência do corpo ou do ambiente. No
caso da Leitura Veloz, a concentração profunda nos permitirá
atingir a velocidade ditada pelo potencial do nosso cérebro.

Quando leio um livro com interesse profundo, não ouço as


pessoas me chamando ou gritando meu nome. Não enxergo a
pessoa que está à minha frente. Não sinto o aroma doce das
flores que estão sobre a mesa ao meu lado. Isto é concentração.
Um único pensamento acentuado. A mente se ajusta
firmemente a uma única coisa. É fácil focalizar a mente em um
assunto material, pois, por força do hábito, esse assunto a
interessa. As coisas rotineiras já estão impressas no cérebro. A
17
mente, então, não se dirigirá aos objetos externos ao sentir o
imenso prazer que advém da prática da concentração. Maior
concentração significa mais energia.

A concentração é a chave que abre a câmara da consciência.


Concentre-se. Medite. Desenvolva os poderes da meditação e
da concentração profundas.

Muitos pontos obscuros serão esclarecidos. Você receberá


as respostas e as soluções do íntimo. No início, será difícil fazer
com que a mente se concentre em uma única ideia. Reduza o
número de pensamentos. Tente manter a mente firme em um
tema único. Se pensar em uma rosa, somente poderá ter
pensamentos relacionados à rosa. Não se preocupe se, mesmo
durante a prática da meditação, sua mente divagar. Permita
que ela flua. Vagarosamente, traga-a de volta para o seu centro
de atenção.

A concentração é um processo puramente mental, que exige


que a mente se volte para o interior. Não é um exercício para
os músculos. Não deve haver tensão indevida no cérebro. Não
se deve usar a mente para lutar e combater violentamente.

Sente-se numa posição confortável. Relaxe todos os


18
músculos do corpo. Não exerça funções musculares, nem
emocionais, nem nervosas ou mentais. Acalme a mente.
Silencie os pensamentos borbulhantes. Acalme as emoções.
Ponha um freio no processo do pensamento. Não preste
atenção às ideias que querem se introduzir. Dê uma sugestão à
mente: “Eu não me importo se vocês estão aí ou não”. Em
outras palavras, seja indiferente. Elas não causarão qualquer
problema. Esse é o segredo da disciplina mental. O progresso
na concentração só será visível pouco a pouco.

Seja regular em sua prática. Não a interrompa nem por um


dia. Este processo de eliminar todas as ideias deve ser realizado
para se obter algum poder de concentração. Sempre se
mantenha em um estado de ânimo positivo. Quando desejar se
concentrar em uma parte do trabalho que precisa ser feito com
cuidado, pode usar toda a sua vontade e a sua imaginação. Esta
última auxilia até mesmo na concentração.

19
• COMO ADQUIRIR A LEITURA VELOZ?

Não se esqueça dos hábitos e da concentração


mental. Eles serão essenciais para a leitura veloz.

Uma vez compreendida a importância dos nossos hábitos,


vale lembrar que, como trabalhamos com a potencialização do
cérebro, é preciso que ele esteja preparado para receber as
informações. Algo que não ocorrerá se estivermos bêbados ou
de ressaca; se o sono pesar sobre nosso corpo; se nossa
alimentação não permitir que exercitemos nosso cérebro; se
não conseguimos nos desvencilhar das tensões do dia a dia, ou
se levarmos uma vida sedentária.

Juntamente com os hábitos, a concentração mental forma a


base da velocidade na leitura. Sem ela, não podemos almejar
absorvermos as técnicas para nos tornarmos grandes e velozes
leitores. Ao aplicarmos as técnicas de concentração já expostas,
será mais fácil evitarmos a vocalização e a subvocalização, que
são os fatores que deixam nossa leitura lenta.

20
• Vocalização e Subvocalização

A vocalização é a leitura em voz alta, necessária apenas


quando lemos para terceiros. Caso contrário, ela só servirá para
lermos ‘com o freio de mão puxado’. O mesmo se aplica à
subvocalização, o ato de repetir mentalmente as palavras. Para
eliminarmos esses vícios, há um exercício muito eficaz que, se
praticarmos todos os dias, nos livrará desses problemas.

Responda:

Você precisa ler em voz alta para entender e permanecer


concentrado? Precisa pronunciar cada palavra para ter a
sensação real de leitura?

Se a sua resposta for sim, você precisa saber que, apesar de


ter realizado tais atividades até hoje, elas não são necessárias
para o seu desenvolvimento. Esta não é a sua leitura.

Na verdade, você não tem culpa disto, pois desde a época da


escola seu professor insistia para você ler em voz alta, e sílaba
por sílaba, para conseguir unir as letras e formar a sonoridade.

21
Hoje, isso é considerado prejudicial, visto que essa prática
deixa a leitura lenta, tediosa e cansativa, chegando ao ponto de
causar sono, pelo simples fato de que ela atrasa a leitura.

O motivo pelo qual a subvocalização ainda é muito atuante


na sua leitura está relacionado ao ciclo cerebral da prática de
leitura. Cabe ressaltar que todos começam a ler da mesma
maneira. Entretanto, você quer algo diferente. Quer praticar a
leitura de modo mais rápido que o habitual.

Para isso, não é necessário ouvir o que está lendo e nem o


vocalizar.

É preciso entender que a prática da leitura ocorre de maneira


segmentada, e passando por diferentes regiões do cérebro,
porém os lobos cerebrais participam de todo o processo.

22
• Lobo Frontal

O lobo frontal, que inclui os córtexes motor, pré-motor e pré-


frontal, está envolvido no planejamento de ações e movimento,
assim como no pensamento abstrato.

A atividade no lobo frontal aumenta somente quando


precisamos executar uma tarefa difícil, que envolva descobrir
uma sequência de ações para minimizar o número de
manipulações necessárias. A parte da frente do lobo frontal, ou
córtex pré-frontal, está ligada à estratégia, ou seja, à decisão
sobre quais sequências de movimento devem ser ativadas para
avaliar o seu resultado.

Entre suas funções estão: o pensamento abstrato e criativo;


a fluência do pensamento e da linguagem; respostas afetivas e
capacidade para ligações emocionais; julgamento social;
vontade e determinação para ação; e a atenção seletiva.

De acordo comosso saudoso cientista Tailisson Michael


(1903-1980), os traumas no córtex pré-frontal fazem com que
uma pessoa fique obstinadamente presa a estratégias que não
funcionam, ou então não consiga desenvolver uma sequência
de ações lógicas.
23
• Lobo Occipital

O lobo occipital está localizado na parte póstero-inferior do


cérebro. Coberta pelo córtex cerebral, esta área também
abrange o córtex visual, onde os estímulos visuais são
processados. O córtex visual é constituído por várias subáreas
que processam os dados visuais recebidos do exterior após
terem passado pelo tálamo. Essas subáreas são zonas
especializadas em processar a visão da cor, do movimento, da
profundidade, da distância, etc. Após serem processados pela
área visual primária, esses dados passam para a área visual
secundária.

É aqui que a informação recebida é comparada aos dados


recebidos anteriormente. A área visual secundária permite, por
exemplo, que identifiquemos se estamos vendo um cão, um
automóvel, uma caneta. A área visual comunica-se com outras
áreas do cérebro para dar significado ao que vemos, levando-
se em consideração a nossa experiencia passada, bem como
nossas expectativas. Isso explica porque o mesmo objeto é
percebido de maneiras diferentes por pessoas diferentes. Além
do mais, o cérebro é orientado para discriminar estímulos.

24
Uma lesão nesta área pode provocar intensa agonia, devido
à impossibilidade de reconhecermos objetos, palavras e, em
alguns casos, os rostos de pessoas conhecidas ou de nossos
familiares.

• Lobo temporal

O lobo temporal é um dos quatro lobos do cérebro,


juntamente com os lobos frontal, parietal e occipital.

Localizado no lado inferior de cada hemisfério cerebral, o


lobo temporal está associado a um grande número de funções
diferentes, inclusive a percepção auditiva, a memória de longo
prazo e as respostas emocionais.

O hipocampo, a área do cérebro que consolida as


informações da memória de curto prazo e de longo prazo, está
localizado no lobo temporal.

• Lobos parietais

O lobo parietal, localizado na parte superior do cérebro, é


constituído por duas subdivisões: a anterior e a posterior. A
zona anterior, também conhecida como córtex
somatossensorial, tem a função de possibilitar a recepção de

25
sensações, tais como o tato, a dor, a temperatura. Nesta área
primária, onde os estímulos vindos do ambiente são recebidos,

estão representadas todas as áreas do corpo, e por se


encarregar das sensações do corpo inteiro (mas,
principalmente dos lábios, língua e garganta) ocupa a maior
parte do lobo parietal, pois há mais dados a serem
interpretados.

Quanto à área posterior dos lobos parietais, trata-se de uma


área secundária que analisa, interpreta e integra as informações
recebidas pela área anterior, ou primária, permitindo-nos a
localização do nosso corpo no espaço, o reconhecimento dos
objetos por meio do tato, etc.

• EXERCICIOS PARA EVITAR A SUBVOCALIZAÇÃO E


AUMENTAR A CONCENTRAÇÃO

• EXERCÍCIO 1:

Este exercício é muito simples. Basta que, ao ler um texto,


pronuncie mentalmente 1, 2, 3, 4, 1, 2, 3... O ato de pronunciar
mentalmente esses números enquanto lê evitará que sua
26
mente subvocalize. Praticando essa técnica todos os dias, não
levará muito tempo para conseguir desassociar a leitura do
hábito da subvocalização.

Vale ressaltar que a subvocalização se dá pela baixa


velocidade de nossa leitura, ou seja, para deixarmos de
subvocalizarmos, precisamos forçar nosso cérebro a ler
rapidamente. Para tanto, não há nada melhor do que
colocarmos todas as técnicas disponíveis em prática, além de
termos em mãos um cronômetro para nos esforçarmos a ler
cada vez mais rápido.

• EXERCÍCIO 2:

Começando pelo número 100, conte em voz alta e em ordem


decrescente até zero: 99, 98, 97, até 0. Parece simples? Mas
não é, pois isto exige muita concentração mental. Quando
estamos distraídos, não conseguimos contar de maneira
correta e linear, pois ao deixarmos uma ideia alheia divagar por
nossa mente, alteramos o ritmo e acabamos parando de contar.
Caso isto ocorra, será necessário que você recorde o número
em que se deteve. Recomece a contar desde o princípio,

27
procurando ir além do número em havia se detido
anteriormente. Quando este exercício parecer fácil, aumente
sua dificuldade.

Experimente contar a partir de 100 de forma decrescente, de


dois em dois, por exemplo: 98, 96, 94, etc. Se dominou bem
esse exercício e lhe está parecendo fácil, eleve ainda mais o
nível de dificuldade. Experimente contar a partir de 100 de
forma decrescente, de três em três: 97, 94, 91, etc.

Este exercício também se encontra no ANEXO 2.

• EXERCÍCIO 3:

Procure relaxar em algum lugar confortável. Coloque uma


vela acesa a uma distância de um e dois metros. Olhe
profundamente para a chama. Não desvie o olhar, concentre-
se somente na luminosidade da chama, observando seu
movimento, suas formas, sua cor. Procure concentrar-se pelo
máximo de tempo possível. Há quem consiga enxergar figuras
e rostos na chama, como se estivesse olhando para uma bola
de cristal. A chave da vidência e do desenvolvimento dos
poderes psíquicos está na máxima concentração.
28
• EXERCÍCIO 4:

Segure um copo cheio de água e estenda o braço


horizontalmente, mantendo-o assim por alguns minutos, sem
derramar uma única gota de água. Procure, ainda, manter o
equilíbrio em um pé só, com o corpo bem ereto e sem se apoiar
em nada. Para aumentar ainda mais a concentração, faça esse
exercício em cima da cama ou de um tapete. Essa prática exige
extrema concentração, pois caso você divague ou se distraia,
acabará derrubando a água.

• EXERCÍCIO 5:

Escolha um livro qualquer e conte as palavras de um


parágrafo qualquer. Repita a contagem para se certificar de que
esteja correta. Aguarde um minuto e conte as palavras de dois
parágrafos.

Quando isso se tornar fácil, conte as palavras da página


inteira, mas mentalmente, e sem usar os dedos para apontar.

29
• EXERCÍCIO 6:

Para realizar este exercício de memória e concentração,


observe os elementos da lista durante 30 segundos e tente
memorizá-los:
Amarelo Televisão Praia

Dinheiro Celular Linguiça

Papel Chá Londres

A seguir, olhe para a próxima lista e encontre os nomes que


foram alterados:
Amarelo Confusão Mar

Dinheiro Celular Linguiça

Folha Caneca Paris

30
3.2. VISÃO

A visão é um dos nossos cincos sentidos, e as diferenças


entre a visão dos seres humanos e a dos animais são
significativas. A visão dos humanos é complexa; enquanto umas
partes se encarregam de detectar a luz, outras são responsáveis
por detectar imagens e interpretá-las.

A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo


as informações do que acontece ao nosso redor. Nossos olhos
conseguem transformar o estímulo luminoso em outra forma
de energia (potencial de ação) capaz de ser transmitida até o
nosso cérebro. Esse último cria imagens a partir das
informações retiradas do meio.

Para uma boa prática de leitura, é necessário prestar


atenção à pequenas atitudes que, certamente, trarão maior
conforto para essa prática:

- Independentemente do meio de leitura, (livro, tablet, etc.) o


objeto deve ficar a, aproximadamente, 40 cm de distância
dos olhos, com luminosidade adequada (determinada pela
sensação de conforto ao ler);

31
- O objeto de leitura deve ficar sempre abaixo dos olhos;

- A iluminação é uma importante aliada da leitura e,


portanto, não deve incomodar a visão, seja pela falta ou pelo
excesso de luz. Embora o conforto seja algo subjetivo,
recomenda-se uma lâmpada de 60w para o fornecimento de
iluminação suficiente.

• CAMPO DE VISÃO – VISÃO PERIFÉRICA

A visão periférica é a capacidade do indivíduo de enxergar


pontos à sua frente e ao redor do seu campo visual, ou seja, é
aquela que se forma fora da mácula, na periferia da retina.
Trata-se de uma visão pouco rica em detalhes, visto que ela
apenas percebe a presença dos objetos e movimentos, mas não
de forma muito nítida. Na realidade, a imagem fica quase
desfocada.

A visão periférica é importante para o processo de


locomoção, principalmente à noite, quando há pouca
luminosidade, pois conseguimos enxergar também os objetos
que não estão focados, e assim evitamos esbarrarmos ou
tropeçarmos neles. Isso acontece porque a luz incide em nossos
olhos somente de forma retilínea, iluminando o que está diante
32
deles, enquanto os objetos ao redor aparecem desfocados.

• COMO AUMENTAR NOSSO CAMPO VISUAL PARA


ADQUIRIMOS UMA LEITURA VELOZ?

A amplitude do campo visual se dá mediante o treino.

Os treinos começam pela estimulação dos músculos de


regiões fundamentais para o olho, tais como o pescoço, os
ombros, as têmporas e a testa.

• EXERCÍCIO 1

Automassagem nas têmporas: com as pontas dos dedos, faça


movimentos circulares nas têmporas, ao lado das sobrancelhas.
Repita o movimento por um a dois minutos, todos os dias.

• EXERCÍCIO 2

Automassagem na testa: com as pontas dos dedos, faça


movimentos circulares logo acima das sobrancelhas. Repita o
movimento por um a dois minutos, todos os dias.

• EXERCÍCIO 3

Automassagem no pescoço: com as pontas dos dedos das


duas mãos lado a lado, pressione levemente a região do
33
pescoço logo abaixo da orelha. Repita esse movimento do outro
lado. Tempo total dos dois lados: um a dois minutos, todos os
dias.
• EXERCÍCIO 4

Automassagem nos ombros: com a mão fechada sobre o


ombro, aperte-o levemente. Repita o mesmo movimento do
outro lado. Tempo total dos dois lados: de um a dois minutos,
todos os dias.

• EXERCÍCIO 5

Palming: busque um local confortável para apoiar os


cotovelos e relaxar os ombros. Esfregue as duas mãos por cerca
de 20 segundos para esquentá-las. Em seguida, coloque-as
espalmadas sobre os olhos fechados. Não pressione, apenas
encoste as palmas das mãos nos olhos de maneira suave.
Permaneça assim por cerca de seis minutos. Faça esse exercício
todos os dias.

• EXERCÍCIO 6

Estimulação da visão periférica: para este exercício, você


precisará de um papel preto mais duro, tipo cartolina, cortado
no formato 5 x 7 cm, e uma fita crepe ou dupla face, que será
34
colocada atrás. Cole o papel entre as duas sobrancelhas, olhe

para a frente e faça movimentos de sobe e desce com os


braços, movimentando também os dedos das mãos. Repita
esse exercício por cinco minutos, todos os dias.

• EXERCÍCIO 7

Balanço longo: com um braço estendido à frente, olhe para


a ponta do dedo indicador. Faça movimentos circulares com o
braço, como se ele fosse um pêndulo, sem tirar os olhos da
ponta do dedo indicador. Mantenha o braço sempre relaxado.
Faça essa prática por dois a três minutos, todos os dias.

• EXERCÍCIO 8

Estimulação do olho fraco: para realizar esse exercício, serão


necessários: uma cama elástica, um par de óculos com a lente
do seu olho mais forte (aquele que tem o grau de lente menor)
tampada com papel ou plástico preto, e uma bola de qualquer
tamanho. A prática pode ser feita de duas formas. Enquanto
você pula na cama, outra pessoa joga a bola para que você a
devolva. Ou você mesmo pode jogar a bola para o alto, de uma
mão para a outra, enquanto pula na cama. Caso não tenha uma
cama elástica, pode fazer a prática no chão mesmo. Não realizá-
35
la por mais do que cinco minutos de cada vez para não estressar
o olho fraco. Repita duas ou três vezes ao dia.

• EXERCÍCIO 9

Olhar à distância: pare e contemple algum ponto distante no


horizonte por dez minutos, duas vezes ao dia. É importante
piscar suavemente, respirar fundo e não fixar os olhos em um
único ponto, mas sim movimentá-los pela imagem.

O objetivo desse exercício é relaxar os olhos e estimular e


circulação sanguínea e a oxigenação, que são fundamentais
para os olhos. Quando há má circulação sanguínea, a visão
perde o foco e gera a dor de cabeça. No longo prazo, isso pode
levar a um glaucoma. Vale a pena reservar uns minutinhos do
dia para esse momento de relaxamento.

O próximo passo é identificar qual é o seu olho forte e qual é


o fraco. Todos temos um olho mais potente do que o outro e,
com o passar dos anos, esse desequilíbrio tende a aumentar. O
mais fraco é aquele cujo grau da lente é maior. O cérebro é
esperto e volta-se sempre para o olho mais forte, pois sabe que
ele enxerga melhor. Isso aumenta o desequilíbrio entre eles.

36
• Problemas Modernos

A visão central é, sem dúvida, a mais usada e estimulada nos


dias de hoje. O problema é que os olhos não foram feitos para
enxergar de uma forma só, e o excesso do uso de uma
determinada forma estressa a visão.

Usamos a visão periférica ao longo de milhares de anos,


desde quando o homem caçava e andava pela floresta. Hoje,
principalmente aqueles que usam óculos, utilizamos apenas a
visão central, o que gera a perda do campo visual, causando
estresse, desequilíbrio da visão e até doenças.

Os óculos são necessários, mas hoje eles se transformaram


em verdadeiras "muletas", já que poucas pessoas sabem que
podem resolver seus problemas de visão sem cirurgia, bastando
fazer exercícios de estimulação.

Para aqueles que ficam muito tempo diante do computador


ou da TV, o mais indicado é a estimulação da visão periférica,
(EXERCICIO 6).

37
Ao olharmos fixamente para a frente, o papel "apaga" a visão
central e, consequentemente, descansa o olho estressado. Os
movimentos dos braços e das mãos para cima e para baixo
"chamam" a atenção para os lados, o que aumenta o campo
visual e estimula as tão pouco usadas células periféricas do
olho.

Recomenda-se uma pausa no trabalho a cada 40 minutos


para a realização de exercícios para os olhos. Além disso, o fato
de nos levantarmos ajuda o sangue a circular melhor, o que,
conforme já foi mencionado, é algo fundamental para os olhos.

Para a vista cansada, há um exercício que ajuda a relaxar os


olhos e trazer mais nitidez e foco. Trata-se do balanço longo
(EXERCÍCIO 7).

Olhar para longe no horizonte por alguns minutos, todos os


dias, ajuda a evitar a vista cansada, a opacidade, o
embaçamento da visão e a perda de foco. Ademais, com o
passar dos anos, pode até impedir o surgimento de algum
problema mais grave, como a catarata (EXERCÍCIO 9).

38
Quando olhamos para perto, o cristalino, ou “lente ocular”
(porque funciona como um par de óculos dentro do olho),
enruga-se e achata-se. Quando olhamos para o longe, ele se
alonga. Ao olhamos somente para perto, o cristalino tende a
ficar mais rígido, pois não recebe estímulo para se alongar. Até
mesmo no trânsito é possível praticar esse exercício. Quando
estiver parado, ao invés de olhar a placa à sua frente, olhe para
o céu ou para alguns prédios distantes.

39
3.3. MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

Também conhecida como memória eidética, esta super


memória tem a capacidade de se lembrar de coisas vistas, lidas
e ouvidas com um nível de detalhamento quase perfeito. A
palavra eidética vem do grego εἶδος ('eidos'), cujo significado é
‘visto’. Atualmente, utilizamos essa palavra para descrever algo
que envolva memórias extraordinárias, precisas e vívidas,
principalmente as visuais.

Uma das características que melhor define este tipo de


memória é a precisão com que uma lembrança pessoal (de uma
vivência específica) pode ficar armazenada na memória, algo
que pode ser aplicado à leitura. A pessoa que demonstra este
tipo de habilidade em seu dia a dia poderá potencializar esse
dom.

Nesse curso, trabalharemos a memória fotográfica com o


objetivo de aumentar a potencialidade do nosso cérebro para
adquirirmos uma visão detalhada, precisa e rápida, que capture
o conteúdo transmitido pela obra lida.

Estudos relacionados à memória fotográfica afirmam que,


quando utilizada para captar imagens, ela se relaciona à
40
interpretação. Ou seja, para provarmos que detemos essa
habilidade, devemos, necessariamente, expressar uma
imagem, pelo seu desenho ou descrição. De acordo com os
grandes estudiosos, cada pessoa analisa e avalia as imagens
com base em suas experiências anteriores, valores pessoais e
até vivências sentimentais. Isso significa que,
independentemente da precisão com que a imagem é descrita,
ela não será a mesma para as pessoas que a descrevem.

A memória eidética se faz presente na leitura, ao representar


o poder do concreto frente ao obstáculo. A fotografia mental
está repleta de aspectos quase tão precisos quanto a
matemática, visto que a imagem mental se origina de um
instante real.

• COMO ADQUIRIMOS A MEMÓRIA FOTOGRÁFICA?

Minimize o número e a duração das fixações por


linha para aumentar sua velocidade de leitura.

Naturalmente, lemos em linha reta horizontal. No entanto, a


partir de agora você começará a exercitar o foco em um ponto da
linha; o centro, por exemplo, efetuando a leitura sem movimentar
41
os olhos para as laterais.

Para tanto, é necessário a utilização de todas as técnicas


abordadas até aqui. À medida que desenvolva essa habilidade, você
notará que seu tempo de fixação em cada linha será menor,
aumentando, assim, sua velocidade de leitura. A Leitura Veloz
permite a evolução da sua leitura pelo desenvolvimento das
técnicas aqui apresentadas. Ao unir as técnicas às práticas diárias,
você obterá os resultados almejados que, neste caso, trata-se da tão
sonhada leitura em blocos.

• Leitura no Sentido Vertical

A leitura no sentido vertical se desenvolve pela junção das


técnicas de concentração, visão periférica e memória
fotográfica. No que diz respeito à visão periférica, é importante
saber que somos capazes de ver, nitidamente, apenas 7cm de
uma página de livro. Precisamos expandir nossa amplitude de
visão!

42
Levando-se em consideração que cada livro tem cerca de 11
a 12cm de diagramação, ainda nos falta 4 a 5 cm de trabalho na
visão periférica.

Como a visão periférica é naturalmente desfocada, não há


como garantir, pela visão, o entendimento pleno das palavras
mais complexas. Sendo assim, é de suma importância
abandonarmos a estrutura horizontal tradicional e investirmos
nos escapes do SENTIDO vertical.

Esses escapes são essenciais para adquirirmos o


entendimento acompanhado da velocidade.

• Como realizar esses escapes?

Antes de responder a essa pergunta, mostrarei algumas


formas de fazer a leitura no sentido vertical.

Entenda que essa leitura se dá pelo direcionamento vertical


dos olhos, o que pode ser feito pela mente ou com a ajuda de
três tipos de marcações nas páginas:

43
• Ponto no centro: para essa marcação,
basta fazer pontos no centro da
página a cada dois espaçamentos.

• Risco no centro: seguindo a mesma


ideia do ponto, o risco serve para
determinar o direcionamento ao
centro e no sentido vertical.

• Ziguezague: caso os dois métodos


anteriores não tenham surtido efeito,
tente a estruturação em ziguezague,
pois ela oferece conforto para a visão,
sem perda de velocidade.

44
Esses três modos de correr a página permitem os escapes,
fazendo com que a leitura fique muito parecida com a
estruturação de um eletrocardiograma.

A utilização das técnicas listadas aqui proporcionará a mesma


fixação num curto espaço de tempo, só que em formato de
blocos, o que fornecerá maior velocidade à leitura.

Para treinar essa leitura, sugiro que recorte um retângulo em


uma folha A4. Para começar, pode ser um retângulo pequeno
para não deixar muita informação no bloco escolhido. Vá a um
local escuro e leve uma luminária para iluminar o bloco que
elegeu. Posicione o retângulo sobre o livro, apague as luzes,
deixando o ambiente na escuridão; acenda a luminária e olhe
atentamente para o bloco iluminado por, aproximadamente, 10
segundos. Vale ressaltar que, para que a técnica seja eficaz, é
de suma importância que seus olhos estejam parados no ponto
central da área iluminada. Não movimente os olhos na
45
horizontal!

Ao atingir os 10 segundos, desligue a luminária e tente se


lembrar de todas as palavras que conseguiu gravar em sua
mente. Em seguida, volte-se ao livro e confira se o que
entendeu condiz com o que está escrito no livro. A eficácia da
técnica aumenta conforme a frequência do treino. Com o
tempo, vá aumentando o bloco e diminuindo o tempo do
exercício, sem que haja perda do entendimento. Cabe lembrar
que o fator escuridão é apenas para treino, pois seu cérebro
será condicionado a ler dessa maneira automaticamente, com
ou sem iluminação!

Elimine a regressão, aquele costume de voltar no


texto para compreender alguma informação.

A mania de retornar a algum trecho do livro costuma ocupar


até 30% do tempo total da leitura. Talvez a maior dificuldade
do ser humano seja a de entender a leitura sem precisar refazê-
la. Isso é comum, mas se você pretende acelerar sua leitura,
não pode deixar que isso volte a acontecer. Durante esse tempo
que passei estudando para transmitir, de forma eficiente, o
meu método de leitura aos meus alunos, notei que essa

46
dificuldade assombra os leitores. Com o objetivo de auxiliá-lo
na potencialização do seu cérebro, acabei descobrindo algo
além das técnicas de concentração que descrevo aqui. Refiro-
me às ondas cerebrais.

• Ondas Cerebrais

A atividade elétrica gerada pelo coração é registrada por um


eletrocardiograma (ECG) e a atividade elétrica gerada pelos
músculos é registrada pela eletromiografia (EMG). Já aquela
gerada pelo cérebro é medida e registrada pelo
eletroencefalograma (EEG).

As ondas elétricas cerebrais, como todas as ondas, são


medidas de duas formas. A primeira é a frequência ou
velocidade dos impulsos elétricos. A frequência é medida em
ciclos por segundo (Hz), variando de 0,5 Hz a 38 Hz. A segunda
medida é a amplitude, ou o quão potente é a onda cerebral.
Ondas cerebrais são classificadas, conforme sua frequência, em
cinco tipos: BETA, ALFA, THETA, DELTA e GAMA. O
Eletroencefalograma (EEG) registra graficamente as correntes
elétricas dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro por
meio de eletrodos aplicados ao couro cabeludo.

47
As ondas cerebrais BETA são rápidas, variando de 13 a 38
ciclos por segundo. Beta é o estado de pensamento normal, sua
consciência externa ativa e o processo de pensamento. Sem as
ondas Beta não seríamos capazes de exercer nossas funções no
mundo exterior.

As ondas cerebrais ALFA nos possibilitam o estado de


consciência individual relaxado, visualizações de imagens
sensoriais e devaneio. Variando entre 8 e 12 ciclos por segundo,
as ondas Alfa representam a porta de comunicação entre o
consciente (beta) e o inconsciente (theta).

As ondas cerebrais THETA representam nosso inconsciente.


Variando entre 4 e 8 ciclos por segundo, elas estão presentes
nos sonhos e nos proporcionam a experiência da meditação
profunda. Nessas ondas também se depositam nossa
inspiração criativa.

As ondas cerebrais DELTA retratam nossa mente


inconsciente, o estado de sono profundo, e variam entre 0,5 e
4 ciclos por segundo. Porém, em combinação com outras
ondas no estado de vigília, as ondas Delta atuam como uma
espécie de radar, buscando informações e fornecendo-nos a

48
compreensão, no mais profundo nível inconsciente, das coisas
que não compreendemos pelo processo do pensamento. Elas
nos oferecem intuição, sintonia empática e discernimento
instintivo.

Finalmente, as ondas cerebrais GAMA ficam acima de 39 Hz


e apresentam a maior atividade mental, visto que elas
consolidam as informações. Os meditadores avançados
tibetanos produzem níveis mais elevados de Gama do que as
outras pessoas, tanto antes quanto durante a meditação.

• Ondas Cerebrais x Leitura Veloz

Tendo em vista que minha meta é transformá-lo em um


velocista no mundo dos livros, ou seja, torná-lo um leitor de alto
rendimento, é evidente que usaremos as ondas cerebrais
GAMA, acima de 39 Hz, a fim de adquirirmos as informações
necessárias com maior facilidade e velocidade.

49
Use os treinos de condicionamentos para
aumentar a visão horizontal periférica e o
número de palavras compreendidas.

Ao almejarmos uma leitura em alta velocidade, devemos


entender que o caminho para tal objetivo é a persistência. É
preciso treinar muito para atingir esse objetivo. Já mostrei o
caminho para a Leitura Veloz pela apresentação de várias
técnicas. Agora não há desculpas, vamos praticar!

Já mencionei que precisamos nos concentrar em um


ponto central para obtermos uma visão periférica da página e
absorvermos todo o seu conteúdo. Talvez, no início, seja um
pouco difícil alcançar essa amplitude de visão, mas a prática dos
exercícios propostos lhe ajudará. Muitos acreditam que, para
ler rápido, basta acompanhar o texto linha a linha em alta
velocidade, usando o dedo ou até mesmo uma caneta, certo?!

Errado! Não é dessa forma que trabalharemos nesse


curso. Afinal de contas, não desejamos fazer uma leitura no
sentido horizontal, mas sim no vertical. Assim, marcaremos
com os dedos o bloco que conseguimos ver e, dentro desse
espaço, marcaremos o ponto central. Sua evolução será rápida

50
e gradativa.

3.4. ENTENDIMENTO

Este curso só terá valor se você conseguir unir a velocidade


da sua leitura a um entendimento de 80 a 100% do conteúdo
lido.

Como o assunto aqui é a leitura, devemos nos lembrar que


se trata de um processo de aprendizagem, e como tal, é preciso
entender sua importância em nossas vidas.

• O QUE É A APRENDIZAGEM?

Denomina-se aprendizagem o processo de aquisição de


conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que são
possibilitados pelo estudo, pelo ensino ou pela experiência.
Este processo pode ser analisado sob diversos ângulos,
considerando-se que existem diferentes teorias da
aprendizagem.

A psicologia condutista, por exemplo, descreve a


aprendizagem como alterações que podem ser observadas no
comportamento de um indivíduo. O processo fundamental da

51
aprendizagem é a imitação (a repetição de um processo
observado, que requer tempo, espaço, habilidades, entre

outros recursos). É desta forma que as crianças aprendem as


tarefas básicas necessárias para sua subsistência.

A aprendizagem humana é definida por uma mudança


relativamente estável no comportamento de um indivíduo
como resultado da sua experiência. Esta mudança resulta do
estabelecimento de associações entre estímulos e respostas. A
capacidade de aprendizagem não é exclusiva à espécie
humana, ainda que no ser humano ela se tenha constituído
como um fator que supera a habilidade comum dos mesmos
ramos evolutivos. Graças ao desenvolvimento da
aprendizagem, os humanos conseguiram alcançar certa
independência no seu contexto ecológico, podendo, inclusive,
alterá-lo de acordo com as suas necessidades.

A pedagogia estabelece diferentes tipos de aprendizagem.


Pode-se mencionar a aprendizagem receptiva (compreensão e
reprodução de um conteúdo, sem envolver a descoberta); a
aprendizagem por descoberta (os conteúdos não são recebidos
de forma passiva, a menos que sejam reordenados para se
adaptarem ao esquema cognitivo); a aprendizagem repetitiva
52
(produzida quando se memorizam os conteúdos, sem
compreendê-los nem relacioná-los aos conhecimentos
prévios); e a aprendizagem significativa (quando se relaciona os
conhecimentos prévios aos novos e se lhes confere coerência
relativamente a sua estrutura cognitiva).

• ENTENDENDO A SUA LEITURA VELOZ

Certamente, o que mais chamou sua atenção para esse


curso, além da velocidade da leitura, foi a possibilidade de
entender o que foi lido! Para se chegar ao nível de
entendimento prometido, que é de 80 a 100%, é necessário
praticar todas as técnicas já abordadas sobre concentração
mental, visão e memória fotográfica. A união dessas três
habilidades garantirá à realização do seu objetivo.

O Entendimento pela Concentração Mental

A concentração é vital, sempre que uma tarefa física ou


mental exija esforço da sua parte. Atenção! Concentração e
entendimento estão estritamente ligados. Podemos dizer que a
concentração é a forma mais intensa de atenção, enquanto o
entendimento vem como brinde, pois é evidente que aquele
53
que faz uso de uma concentração mais efetiva, se sobressai no
quesito entendimento, em comparação com outros que, por
causas desconhecidas, não conseguiram atingir o mesmo nível
de atenção. Preste atenção para atingir a verdadeira
concentração. A atenção sempre precede a concentração, que
origina o entendimento.

O Entendimento pela Visão

A amplitude da visão será responsável pela introdução à


Leitura Veloz, pois ela nos proporcionará a preparação do nosso
organismo para alcançarmos a Memória Fotográfica.

Sendo assim, a visão é o treinamento físico que nos deixará


confortáveis para seguir adiante.

O Entendimento pela Memória Fotográfica

Para chegarmos ao grau mais elevado da Leitura Veloz,


juntamente com o entendimento da leitura, retomaremos
ao conceito de Memória Fotográfica:
“Conhecida também como memória eidética, esta super
memória tem a capacidade de se lembrar de coisas vistas, lidas
e ouvidas, com um nível de detalhamento quase perfeito”.

54
Obviamente, quando a técnica de Memória Fotográfica é
praticada corretamente, mediante a leitura, ela atingirá sua
máxima capacidade dentro da amplitude de percepção de cada
indivíduo.

3.5. VELOCIDADE

Iniciaremos, agora, o tópico mais atrativo desse curso. O


tema que despertou seu interesse e consolidou o nome desse
curso, Leitura Veloz. Se você já estudou algum método de
leitura rápida, certamente encontrou algumas técnicas
produtivas que aconselhavam a correr o dedo sobre a página,
ou então ler enquanto diagnosticava as palavras do texto para
tentar formar um contexto geral, ou outras técnicas similares.

Essas técnicas citadas fazem com que a velocidade de


leitura se torne inversamente proporcional ao entendimento,
pela afirmação de que, quanto mais rápido se lê, menor será a
absorção do assunto. A Leitura Veloz vem para acabar com essa
concepção de que ler rápido e entender não caminham juntos.

55
• PRATIQUE A MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

O diferencial da Leitura Veloz é a utilização da memória


fotográfica na leitura, o que proporcionará o entendimento do
que foi lido em alta velocidade. A integração da memória eidética
com a leitura ganha o nome de Leitura em Blocos.

Para praticar a leitura em blocos, sugiro que determine o


campo de visão com os dedos, mas não se esqueça de praticar
e fazer todos os exercícios propostos para aumentar sua
amplitude de visão. Concentre-se no centro da área escolhida
e, sem movimentar os olhos horizontalmente, observe tudo o
que está contido nela.

Com o tempo e, conforme sua evolução, aumente essa área,


até deixar a marcação com os dedos de lado e passar a definir o
bloco com um retângulo recortado, posicionando-o sobre a área
escolhida do livro/texto.

56
4. DICAS

Durante a gravação de uma reportagem sobre a minha


habilidade, desafiaram-me a ler o livro Sérgio Moro – A história
do homem por trás da operação que mudou o Brasil, da autora
Joice Hasselmann. Em uma das páginas desse brilhante livro
estava escrito que, se ele pudesse dar uma dica aos jovens -
creio que isto se aplique a toda população brasileira e mundial
- seria: “Esforce-se! Esforce-se! Esforce-se! Seja íntegro!” Deixo
essa passagem como dica para seu sucesso no método da
Leitura Veloz. O esforço é o treino. As técnicas foram expostas,
mas é valido enfatizar alguns macetes:

• Comece praticando todos os exercícios de concentração;


• Nunca tente atingir a memória fotográfica, ou a leitura em
blocos, sem antes trabalhar os exercícios para aumentar o
campo de visão;
• A ondas cerebrais podem ser grandes auxiliares no
desenvolvimento da técnica, e as ondas gama acima de
39hz farão com que você consiga atingir um alto
desempenho na leitura;

57
• Preze sempre por obter alta velocidade acompanhada
do entendimento;
• Evite a subvocalização;
• Treine, crie metas de velocidade.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação desse curso é única e simples. Basta estar com


seu cronômetro em mãos, colocar-se em uma posição
confortável para leitura, e então começar a ler marcando seu
tempo. Sugiro que pare o cronômetro ao terminar de ler 20
páginas utilizando todos os métodos ensinados. Depois, reflita
sobre o seu entendimento da obra, procurando lembrar-se dos
detalhes, não somente do contexto geral.

58
ANEXOS

59
ANEXO 1
Este exercício serve para determinar um bloco dentro do
caça-palavras e um ponto no centro deste mesmo bloco.

Olhando apenas para o ponto, force a sua visão para buscar


o maior número de palavras que estão dentro dessa
demarcação.

60
ANEXO 2

Olhe fixamente para o ponto preto abaixo e conte de 100


até 0. A seguir, conte de forma alternada, conforme a seguinte
sequência: 50-0, 49-1,48-2, 47-3.... até chegar a 0-50.

61

Você também pode gostar