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Gestão de Estoques
Planejamento, Execução e Controle
www.bwsconsultoria.com
SILVA, Bráulio Wilker.
Gestão de Estoques: Planejamento, Execução e Controle. 2ª ed. João
Monlevade: BWS Consultoria, 2019.
Bibliografia.
ISBN: 978-17-312-3100-0
1. Gestão de Estoques 2. Administração de Materiais 3. Logística 4.
Gestão de Materiais 5. Engenharia de Produção
ID: 4779468
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É vedada a reprodução integral
ou parcial desta obra por qualquer meio ou processo. A violação aos
direitos do ator constitui crime previsto na Lei 9.610/1998 e no artigo
184 do Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940).
“No mundo tereis aflições,
mas tende bom animo.
Eu venci o mundo.”
João, 16:33.
Sumário
Capítulo I
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE ESTOQUES
ESTOQUES NO CONTEXTO DA GESTÃO DE PRODUÇÃO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES
CONCILIAÇÃO DO SUPRIMENTO COM A DEMANDA
DIFERENÇAS ENTRE PLANEJAMENTO E CONTROLE
Planejamento
Controle
Planejamento e Controle
TIPOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE
Planejamento e controle de longo prazo
Planejamento e controle de médio prazo
Planejamento e controle de curto prazo
SUPRIMENTO X DEMANDA
Variabilidades no suprimento
Variabilidades de demanda
TIPOS DE DEMANDA
Demanda dependente
Demanda independente
Políticas de estoque em resposta à demanda
ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO E CONTROLE
Carregamento: finito ou infinito
Carregamento finito
Carregamento infinito
Sequenciamento
Limitações de Natureza Física
Prioridade ao consumidor
Data prometida
Lifo ( Last In Fist Out )
Fifo ( First In First Out )
Programação
Monitoramento e controle
Estoques e controle empurrado e puxado
Capítulo II
ESTOQUES E GERENCIAMENTO DA CAPACIDADE
Classificação das capacidades
Índices de Capacidade
Objetivos do planejamento e controle da capacidade de estocagem
Estoques e sazonalidade
Estoques e teoria das filas
Capítulo III
TIPOS DE ESTOQUE
Estoques e operações
Valor dos estoques
TIPOS DE ESTOQUE
Estoque de proteção
Estoque de ciclo
Estoque de antecipação
Estoque de canal
POSICIONAMENTO DO ESTOQUE
Capítulo IV
PREVISÃO DE DEMANDA
Razões para fazer previsões de demanda
PRINCIPAIS ERROS AO FAZER PREVISÕES
MODELOS DE PREVISÃO DE DEMANDA
MODELOS QUALITATIVOS
Predição
Opiniões de Executivos
Método Delphi
Opiniões da Equipe de Vendas
Pesquisas de Mercado
Analogia com Produtos Similares
MODELOS DE DECOMPOSIÇÃO DE SÉRIES TEMPORAIS
MODELO BASEADO NA MÉDIA MÓVEL SIMPLES
Previsão de demanda pela média móvel simples no Excel
Mensuração do erro de previsão
Amplitude de erro
Erro de Viés
MODELO DA MÉDIA MÓVEL PONDERADA
PREVISÃO DE DEMANDA COM O MODELO DA MÉDIA MÓVEL COM
SUAVIZAÇÃO EXPONENCIAL SIMPLES
REGRESSÃO LINEAR OU MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS
MODELO DE AJUSTAMENTO SAZONAL
Dessazonalização da Demanda
Dessazonalizando a demanda com o Excel
Cálculo dos fatores de sazonalidade
Previsão de demanda pelo modelo de ajustamento sazonal
MODELOS DINÂMICOS DE PREVISÃO
MODELO WINTER
Previsão de demanda pelo método Winter usando o Excel
Determinação dos coeficientes de suavização
Capítulo V
PLANEJAMENTO AGREGADO E ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A
DEMANDA
PLANEJAMENTO NA GESTÃO DE ESTOQUES
Planejamento de Capacidade
Planejamento Agregado
Planejamento de Produção
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A DEMANDA
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO
Contratação e demissão de pessoal
Utilização de horas-extras
Terceirização de parte da produção
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA DEMANDA
Ajustes no preço e promoções de vendas
Atraso na entrega
Antecipação de entrega
Criação de estoques reguladores
PLANEJAMENTO AGREGADO
Plano Nivelado
Plano de Acompanhamento
PLANO MESTRE DE PRODUÇÃO
Plano Mestre de Produção em Empresas Comerciais e Prestadoras de
Serviços
Capítulo VI
PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS
ELEMENTOS DO MRP I
Gestão de Demanda
Carteira de Pedidos
Previsão de Demanda
Estrutura Analítica de Produto e Demanda
Lista de Materiais
Registros de Estoques
CÁLCULO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS
Exemplo de Cálculo das Necessidades de Materiais
Considerações finais do capítulo
Capítulo VII
DECISÕES DE ESTOQUE
DECISÃO DE QUANTO PEDIR
Custos do estoque
Perfis de estoque
Lote Econômico de Compra
Sensibilidade do modelo de lote econômico de compra
Lote Econômico de Produção (LEP)
Lote econômico com estoque em falta
Limitações dos modelos LEC
DECISÃO DE QUANDO PEDIR
Sistema de revisão contínua
Ponto de ressuprimento
Sistema de revisão periódica
Nível de suprimento
Lote de compra
Estoque de segurança no sistema de revisão periódica
Sistema de revisão de duas gavetas
Sistema Kanban
SISTEMAS DE CONTROLE E ANÁLISE DE ESTOQUES – DECISÃO DE
COMO CONTROLAR O SISTEMA
Sistema ABC / Classificação ABC
Classificação XYZ
Uso conjunto das classificações ABC e XYZ
Medidas de estoque pelo valor
Sistemas de informação de estoque
Capítulo VIII
LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS
ESTOQUES E CADEIA DE SUPRIMENTOS
SATISFAZER EFETIVAMENTE O CONSUMIDOR FINAL
GERENCIAMENTO EFICIENTE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Atividades da gestão da cadeia de suprimentos
Gestão de compras
Objetivos da função de compras
Comprar para ter qualidade
Comprar para entrega rápida
Comprar para ter confiabilidade
Comprar para ter flexibilidade
Comprar para ter lucro
Ter um ou vários fornecedores?
Compras eletrônicas
Fornecedores globais
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Elementos do sistema de distribuição física
Internet e distribuição física
Canais de distribuição
Modais de transporte
AÇÕES ESTRATÉGICAS DE CONTROLE DE ESTOQUE
Capítulo IX
CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS.
QUANTIDADE DE ITENS NAS EMPRESAS
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Descrição de materiais
CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Codificação Decimal Universal
Digito verificador
Modelo 1
Modelo 2
Código de barras
Códigos EAN/UCC
Codificação EAN-13
Codificação EAN-8
Recomendações gerais para a colocação de códigos de barras nos
produtos de consumo
Codificação EAN-14
Variante logística
Codificação EAN-128
Leitor de código de barras
Identificação por radiofrequência (RFID - Radio Frequency Identification
)
Capítulo X
INVENTÁRIO FÍSICO DOS ESTOQUES
Como fazer um inventário periódico?
Como fazer um inventário cíclico?
Ajustamento de inventário
Capítulo XI
ARMAZENAGEM, MOVIMENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
LAYOUT DA INSTALAÇÃO
SISTEMAS DE ARMAZENAGEM
SISTEMAS ESTÁTICOS
Palete
Contêiner
Estruturas porta-paletes
Porta-paletes convencional
Porta-paletes com dupla profundidade
Porta-paletes autoportante
Porta-paletes auto verticalizado
Porta-paletes drive-in drive-thru
Porta-paletes dinâmico
Porta-paletes push-back
Porta-paletes triangular
Racks
Cantilever
Colméia
Estantes leves
Mezanino
Flow-rack
SISTEMAS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS
Equipamentos de elevação e transferência.
Ponte rolante
Talha
Carros-guincho
Transtainer
Braço Giratório
Empilhadeiras
Empilhadeira elétrica
Empilhadeira manual
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras a gás
Empilhadeiras a diesel
Empilhadeiras portuárias
Paleteira
SEGURANÇA NA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS E ESTOQUES
NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais
Movimentação e armazenagem de matérias explosivos
Movimentação e Armazenagem de Materiais na Construção Civil
Capítulo XII
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DOS ESTOQUES E DECISÕES DE
COMPRAS
ESTOQUES COMO INVESTIMENTO
Tipos de estoques
Fatores intervenientes no investimento em estoques
Investimento em estoques como meio de redução de custos de
produção
Relação entre estoques e inflação
ANTECIPAÇÃO DE COMPRAS
Compra à vista e venda à vista
Compra à vista e venda a prazo
Compra a prazo e venda à vista
Compra a prazo e venda a prazo
Decisão de compra na expectativa de vender à vista
Decisão de compra na expectativa de vender a prazo
VALOR DE REPOSIÇÃO DOS ESTOQUES
Ganhos e perdas realizados de estocagem
Ganhos e perdas não realizados de estocagem
Capítulo XIII
ORÇAMENTO DE VENDAS E DE PRODUÇÃO
ORÇAMENTO DE VENDAS
Orçamento de Receita de Vendas em Moeda Corrente
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO EM QUANTIDADE
Capítulo XIV
ORÇAMENTO DE MATERIAIS E ESTOQUES
Elementos do Orçamento de Materiais
ESTRUTURA DOS PRODUTOS
ORÇAMENTO DE COMPRAS
Capítulo XV
CONTABILIDADE DE ESTOQUES
CONTABILIDADE DE ESTOQUES
DEFINIÇÃO CONTÁBIL DE ESTOQUE
Definição de Ativo
Definição Contábil de Estoque
Mensuração de estoque
Custos do estoque
CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DE ESTOQUES
Valor Realizável Líquido
Reconhecimento como despesa no resultado
Divulgação de informações sobre estoques em demonstrativos
contábeis
PLANO DE CONTAS
ELENCO DE CONTAS DE ESTOQUE
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES
APURAÇÃO DE CUSTOS DOS ESTOQUES
Custo de matérias-primas
ASPECTOS GERAIS DE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
Compras Brutas
Compras Líquidas
Mercadorias Disponíveis para Venda
Custo das Mercadorias Vendidas
Vendas Brutas
Vendas Líquidas
Resultado com Mercadorias
Rateio dos Fretes e Seguros sobre Compras
APURAÇÃO DOS CUSTOS DOS ESTOQUES
Método do Custo Específico ou Preço Específico
Método PEPS
Método UEPS
Método do Custo Médio
Método do Custo a Preço de Venda a Varejo
Importância do registro permanente de estoques:
CUSTOS DE ESTOQUES
SISTEMAS DE CUSTEIO
Custeio por Ordem
Custeio por Processo
CUSTO-PADRÃO E CUSTO REAL
Tipos de Custo-Padrão
Parecer Normativo CST nº 6/79
OUTROS ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO DOS
ESTOQUES
ESTOQUES DE ATIVOS BIOLÓGICOS, DE PRODUTO AGRÍCOLA E DE
RECURSOS NATURAIS
Ganhos e Perdas
Incapacidade para mensurar de forma confiável o valor justo
Legislação do Imposto de Renda
DETERMINAÇÃO DO VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO
ESTOQUES E ICMS
ESTOQUES E O PIS/PASEP E COFINS
CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO
Capítulo XVI
AUDITORIA DE ESTOQUES
Auditoria Contábil de Estoques
AUDITORIA DE ESTOQUES
Objetivos da Auditoria de Estoques
Principais Procedimentos de Auditoria de Estoques
Técnicas básicas de auditoria contábil de estoques
Testes de Auditoria de Estoques
Controle Interno de Estoques
Divulgação e apresentação dos estoques nas demonstrações contábeis
Palavras Finais
Capítulo XVII
INDICADORES DE DESEMPENHO DA GESTÃO DE ESTOQUES
IMPLANTAÇÃO DO MONITORAMENTO DE DESEMPENHO
INDICADORES DE DESEMPENHO LOGÍSTICO
Indicadores de desempenho no atendimento de pedidos de clientes
Indicadores de desempenho na gestão de estoques
Indicadores de desempenho na gestão de transportes
Indicadores de desempenho externos (fornecedores)
BALANCED SCORECARD NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Além de Perspectivas Financeiras
Objetivos, medidas, metas e iniciativas
O Balanced Socorecard como Sistema de Gestão Estratégica
ESTOQUES E CICLO OPERACIONAL DAS EMPRESAS
Indicadores do ciclo operacional
MODELO DE AVALIAÇÃO DE EVENTOS ECONÔMICOS
Custo de Oportunidade
GESTÃO DE ESTOQUES E O VALOR ECONOMICO AGREGADO
Método Du Pont de análise de rentabilidade
Grau de Alavancagem Financeira
Lucro Residual (Residual Income)
Retorno Sobre o Ativo
Custo Médio Ponderado de Capital
Valor Econômico Agregado
Valor para o Acionista
Palavras finais do capítulo
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS CITADAS
BIBLIOGRAFIA SELECIONADA
APRESENTAÇÃO
A Gestão de Estoques é uma das atividades mais relevantes para
qualquer empresa, pois, se por um lado os estoques geram segurança
operacional para as empresas em situações de variação de demanda, o
que possibilita a manutenção de um nível ótimo de serviço, por outro
lado, estoques excessivos podem gerar perdas em função do capital
investido.
Maximizar
Maior volume de estoques implica em menor giro.
o Nível de
Serviço
É relevante frisar que a melhoria na eficiência
operacional tende a melhorar o nível de serviço, em
razão da maior agilidade nos processos de suprimentos.
A maior agilidade tem um preço (custos adicionais),
seja em razão de transportes mais eficientes, com
menores prazos de entrega e maiores frequências de
pedidos, seja em razão de mudanças no processo
produtivo.
Maximizar A maximização do giro implica em redução dos volumes
o Giro de de estoques, o que gera uma redução no nível de
Estoques serviço. Com a redução dos estoques, fica mais difícil a
empresa garantir a disponibilidade de materiais,
matérias-primas e produtos para atender plenamente a
demanda. Portanto, uma redução dos volumes de
estoques gera redução nos níveis de serviços.
Por outro lado, a eficiência operacional tende a ajudar a
maximizar o giro dos estoques, isto é, ao aumentar a
agilidade nos processos de suprimentos, tem-se um
aumento no giro dos estoques, mesmo que não haja
redução de estoques. Maior agilidade gera maiores
custos, seja pelo transporte mais rápido, menor prazo
de entrega dos fornecedores, seja na alteração da
programação de produção (sequenciamento de
produção mais eficiente).
Para aumentar a eficiência operacional dos estoques, as
principais iniciativas são: tornar o transporte mais
eficiente; selecionar os fornecedores com o menor
prazo de entrega; fazer pedidos com menor frequência;
selecionar fornecedores com o menor custo; fazer a
melhor e mais eficiente programação e sequenciamento
da produção. Em algumas situações, isso pode implicar
em redução da agilidade nos processos de suprimento.
Aumentar a Caso a redução do nível de serviços não seja desejável
Eficiência (ou tolerável), deve-se manter níveis mais altos de
Operacional estoques, ainda que isso implique em menor giro de
estoques.
Estrutura do Livro
Planejamento
As modernas organizações estão inseridas num ambiente complexo,
competitivo e mutável, que pode representar tanto ameaças (riscos),
quanto oportunidades. Nesse contexto, o planejamento permite uma
avaliação das variáveis presentes nos processos a fim de minimizar as
ameaças, aproveitar as oportunidades e garantir a consecução da
missão e continuidade da empresa. Em outras palavras, o planejamento
está diretamente ligado à capacidade de se antecipar aos eventos deste
ambiente. Portanto, as empresas bem-sucedidas são aquelas que
baseiam suas decisões no planejamento de suas atividades.
Entretanto, o planejamento não é realizado apenas em razão da
globalização, das incertezas, ou da elevada competição e surgimento de
novas tecnologias. Planeja-se porque há tarefas e atividades a realizar,
produtos a fabricar e serviços a serem prestados. Deseja-se fazer isso
de forma econômica, eficiente e eficaz para atender os clientes
(internos e externos) e garantir a continuidade (sobrevivência) da
empresa.
Planeja-se para fazer as coisas certas da maneira certa; controla-se
para garantir que as coisas sejam realizadas conforme o esperado.
Planeja-se para executar; planeja-se para lidar com incertezas. De
qualquer forma, o planejamento é essencial.
Planejar nada mais é que decidir antecipadamente. De certa forma
podemos dizer que toda decisão é antecipada, uma vez que se decide
antes da ação. Primeiro decidimos, depois agimos. Todavia, planejar
significa tomar um conjunto de decisões antes do momento de ação,
isto é, tomar um conjunto de decisões que considerem as incertezas
envolvidas em cada alternativa de ação para implementação posterior.
Para decidir bem é necessário conhecer muito bem as variáveis
envolvidas, bem como fazer previsões acerca do comportamento
esperado dessas variáveis. Por exemplo, se irei fazer uma viagem para
uma cidade X, preciso conhecer os diferentes percursos (os mais
perigosos e os mais seguros; os mais rápidos e os mais lentos; os mais
longos e os mais curtos, etc.) para escolher qual percurso seguir, além
de muitas outras variáveis. Portanto, para realizar um bom
planejamento é necessário conhecer o maior número possível de
variáveis que interferem no processo para analisar cada uma delas e
escolher a mais adequada, considerando os objetivos pretendidos. Em
outas palavras, planejamento é conhecer a realidade e agir conforme
esse conhecimento para atingir os objetivos pretendidos. Nessa linha de
raciocínio, este livro pretende fornecer informações úteis sobre os
estoques para que você possa, com base nesse conhecimento, gerir,
planejar, executar e controlar estoques.
Controle
Planejamento e Controle
SUPRIMENTO X DEMANDA
O planejamento e controle é uma maneira de conciliar suprimento e
demanda. Diferentes naturezas de demanda e de suprimento
determinam como serão os processos de planejamento e controle. Em
outros termos, as particularidades da demanda e do fornecimento
moldam os processos de planejamento e controle dos estoques.
Variabilidades no suprimento
Algumas operações são relativamente bem previsíveis e ocorrem de
acordo com o plano, como nas emissoras de TV que quase sempre
apresentam (fornecem) seus programas nos horários planejados. Muito
raramente uma TV atrasa sua programação em função de imprevistos.
Contrariamente, em eventos públicos (shows), é comum os artistas não
chegarem ao local especificado a tempo, o que exige maior controle do
mestre de cerimonias para distrair o público e reduzir sua insatisfação.
Para que um suprimento seja confiável, é essencial que todos os
recursos transformados e em transformação estejam disponíveis.
Portanto, para que o suprimento esteja disponível, é necessário
minimizar a incerteza quanto à disponibilidade dos recursos envolvidos
(transformados e a transformar).
Variabilidades de demanda
TIPOS DE DEMANDA
Uma classificação que interessa a gestão de estoques é que a demanda
pode ser dependente ou independente.
Demanda dependente
Demanda independente
Ocorre quando as decisões de estoque não são baseadas em previsões
de demanda fidedignas. Em outras palavras, as decisões acerca da
maneira como a empresa irá suprir a demanda de seus consumidores
não é baseada em antecipações firmes sobre os pedidos dos
consumidores. Um supermercado, por exemplo, baseia suas decisões de
planejamento e controle de estoque com base na experiência e
conhecimento sobre o comportamento do mercado, sem qualquer
garantia de que suas expectativas sejam concretizadas. Desta forma, o
risco de obsolescência e de perdas de estoques é maior quando a
demanda real não corresponde com as decisões de planejamento e
controle tomadas.
Um fabricante de pneus que não possua pedidos fixos, por exemplo,
precisa tomar decisões sobre quanto produzir e quanto manter em
estoque para atender a uma demanda desconhecida. Um elevado
estoque pode representar considerável capital empatado, além dos
custos de armazenagem. Entretanto, um estoque elevado possibilita
atender às elevadas demandas dos consumidores. Um baixo volume de
estoque, por outro lado, representa custos de armazenagem menores,
baixo volume de capital empatado e menores riscos. Entretanto, diante
de uma elevação inesperada na demanda dos consumidores, a empresa
não terá condições de atendê-los completamente.
Carregamento finito
Carregamento finito é aquele que direciona uma carga de trabalho
limitada às máquinas, equipamentos, pessoas, grupos de pessoas ou
grupo de máquinas. Esse limite de trabalho é calculado com base na
capacidade de trabalho estimada dos centros de trabalho (leva em
conta os tempos disponíveis para carga). Nenhum trabalho acima dos
limites especificados é aceito. Isto é, o trabalho não pode exceder seu
limite de capacidade. O carregamento finito é recomendado em três
situações:
1. Quando uma limitação na carga é possível. Exemplo, pode-se
marcar a hora de uma consulta.
2. Quando limites de carga são necessários. Exemplo, um caminhão
só pode transportar até seu limite de carga. Um avião tem limite
de pessoas e peso, acima desse limite a operação se torna
insegura.
3. Quando o custo de limitação de carga não é proibitivo. Por
exemplo, muitas empresas fabricam alguns produtos com lote ou
edição limitada, exatamente para valorizar seus produtos.
Carregamento infinito
Sequenciamento
Data prometida
Monitoramento e controle
Ao criar planos de estocagem por meio do carregamento,
sequenciamento e programação, as tarefas precisam ser monitoradas e
controladas para garantir que o ocorrido seja exatamente igual ao
previsto no plano. Quaisquer desvios devem ser corrigidos por meio de
intervenção nos processos de estocagem ou por replanejamento.
CAPÍTULO II
ESTOQUES E GERENCIAMENTO DA CAPACIDADE
Índices de Capacidade
Índice de Eficiência : indica a eficiência do sistema produtivo na
realização das operações programadas.
Estoques e sazonalidade
Sazonalidade nada mais é que as variações de demanda que se
repetem com o passar do tempo. As variações não são aleatórias, são
padrões repetitivos que podem ser previstos e adequadamente
interpretados. Alguns produtos podem apresentar pouca sazonalidade,
como arroz e produtos de higiene, outros, como brinquedos e agasalhos
são produtos mais sazonais, ou seja, a demanda é maior em
determinados períodos. A sazonalidade é a ciclicidade da demanda em
períodos determinados.
A sazonalidade da demanda pode ocorrer em ciclos de um ano, um
semestre, um mês, uma semana ou em um dia. A demanda pode ser
baixa no início da semana e alta nos fins de semana, como em bares e
restaurantes. A maneira como uma operação reage às flutuações de
demanda de ciclo curto é parcialmente determinada pelo tempo que os
clientes estão dispostos a esperar pelos seus produtos ou serviços.
Quanto menor a tolerância à espera por parte dos clientes, maior deve
ser os recursos despendidos no planejamento das respostas às
flutuações de demanda de ciclo mais curto.
Por mais que nos esforcemos para prever a demanda com o menor
nível de erro, não podemos saber exatamente quando cada cliente
individual chegará e quanto tempo será consumido em seu
processamento. Uma equação que descreve a probabilidade de chegada
pode ser determinada, mas não o momento exato de cada chegada.
Apesar da incerteza quanto ao tempo de chegada dos clientes e quanto
ao tempo de processamento de cada cliente, eles chegam de acordo
com uma distribuição de probabilidades. Normalmente são processados
pela lógica do FIFO (First In First Out, primeiro a entrar, primeiro a
sair), aguardam o processamento, são processados por sistemas em
paralelo e saem da operação.
Como não podemos determinar quando cada cliente chegará, o desafio
é saber quantos atendentes em paralelo precisam estar disponíveis para
atender a demanda. Situação muito comum em bancos e
supermercados, a chegada de muitos clientes simultaneamente e em
quantidade superior a capacidade dos atendentes em processá-los gera
fila. A situação oposta também ocorre, ou seja, clientes chegam com
frequência menor e são atendidos rapidamente, mas alguns dos
atendentes ficam ociosos. Muitas vezes a capacidade média é capaz de
atender a demanda média, e pode existir tanto filas quanto ociosidade.
Quando a capacidade é muito baixa (poucos atendentes) surgem filas e
temos clientes insatisfeitos, a despeito da alta utilização dos
atendentes. Quando a capacidade é muito alta (muitos atendentes), os
clientes esperam pouco e ficam satisfeitos, mas o grau de utilização é
baixo. O problema central neste caso é determinar o tempo de espera
dos clientes e a utilização do sistema. Mas como prever o tempo de
espera e a taxa de utilização?
Existem diversos algoritmos para descrever e prever o comportamento
de variados tipos de sistemas de filas. Por ser extremamente complexos
para quase todas as hipóteses, exceto as mais elementares, há
softwares específicos para prever o comportamento com filas.
Numa situação elementar, os clientes chegam de forma aleatória e
independente. Por mera conveniência matemática, admite-se que a
distribuição de Poisson descreva o número de chegadas por unidade de
tempo e que a distribuição exponencial negativa expresse o tempo de
processamento. Neste caso, considere as seguintes fórmulas:
CAPÍTULO III
TIPOS DE ESTOQUE
De maneira simplificada, pode-se dizer que onde há necessidade de
materiais, há estoque desses materiais. Em outras palavras, estoque é o
acumulo armazenado de recursos materiais em um sistema de
produção (ou de transformação). Vejamos alguns exemplos de
estoques:
Mas, por que existe estoque? Estoque existe para compensar diferenças
de ritmo entre demanda e suprimento. Se o fornecimento de um item
ocorresse exatamente no momento em que fosse demandado, não
existiria estoque. Um exemplo é a caixa d’água de uma residência. Se a
taxa de demanda de água fosse igual à taxa de fornecimento, não
haveria necessidade de estoque de água. A razão pela qual temos caixa
d’água é exatamente a inconstância no fornecimento de água. Quando
a taxa de fornecimento é superior à taxa de demanda, temos uma
elevação no estoque. Contrariamente, quando a taxa de demanda for
superior a taxa de fornecimento, o estoque diminui.
O objetivo é casar a taxa de demanda com a taxa de fornecimento.
Quando isso ocorre o estoque é baixo (ou zero). De fato, casar
demanda com fornecimento é o objetivo máximo das modernas
metodologias de gestão, como a abordagem Just In Time (JIT).
Estoques e operações
De certa forma, todas as operações mantêm estoques. Alguns estoques
são essenciais para uma dada operação produtiva, outros são
acessórios. Por exemplo, o estoque de material de limpeza numa fábrica
de lâmpadas é menos importante que o estoque de componentes e
matéria-prima. Portanto, o valor agregado pelos estoques de matéria-
prima e componentes é superior ao valor agregado pelos estoques de
material de limpeza. Certamente a fábrica de lâmpadas não iria parar se
faltasse material de limpeza, mas pararia se faltasse matéria-prima e
componentes. Entretanto, nas empresas em que a limpeza é a atividade
principal, como nos lava-rápidos, ou nas empresas de lavagem
industrial, os materiais de limpeza são os itens mais importantes.
Operações diferentes estocam itens com frequência diferente. Alguns
itens são estocados apenas uma vez na operação. Desta forma, no
varejo, os itens são entregues a loja, são estocados até que sejam
adquiridos pelo consumidor e são finalmente entregues. Num
restaurante, os alimentos são entregues, estocados e então utilizados.
Em outras operações os itens são estocados várias vezes. Um fabricante
de lâmpadas possui diversos estágios de fabricação, e em cada estágio
haverá estoques.
Valor dos estoques
TIPOS DE ESTOQUE
A falta de sincronia entre a taxa de fornecimento e a taxa de demanda
pode ser causada por diversas razões. Para cada uma delas há
diferentes tipos de estoque. Basicamente, os estoques podem ser de
quatro tipos: estoque de proteção, estoque de ciclo, estoque de
antecipação e estoque de canal.
Estoque de proteção
O estoque de proteção, também conhecido como estoque isolador, tem
como objetivo compensar as incertezas envolvidas na demanda e no
fornecimento. Exemplo, um supermercado não consegue prever com
precisão o que, o quanto e quando seus consumidores pedirão. O
supermercado pode ter uma ideia da demanda provável, mas
dificilmente terá noção exata dessa demanda. Para lidar com essa
incerteza, ele sempre irá fazer pedidos a seus fornecedores de modo
que sempre haja um volume mínimo de itens no estoque. Esse estoque
mínimo (estoque de proteção) existe para compensar possíveis altas na
demanda acima do esperado e maior que o tempo de ressuprimento,
também conhecido como tempo de reabastecimento. Além disso, ele
compensa incertezas no fornecimento. Por exemplo, caso um
fornecedor atrase a entrega, as operações continuam, visto que o
estoque é utilizado enquanto as mercadorias não chegam.
Estoque de ciclo
O estoque de ciclo ocorre principalmente nas empresas que operam
com vários produtos, ou porque as operações possuem múltiplos
estágios. Considere que uma empresa fabrique os produtos A, B, C e D.
Ela não pode fabricar os quatro simultaneamente, mas comercializa os
quatro simultaneamente. Portanto, deve programar sua produção de
maneira a produzir os quatro tipos de produtos numa quantidade tal
que supra completamente a demanda. Ela fabrica 100 unidades de cada
produto em 1 hora, mas não pode fabricar todos eles ao mesmo tempo,
é necessário fabricar um de cada vez. Entretanto, ela vende 25
unidades de cada produto por hora.
Estoque de canal
Estoque de canal é aquele que se encontra no canal de distribuição. Em
outras palavras, é o estoque em trânsito. Como sabemos, os estoques
de materiais não podem ser transportados instantaneamente de um
ponto a outro. Exemplo, um fabricante de autopeças envia seus
produtos para o distribuidor regional, que por sua vez, envia os
materiais ao distribuidor local, que por vez, envia os materiais para a
concessionária. Esse estoque que ficou no distribuidor regional, depois
no distribuidor local é chamado de estoque de canal. Simplificadamente,
podemos dizer que o estoque que está entre o fornecedor (ou
fabricante) e varejista é o estoque de canal. O estoque de canal é
aquele que está nos caminhões de transporte, nos correios, nas
locomotivas, nos aviões, nos distribuidores etc. antes de estar
disponível para o cliente.
POSICIONAMENTO DO ESTOQUE
CAPÍTULO IV
PREVISÃO DE DEMANDA
A previsão de demanda (ou previsão de vendas) é fundamental para o
correto dimensionamento de estoques e, numa visão abrangente, para
o direcionamento e planejamento da empresa como um todo. Isso
ocorre uma vez que as empresas somente conseguem comercializar
seus produtos e serviços caso eles sejam demandados pelos clientes.
Portanto, é a demanda por produtos e serviços que norteia as
atividades empresariais voltadas para a criação e comercialização de
bens e/ou serviços.
Atualmente, podemos classificar os modelos de previsão de demanda
em 4 tipos:
Note que a quantidade de itens produzidos nunca pode ser maior que a
demanda prevista, pois, caso contrário, os produtos ficariam encalhados
no estoque a espera de comercialização. No entanto, a quantidade
produzida pode ser menor que a demanda prevista quando a empresa
dispõe de produtos prontos em seu estoque.
MODELOS QUALITATIVOS
Os modelos qualitativos são também chamados de modelos subjetivos,
pois se baseiam, em alguma medida, em julgamentos e avaliações. São
modelos que dependem de profissionais especializados e com alguma
experiência no mercado especifico da empresa para que as previsões
tenham algum grau de confiabilidade.
Predição
A predição é um processo para prever (predizer) um acontecimento
futuro de forma completamente subjetiva e altamente duvidosa. Trata-
se de uma aposta para o futuro com grande risco de erro. A predição se
aproxima muito mais do feeling , da intuição do empreendedor/gestor
do que do método científico. Trata-se de um modelo altamente usado
por empreendedores visionários, aqueles capazes de enxergar
oportunidades e demandas onde ninguém as vê.
Opiniões de Executivos
As previsões baseadas em opiniões de executivos da área comercial,
financeira e de marketing são subjetivas e envolvem elevado grau de
julgamento. Não devem ser confundidas com metas de vendas e/ou
produção. Esse tipo de previsão muitas vezes não decorre de um
consenso entre os envolvidos, prevalecendo quase sempre o julgamento
de quem possui mais experiência, maior nível na hierarquia da empresa
ou de quem possui maior capacidade de convencimento. Trata-se de
um método muito utilizado quando não se tem dados históricos de
demanda e em pequenas empresas.
Método Delphi
Esse nome foi criado em 1948 pela Rand Corporation , em homenagem
ao oráculo de Delfos, na Grécia. Esse modelo busca reduzir a influência
ou pressão de um grupo ou pessoa influente sobre os demais
participantes do grupo de previsão de demanda. Como sabemos, alguns
integrantes do grupo podem ser influentes, mais extrovertidos,
persuasivos, possuir forte personalidade ou ter cargo mais elevado, o
que pode acabar influenciando os demais integrantes do grupo. O
objetivo do Método Delphi é minimizar essa influência deles sobre os
participantes do grupo. Para isso, as seguintes etapas são propostas:
I. Iniciar discussão em grupo sobre a previsão de demanda
escolhendo criteriosamente os participantes.
II. Após a discussão, as opiniões de cada integrante são
coletadas individualmente e sob a condição de anonimato. A
coleta ocorre por meio de questionários ou formulários online.
A coleta pode ser feita, inclusive remotamente. O essencial é
que cada membro não saiba a opinião do outro e que possam
emitir suas avaliações de forma honesta, livre de qualquer
pressão de colegas ou superiores.
III. Um coordenador ou gerente recebe todas as respostas dos
membros da equipe para fazer uma tabulação de dados,
formando assim os primeiros resultados tratados
estatisticamente.
IV. Os resultados consolidados são enviados aos membros do
grupo para que possam avaliar suas opiniões e sua
adequação em função dos demais argumentos apresentados.
Esse processo é repetido quantas vezes for necessário até
que se tenha o grau de convergência desejado de opiniões.
Note que trabalhando com as opiniões de forma anônima, consegue-se
trazer à tona opiniões que não seriam expressas por serem diferentes
das opiniões dos colegas, ou não serem expressas por medo de
represálias, vergonha ou pelo desejo de agradar aos outros.
Opiniões da Equipe de Vendas
Esse método visa coletar, diretamente da equipe de vendas, estimativas
de vendas por produto/serviço para cada região/setor de atuação da
empresa. Essas estimativas são posteriormente agregadas para que se
tenha uma visão global da demanda prevista.
A equipe de vendas, na maioria das vezes, é composta por gerentes de
vendas, coordenadores de vendas, vendedores, representantes
comerciais, auxiliares de vendas etc.
Conforme já enfatizado neste capítulo, devemos ter muito cuidado para
não transformar previsão de vendas em meta de vendas. Para isso, a
equipe de vendas deve ter absoluta clareza quanto ao que é previsão
de vendas e o que é meta de vendas.
Também devemos ter cuidado para evitar dois comportamentos
inadequados que ocorrem quando a equipe de vendas se dispõe a fazer
estimativas de vendas:
A equipe de vendas pode subestimar as previsões como
forma de se proteger de metas audaciosas que podem ser
estabelecidas em cenários de otimismo de vendas. Neste
caso, a equipe de vendas subestima a demanda para que as
metas de vendas não sejam muito altas e, portanto, possam
ser facilmente atingidas;
A equipe de vendas superestima as previsões para garantir
que a empresa tenha mercadorias suficientes em estoque.
Neste caso, a equipe superestima as vendas para garantir
que não faltem mercadorias, pois a equipe não quer ser
responsável por eventual falta de estoques. Entretanto, neste
cenário, a empresa corre sério risco de não vender todas as
mercadorias, amargando perdas de estocagem (perda por
obsolescência, deterioração ou perda de valor).
Pesquisas de Mercado
Amplitude de erro
A amplitude indica o tamanho do erro. Existem muitas maneiras de se
calcular a amplitude dos erros de previsão:
Onde:
Erro de Viés
O erro ou tendência de viés ocorre quando as flutuações de demanda
realizadas, comparadas com a demanda prevista, apresentam
comportamento não aleatório. Ou seja, a diferença entre a demanda
realizada x demanda prevista não decorre da aleatoriedade, mas sim da
tendência (viés) de pessimismo ou otimismo sobre as previsões.
O erro ou tendência de viés pode ser mensurado utilizando a seguinte
expressão:
O grau de Tendência de Viés (TV) nunca deve ultrapassar os limites
entre -4 e +4. Valores superiores ou inferiores a esse intervalo indicam
elevada probabilidade da ocorrência de erro de viés. Identificado o erro
de viés, sua causa deve ser analisada para cada período ou intervalo de
períodos em que tenha ocorrido. Para melhor visualização e análise da
tendência de viés, devemos colocar seus valores por período num
gráfico.
Observações:
Considere os dados da empresa Alpha, usada como exemplo ao longo
deste capítulo, para a média móvel dos meses de outubro, novembro e
dezembro para os produtos A e B. Considerando o coeficiente
, determine a demanda para os produtos A e B para o mês de janeiro
de 2019.
Produto A Produto B
Out/18 480 Out/18 390
Nov/18 456 Nov/18 600
Dez/18 570 Dez/18 1.250
Jan/19 ? Jan/19 ?
Logo:
Dessazonalização da Demanda
Exemplo para p = 4:
A média móvel de dessazonalização para periodicidade par pode ser
obtida pela seguinte fórmula:
Por outro lado, a média centrada de dessazonalização para
periodicidade impar pode ser obtida pela seguinte fórmula:
Dessazonalizando a demanda com o Excel
Planejamento de Capacidade
O planejamento de capacidade é um planejamento de longo prazo (2 a
5 anos, em média) que decorre das decisões sobre as estratégias a
serem trilhadas no futuro pela empresa. O resultado do planejamento
de capacidade são os planos de:
ampliação/modernização da planta atual;
construção de novas instalações produtivas;
compra e modernização de máquinas e equipamentos;
ampliação de linhas de produtos, bem como novos lançamentos;
previsão de demanda de longo prazo;
estratégias para lidar com as tendências globais e setoriais da
economia;
financiamento para obtenção dos recursos a serem investidos na
ampliação da capacidade de produção/vendas.
Planejamento Agregado
O planejamento agregado nada mais é que um plano de produção para
atender a demanda agregada para os próximos 12 meses. A ideia
central desse planejamento é compatibilizar a capacidade de produção
da empresa com a demanda agregada. Sua meta é nivelar a demanda
pelos produtos da empresa com sua capacidade de fornecê-los a um
custo mínimo. O resultado do planejamento agregado é um plano de
produção para os próximos 12 meses considerando a capacidade de
produção, a força de trabalho, os estoques, os investimentos e
estimativas acerca das necessidades dos clientes.
Demanda Agregada: Quando uma empresa possui uma
linha de produtos muito numerosa, é praticamente
impossível prever a demanda de cada um desses produtos
individualmente com algum grau de precisão. Por esse
motivo, devemos “agregar” a demanda, isto é, agrupar
diversos modelos de produtos semelhantes em um número
menor de famílias de produtos que represente, em alguma
medida, a chamada demanda agregada.
Planejamento de Produção
O planejamento de produção envolve o curtíssimo prazo (semanas),
sendo parte do planejamento operacional. Ele especifica os tipos e as
quantidades de produtos que serão fabricados, sendo totalmente
desagregado. Isto é, os dados nele contidos possuem o maior número
de detalhes possível, especificando modelo, cor, tensão (127 ou 220 v),
potência, faixa de operação, funcionalidades, embalagens do produto
etc. Ele define a produção diária e semanal da empresa, incluindo o
planejamento das necessidades de materiais (MRP - Material
Requirements Planning ), o planejamento da produção, incluindo os
lotes mínimos de fabricação, tempo e número de setups , alocação de
cargas nas linhas de montagens, dentre outros fatores envolvidos na
produção de curto prazo.
Utilização de horas-extras
Nessa estratégia, a empresa solicita que os funcionários trabalhem mais
horas que o normal a fim de atender a alta demanda. Obviamente, nos
períodos de baixa demanda ou demanda normal, não são feitas horas-
extras.
Também é comum as empresas adotarem um “Banco de Horas” para
cada funcionário, onde a jornada de trabalho tem algum grau de
flexibilidade. Neste caso, nos períodos de alta demanda os funcionários
trabalham algumas horas adicionais e, em compensação, podem dispor
de horas adicionais de descanso (saindo mais cedo ou com mais dias de
folga) nos períodos de baixa demanda.
O emprego de horas-extras também tem desvantagens, tais como:
Desequilíbrio financeiro do funcionário: muitos funcionários,
quando começam a receber o adicional pelas horas-extras,
mesmo sabendo que esse aumento de renda é temporário,
aumentam seu padrão de consumo de maneira que passam a ter
problemas quando a renda adicional é cortada. Daí surge a
insatisfação e desmotivação, o que acaba refletindo nos índices
de qualidade, produtividade e demais índices de desempenho de
produção.
Custo da hora-extra: uma hora-extra é significativamente mais
cara que uma hora normal de trabalho. Conforme o parágrafo
primeiro do artigo 52A, da Consolidação das Leis do Trabalho
(Decreto-Lei nº 5.452/1943), a remuneração da hora extra será,
pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora
normal. Caso o horário de trabalho seja noturno (entre 22 horas
de um dia e 5 horas do dia seguinte), a empresa deverá pagar
um adicional de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna,
conforme Art. 73 do Decreto-Lei nº 5.452/1943.
Limitações legais: a lei trabalhista limita as horas-extras a duas
horas por dia, no máximo. As entidades sindicais, por sua vez,
preferem que seja feita a contratação de mais funcionários ao
invés de aumentar a jornada dos funcionários atuais, ainda que
eles recebam mais por isso.
Terceirização de parte da produção
Essa é uma estratégia muito comum e que consiste em transferir parte
da produção para outras empresas. Isto é, nos períodos de alta
demanda, a empresa “manda fazer fora” a demanda que excede sua
capacidade de produção.
De modo geral, os custos de subcontratação são maiores que os de
fabricação própria (considerando que nossa empresa tenha know-how
para fazer o que está terceirizando). No entanto, a terceirização pode
reduzir custos quando terceirizamos algo que não estamos preparados
para fazer.
Ao optar pela terceirização de parte de nossas operações, devemos ficar
atentos à qualidade, confiabilidade e custo da empresa contratada para
que não ocorram os seguintes problemas:
Problemas de qualidade, tais como refugos, retrabalhos, peças
fora das especificações etc. Para minimizar os custos de
qualidade é necessário saber antecipadamente quais são critérios
e padrões de qualidade da empresa contratada.
Aumento de custos. Embora o aumento de custos seja o mais
comum, nos casos em que há redução de custos, é fundamental
saber as razões desse menor custo, pois ele pode decorrer de
processos e materiais de menor qualidade. Portanto, é necessário
que o controle de custos não comprometa a qualidade dos
produtos.
Perda de clientes. Um dos perigos da terceirização é a perda de
clientes, quando o cliente decide comprar direto da empresa
subcontratada. Ou seja, há um risco de a empresa subcontratada
“roubar” nosso cliente.
Falta de disponibilidade. Antes de contratar uma empresa
terceirizada, devemos nos assegurar que ela tenha capacidade de
fornecer os produtos que estamos adquirindo. Muitas vezes a
falta de capacidade é geral (o aumento de demanda afeta todas
as empresas do setor). Também é necessário monitorar o
cumprimento dos prazos por parte da empresa terceirizada para
evitar atrasos.
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA DEMANDA
As estratégias de atuação na demanda tentam influenciá-la de alguma
forma, seja estimulando-a nos períodos de baixo volume de vendas,
seja inibindo-a quando ela é maior que a capacidade de produção da
empresa. Isto é, buscamos nivelar a demanda com a capacidade de
produção da empresa. Esse nivelamento pode ser feito de várias
maneiras, tais como: ajustes no preço e promoções de vendas; criação
de estoques reguladores; atrasos na entrega; e antecipação na entrega.
Antecipação de entrega
ELEMENTOS DO MRP I
Para que o MRP possa fazer todos os cálculos relativos às necessidades
de materiais, é necessário que ele seja alimentado com uma série de
informações, tais como: o programa mestre de produção (PMP ou MPS),
lista de materiais e registros de estoque. O programa mestre de
produção (estudado no capítulo anterior), por sua vez, é alimentado
com dados de previsão de vendas e carteira de pedidos. Quando o MRP
I é rodado, esses dados são automaticamente recuperados e
atualizados. Nos subtópicos seguintes abordaremos alguns desses
elementos.
Gestão de Demanda
Note que a empresa precisa de 1000 unidades no dia 8, mas como ela
possui 100 unidades no estoque disponível, sua necessidade líquida são
900 canetas. Isso dispara uma ordem de produção de 900 canetas.
No quadro acima, a empresa precisa de 900 tampas (necessidade
bruta), mas como possui 200 tampas no estoque disponível, sua
necessidade liquida é 700 unidades. É emitido uma ordem de produção
(liberação de pedidos) de 700 tampas.
DECISÕES DE ESTOQUE
Custos do estoque
As situações corporativas envolvem os mesmos problemas de uma
situação doméstica, porém com complexidade infinitamente maior. A
correta decisão acerca do quanto pedir envolve uma análise dos custos
dos estoques que podem influenciar o processo decisório. Basicamente,
são sete os principais custos que envolvem estoques:
1. Custos da realização do pedido . São custos que ocorrem
cada vez que fazemos pedidos de ressuprimento. As transações
que envolvem a colocação de pedidos consomem recursos
materiais e humanos. Tarefas adicionais são realizadas no
escritório, telefonemas, orçamentos são realizados, contratos
são confeccionados, sistemas de informações precisam ser
atualizados com dados do pedido, e o capital de giro precisa ser
administrado, entre outras tarefas que apresentam custos. Caso
o pedido precise ser modificado em função de variações na
demanda ou mudanças na programação de produção, incorre-
se em custos adicionais de (re)negociação com o fornecedor,
bem como custos envolvidos nas mudanças nos registros de
estoque.
2. Custos de desconto/acréscimo de preços . Muitos
fornecedores concedem descontos aos seus clientes quando o
pedido ultrapassa um determinado volume. Contrariamente,
custos adicionais podem ser acrescidos para pedidos pequenos.
Essa situação tem sido cada vez mais frequente não só entre
pessoas jurídicas, mas também para pessoas físicas. Muitas
lojas concedem descontos e até frete grátis para pedidos acima
de determinado valor. Contrariamente, o cliente que faz
pequenos pedidos não tem descontos e ainda paga frete
adicional.
3. Custos de não se ter um item em estoque . Caso a decisão
de quanto pedir seja equivocada e a empresa fique sem
estoque, haverá custos adicionais. Se o cliente for externo, a
falta de um item em estoque pode significar uma venda a
menos. Num mundo altamente competitivo, o cliente nunca
está disposto a esperar. Caso não tenhamos um item em
estoque, ele certamente buscará a concorrência para lhe
fornecer o que nós não temos. Por outro lado, se o cliente for
interno, a falta de um item em estoque pode significar perda de
tempo e produtividade. Uma construtora, por exemplo, que não
tenha tijolos em estoque ficará com sua mão-de-obra parada
(ociosa) e perdendo dinheiro, visto que os funcionários
recebem, ainda que não tenham trabalhado por falta de
materiais. Obras podem ser atrasadas, tarefas podem não ser
cumpridas, máquinas podem ficar paradas, e capacidade de
trabalho pode estar ociosa por falta de materiais em estoque.
Como sabemos, os clientes internos têm o objetivo de satisfazer
os clientes externos, isto é, o consumidor final. Portanto, se as
atividades dos clientes internos ficarem comprometidas,
compromete-se também a satisfação do cliente externo
(consumidor final).
4. Custos do capital de giro . O capital de giro, também
conhecido como capital circulante, é o capital necessário para
fazer “girar” o estoque. Quando solicitamos ressuprimento, os
fornecedores desejam pagamento. Da mesma forma, quando
vendemos também desejamos pagamento. Ocorre que muitas
vezes temos que pagar fornecedores antes de receber de
nossos clientes. Para que isso seja possível é necessário capital
de giro. Ele permite conciliar diferenças nos prazos de
pagamento e recebimento, possibilitando as atividades
empresariais. Em algumas empresas, o estoque representa
grande volume de capital de giro, visto que as mercadorias
adquiridas dos nossos fornecedores nem sempre são vendidas
imediatamente. Só depois de realizar as vendas é que se
consegue transformar o estoque de produtos acabados em
dinheiro novamente.
5. Custos de armazenamento . Os custos de armazenamento,
também conhecido como custos de estocagem, são os custos
relacionados com a armazenagem física dos estoques. Estoques
elevados, logicamente, possuem elevados custos. Nessa
categoria de custos estão os custos de aluguel e manutenção
de armazéns, galpões bem como custos dos equipamentos
específicos usados para o correto acondicionamento das
mercadorias. Algumas mercadorias precisam ser acondicionadas
em temperaturas especificas, o que pode demandar
condicionadores de ar, freezers etc.; outras precisam de
controle rígido de umidade, o que demanda equipamentos para
seu controle; outras precisam ser acondicionadas com
luminosidade controladas; paletes, empilhadeiras, prateleiras
também representam custos de armazenagem.
6. Custos de obsolescência e deterioração . O custo de
obsolescência e deterioração envolve o custo/risco do estoque
ficar obsoleto ou deteriorar-se. Trata-se de um custo/risco que é
maior quando o volume de estoques é elevado. Uma grande
rede de supermercados, por exemplo, que adquira um elevado
estoque de verduras e legumes incorre em maiores riscos de o
estoque se deteriorar (as verduras e legumes apodrecerem)
antes de realizar as vendas. O risco de deterioração é maior no
caso de alimentos perecíveis. Neste caso, há um custo elevado
pela perda do estoque deteriorado. Da mesma forma, um
grande varejista que adquire milhares de notebooks incorre em
maiores riscos de obsolescência (o produto fica defasado
tecnologicamente) caso não consiga vender seu estoque
rapidamente.
7. Custos de ineficiência operacional . Segundo a filosofia
Just-in-time , estoques elevados mascaram ineficiências
operacionais, e impede-nos de ver os problemas operacionais
que ocorrem na empresa. De certa forma, estoque elevado é
uma garantia de que as coisas continuarão a funcionar, apesar
das ineficiências.
Alguns custos relacionados com os estoques são inversamente
proporcionais ao tamanho dos estoques, como é o caso dos custos de
colocação de pedidos (1), dos custos de descontos/acréscimos de
preços (2), e dos custos de falta de estoques (3). Por outro lado, alguns
custos aumentam na medida que o estoque aumenta, como é o caso do
custo de capital de giro (4), do custo de armazenagem (5), do custo de
obsolescência (6), e do custo de ineficiência operacional (7).
Perfis de estoque
Perfis de estoque são os diferentes comportamentos de estoque ao
longo de um espaço de tempo. Esses diferentes perfis podem ser
representados graficamente, o que facilita a análise e compreensão dos
mesmos. Consideremos um perfil de estoque de uma operação
varejista, conforme mostra a figura a seguir, adaptada de Slack (2011).
Perfil de Estoque
Quando (P) é maior que (D) o estoque cresce gradualmente até o lote
ser completado, iniciando outro lote e o estoque sendo demandado
(consumido) no processo seguinte. O perfil de estoque do processo A é
mostrado na figura anterior. Trata-se de um fornecimento de itens
produzidos internamente. A quantidade de itens que deve ser produzida
é conhecida como Lote Econômico de Produção (LEP) , também
conhecido como Lote Econômico de Fabricação (LEF) .
O LEP é calculado considerando-se:
Quantidade máxima de estoque (M)
Declive de estoque em produção = P – D
Ou:
Desta forma:
Passemos a um exemplo numérico para melhor compreensão das
fórmulas apresentadas.
Um gerente de produção de uma fábrica de sucos engarrafados precisa
encontrar o lote econômico de produção por tipo de suco (sabor) e
pedir para as linhas de produção processarem o pedido. As linhas de
produção engarrafam 2.000 unidades / hora. Para trocar os sabores é
necessária 1 hora. O custo da troca é calculado em R$ 100,00 por hora
(calculado com base no custo de mão-de-obra e de capacidade de
produção perdida). O custo de manutenção de estoque é R$ 0,10 por
unidade por mês. A demanda mensal de cada tipo de suco é 90.000 por
mês. O tempo de produção mensal é 160 horas. Encontre o LEP.
Primeiramente, extraímos os dados do problema:
D = 90.000 por mês
D = 562,5 por hora
Ce = 0,1
Cp = 100
P = 2.000
O LEP que considera o custo por unidade de falta por período de tempo
(Cs) é calculado pela seguinte expressão:
Nível de suprimento
Classificação XYZ
A classificação XYZ de materiais faz distinções qualitativas entre os
diferentes materiais e estoques, diferentemente da classificação ABC,
que se baseia na importância quantitativa (valor monetário) dos itens.
Em geral, os materiais variam quanto ao grau de imprescindibilidade:
alguns são indispensáveis para que as corporações cumpram com
eficiência suas metas; outros são auxiliares e dispensáveis.
A classificação XYZ é feita pensando nas consequências que a
indisponibilidade física de um item poderia acarretar na empresa. Isto é,
a classificação se baseia nos efeitos da indisponibilidade de um material
para a empresa e como ela deve lidar com essa falta de material. Os
itens são classificados em:
ITENS CLASSE X : são todos os itens cuja falta não acarreta
problemas relevantes no desenvolvimento dos trabalhos da
empresa. A falta de material Classe X para atender o solicitante
não terá nenhuma consequência mais importante para a
empresa e para as atividades por ela desenvolvidas. Em regra, os
itens Classe X são os materiais auxiliares e complementares que
não demandam rigoroso controle físico de estoques. Os itens
Classe X não são indispensáveis.
ITENS CLASSE Y : são todos os itens cuja indisponibilidade
tenha alguma consequência grave, mas que não implicam em
interrupção dos trabalhos, processos e atividades da empresa. A
falta de itens Classe Y exige que a empresa busque alternativas
para compensar o material ausente, evitando maiores danos aos
processos e atividades da empresa. Em regra, tais itens
demandam um controle de estoque mais rigoroso para evitar
transtornos à empresa. A indisponibilidade de itens Classe Y deve
ser sempre evitada.
ITENS CLASSE Z: são todos os itens indispensáveis para a
empresa. Sua indisponibilidade acarreta prejuízos imensos, como
interrupção das atividades e processos da empresa com
consequências econômicas e financeiras significativas. A falta de
itens Classe Z não deve ser admitida em nenhuma hipótese, pois
implicaria em paralização da empresa. Os itens Classe Z
demandam controle rigoroso dos estoques pela empresa como
um todo a fim de que os itens estejam disponíveis fisicamente
em qualquer momento da operação.
Resumo da classificação XYZ:
A classificação de um item em Classe X, Y ou Z pode facilitada ao
responder 4 perguntas para cada item:
a) O item é imprescindível para alguma atividade vital da empresa?
b) O item possui algum equivalente que pode ser adquirido com
facilidade?
c) O item possui algum equivalente conhecido?
d) O item pode ser comprado facilmente?
Com base nas respostas a cada uma dessas perguntas, podemos
classificar cada um dos itens da empresa em itens Classe X, Y ou Z,
conforme mostra o quadro a seguir:
CAPÍTULO VIII
Casa da Qualidade
Atributos da qualidade:
a) O MORAL denota o estado de espírito do trabalhador, considera-
se que o colaborador deve estar inserido em um clima de
motivação e boa vontade. O moral é o elemento mais importante
de uma organização, já que se configura como o alicerce para
que os outros elementos possam existir.
b) QUALIDADE INTRÍNSECA refere-se à qualidade dos produtos e
serviços da organização. Os produtos devem estar de acordo
com as especificações previstas e dentro dos parâmetros
prometidos. Qualidade intrínseca diz respeito às características
inerentes às tecnologias e produtos e/ou serviços prometidos aos
clientes que os solicitam.
c) ENTREGA. Os clientes esperam que o produto seja entregue na
hora certa, no local certo e na quantidade certa.
d) CUSTO. As tecnologias devem propiciar ao cliente o maior custo-
benefício possível.
e) SEGURANÇA. Esse elemento deve ser entendido tanto como
segurança interna, no processo produtivo, como segurança
externa, traduzida como a garantia de segurança aos usuários
das tecnologias, produtos e serviços.
Até bem pouco tempo (há algumas décadas atrás), as empresas não
confiavam na qualidade dos produtos e serviços de seus fornecedores.
Eles eram frequentemente inspecionados para assegurar estivessem em
total conformidade com as especificações. De lá para cá, os
fornecedores têm sido estimulados a assumir por conta própria a
qualidade de seus produtos e serviços. Os fornecedores são solicitados
a certificar à empresa compradora que a qualidade desejada foi
alcançada. Nesse contexto, os fornecedores que certificam a qualidade
de suas operações se tornam mais competitivos, pelo menos
inicialmente.
Parcerias entre clientes e fornecedores tem buscado aprimorar o nível
de qualidade dos fornecedores para garantir a qualidade final do
produto que chega ao consumidor final. Muitos fornecedores, por
exemplo, podem perder negócios caso não tenham a certificação ISO
9001.
Comprar para entrega rápida
Rapidez é o tempo de espera do consumidor para receber o produto
e/ou serviço. A rapidez enriquece a oferta. Quanto mais rápido
atendemos as necessidades dos consumidores, maiores serão as
chances desse consumidor voltar a comprar o produto e/ou serviço. A
rapidez na tomada de decisões, na movimentação de materiais e no
fluxo de informações é fundamental para uma resposta tempestiva aos
consumidores. A rapidez pode ser uma questão de vida ou morte: o
serviço de emergência que o diga!
Vantagens da rapidez: reduz os estoques e reduz o risco.
Da mesma forma que nós, enquanto fornecedores, devemos entregar
rapidamente os produtos e serviços aos nossos clientes, nós, enquanto
clientes, devemos exigir de nossos fornecedores rapidez na entrega
quando isso for necessário. Muitas vezes devemos deixar de comprar de
um fornecedor porque ele não é capaz de entregar o produto a tempo.
Em muitas situações, a resposta rápida à demanda é essencial.
Comprar para ter confiabilidade
Confiabilidade é fazer as coisas a tempo para os consumidores
receberem seus produtos e serviços de acordo com o prometido.
Consiste em atender as expectativas de uso de um equipamento ou
processo. Seus principais indicadores são: nível de atraso dos pedidos,
tempo médio entre falhas e disponibilidade de equipamentos.
Vantagens da confiabilidade:
a) Economia de tempo: aumentar a confiabilidade implica em
redução de erros e, consequentemente, o tempo gasto na
reprogramação de serviços ao cliente;
b) Economia de dinheiro: a ineficácia no uso do tempo se
transforma em custo operacional extra. A reprogramação da
produção força a alocação de mão-de-obra, equipamentos e
peças para corrigir problemas devido à baixa confiabilidade.
Logo, aumentando a confiabilidade, reduzimos os custos.
c) Geração de estabilidade: se todas as partes que compõem uma
operação forem confiáveis, não haverá surpresas no processo e
teremos alto grau de previsibilidade. A isto damos o nome de
estabilidade.
Portanto, devemos buscar fornecedores capazes de entregar seus
produtos e serviços no momento certo e na quantidade certa. Quando a
entrega de nossos fornecedores é incerta, temos que acumular
estoques como uma maneira de compensar a falta de confiabilidade dos
fornecedores. De certa forma, o estoque de segurança poderia ser
reduzido (e não eliminado, pois há outras razões para se ter estoques
de segurança), caso o fornecimento fosse confiável. Da mesma forma
que entregas atrasadas prejudicam, entregas adiantadas também
causam problemas. Materiais entregues antes da hora, por exemplo,
podem não ter lugar no almoxarifado e não ser estocado
adequadamente.
*
*Custos: custos fixos e variáveis, despesas fixas e variáveis.
Logo, existem duas maneiras de aumentar o lucro: aumentar a receita
de vendas ou reduzir os custos. Os custos possuem grande impacto no
lucro de uma empresa.
Produzir muito com pouco é um desafio. Para as empresas que
competem em preço, a redução de custos permite oferecer aos clientes
seus produtos e serviços a um menor preço. Por conseguinte, o custo
mínimo é um objetivo atraente universalmente. Os principais custos de
uma organização são:
a) Custo de materiais;
b) Custo de mão-de-obra;
c) Custos de instalações, tecnologia, equipamentos, etc.
Comprar pelo menor preço (pelo menor custo) tem sido um dos
principais objetivos da função de compras, pois, ao fazê-lo, contribui
para reduzir os custos de materiais. Nas empresas que movimentam
grandes quantidades de materiais, a função de compras, ao buscar
reduzir os custos de aquisições, pode contribuir significativamente para
aumentar o lucro das empresas.
Ter um ou vários fornecedores?
Vantagens e Desvantagens de ter um ou Múltiplos Fornecedores
Fornecedores globais
Muitas empresas estão dispostas a comprar produtos de fornecedores
internacionais, por diversas razões, tais como:
a) Formação de blocos econômicos que permitem maior integração
regional e redução das barreias alfandegarias. Como exemplos
temos a União Europeia e o Mercosul.
b) Melhor infraestrutura de transporte, o que facilita as trocas entre
países e as tornam mais baratas as mercadorias.
c) Maior concorrência internacional força as empresas a buscarem
maior eficiência e redução de custos. Os clientes, ao buscarem
comprar onde é mais barato, estimulam as empresas a reduzirem
seus custos totais.
Por outro lado, as compras internacionais podem ter problemas que
terão complexidade aumentada em função das grandes distâncias. De
maneira geral, os seguintes elementos são importantes:
a) Os produtos normalmente são transportados por longas
distâncias. Atrasos, retenções e outras dificuldades no transporte
tornam o tempo de entrega muito superior ao tempo de entrega
de uma compra nacional.
b) As negociações se tornam mais difíceis, especialmente quando o
fornecedor tem uma língua nativa diferente da do comprador.
c) É difícil conhecer bem um fornecedor a grandes distancias. Suas
práticas podem não ter o mesmo padrão ético do comprador.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A distribuição física busca transferir os produtos e serviços da empresa
para os clientes. No caso das empresas de manufatura ou de revenda
isso envolve o transporte físico dos produtos da empresa de manufatura
até o consumidor. No caso de serviços, a maioria deles é criada
diretamente na presença do cliente.
O objetivo da distribuição física é levar o produto certo, para os lugares
certos, nos momentos certos e com o nível de serviço desejado, pelo
menor custo possível. A distribuição física deve levar em conta as
seguintes questões:
a) Nível de serviço: diz respeito à qualidade com que o fluxo de
produtos e serviços é gerenciado. Em outras palavras, é o
desempenho dos fornecedores no atendimento dos pedidos dos
clientes.
b) Armazéns e depósitos: são instalações destinadas à
armazenagem, consolidação e desconsolidação (retirada) de
materiais.
c) Sistemas de expedição: tem como função básica a
movimentação de produtos acabados, desde o estoque até o
embarque do produto para o consumidor.
d) Embalagem: é o invólucro externo do produto. Deve proteger o
produto e proporcionar maior eficiência na distribuição, pois seu
tamanho, resistência e demais configurações determinam os
equipamentos usados em sua movimentação, armazenagem e
dimensionamento da distribuição física.
e) Controle de estoques: pode consumir 25 a 40% dos custos
totais, ou seja, acaba representando uma parte substancial do
capital de uma empresa. Diante da dificuldade de se prever a
demanda futura, bem como garantir um suprimento constante, a
acumulação de estoques busca aumentar a disponibilidade de
mercadorias, bem como reduzir custos de produção e
distribuição.
f) Ciclo de pedido: trata-se do tempo transcorrido desde a
colocação do pedido pelo cliente até a entrega do produto.
Canais de distribuição
Fazer com que um produto chegue ao consumidor final exige que uma
série de etapas sejam cumpridas. O produto in natura (ou matéria
prima) é extraído, passa pelas manufaturas e chega até os clientes
através dos pontos de venda. Esses passos compõem a chamada cadeia
de distribuição.
Modais de transporte
São cinco as modalidades de transporte:
1. Modal rodoviário : principal modal de transporte utilizado no
Brasil e no mundo. No Brasil, o transporte rodoviário movimenta
cerca de 75% do total das cargas transportadas. Praticamente
todos os produtos manufaturados utilizam esse modal. Trata-se
do transporte feito sobre caminhões. Compete com o transporte
aéreo em pequenas cargas, e com o transporte férreo em
grandes cargas. É indicado para entregas e coletas em pontos de
serviço e de vendas.
2. Modal ferroviário : modalidade pouco explorada no Brasil.
Antigamente ficava restrita ao transporte de minérios e de
combustíveis. O baixo investimento do governo na malha
ferroviária gerou sucateamento de algumas ferrovias e baixa
utilização desse modal. Sua principal vantagem é a capacidade
de levar grandes cargas a um baixo custo. Trata-se de um modal
de transporte para longas distâncias. Uma de suas principais
desvantagens é o carregamento e descarregamento.
3. Modal aéreo : a maior vantagem desse modal é a rapidez,
maior que qualquer outro modal de transporte.
4. Modal aquaviário : pode ser marítimo ou hidroviário. O
transporte marítimo envolve grandes distâncias e várias escalas
em diversos países. O transporte hidroviário utiliza rios e é
recomendado para movimentação de produtos volumosos,
pesados e de baixo valor unitário e que podem ser carregados e
descarregados eficientemente por meios mecânicos. O uso desse
modal, juntamente com o ferroviário, no Brasil, poderia tornar os
produtos brasileiros mais competitivos no mercado nacional e
internacional, pois são modais de baixo custo. (Arbache, 2009)
5. Modal dutoviário : as dutovias são destinadas a transportar
produtos específicos, tais como petróleo, gás, minério, água,
grãos, etc. considerando-se a grande dependência de produtos
para energia, é compreensível que as dutovias assumam um
importante papel na matriz de transportes.
CAPÍTULO IX
CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS.
De maneira geral, o número de itens estocados nas empresas é muito
elevado. Um controle eficiente desses itens somente é possível após sua
correta identificação, classificação, codificação e descrição padronizada.
Existem diversas formas de codificação de materiais. As mais comuns
envolvem uma sequência numérica seguida de um código verificador.
Podemos fazer uma analogia do código de identificação de material com
o RG (Registro Geral ou Identidade) de uma pessoa. O número de
identidade de um produto é chamado de SKU ( Stock Keeping Unit ).
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Para controlar o elevado número de itens utilizados pelas empresas, é
necessário que todo material seja classificado, codificado e receba uma
descrição padronizada. Em diversos sistemas informatizados, como nos
ERPs, essa classificação, codificação e descrição é condição necessária,
pois o sistema não funciona se o material não for cadastrado
previamente.
Mas, o que é classificação de materiais?
Classificação de materiais é a identificação de um item material por
meio da atribuição de um código e da especificação de sua descrição e,
consequentemente, seu cadastro no sistema de gestão de materiais
usado pela empresa. Normalmente, apenas um setor da empresa se
encarrega de classificar os materiais. Em geral, o setor de compras ou
de engenharia de produto, pois do contrário podem ser feitas várias
classificações de um mesmo produto, ou a classificação pode ser feita
fora dos padrões da empresa. No processo de classificação, cada
material tem de ter um código, em outras palavras, só pode existir um
código para cada material.
Descrição de materiais
É sabido que um mesmo material pode receber denominações
diferentes dependendo do fabricante, da região ou do idioma onde a
fábrica está sediada. Da mesma forma, descrições diferentes podem ser
elaboradas. Um fabricante pode enfatizar mais uma característica e
detrimento de outra. Diante dessa infinidade de descrições e
classificações, a empresa deve implementar critérios próprios para o
cadastramento de seus materiais. Os padrões envolvem nomenclatura,
descrição, abreviatura, etc. Todavia, não existe um padrão compulsório
para a descrição dos itens.
Descrição Padronizada
CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Cada item de material deve ter um único código e deve ter um número
de dígitos bem definido, de forma que não haja confusão com códigos
de itens similares. O código deve permitir a identificação inequívoca do
material, pois o código prevalece sobre a descrição do item. Ou seja, se
o código estiver errado e a descrição do material estiver certa o
material errado será entregue. Muitas vezes, o funcionário do
almoxarifado conhece o material apenas pelo código da peça, mas não
sabe seu nome. Neste caso, um erro de codificação pode gerar entregas
equivocadas.
Temos dois sistemas de codificação principais:
A. Sistema arbitrário: os materiais recebem uma codificação
seguindo uma sequência numérica ou alfanumérica (sequência
de letras e números) crescente à medida que vão sendo
cadastrados os demais itens. Todavia, não há qualquer
associação entre o código e o item material.
B. O sistema simbólico, por sua vez, codifica o material utilizando
associações entre o código e as propriedades/características do
material. Desta forma, conhecer o código é conhecer um pouco
do material. O sistema simbólico facilita a memorização e
identificação do material.
Quanto aos dígitos de codificação, eles podem ser de três maneiras:
1) Sistema alfabético: utiliza apenas as letras do alfabeto.
2) Sistema alfa numérico: utiliza tanto letras quanto números.
3) Sistema numérico: utiliza apenas números.
Nos sistemas de informação modernos, prevalece a codificação
numérica, pois é mais fácil de digitar que um código alfanumérico. O
ERP ( Enterprise Resource Planning ) utiliza apenas dígitos numéricos. A
quantidade de dígitos nas codificações deve ser sempre a mesma, por
exemplo, se a empresa usa nove dígitos para codificar um material,
todos os demais itens também devem ser codificados com nove dígitos.
Ao codificar um material, devemos anotar seu código em um arquivo
que faça associação entre o código e a descrição de material.
Codificação Decimal Universal
Esse sistema de codificação pode ser usado para classificar / codificar
qualquer coisa. Conforme mencionado anteriormente, os sistemas ERP
possibilitam a codificação por meio de símbolos que podem ser
codificados usando o sistema de codificação decimal universal. Esse
sistema foi proposto por Melville Louis Dewey, em 1876, no livro “
Classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the
Books and Pamphlets of a Library ”. Inicialmente esse sistema de
classificação era aplicado apenas na codificação de livros nas
bibliotecas, sendo posteriormente aplicado a diversas outras situações.
Esse sistema divide os materiais a serem classificados em grupos, que
são divididos em subgrupos, que podem ser divididos em sub-
subgrupos e se adiciona o código do material seguido de um dígito
verificador. O digito verificador é determinado com base num algoritmo
único para cada sistema.
Codificação Decimal Universal
Código de barras
O código de barras é uma forma de representação dos números
(códigos) de um produto para facilitar sua identificação eletrônica por
meio de leitores ópticos em operações automatizadas. Usando leitores
ópticos, não precisamos digitar os códigos, o que facilita a identificação
dos materiais e reduz o tempo das operações. Existem diversos
sistemas de códigos de barras disponíveis. No entanto, em 1984, o
Decreto n° 90.595 estabeleceu o sistema Nacional de Codificação de
Produtos, sendo escolhido o padrão EAN.
O padrão EAN (sigla de European Article Number , posteriormente
renomeado para International Article Number ) é adotado
internacionalmente. Além do EAN, existe o UPC ( Universal Product
Code ) usado apenas nos Estados Unidos da América e Canadá. Ambos
são utilizados na codificação de bens de consumo há décadas. Portanto,
para se exportar para os Estados Unidos ou Canadá é necessário
codificar os produtos no padrão UPC por intermédio da EAN Brasil.
Todavia, em 1995, foi criado um código com base na união dos dois
padrões, o EAN/UCC. O EAN não é apenas um código de barras, ele
facilita as relações comerciais entre diversos países por meio de sua
linguagem comum: GTIN ( Global Trade Item Number – Número Global
de Item Comercial), o que facilita a utilização de um mesmo código em
todos os pontos comerciais ou industriais do mundo. Portanto, muito
além de apenas barrinhas verticais, a codificação EAN/UCC facilita a
identificação de mercadorias, padroniza exportações e importações, e
possibilita maior troca de informações por meio do EDI ( Electronic Data
Interchange - Intercâmbio Eletrônico de Dados).
Códigos EAN/UCC
O sistema EAN/UCC utiliza basicamente três formas (simbologias) de
representação dos códigos numéricos em barras:
Simbologia Utilização
EAN/UCC-13 Unidades de consumo. Exemplo: lojas e
ou supermercados.
EAN/UCC-8
EAN/UCC-14 Unidades de despacho. Exemplo:
transportadora.
EAN/UCC- Unidades de despacho.
128
A EAN-13 e EAN-8 se relacionam com o consumidor final. Trata-se do
código usado pelos supermercados, lojas que vendem seus produtos
diretamente ao consumidor final.
A EAN-14 e a EAN-128 se relaciona com as unidades logísticas. Em
outras palavras, trata-se de códigos usados quando o produto ainda
está em transporte ou está armazenado. É o código usado nos
armazéns, depósitos, centros de distribuição, etc.
Codificação EAN-13
Composição da codificação:
a) Os três primeiros dígitos representam o código do país: na
imagem anterior, 489 é o código Hong Kong; o do Brasil é 789.
b) Os três, quatro ou cinco próximos dígitos indicam o fabricante.
c) Os quatro, cinco ou seis dígitos seguintes indicam o produto.
d) O último é o dígito verificador.
GETIN 13
FONTE: (EAN Brasil, 2013)
Composição da codificação:
a) Os três primeiros dígitos indicam o país.
b) Os quatro seguintes indicam o fabricante e o produto, a critério
da EAN Brasil.
c) O último é o dígito verificador gerado pelo algoritmo.
A representação gráfica do código é feita com base na conversão dos
códigos em combinações binárias compatíveis com a linguagem
computacional. As barras claras simbolizam bits zero, e as pretas
representam bits um. As barras brandas e pretas são detectadas por
scanners e leitores ópticos sensíveis a luz
Recomendações gerais para a colocação de códigos de barras
nos produtos de consumo
As principais recomendações são:
a) Os códigos de barra devem estar localizados, sempre que for
possível, na base dos produtos para que sua identificação no
checkout do supermercado ou loja.
b) A posição do código deve ser definida de maneira a reduzir
imperfeições e distorções gráficas. Nas embalagens cilíndricas,
por exemplo, o código deve ser colocado verticalmente, pois
desta forma minimiza-se distorções provocadas pela curvatura da
embalagem.
c) O tamanho do símbolo deve levar em conta o espaço disponível
na embalagem, seu design, bem como a nitidez e qualidade de
impressão.
d) Os símbolos devem ter bom contraste, pois ele é necessário para
a decodificação dos leitores ópticos. Nesse quesito, o preto e o
branco são as cores mais recomendadas.
Codificação EAN-14
Este código de barras tem aplicação nas unidades logísticas, isto é, na
movimentação, transporte e armazenamento dos itens. O EAN-14 não é
utilizado nos pontos de venda. Tem por objetivo facilitar as atividades
logísticas. Permite a identificação de fardos, malotes, paletes bem como
a quantidade de cada item disponível naquela unidade logística.
O código EAN-14 possui quatorze dígitos numéricos e pode ser usado
em unidades de despacho. Possui um dígito a frente do código EAN-13.
Esse dígito adicional é conhecido como variante logística e indica a
quantidade de produto ou a quantidade de embalagens de
comercialização da unidade de despacho (Peinado, 2007). Esse código
não é identificável, na maioria das vezes, pelos scanners dos pontos de
venda, pois ele é específico para as unidades de despacho.
CÓDIGO EAN -14
FONTE: (Labeljoy, 2012)
Componentes do código:
a) Primeiro dígito é a variante logística (varia de 0 a 8).
b) Os doze dígitos seguintes são os dígitos do EAN-13, exceto o
dígito verificador.
c) O último dígito é o dígito verificador calculado com base nos
treze dígitos anteriores.
Unidade de despacho é a unidade de acondicionamento de itens em
grupos para facilitar seu manuseio, transporte e armazenamento. Pode
ser entendida também como uma unidade de venda por atacado.
Fardos, caixas com diversas unidades do item, paletes com uma
quantidade definida, etc. são exemplos de unidades de despacho. Em
algumas situações, porém, a unidade de despacho é a própria unidade
disponível ao consumidor, neste caso, ela deve ser codificada com o
sistema EAN-13. Por exemplo, as vendas de leite em caixa tipo longa
vida pode ser realizada individualmente ou em caixas com 12, ambas
disponíveis ao consumidor nas gondolas de supermercado.
Variante logística
O digito da variante logística pode assumir valores que variam de 1 a 8
nas situações em que temos itens comerciais de quantidade fixa. Esse
dígito pode ser definido de forma sequencial (1, 2, 3, 4, ...) a cada
agrupamento de um item comercial. De maneira geral, as empresas
possuem liberdade para definir o que cada dígito de variante logística
significa. Normalmente, esse dígito indica unidades de despacho
distintas para um mesmo item. Por exemplo:
a) Salsicha Enlatada 200g Marca PE
Código EAN-13: 7898767094553
b) Caixa contendo 20 Latas de Salsicha Enlatada 200g Marca PE
Código EAN-14: 17898767094553
c) Caixa contendo 40 Latas de Salsicha Enlatada 200g Marca PE
Código EAN-13: 27898767094553
Variável logística 9: indica que a medida comercial de venda é variável.
Exemplos: Peito de frango 780 gramas; Presunto 432 gramas; Queijo
Minas 813 gramas.
Codificação EAN-128
Esse novo código possibilita uma série de informações acerca de um
item, como validade, número do lote, número de série, data de
fabricação e uma série de outras informações desejadas pelo fabricante.
É possível associar a esse código mais de 100 informações. Pode ser
usado nos processos industriais, no gerenciamento de estoques de
varejistas e transportadoras, mas sua leitura não é possível nos pontos
de venda ou checkout do varejo. Compõe-se de uma sequência
alfanumérica, como mostra a imagem a seguir.
CÓDIGO EAN-128
Todos os códigos tratados neste livro são fornecidos pela GS1 Brasil (
www.gs1br.org/ ). Além das codificações citadas, existem outros
códigos, como (GS1 Brasil, 2013):
GS1 DataBar : Compreende uma família de códigos que podem ser
escaneados no ponto de venda, podem ser muito menores do que os
códigos EAN/UPC e podem, ainda, codificar informações adicionais
como número serial, número de lote e/ou data de validade. É uma
tendência global utilizar este código no setor de FLV – frutas, verduras e
legumes.
GS1 DATABAR
CAPÍTULO X
INVENTÁRIO FÍSICO DOS ESTOQUES
O inventário físico dos estoques nada mais é que uma espécie de
balanço dos materiais disponíveis na empresa para serem comparados
com os registros contábeis de materiais. Em outras palavras, fazemos
inventários para saber quais e quantos materiais temos efetivamente
disponíveis em estoque e o quanto deveríamos ter com base nos
registros da contabilidade. As diferenças encontradas devem ser
ajustadas conforme as regras contábeis e a legislação tributária vigente
[2]
. O inventário de estoque pode ser realizado em todos os tipos de
estoques. Ele pode ser periódico ou cíclico:
A. Inventário periódico : é aquele realizado em intervalos
periódicos, em períodos de um semestre ou anualmente, na
ocasião do fim do exercício fiscal, ou em qualquer momento que
se julgar necessário. Realizar um inventário, em regra, demanda
tempo e mão-de-obra considerável. Muitas vezes é necessário
paralisar as operações de uma fábrica ou loja por alguns dias
para fazê-lo (é famoso “fechado para balanço”).
B. Inventário cíclico : é aquele que é realizado gradualmente,
sem necessidade de parada das operações ou fechamento da
loja, pois a cada dia é realizado a contagem de uma determinada
quantidade de itens, até que todo o estoque esteja contado. A
vantagem desse tipo de inventário é que ele não interrompe as
operações da empresa e permite pequenos ajustes diários.
Mas, para que fazer um inventário? O inventário é necessário por que
nem sempre o estoque real é igual ao que consta nos registros
contábeis de estoque. Por exemplo, uma empresa pode adquirir 10.000
itens do produto A. Trinta dias depois a empresa vende 2.000 itens A.
Quantos itens restarão no estoque? Oito mil? Nem sempre! No processo
de armazenamento, alguns desses itens podem quebrar, outros podem
estar estragados, outros podem ser desviados etc. Pode haver
problemas no transporte das mercadorias ao cliente, o que obriga a
empresa a trocar os produtos danificados. Desta forma, o inventário
físico permite comparar os registros de estoque com o estoque real.
Como fazer um inventário periódico?
CAPÍTULO XI
LAYOUT DA INSTALAÇÃO
O layout das instalações de armazenagem também deve ser planejado
com vistas a:
a) Garantir que as operações ocorram de forma eficaz;
b) Reduzir custos operacionais;
c) Manter um nível mínimo de serviço da operação;
d) Ter flexibilidade para responder às variações no processo
operacional.
Um ponto essencial é o cuidado na classificação dos itens que passam
pelas instalações de armazenagem.
SISTEMAS DE ARMAZENAGEM
Os sistemas de armazenagem, quando corretamente gerenciados,
contribuem significativamente para a empresa eliminar problemas
operacionais, melhorando a eficiência dos processos produtivos. Ao
melhorar a distribuição dos produtos e racionalizar o uso do espaço
físico, conseguimos reduzir custos, tornando a empresa mais
competitiva em seu mercado, o que aumenta a satisfação dos clientes.
A seguir, apresentamos os principais tipos de sistemas de armazenagem
disponíveis no mercado. Os sistemas podem ser adaptados para
atender as diferentes necessidades de armazenagem das empresas.
Os sistemas de armazenagem são equipamentos usados no
acondicionamento de materiais. São feitos de aço (na maioria das
vezes) e possibilitam a movimentação de materiais manualmente ou por
meio de equipamentos de movimentação. Cada sistema de
armazenagem deve ser usado levando em conta os produtos e a área
disponível. Até bem pouco tempo, a ocupação física se dava por área e
não por altura. Manter áreas grandes para armazenagem é
extremamente custoso, razão pela qual a verticalização domina os
sistemas de armazenagem atualmente. A verticalização foi uma opção
encontrada para reduzir custos, aproveitar melhor o espaço físico, e
facilitar a movimentação de mercadorias pelo descongestionamento de
áreas.
Os sistemas de armazenagem, quanto a sua movimentação interna de
materiais, podem ser classificados em:
a) Sistema estático: são os sistemas de estocagem em que o
produto estocado não sofre movimentações internas, após
serem colocados na estrutura de armazenagem. Por exemplo:
estanterias leves, cantillever, drive-thu e drive-in.
b) Sistema dinâmico: são sistemas em que o produto
armazenado sofre algum tipo de movimentação interna depois
de ser colocado nas estruturas de armazenagem. Exemplos:
porta pallets push-back e flow-rack .
Podemos classificá-los também em função de sua forma construtiva:
a) Sistema de armazenamento leve: são sistemas constituídos
por cantoneiras do tipo “L” e prateleiras que suportam no
máximo 300 Kgf. Portanto, são sistemas destinados a
armazenagem de itens leves.
b) Armazenagem pesada: são sistemas constituídos por
estruturas robustas capazes de suportar elevadas cargas. A
movimentação das mercadorias se dá por meio da utilização de
empilhadeiras, pontes rolantes, transelevadores, etc.
SISTEMAS ESTÁTICOS
Palete
Palete é um estrado que pode ser de madeira, plástico ou metal, usado
para servir de base para produtos acabados, matérias-primas, caixas,
sacarias etc. Tem função de proteger o material, além de facilitar a
movimentação de cargas. Paletização é o processo de colocar vários
materiais em paletes de forma segura (preso com correias ou cintas)
formando uma unidade de carga.
A seguir, disponibilizamos as principais informações necessárias sobre
os paletes de madeira para que se possa escolher qual o tipo de palete
adquirir para a sua empresa (Guia Log, 2012):
Número de entradas - São as entradas para os garfos da
empilhadeira ou do carro hidráulico.
Sem vãos - Inexistem vãos entre as tábuas da superfície do palete.
Com vãos – Há vãos entre as tábuas da superfície do palete.
Vãos grandes - Vãos espaçados entre as tábuas da superfície do
palete.
Madeira abaulada - Utiliza tábuas sem quinas para não ter risco de
rasgar a embalagem do produto.
Longarinas - Vigas de madeira que servem de apoio para colocar
as tábuas que comporão a superfície do palete.
Abas laterais - As tábuas passam das longarinas das pontas,
visando ter uma sobra para içamento por cabos.
Com reforço - Palete reforçado por baixo, tem uma tábua mais
larga para reforçar a estrutura, devido ao peso do produto a ser
paletizado. Ela é colocada em sentido contrário às tábuas da
superfície; mesmo sentido das longarinas.
Dupla face - É o palete com tábuas em cima e embaixo, pode ser
reversível ou não.
Reversível - É o palete que tem a mesma configuração em cima e
embaixo, ou seja, o mesmo número e tamanho de tábuas em cima
e embaixo.
Calço - É colocado na longarina, entre as tábuas para que o palete
não fique com nenhuma diferença de apoio na face inferior, para
não enganchar ou ferir alguma caixa ou embalagem do palete
inferior ou para correr em esteiras automatizadas.
Tipos de paletes de madeira, conforme figura abaixo:
Contêiner
Porta-paletes autoportante
Nesse sistema, as colunas suportam todos os esforços do edifício, seja
na lateral, seja na cobertura. Sua estrutura recebe paredes exteriores. É
utilizado para alturas superiores a 20 metros e pode chegar a 40
metros. Recomendado para o armazenamento de grandes volumes e de
produtos de alta rotatividade. Por razões de segurança, as tolerâncias
de especificação em seu projeto são mínimas. O porta-paletes
autoportante é operado de forma totalmente automatizada, por meio de
transelevadores automáticos.
Porta-Paletes Autoportante
Principais vantagens:
a) Elevada densidade de armazenamento;
b) As mercadorias não são expostas a superposição, o que reduz
possíveis esmagamentos e quedas;
c) Baixo investimento de capital em comparação com os demais
sistemas de armazenamento;
d) Possibilita a utilização de empilhadeiras comuns, desde que
feitas pequenas adaptações;
e) Pode ser facilmente ampliada;
f) Indicada para estoques sazonais.
Principais desvantagens:
a) Para retirar o palete do meio é necessário retirar o palete da
frente. Em outras palavras, a movimentação é trabalhosa;
b) Baixa velocidade de armazenagem em função da dificuldade de
movimentação das mercadorias.
Porta-paletes dinâmico
Trata-se de um porta-palete derivado do drive-thru , entretanto, nele os
planos estáticos do drive-thru são substituídos por pistas de roletes
levemente inclinados no sentido das entradas para as saídas. O material
entra por um lado e se movimenta para o outro (saída) por causa da
inclinação e da gravidade. Portanto, o sistema utiliza o sistema FIFO.
Porta-Paletes Dinâmico
FONTE: (Travema Protepark, 2012).
Principais vantagens:
a) Maior densidade de armazenagem, pois existem apenas dois
corredores, o corredor de entrada e o corredor de saída;
b) Rapidez e eficiência no processamento de separação das
requisições;
c) Supera a armazenagem drive-in e drive-thru em todos os
aspectos de funcionalidade, porém têm o inconveniente de
custar de quatro a seis vezes mais.
Porta-paletes push-back
Sistema semelhante ao anterior, porém, os paletes são colocados em
carrinhos e empurrados pelos próximos paletes colocados. O canal em
que os carrinhos estão possuem uma inclinação de 3 a 5 % para a
entrada de materiais. Os paletes entram e saem pelo mesmo local. Essa
estrutura utiliza necessariamente o sistema LIFO (último a entrar,
primeiro a sair). Normalmente, o push-back armazena até quatro
paletes por nível. Sua principal aplicação é no armazenamento de
estoques médios. As operações são realizadas com empilhadeiras ou
transpaleteiras.
Porta-Paletes Push-Back
FONTE: (Jungheinrich, 2013).
Porta-paletes triangular
Trata-se de uma estrutura pouco conhecida e utilizada. É uma estrutura
estática composta por módulos independentes e articulados. Na maioria
das vezes não formam corredores centrais, pois são colocadas lado a
lado em cantos. São usadas nas situações em que o material
permanece estocado por longos períodos.
Porta-Paletes Triangular
FONTE: (Guerra, 2006).
Racks
Os racks possibilitam o aproveitamento vertical das instalações de
armazenagem sem transferir o peso das mercadorias que estão em
cima para aquelas que estão embaixo. Existem diversos modelos de
rack para diferentes necessidades. O modelo abaixo é muito usado em
indústrias e câmaras frigoríficas.
Racks com Travessas Removíveis
Cantilever
Colmeia
Semelhante ao cantilever, a colmeia é uma estrutura para estocagem de
itens compridos. A largura dos itens é limitada pelo tamanho dos
“alvéolos”, conforme mostra a imagem a seguir.
Colmeia
Estantes leves
Sistema de armazenagem para itens leves, baixos e de pequena
rotatividade. Podem possuir reforços em sua estrutura, o que aumenta
sua capacidade de carga. São muito usadas no armazenamento de
pequenas peças em almoxarifados, e no armazenamento de arquivos
mortos.
Estantes Leves
FONTES: (Aços Braúna, 2012) e (All Biz, 2013).
Mezanino
É uma estrutura de armazenamento pesado que possibilita maior
aproveitamento vertical das instalações e aumenta a área útil de
armazenagem. É usado para armazenar materiais diversos, também
pode ser usado como escritório.
Mezanino
Flow-rack
Talha
É um equipamento constituído por roldanas, correntes e cabo de aço,
especialmente desenvolvido para facilitar o içamento (levantamento) de
cargas pesadas. Podem ser manuais, elétricas e pneumáticas. As talhas
são bem mais baratas que as pontes rolantes. É usada na carga e
descarga de caminhões, paletes, etc.
Talha Elétrica e Manual
FONTE: (Unimaq, 2013).
Carros-guincho
Os carros-guincho, utilizados em pontes rolantes com grandes
capacidades de elevação somadas a grandes vãos, devem ser apoiados
sobre vigas duplas.
Esses equipamentos têm as mesmas características funcionais das
talhas, porém possuem outras formas construtivas. (CSM Indústria ,
2013).
Carro-Guincho
FONTE: (CSM Indústria, 2013).
Transtainer
Transtainer é um equipamento para movimentação de containers. O
equipamento pode ser projetado para atender a uma ampla gama de
formas e dimensões, oferecendo diferentes configurações para o
empilhamento e o enfileiramento de containers. (CSM Indústria , 2013)
Capazes de elevar e transladar cargas, os transtainers são constituídos
por uma estrutura metálica autoportante que se movimenta sobre
caminhos de rolamentos dispostos no piso. Sobre a estrutura de vigas
duplas move-se um carro-guincho. Nessas condições, a carga do
transtainer é movimentada tridimensionalmente, limitada pelo vão do
equipamento, pelo comprimento do caminho de rolamento e pela altura
de elevação. (CSM Indústria , 2013)
Os transtainers são utilizados em docas secas, mas também podem ser
instalados dentro de galpões. Utilizados no manuseio de containers para
os quais a agilidade no carregamento e descarregamento de carretas
seja economicamente importante.
Transtainer
FONTE: (CSM Indústria , 2013)
Braço Giratório
Os braços giratórios são estruturas metálicas fixadas no piso ou em
estruturas de concreto, cuja lança é montada sobre mancais de bucha e
rolamentos, permitindo giro livre com mínimo esforço. (CSM Indústria,
2013)
Sob a estrutura da viga vai apoiada uma talha que pode ser manual ou
motorizada.
Braço Giratório
FONTE: (CSM Indústria, 2013).
Empilhadeiras
As empilhadeiras são equipamentos destinados a carregar cargas. Há
uma grande diversidade delas disponíveis no mercado. Quanto a sua
energia, podem ser classificadas em: empilhadeiras manuais;
empilhadeiras elétricas; e empilhadeiras a combustão. A razão pela qual
temos diversos tipos de empilhadeiras disponíveis se deve às diferentes
necessidades dos clientes, às diferenças de preço dos modelos, às suas
diferentes capacidades de carga, bem como seus diferentes diâmetros
de giro. A seguir, analisamos sucintamente os principais tipos de
empilhadeiras disponíveis.
Empilhadeiras
Empilhadeira elétrica
As empilhadeiras elétricas são movidas a energia elétrica armazenada
em baterias. São recomendadas para locais fechados, pois não emitem
gazes como as empilhadeiras a combustão. São muito versáteis e
extremamente silenciosas. Há diversos modelos disponíveis. Algumas
possuem torres de elevação, o que possibilita elevar os paletes alguns
metros do chão. Outras não possuem torre e servem apenas para a
movimentação de paletes ao nível do solo. Um ponto fraco é a
autonomia das baterias, pois descarregam com algumas horas de uso.
No entanto, alguns modelos possuem autonomia superior a 8 horas
contínuas de trabalho.
Empilhadeira Elétrica
FONTES: (Empilhadeira Guia, 2013) e (Jungheinrich, 2013).
Empilhadeira manual
Empilhadeiras manuais são movidas com força motriz humana. Isto é,
todo o esforço é braçal. No entanto, não são necessários grandes
esforços para manuseá-las. Para movê-la, o operador precisa puxá-la ou
empurrá-la. E para elevar a carga o operador flexiona uma alavanca
hidráulica e a torre se eleva. Sua principal vantagem é o preço.
Empilhadeira Manual
Empilhadeiras a combustão
As empilhadeiras a combustão GLP (gás), diesel ou gasolina são
utilizadas mais comumente em pátios, docas, portos etc. São mais
robustas e possuem capacidades que podem chegar a até 70 toneladas,
e altura de elevação de até 7,5 metros. Além destas características, são
disponibilizados também vários acessórios que podem aumentar a
capacidade, autonomia e adequação a trabalhos específicos. (Soares,
2012)
Empilhadeiras a gás
São empilhadeiras movidas a GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Possuem
elevada capacidade de carga, em comparação com as empilhadeiras
manuais e elétricas. Possuem boa autonomia e são econômicas em
consumo de gás. Porém, possuem manutenção mais cara que as
empilhadeiras manuais e elétricas. A desvantagem é que as
empilhadeiras à combustão emitem gazes e poluentes, além de não
serem recomendadas em ambientes fechados, pois pode ser
extremamente prejudicial à saúde.
Empilhadeira a Gás
FONTE: (Empilhadeira Guia, 2013).
Empilhadeiras a diesel
As empilhadeiras a diesel possuem maior capacidade de carga e são
relativamente econômicas. São recomendadas para trabalhos mais
pesados.
Empilhadeiras Diesel
Paleteira
As paleteiras são equipamentos usados para movimentar paletes. Em
verdade, as paleteiras se parecem muito com as empilhadeiras
manuais. A grande maioria das paleteiras elevam os paletes a uma
altura apenas suficiente para movimentá-los. As rodas, em geral, são
pequenas e duras para suportar o peso, mas não se movimentam bem
em pisos irregulares. As paleteias são ótimas para movimentar
pequenos estoques e seu preço é bem mais atrativo que o preço de
uma empilhadeira.
Paleteira Manual
FONTES: (Empilhadeira Guia, 2013) e (Logis Market, 2013).
onde:
i = inclinação, em porcentagem;
h = altura do desnível;
c = comprimento da projeção horizontal.
3.1.1.1.1.1 Independente do comprimento da rampa e sem prejuízo
do teor do item 3.1.1.1.1, a inclinação máxima permitida é de 12,50%
(doze inteiros e cinquenta centésimos por cento).
3.2 A largura das vias onde houver movimentação de chapas
fracionadas de rochas ornamentais deve ser de, no mínimo, um metro e
vinte centímetros (1,2m).
3.3 O equipamento para movimentação de chapas fracionadas de
rochas ornamentais deve possuir no mínimo três rodas, resistência,
estabilidade e facilidade de mobilidade, identificação de capacidade
máxima de carga e ser compatível com as cargas.
3.3.1 As cargas de chapas fracionadas devem estar devidamente
amarradas à estrutura do equipamento.
4. Carga e descarga de chapas de rochas ornamentais
4.1 A empresa deve destinar área específica de carga e descarga de
chapas, com sinalização horizontal e vertical.
4.1.1 O espaço destinado à carga e descarga de materiais e o acesso
ao veículo de carga devem oferecer condições para que a operação se
realize com segurança.
4.1.1.1 As movimentações de cargas devem seguir instruções definidas
em procedimentos específicos para cada tipo de carga, objetivando a
segurança da operação para pessoas e materiais.
4.2 A área de operação onde houver utilização de pistola pneumática
portátil deve ser delimitada e sinalizada, proibindo-se a presença de
pessoas não envolvidas na atividade nesta área.
4.3 A atividade de empacotamento de chapas deve ser realizada com
uso de cavaletes que propiciem boa postura e segurança aos
trabalhadores.
4.4 O interior de contêineres deve possuir iluminação natural ou
artificial, nos termos definidos nas Normas de Higiene Ocupacional da
FUNDACENTRO.
4.5 Os trabalhos no interior de contêineres devem ser realizados com
equipamentos e meios de acesso seguros e adequados à natureza das
atividades.
4.6 É proibida a permanência de trabalhadores no interior de
contêineres durante a entrada da carga.
4.7 A retirada da amarração da carga no contêiner só poderá ser
realizada após a estabilização e fixação primária da carga.
5. Capacitação para movimentação, armazenagem e manuseio de
chapas de rochas ornamentais.
5.1 A movimentação, manuseio e armazenagem de chapas de rochas
ornamentais somente podem ser realizadas por trabalhador capacitado
e autorizado pelo empregador.
5.2 A capacitação deve ocorrer após a admissão do trabalhador, dentro
dos horários normais de trabalho e ser custeada integralmente pelo
empregador.
5.2.1 As instruções visando à informação e à capacitação do
trabalhador devem ser elaboradas em linguagem compreensível e
adotando-se metodologias, técnicas e materiais que facilitem o
aprendizado.
5.3 Além de capacitação, informações e instruções, o trabalhador deve
receber orientação em serviço, que consiste de período no qual deve
desenvolver suas atividades sob orientação e supervisão direta de outro
trabalhador capacitado e experiente, com duração mínima de trinta
dias.
5.4 A capacitação para movimentação, manuseio e armazenagem de
chapas de rochas ornamentais deve atender ao conteúdo programático
e carga horária conforme item 5.7.
5.4.1 As aulas teóricas devem ser limitadas a quarenta participantes
por turma.
5.4.2 As aulas práticas devem ser limitadas a oito participantes para
cada instrutor.
5.4.2.1 O certificado somente será concedido ao participante que
cumprir a carga horária total dos módulos e demonstrar habilidade na
operação dos equipamentos.
5.4.3 O certificado deve conter o nome do trabalhador, conteúdo
programático, carga horária diária e total, data, local, nome e formação
profissional do(s) instrutor(es), nome e assinatura do responsável
técnico ou do responsável pela organização técnica do curso.
5.4.3.1 O certificado deve ser fornecido ao trabalhador, mediante
recibo, arquivando-se uma cópia na empresa.
5.4.4 Os participantes da capacitação devem receber material didático
impresso.
5.5 Deve ser realizada nova capacitação a cada três anos, com carga
horária mínima de dezesseis horas, sendo oito horas com conteúdo do
Módulo I e oito horas do Módulo III, referidos no item 5.7 deste Anexo.
5.6 Deve ser realizada nova capacitação, com carga horária e conteúdo
programático que atendam às necessidades que a motivou, nas
situações previstas abaixo:
a) troca de função;
b) troca de métodos e organização do trabalho;
c) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período
superior a seis meses;
d) modificações significativas nas instalações, operação de máquinas,
equipamentos ou processos diferentes dos que o trabalhador está
habituado a operar.
CAPÍTULO XII
ANTECIPAÇÃO DE COMPRAS
A antecipação de compras por causa da inflação ou por razões
especulativas, deve considerar diversas variáveis. O administrador,
prevendo uma alta de preços, pode decidir por antecipar suas compras
(comprar pelo preço antigo) para estoca-las para obter vantagens de
sua valorização. Neste caso, ele só terá lucro se a valorização das
mercadorias estocadas for maior que a inflação, e se essa valorização
for repassada ao preço de venda, como medida de proteção ao capital
investido.
Exemplo: suponha que um administrador preveja uma alta de 15% nos
preços de determinado item que será utilizado daqui a cinco meses. O
administrador deseja antecipar sua compra pagando o preço atual. Se o
custo do dinheiro para adquirir os estoques é 2,5% ao mês, antecipar
as compras é uma boa medida?
Resposta:
n = 6 meses
Como ele pretende consumir os itens adquiridos daqui a cinco meses,
antecipar as compras é vantajoso. Neste caso, o prazo de antecipação
das compras não pode ser superior a seis meses. Se o prazo foi igual há
seis meses (ponto de indiferença) pouco importa antecipar ou não as
compras. Se o prazo for inferior é vantajoso antecipar as compras, pois
a economia gerada compensa o custo de capital. E se o prazo for
superior a seis meses, não é recomendado antecipar as compras.
É claro que essa análise é simplista, pois considera apenas as taxas
envolvidas. Não considera, por exemplo, que a operação pode ser a
prazo, e não à vista, o que aumentará o tempo de antecipação das
compras em razão dos ganhos financeiros concedidos pelo fornecedor.
Portanto, é necessário considerar a forma de pagamento, o prazo de
recebimento (das vendas) e o prazo de estocagem.
Trataremos a seguir de quatro modelos para a decisão de compra mais
lucrativa:
a) Compra à vista e venda à vista;
b) Compra à vista e venda a prazo;
c) Compra a prazo e venda à vista;
d) Compra a prazo e venda a prazo.
Nesses quatro modelos, utilizaremos a seguinte simbologia, sugerida
por Assaf Neto (2009):
Simbologia usada nas fórmulas deste capítulo
R Resultado (lucro ou prejuízo) das vendas
PVV Preço de Venda à Vista
PVP Preço de Venda a Prazo
CMVV Custo da Mercadoria Vendida adquirida a
Vista
CMVP Custo da Mercadoria Vendida adquirida a
Prazo
PE Prazo de Estocagem (venda) da mercadoria
adquirida
PM Prazo de espera para o recebimento físico da
compra efetuada
PP Prazo de Pagamento a fornecedores
PR Prazo de Recebimento da venda realizada
tm Data de recebimento da mercadoria
adquirida
ta Data de compra da mercadoria
tv Data de venda
tr Data de recebimento (cobrança) da venda
realizada
tp Data de pagamento da mercadoria adquirida
ka Taxa de rendimento das aplicações
financeiras
kc Custo de operações de captação financeira
, o que exige a
fixação de um preço de venda maior.
Portanto:
Onde:
Vendas R$ 14.500,00
(-) CMV (R$ 15.000,00)
(=) Resultado Bruto - R$ 500,00
(+) Receitas Financeiras
Resultado
Onde:
Vendas R$ 15.000,00
(-) CMV (R$ 6.750,00)
Resultado Bruto R$ 8.250,00
(-) Despesas Financeiras
Resultado
Onde:
Vendas R$ 15.000,00
(-) CMV (R$ 7.650,00)
Resultado Bruto R$ 7.350,00
(-) Despesas Financeiras
Resultado
Onde:
Vendas R$ 15.000,00
(-) CMV (R$ 9.000,00)
Resultado Bruto R$ 6.000,00
(-) Despesas Financeiras
Resultado
Pela análise dos resultados de cada uma das situações, fica claro que a
empresa deve realizar suas compras à vista. Perceba que nem os 60
dias para pagar deixou a opção de compra a prazo vantajosa. A compra
a prazo em 60 dias somente é vantajosa quando o preço estiver fixado
abaixo de determinado patamar:
Quando: ,
a compra deve ser à vista.
Quando: ,
a compra deve ser a prazo.
Quando:
em termos de resultado econômico, tanto faz comprar à vista ou a
prazo.
Mas, e se PP < PE? Nessa situação, temos a seguinte representação
gráfica:
Nessa situação, como nas anteriores, a compra pode ser a prazo ou à
vista. O resultado de cada opção é calculado pelas seguintes equações:
Onde:
RE = resultado de estocagem
VR = Valor de reposição de estoques
VPA = Valor pago na aquisição dos estoques
Fica claro que:
a) Quando VR > VPA, o resultado de estocagem será positivo
(ganho ou economia de estocagem);
b) Quando VR < VPA, o resultado da estocagem será negativo
(perda ou deseconomia de estocagem);
c) Quando VR = VPA, o resultado de estocagem mantém-se
estável, isto é, não há qualquer ganho ou perda.
Os ganhos podem ser realizados ou não realizados:
a) Os ganhos tornam-se realizados quando ocorrem as vendas;
b) Os ganhos não realizados são aqueles que ocorrem antes da
venda, sendo acrescidos aos estoques.
Exemplo: a empresa ABC comprou 150 itens de uma determinada
mercadoria por um preço unitário de R$ 450,00. Ao término do período
seguinte a empresa vende 90 unidades por um preço unitário de R$
750,00. Neste caso, apura-se um lucro bruto de R$ 27.000,00.
Receita de vendas:
Receitas de vendas:
Custo de venda corrente:
Receita de vendas:
Custo de venda corrente:
CAPÍTULO XIII
ORÇAMENTO DE VENDAS
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
Pode-se dizer que o orçamento de produção é totalmente decorrente do
orçamento de vendas. Conforme vimos no capítulo anterior, quando o
fator determinante é a produção, o orçamento de vendas é decorrente
da quantidade produzida. Entretanto, para as empresas em que o fator
determinante (ou limitante) é as vendas, o orçamento de produção
passa a ser decorrente do orçamento de vendas.
Cumpre ressaltar que o orçamento de produção é quantitativo, ou seja,
orçamos a produção quantitativamente e não monetariamente. Esse
orçamento indica a quantidade de produtos a serem fabricadas e é
fundamental para a programação de produção. As informações
essenciais para o orçamento de produção são: orçamento de vendas em
quantidade por produto e política de estocagem dos produtos acabados.
Com essas informações, mais os dados referentes às quantidades de
produtos acabados em estoque, elaboramos o orçamento de produção.
A necessidade de estoques nas empresas varia. Em algumas empresas
o nível de estoque é baixo, como naquelas que utilizam o Sistema
Toyota de Produção, ou nas empresas que conseguem vender todos os
produtos fabricados, bem como nas empresas que trabalham sob
encomenda.
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CONTABILIDADE DE ESTOQUES
A Ciência Contábil, entendida como a linguagem do capitalismo [6] , é a
Ciência da mensuração dos fenômenos econômicos, da avaliação
econômico-financeira, do controle e da otimização do patrimônio
econômico das entidades (pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou
privadas). A mensuração se dá em bases monetárias; a avaliação
econômico-financeira é feita quantitativamente e qualitativamente; o
controle é posterior, simultâneo ou projetivo; e a otimização se dá pelo
suporte à racionalização de decisões dos agentes econômicos.
[7]
Conforme o eminente economista Paulo Sandroni , a contabilidade é
a ciência que:
"cuida da classificação, registro e análise de todas as transações
realizadas por uma empresa ou órgão público, permitindo dessa
forma uma constante avaliação da situação econômico-financeira.
Tem por objeto o patrimônio econômico das pessoas físicas ou
jurídicas, comerciais ou civis, bem como o patrimônio público e as
questões financeiras do Estado. Seu objetivo é permitir o controle
administrativo e o fornecimento de informações precisas a
investidores, credores e ao público. Envolve todos os aspectos
empresariais ou públicos que possam ser expressos em números,
como o ativo (propriedade), o passivo (dívidas), as receitas e
despesas, os lucros e perdas e os direitos de investidores".
CONTABILIDADE DE ESTOQUES
As principais áreas ou temas estudados pela Contabilidade referentes
aos estoques envolvem a mensuração, a avaliação econômica e
financeira das políticas de estocagem em entidades públicas ou
privadas, bem como o estudo dos efeitos patrimoniais, econômicos e
financeiros das decisões comerciais e produtivas.
Os estoques estão diretamente relacionados às principais áreas de ação
das empresas, como produção, vendas, prestação de serviços, e
envolvem problemas relacionados a avaliação, controle, contabilização e
administração.
Nas empresas comerciais e industriais, os estoques representam uma
parcela relevante dos ativos circulantes e sua correta gestão é
imprescindível para a saúde financeira das empresas. A apuração e
avaliação adequada dos estoques também é fundamental para a
apuração do lucro líquido do exercício.
As empresas prestadoras de serviços, apesar de não estocarem
serviços, pois eles são intangíveis, necessitam de estoques para que o
serviço seja executado. Por exemplo, o serviço de limpeza, para ser
executado, precisa de detergentes, desinfetantes etc. que necessitam
ser estocados. Um serviço de manutenção elétrica precisa de estoque
de componentes, como fusíveis, disjuntores, conectores, cabos e fios
etc. para ser executado adequadamente. Os estoques podem ser de
ativos tangíveis, mas também de ativos intangíveis (como os que
decorrem de direitos adquiridos de terceiros ou produzidos pela própria
empresa).
Definição de Ativo
Tecnicamente, Ativo é um recurso controlado pela entidade como
resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros
benefícios econômicos para a entidade. [8] A expectativa de que
benefícios econômicos futuros fluam para a entidade deve ser
suficientemente certa para que o ativo seja reconhecido.
Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, devemos nos
atentar para sua essência subjacente e realidade econômica e não
apenas para sua forma legal. Por exemplo, no caso do arrendamento
mercantil financeiro, a essência subjacente e a realidade econômica são
a de que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do
ativo arrendado pela maior parte da sua vida útil, em contraprestação
de aceitar a obrigação de pagar por esse direito valor próximo do valor
justo do ativo e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma, o
arrendamento mercantil financeiro dá origem a itens que satisfazem à
definição de ativo e de passivo e, portanto, devem ser reconhecidos
como tais no balanço patrimonial do arrendatário. [9]
O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu
potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa
ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal potencial pode ser
produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades
operacionais da entidade. Pode também ter a forma de conversibilidade
em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir
as saídas de caixa, como no caso de processo industrial alternativo que
reduza os custos de produção.
A entidade geralmente emprega os seus ativos na produção de bens ou
na prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e as
necessidades dos consumidores. Tendo em vista que esses bens ou
serviços podem satisfazer esses desejos ou necessidades, os
consumidores se predispõem a pagar por eles, contribuindo para o fluxo
de caixa da entidade. O caixa por si só rende serviços para a entidade,
visto que exerce um comando sobre os demais recursos.
Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir
para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser:
(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção
de bens ou na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade;
(b) trocado por outros ativos; (c) usado para liquidar um passivo; ou (d)
distribuído aos proprietários da entidade.
Muitos ativos, como, por exemplo, itens do imobilizado, têm forma
física. Entretanto, a forma física não é essencial para a existência de um
ativo. As patentes e os direitos autorais, por exemplo, são considerados
ativos, caso deles sejam esperados que benefícios econômicos futuros
fluam para a entidade e caso eles sejam por ela controlados.
Muitos ativos, como, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão
associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao
determinar a existência do ativo, o direito de propriedade não é
essencial. Por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento mercantil
será um ativo, caso a entidade controle os benefícios econômicos que
são esperados que fluam da propriedade. Embora a capacidade de a
entidade controlar os benefícios econômicos normalmente resulte da
existência de direitos legais, o item pode, contudo, satisfazer à definição
de ativo mesmo quando não houver controle legal. Por exemplo, o
conhecimento ( know-how ) obtido por meio da atividade de
desenvolvimento de produto pode satisfazer à definição de ativo
quando, mantendo esse conhecimento ( know-how) em segredo, a
entidade controla os benefícios econômicos que são esperados que
fluam desse ativo.
Os ativos da entidade resultam de transações passadas ou de outros
eventos passados. As entidades normalmente obtêm ativos por meio de
sua compra ou produção, mas outras transações ou eventos podem
gerar ativos. Por exemplo, um imóvel recebido de ente governamental
como parte de programa para fomentar o crescimento econômico de
dada região ou a descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos
previstos para ocorrer no futuro não dão origem, por si só, ao
surgimento de ativos. Desse modo, por exemplo, a intenção de adquirir
estoques não atende, por si só, à definição de ativo.
Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas
ambas as atividades não são necessariamente indissociáveis. O fato de
a entidade ter incorrido em gasto pode fornecer uma evidência de
busca por futuros benefícios econômicos, mas não é prova conclusiva
de que um item que satisfaça à definição de ativo tenha sido obtido. De
modo análogo, a ausência de gasto relacionado não impede que um
item satisfaça à definição de ativo e se qualifique para reconhecimento
no balanço patrimonial. Por exemplo, itens que foram doados à
entidade podem satisfazer à definição de ativo.
PLANO DE CONTAS
O momento da contabilização de compras e de vendas de estoques, em
regra, coincide com a data de transmissão do direito de propriedade
dos mesmos (aspecto legal), bem como com a transferência dos riscos
e benefícios futuros a eles associados. Portanto, a definição de quais
itens devem ou não integrar a conta de estoques não depende de sua
posse física, mas sim o direito de propriedade, o controle e a fruição
dos riscos e benefícios associados ao item. Sob esse prisma, os
estoques podem ser classificados em:
itens que estão fisicamente sob a guarda da entidade, excluindo-
se os itens que a entidade possui a guarda, mas que são de
propriedade de terceiros, como os bens recebidos em
consignação, para beneficiamento ou armazenagem ou por
qualquer outro motivo;
itens que foram comprados pela entidade, mas que estão em
transporte (a caminho da empresa), na data do balanço, quando
sob condição de compra FOB, ponto de embarque (fábrica ou
depósito do vendedor);
itens que a entidade remeteu em consignação para terceiros
(prováveis clientes ou consignatários), mas cujos direitos de
propriedade permanecem com a entidade; e
itens de propriedade da entidade que estão na posse física de
terceiros para beneficiamento, embarque ou armazenagem.
No que se refere a contabilização de ativos com seus respectivos
passivos de bens consignados, é necessário analisar cada caso a fim de
avaliar a transferência de benefícios e riscos associados a cada contrato,
sendo a contabilização atrelada ao reconhecimento da receita da
empresa que consignou o bem.
Quanto às Compras em Trânsito , não devem ser inclusas aquelas
cujo transporte corre por conta do vendedor (FOB – Destino), nem as
recebidas de terceiros (quando a entidade é depositária ou
consignatária), nem os itens adquiridos, mas sujeitos à aprovação.
Neste último caso, apenas após a aprovação é que se dará a integração
aos estoques.
Quanto às Peças e Materiais de Reposição , são incluídos nos
estoques, mas separadamente dos demais. Pela regra de liquidez
decrescente, devem ser o último detalhe no elenco de contas de
estoques.
Custo de aquisição
Art. 301. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas
utilizadas será determinado com base em registro permanente de
estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o livro
de inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, art. 14).
§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda
compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do
contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou na importação
(Decreto-Lei nº 1.598 de 1977, art. 13).
§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de
aquisição.
§ 3º Os impostos recuperáveis por meio de créditos na escrita fiscal
não integram o custo de aquisição.
Custo de produção
Art. 302. O custo de produção dos bens ou dos serviços vendidos
compreenderá, obrigatoriamente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art.
13, § 1º):
I - o custo de aquisição de matérias-primas e de outros bens ou
serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto
no art. 301;
II - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão
direta, na manutenção e na guarda das instalações de produção;
III - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de
depreciação dos bens aplicados na produção;
IV - os encargos de amortização diretamente relacionados com a
produção; e
V - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na
produção.
§ 1º A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda
a cinco por cento do custo total dos produtos vendidos no período de
apuração anterior, poderá ser registrada diretamente como custo
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 2º).
§ 2º O disposto no inciso III ao inciso V do caput não alcança os
encargos de depreciação, amortização e exaustão gerados por bem
objeto de arrendamento mercantil na pessoa jurídica arrendatária
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 3º).
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, a pessoa jurídica deverá proceder
ao ajuste no lucro líquido para fins de apuração do lucro real, no
período de apuração em que o encargo de depreciação, amortização
ou exaustão for apropriado como custo de produção (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 13, § 4º ).
§ 4º O disposto nos § 2º e § 3º também se aplica aos contratos não
tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas
contábeis e da legislação comercial (Lei nº 12.973, de 2014, art. 49,
caput, inciso II).
Quebras e perdas
Art. 303. O custo será integrado pelo valor (Lei nº 4.506, de 1964, art.
46, caput, incisos V e VI):
Produtos rurais
Vedações
Art. 310. Não serão permitidas (Lei nº154, de 1947, art. 2º, § 5º;
Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art.14, § 5º; e Lei nº 9.249, de 1995,
art. 13, caput, inciso I):
Compras Brutas
O Valor das Compras Brutas (CB) é obtido pela expressão abaixo:
Onde:
EI = Estoque Inicial;
CL = Compras Líquidas.
Custo das Mercadorias Vendidas
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) é obtido pela seguinte
expressão:
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas;
EI = Estoque Inicial;
CB = Compras Brutas;
FSC = Fretes e Seguros sobre Compras;
CA = Compras Anuladas;
AC = Abatimentos sobre Compras;
DIO = Descontos Incondicionais Obtidos;
EF = Estoque Final.
Vendas Brutas
As Vendas Brutas (VB) correspondem ao valor original da operação. Por
exemplo, se uma empresa vender R$ 1.000 de mercadorias com ICMS
de 18%, sendo concedido ao cliente um desconto de 20%, o valor das
vendas brutas será R$ 1.000, sendo este o valor original da operação.
Vendas Líquidas
O valor das Vendas Líquidas (VL) pode ser obtido pela seguinte
expressão:
Onde:
FSSE = Fretes e Seguros Sobre Estoques;
EF = Estoque Final;
C = Compras;
CA = Compras Anuladas;
FSC = Fretes e Seguros Sobre Compras.
Onde:
Isto é, o total das compras do período e os acréscimos por remarcação
no período são de R$ 900. Com essas informações podemos facilmente
completar o quadro apresentado anteriormente:
Valores a Preço de Custo Valores a Preço de Venda
Estoque Inicial R$ 400 R$ 700
Aquisições do Período R$ 600 R$ 900
Vendas do Período R$ 1.000 R$ 1.600
CUSTOS DE ESTOQUES
O custo dos estoques de produtos em processo e de produtos
acabados, na data do balanço, deve ser feito pelo “custeio real por
absorção”, isto é, deve incluir (absorver) todos os custos diretos
(materiais, mão de obra, etc.) e indiretos (gastos gerais de fabricação)
empregados para colocar o bem em condições de venda. Portanto, os
três principais componentes de custos são:
Materiais diretos consumidos (utilizados) no processo de
produção;
Custos de mão de obra direta, tais como salários de quem
trabalha diretamente na fabricação do produto, incluindo os
encargos sociais, trabalhistas e previdenciários;
E gastos gerais de fabricação (custos indiretos), tais como custos
de inspeção, manutenção, supervisão, administração da fábrica,
depreciação, energia, seguros, almoxarifado. Tais custos devem
ser rateados aos produtos por critérios racionais
No caso de empresas prestadoras de serviços , os estoques de
“serviços em andamento” devem ser mensurados pelos custos de
produção (mão de obra, materiais utilizados e pessoal diretamente
relacionado com a prestação do serviço), cuja receita não tenha sido
reconhecida pela entidade [18] .
Os custos dos estoques dos prestadores de serviços não incluem as
margens de lucro e os gastos gerais não atribuíveis facilmente aos
serviços. Os gastos de salários relacionados com o setor de vendas e
pessoal administrativo, por exemplo, não devem ser considerados
custos dos serviços, mas devem ser reconhecidos como despesas do
período. Por outro lado, os custos indiretos de prestação de serviços
fazem parte dos custos dos serviços em andamento no ativo e, por
conseguinte, fazem também parte do custo dos serviços prestados.
O custeio por absorção “absorve” todos os custos diretos e indiretos
incorridos. Trata-se do sistema de custeio que está em conformidade
com a Estrutura Conceitual da Contabilidade [19] , com a Lei das
Sociedades por Ações, sendo também aceito pela legislação fiscal
vigente no Brasil.
O Custeio Direto e o Custeio Variável não são aceitos para fins contábeis
e de produção de demonstrações contábeis oficiais, não sendo aceito,
inclusive, para fins fiscais. No entanto, esses sistemas de custeio podem
ser usados para fins gerenciais (auxiliar na tomada de decisão), sendo
amplamente usados na Contabilidade Gerencial e na Contabilidade de
Custos.
SISTEMAS DE CUSTEIO
Os custos dos produtos em processo e dos produtos acabados podem
ser determinados por dois tipos de procedimentos ou sistemas de
custeio: Custeio por Ordem; e Custeio por Processo.
Ganhos e Perdas
O ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a
despesa de venda de ativo biológico reconhecido no momento inicial até
o final de cada período deve ser incluído no resultado do exercício em
que tiver origem.
A perda pode ocorrer no reconhecimento inicial de ativo biológico
porque as despesas de venda são deduzidas na determinação do valor
justo. O ganho pode originar-se no reconhecimento inicial de ativo
biológico, como quando ocorre o nascimento de bezerro.
O ganho ou a perda proveniente do reconhecimento inicial do produto
agrícola ao valor justo, menos a despesa de venda, deve ser incluído no
resultado do período em que ocorrer.
O ganho ou a perda pode originar-se no reconhecimento inicial do
produto agrícola como resultado da colheita.
Incapacidade para mensurar de forma confiável o valor justo
Há uma premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser
mensurado de forma confiável. Contudo, tal premissa pode ser rejeitada
no caso de ativo biológico cujo valor deveria ser cotado pelo mercado,
porém, este não o tem disponível e as alternativas para mensurá-los
não são, claramente, confiáveis. Em tais situações, o ativo biológico
deve ser mensurado ao custo, menos qualquer depreciação e perda por
irrecuperabilidade acumuladas. Quando o valor justo de tal ativo
biológico se tornar mensurável de forma confiável, a entidade deve
mensurá-lo ao seu valor justo menos as despesas de venda. Quando o
ativo biológico classificado no ativo não circulante satisfizer aos critérios
para ser classificado como mantido para venda (ou incluído em grupo
de ativo mantido para essa finalidade), de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para
Venda e Operação Descontinuada, presume-se que o valor justo possa
ser mensurado de forma confiável.
Caso a entidade que tenha mensurado previamente o ativo biológico ao
seu valor justo, menos a despesa de venda, continuará a mensurá-lo
assim até a sua venda.
Em todos os casos, a entidade deve mensurar o produto agrícola no
momento da colheita ao seu valor justo, menos a despesa de venda. O
Pronunciamento CPC 29 assume a premissa de que o valor justo do
produto agrícola no momento da colheita pode ser sempre mensurado
de forma confiável.
Na determinação do custo, da depreciação e da perda por
irrecuperabilidade acumuladas, a entidade deve considerar os
Pronunciamentos Técnicos CPC 16 – Estoques, CPC 27 – Ativo
Imobilizado e CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
Legislação do Imposto de Renda
ESTOQUES E ICMS
Antes de analisar a relação entre estoques e ICMS, é necessário
apresentar algumas informações acerca deste tributo, especialmente se
você, caro leitor (a) não conhece ou não é familiarizado com a
contabilidade tributária e o direito tributário.
O que é ICMS?
É o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação.
Competência:
É de competência privativa dos estados e Distrito Federal, conforme a
Constituição Federal (CF/88) [27] e, extraordinariamente, de competência
da União. [28] Complementarmente há a competência do Senado Federal
para estabelecer alíquotas por meio de resoluções [29] .
Função:
É um tributo de função fiscal , sendo a principal fonte de recursos
para os estados e DF, chegando a 80% da arrecadação dos Estados. É
um tributo plurifásico , pois incide sobre o valor agregado
obedecendo o princípio da não cumulatividade (CF/88, art. 155, § 2º,
inciso I).
Não cumulatividade:
É um tributo não cumulativo, podendo ser compensado o valor devido
em cada operação relativa à circulação de mercadorias e serviços com o
valor cobrado nas operações anteriores pelo mesmo Estado, por outro
Estado ou Distrito Federal (CF/88, art. 155, § 2º, incisos I e II).
Seletividade:
O ICMS pode ser seletivo (facultativo) dependendo da essencialidade
das mercadorias e serviços (CF/88, art. 155, § 2º, inciso III).
Fato gerador:
Conforme a Constituição Federal, compete a Lei Complementar definir o
fato gerador, o contribuinte e a base de cálculo (CF/88, art. 155, § 2º,
inciso XII).
Incidência do ICMS, conforme Lei Complementar 87/1996:
Art. 2° O imposto incide sobre :
b) imposto de importação;
II - o valor correspondente a:
Note que o valor bruto é o mesmo nos dois casos, apenas a forma
de contabilização do tributo é que altera.
Integra também os custos de aquisição a contribuição previdenciária
do produtor rural, quando ele assume o ônus de seu pagamento. O
mesmo ocorre com o ICMS pago pelo contribuinte substituto de
produtos rurais para uso ou consumo próprio.
CAPÍTULO XVI
AUDITORIA DE ESTOQUES
Ou..
6) Visibilidade dos estoques ( Inventory Visibility ): indica o
tempo para que os estoques recém recebidos pela empresa
estejam disponíveis nos sistemas da empresa. O ideal é que esse
tempo seja inferior a 2 horas. É medido pela diferença de tempo
entre a hora do registro da informação nos sistemas de
informação (SI) da empresa e a hora do recebimento dos itens
ou entrada física dos itens em estoque.
Ou
6) Não conformidades em transporte : indica a participação
dos custos adicionais de fretes decorrentes de re-entregas,
devoluções, atrasos ou por motivos diversos no custo dos
transportes. As não conformidades devem ser sempre evitadas.
O índice é obtido pela seguinte expressão:
Até bem pouco tempo, na era industrial, a maioria dos ativos das
empresas estavam em propriedades, instalações e equipamentos. O
trabalho da administração era atuar para a valorização desses ativos. Na
era da informação, grande parte do valor de uma empresa está nos
processos de inovação, relacionamento com clientes e recursos
humanos.
O Balanced Scorecad vai além das medidas financeiras para incluir as
seguintes perspectivas complementares: perspectiva do cliente, a
perspectiva operacional, e a perspectiva do aprendizado e crescimento.
Perspectivas financeiras: inclui medidas como o lucro
operacional, retorno sobre o capital investido e valor econômico
agregado.
Perspectivas do cliente: inclui medidas de satisfação do
cliente, retenção de clientes e quota de mercado nos segmentos-
alvo.
Perspectivas de processos internos: inclui medidas como o
custo, rendimento e qualidade. Essas são as operações do
negócio, tais como compras, produção e atendimento de pedidos.
Perspectiva do aprendizado e crescimento: inclui medidas
para medir a infraestrutura da entidade usada na construção de
melhorias e crescimento de longo prazo por meio do aprendizado
e inovação.
Não se trata de um conjunto de perspectivas independentes. Pelo
contrário, há uma conexão lógica entre elas: a aprendizagem conduz a
melhoria das operações do negócio, que por sua vez leva a um
aumento no valor para o cliente, que finalmente leva a um melhor
desempenho financeiro.
Indicadores de Desempenho
Eficiência: Fórmulas
Produtividade Atual Meta
Atendimento de pedidos
Obsolescência do estoque
Indicadores
Desempenho
de Eficácia:
Fórmulas
Atendimento
Atual Meta
ao Cliente
Taxa de
reclamação
dos clientes
Entregas no
Prazo
Avarias
Avarias no
estoque
Retornos e
devoluções
Tempo de Data de entrega – Data de solicitação
ciclo de
pedido
Acuracidade
de previsão
Acuracidade
de pedido
Lançamento
de novos
produtos nos
últimos dois
anos
Onde:
a) Estoque inicial do período analisando. Lembrando
que o estoque inicial do período analisando é sempre o
estoque final do período anterior.
b) são os estoques finais apurados ao
final de cada período analisado.
Os prazos operacionais utilizados nos indicadores são expressos
em dias. Caso você necessite apurar esses prazos em meses,
deverá substituir 360 (número de dias do ano comercial [38] ) por
12 (meses) nas fórmulas apresentadas.
O inverso de cada prazo operacional é chamado de giro , que
mostra o número de vezes que ocorreu determinada fase
operacional. Por exemplo: se o PME é 40 dias, isso indica que o
giro do estoque de mercadorias é de 9 vezes (360/40 = 9), isto
é, o estoque se renovou 9 vezes no ano.
Também é possível apurar diversos índices de giro sem passar
pelos cálculos de prazo médio. Exemplos:
a) Giro de estoque (GE) de materiais:
Receitas Financeiras
(-) Custos Financeiros
= Margem de Contribuição
Financeira
ATIVIDADE DE VENDAS
Receita de Transferência de Vendas (COP)
(-) Pagamento para Produtos Acabados
(-) Pagamento para Despesas Administrativas e Comerciais
(-) Ajuste a Valor Presente dos Créditos
(=) Resultado da Atividade de Vendas
ATIVIDADE DE RECEBIMENTOS
Receita de Vendas
(-) Pagamento Área de Vendas
(-) Pagamento COP de Acionistas
(+) Receita Financeira de Recebimentos
(=) Resultado da Atividade de Recebimentos
ATIVIDADE DA ÁREA DE ACIONISTAS
(+) Pagamento COP Compras
(+) Pagamento COP Estocagem
(+) Pagamento COP Produção (estoque em processo)
(+) Pagamento COP Produção (materiais recebidos)
(+) Pagamento COP Produtos Acabados
(+) Pagamento COP Imobilizado
(+) Pagamento COP Finanças
(+) Pagamento COP Clientes
(=) Resultado da Área de Acionistas
Custo de Oportunidade
Onde:
RsPL = Retorno sobre o Patrimônio Líquido
RSA = Retorno Sobre o Ativo (Similar ao ROI)
CD = Custo da Dívida (juros sobre capital de terceiros)
PE = Passivo Financeiro
PL =Patrimônio Líquido
Lucro Residual (Residual Income)
Onde:
Ou
Contabilidade de Custos
Controladoria Empresarial
Manual de Instalações Elétricas
[1]
Pense nos desafios de medir os estoques de grandes empresas com centenas ou
milhares de filiais, pelo Brasil ou no mundo, com milhares de itens diferentes
estocados e com valor monetário na ordem de milhões ou bilhões de dólares. Nem
precisamos ir tão longe... mesmo num supermercado, frequentemente, há dificuldades
na mensuração precisa e exata dos estoques.
[2]
Sobre o tratamento contábil dos estoques, ler o capítulo 15 deste livro.
[3]
Com base na Classificação ABC, estudada no capítulo VII deste livro.
[4]
Processo no qual uma mercadoria é recebida no armazém, mas, ao invés de ser
estocada, ela é preparada para expedição para ser entregue ao cliente imediatamente.
[5]
Processo agregar volumes fracionados em uma única unidade de carga, para
facilitar o transporte e manuseio. Pode ser unitizada em paletes, contêineres ou por
contentorização.
[6]
Referências:
CHIAPELLO, Eve. Accounting and the birth of the notion of capitalism. Critical
Perspectives on Accounting. Volume 18, Issue 3, March 2007, Pages 263-296.
ROBERTS, John & SCAPENS, Robert. Accounting systems and systems of
accountability — understanding accounting practices in their organisational contexts.
Accounting, Organizations and Society, volume 10, Issue 4, 1985, Pages 443-456,
1985.
SOMBART, Werner. Der moderne Kapitalismus . 1916.
[7]
SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999.
Pág. 126-127.
[8]
IAS & IFRS. Conceptual Framework for Financial Reporting (Conceptual
Framework). International Accounting Standards Board, 2018.
[9]
CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro. Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
[10]
Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 2 Inventories,
International Accounting Standards®, International Financial Reporting Standards®.
[11]
Você se lembra da classificação ABC estudada no Capítulo VII deste livro? Os
materiais de menor importância seriam os itens classe C que possuem baixo valor em
relação ao custo total do produto e que não podem ser facilmente identificados
fisicamente no produto.
[12]
Art. 8º: As pessoas jurídicas que exerçam as atividades descritas nos incisos II a
IV do art. 5° poderão constituir provisão para perda de estoques, calculada no último
dia de cada período de apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o
lucro líquido, correspondente a 1/3 (um terço) do valor do estoque existente naquela
data, na forma que dispuser o regulamento, inclusive em relação ao tratamento
contábil e fiscal a ser dispensado às reversões dessa provisão.
[13]
§ 1º do art. 183, da Lei 6.404 de 1976 :
[14]
Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição
social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções , independentemente
do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964:
I - de qualquer provisão , exceto as constituídas para o pagamento de férias de
empregados e de décimo-terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei nº 8.981, de
20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e
as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das
entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a
elas aplicável;
[15]
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes
critérios:
...
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-
lo ao valor de mercado, quando este for inferior;
[16]
Art. 275. A pessoa jurídica, além dos livros de contabilidade previstos em leis e
regulamentos, deverá possuir os seguintes livros (Lei nº 154, de 1947, art. 2º; e
Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º e art. 27):
I - de registro de inventário;
II - de registro de entradas (compras);
III - de Apuração do Lucro Real - Lalur;
IV - de registro permanente de estoque, para as pessoas jurídicas que exercerem
atividades de compra, venda, incorporação e construção de imóveis, loteamento ou
desmembramento de terrenos para venda; e
V - de movimentação de combustíveis, a ser escriturado diariamente pelo posto
revendedor.
[17]
Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do
inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico.
[18]
A esse respeito, consultar: Pronunciamento Técnico CPC 30 – Receita.
[19]
CPC 00 (R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro. Baseado em: The Conceptual Framework for Financial Reporting
(IASB International Accounting Standards Board and FASB - Financial Accounting
Standards Board – BV 2011 Blue Book).
[20]
Estoque estragado: aquele que veio com defeito de fabricação, que foi mal
acondicionado (temperatura, luminosidade, humidade inadequadas, etc.) ou que está
com validade vencida. Os maiores exemplos são os produtos alimentares e perecíveis
que estragam facilmente.
[21]
Estoque danificado: aquele que sofreu danos (queda, quebra, etc.) ou que foi
utilizado fora das especificações do fabricante (exemplo: usar um produto em 220V
quando o fabricante recomenda usá-lo em 127V).
[22]
Estoque obsoleto: é aquele que está defasado tecnologicamente ou em design /
especificações técnicas. É um produto arcaico ou sem uso por estar ultrapassado.
Exemplo: estoque de celulares antigos, roupas que saíram de moda, disquetes,
máquinas de escrever...
[23]
Correlação com a IAS 41, que prescreve o tratamento contábil, a apresentação
das demonstrações financeiras e as divulgações relacionadas à atividade agrícola.
Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica de ativos biológicos
(animais ou plantas vivos) e a colheita de ativos biológicos para venda ou conversão
em produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais.
[24]
Art. 309. Os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos poderão ser
avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais em cada tipo
de atividade (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 4º).
[25]
§ 1° Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser
repostos, mediante compra no mercado;
[26]
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo : (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser
repostos, mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante
venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a
venda, e a margem de lucro ;
[27]
CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre:
...
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;
[28]
CF/88: Art. 154. A União poderá instituir:
...
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários ,
compreendidos ou não em sua competência tributária , os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
[29]
CF/88, Art. 155, § 2º , inciso IV:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
...
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um
terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá
as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
[30]
Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS 15.
[31]
SANDRONI, Paulo (Coordenador). Dicionário de Economia: Rio de janeiro:
BestSeller, 1999.
[32]
Código Civil de 2002: Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na
escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
[33]
Código Civil de 2002: Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos
sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário
anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
[34]
Referências: NBC TG 16 (R1) e NBC T11, emitidas pelo Conselho Federal de
Contabilidade.
[35]
O cliente aqui pode interno ou externo.
[36]
SKU: Stock Keeping Unit , é um código identificador de um único produto. A
medição da acuracidade dos estoques deve ser feita para cada tipo de item
especificamente (SKU).
[37]
Conhecimento de Frete também é conhecido como Conhecimento de Transporte
(CTRC ou CT-e), o mesmo é um documento fiscal (nota fiscal) usado para contabilizar
as receitas e efetivar o faturamento, e também emitido pelas transportadoras de
cargas para acompanhar as mercadorias entre a localidade de origem e o destino de
cargas.
[38]
Não confundir ano comercial de 360 dias com o ano civil de 365 dias.
[39]
COP = Custo de Oportunidade.
[40]
ROI = Return On Investment ; ROA = Return On Assets ; ROCE = Return On
Capital Employed.
[41]
RONW = Return On Net Worth.