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QUALIFICADORAS:

SESSÃO PLENÁRIA DE 28/09/2021 – PROCESSO N.º 0003613-77.2012.8.19.0042


Acusado: Carlos Eduardo Ventura de Souza – “Dudu”
Vítima: Antônio Carlos Henrique Germano – vulgo “Caique”

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou


moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

II - por motivo futil;

É preciso analisar cada caso! Mata-se, futilmente, quando uma pessoa elimina
outro ser humano por fato insignificante, sem qualquer respaldo social ou moral.

Ainda que Vossas Excelências entendam não ter sido o PAI DO ACUSADO o
autor do homicídio contra o Sr. Caíque, o crime não ocorreu por mera futilidade.

Porque, se aqui, estivesse sentado o pai do acusado, essa defesa AFIRMARIA


COMO AFIRMA HOJE: ocorreu, sim, uma briga e não uma “discussão” como alegado
na denúncia entre a vítima e o Jefferson, conhecido como “Zú” que foi brutalmente
agredido, chegando a ficar desacordado em virtude dos golpes.

Em relato a mãe de Carlos Henrique Germano, Sra. Irene da Conceição


Germano afirmou que seu filho “não levava desaforo para a casa” e seu próprio
irmão, Sr. Alexandre Germano disse que a vítima era um homem “encrenqueiro”.

Portanto, quem agiu, agiu em legítima defesa de terceiro para resguardar a vida
do Jefferson.

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IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;

Se Vossa Excelências repararem, o Ministério Público coloca em todos os crimes


do Tribunal do Júri a qualificadora “recurso que impossibilitou a defesa da vítima”.

Virou moda!

Tudo é “recurso que impossibilitou a defesa da vítima”. Sabe pra que? Pra
deixar o acusado apodrecer na cadeia.

Sem qualquer critério plausível!

Isso é coisa muito séria.

É preciso agir com cautela para não generalizarmos. Na prática, uma


qualificadora torna a pena do homicídio muito mais grave.

Não se costuma cientificar que a vítima será agredida, de modo que o simples
fato de iniciar uma agressão de subido faça nascer a qualificadora.

E o fato de o acusado estar portando uma arma e a vítima não, não é motivo
para se alegar desproporção, pois é sabido que a vítima era extremamente violenta e
o acusado pessoa pacata.

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

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