1 Prevenções de doenças – marcinha
Definição
• Perkins: “bloquear ou interceptar as
causas para fazer cessar os seus efeitos”;
• Conjunto de procedimentos que visa
proteger que visa proteger e melhorar a
saúde de uma população e portanto, sua
qualidade de vida, seja impedindo a
entrada da doença em áreas geográficas
ainda livres ou protegendo a população
de regiões onde a doença já ocorre;
Prevenção
• Ações preventivas podem ser exercidas
em qualquer fase da história natural da
doença:
▪ Período pré-patogênico: quando as
possibilidades de evitar o
estabelecimento do estimulo-doença
são maiores;
▪ Período patogênico: quando já
instalado o processo, procuramos
interromper sua evolução e minimizar
suas consequências;
• Muitas causas envolvidas no processo;
• Não apoiar a profilaxia em uma única
ação preventiva;
▪ Exemplo: emprego de vacinas como a
solução final para todos os casos;
Níveis de prevenção de doenças
I. Nível primário de prevenção
• Conjunto de ações indicadas para o
período pré-patogênico do processo
doença;
• Objetivo:
▪ Impedir ou evitar sua introdução no
ecossistema e a consequente
instalação nos indivíduos;
▪ Promoção a saúde;
1. Ações estruturais
• Adequação ao ambiente, abrigo ou
habitação, alimentação, lazer e convívio
social ou densidade populacional;
2. Ações educativas
• Conjunto de ações que visa levar
comunidade os conhecimentos
essenciais relativos às ações de saúde:
▪ Facilitar o uso de princípios higiênico-
sanitários e de tecnologias simples,
capazes de contribuir para sua própria
saúde e para a melhoria das condições
de vida para todos;
3. Ações saneadoras
• Dirigidas aos componentes ambientais;
▪ Exemplo: controle sanitário de água,
alimentos, do lixo e excretas, do solo,
dos hospedeiros e vetores, entre
outros;
4. Proteção específica
• Objetivo:
▪ Proteger especificamente a população
contra uma determinada entidade
nosológica ou a um conjunto limitado
dessa imunização;
II. Nível secundário de prevenção
• Necessárias pelo fracasso na adoção das
medidas de nível primário de prevenção
ou primeira barreira sanitária;
1. Identificação das fontes de infecção (FI)
• Diagnóstico precoce das fontes de
infecção, recurso da maior relevância do
nível secundário de prevenção;
2. Intervenção imediata
• Atuação imediata sobre as fontes de
infecção, objetiva reduz rápida e
drasticamente o potencial de infecção;
a. Sacrifício dos indivíduos afetados
▪ Eliminar o potencial de infecção
aplicável a populações animais;
b. Isolamento ou segregação física dos
indivíduos capazes de transmitir a
doença
▪ Limitar o potencial de infecção a uma
área restrita;
▪ Facilitar a adoção de medidas
terapêuticas do paciente e de
destruição do agente;
c. Tratamento ou terapêutico
medicamentosa
▪ Recuperação da saúde do indivíduo,
atua preventivamente, impedindo a
ação da doença e prevenindo possíveis
complicações e reduzindo o período de
transmissibilidade;
2 Prevenções de doenças – marcinha
III. Nível terciário de prevenção
• Conjunto de ações desenvolvidas no
período patogênico tardio, já existe a
alteração de natureza estrutural e
funcional;
• Objetivo de limitar a incapacitação
deixada pela enfermidade e promover a
reabilitação do individuo de forma a
reintegrá-lo na sociedade de uma forma
produtiva;
Novos níveis propostos
Prevenção quaternária
• Quando o paciente está com a doença
em estágio mais avançado;
• Objetivo:
▪ Evitar intervenções invasivas
desnecessárias, como cirurgias ou
exames, assim como fortalecer a
política de redução de danos junto ao
paciente;
▪ Promover procedimentos
cientificamente aceitáveis para melhor
qualidade de vida do paciente;
Prevenção quinquenária
• Maior importância após pandemia da
Covid 19;
• 2014:
▪ Trata de medidas preventivas que
visam a melhoria da qualidade dos
cuidados prestados ao paciente,
mirando no cuidador, de ondem
emergem aos cuidados;
▪ Exemplo: prevenção ao Burnout
(esgotamento) dos profissionais de
saúde;
Intensidade de ações preventivas
Vários graus de intensidade da ação
preventiva:
A. Controle
• Conjunto de medidas u ações
empregadas com o objetivo de reduzir a
frequência da ocorrência da doença, já
presente na população, até que essa se
detenha em níveis compatíveis com a
realidade existente;
B. Erradicação
• Conjunto de ações dirigidas com fins
específicos de eliminar uma doença de
um determinado território;
• Procedimento radical e intensivo;
• Sucesso depende da integração
envolvendo diferentes segmentos
profissionais e múltiplas medidas
sanitárias;
• É o nível mais elevado das funções de
prevenção aplicadas a uma doença;
Processo de decisão entre controle
e erradicação
• Depende de:
1. Recursos humanos e financeiros;
2. Disponibilidade e procedimentos
diagnósticos, exequíveis e confiáveis;
• Processo de decisão:
3. Características dos agentes casuais;
4. Prevalência e correspondente
dispersão do agente no espaço e no
tempo;
5. Custo das atividades a serem
desenvolvidas e correspondente
benefício;
6. Risco para a espécie humana;
Medidas de profilaxia relativas à
fonte de infecção
Fonte de infecção
• Qualquer hospedeiro vertebrado que
alberga um determinado agente
etiológico e pode eliminá-lo do
organismo, insto é, transmiti-lo;
1. Isolamento
• Pelo período máximo de
transmissibilidade da doença;
• Vantagens:
▪ Facilita o tratamento;
▪ Impede o contato com suscetíveis;
Tipos de isolamento:
Individual
• Isolamento em dependência própria para
esse fim;
3 Prevenções de doenças – marcinha
Em grupo ou acantonamento
• Cuidados contra a disseminação do
agente;
Isolamento da área
• Interdição da propriedade ou instalação;
2. Sacrifício
• As normas de defesa sanitária animal no
Brasil determinam a obrigatoriedade do
sacrifício no caso de várias doenças de
animais;
• O sacrifício é um método radical e está
na dependência de:
▪ Disponibilidade diagnostica;
▪ Natureza da espécie hospedeira;
▪ Característica do agente causal
(resistência ambiental, outros
mecanismos de persistência na
natureza – reservatórios);
• Cuidados na aplicação das ações:
▪ Pessoal técnico, qualificado, evitando
disseminação do agente;
3. Tratamento especifico
• Curativo (clínica):
▪ Bloqueia a evolução de quadro da
doença, recuperação;
• Profilaxia:
▪ Reduz o período de transmissibilidade
da fonte de infecção;
▪ Medidas de profilaxia relativas à fonte
de infecção;
Medidas de profilaxia relativas aos
comunicantes
Comunicante
• Hospedeiro vertebrado que se presume
estar infectado, ou seja, foi exposto ao
risco de infecção;
1. Sacrifício massal (despovoamento)
• Adotando em caso de doença exótica
grave, elimina um grupo de animais que
tenha sido exposta ao risco de infecção;
• Indicação:
a. Doença se espalhando rapidamente
que impossibilita seu combate por
outros métodos;
b. Infecção apresenta elevada
transmissibilidade e a introdução da
doença é recente;
c. População inacessível e outras
medidas sanitárias;
2. Quarentena
• Segregação de indivíduos pelo tempo
máximo de incubação da doença a ser
considerada;
• Podem ser realizadas em:
a. Quarentenário: mantém o isolamento
de animais destinados à importação e
exportação;
b. Nas próprias dependências da criação:
sem trânsito dos animais, estado de
alerta;
3. Vigilância sanitária
• Observação dos comunicantes pelo
período máximo de incubação da doença;
• Introdução de sentinela:
▪ Animais exatamente sensíveis à
doença são introduzidos junto aos
comunicantes e se eles eliminarem o
agente ou se houver contaminação
ambiental, a detecção será rápida;
4. Tratamento massal
• Utilizado quando temos uma prevalência
muito alta da doença, sacrifício massal
inviável;
• Depende de custos e viabilidade de
aplicação dos recursos terapêuticos;
▪ Exemplo: antibióticos preventivos –
leptospirose, sulfonamidas em aves;
5. Imunoprofilaxia
• Considerar que o período de indução da
imunidade normalmente é superior ao
período da incubação da doença;
• A revacinação é um recuso viável, a
indução da imunidade é mais rápida;
• No caso da raiva a vacinação do homem
é feita pois o período de incubação da
doença é maior;
• A soroterapia pode ser utilizada em casos
especiais;
4 Prevenções de doenças – marcinha
Medidas de profilaxia relativas à via
de transmissão
• Objetivo:
▪ Destruir o agente etiológico no período
em que se encontra nos diferentes
meios de transmissão ou evitar que
ele tenha acesso ao hospedeiro
susceptível;
a. Manejo: separação de animais por
faixa etária;
b. Arejamento do recinto: ventilação e
exaustão;
c. Densidade populacional;
• Possibilidade de sucesso na atuação
sobre o meio de transmissão:
▪ Depende do espaço entre a fonte de
infecção e o novo hospedeiro;
▪ Do período de tempo que o agente
permanece no meio exterior;
Transmissão aerógena
• Arejamento do ambiente, obtido com
ventilação sistemática e exaustão
elimina:
▪ Excesso de calor;
▪ Vapor de água;
▪ Produtos gasosos;
▪ Outros materiais em suspensão no ar;
Descontaminação do ambiente
• Pode ser em recintos limitados;
▪ Exemplos: hospitais, laboratórios,
dependências de manipulação de
alimentos, criatórios de animais,
incubadoras;
• Podem ser adotados os seguintes
procedimentos:
▪ Físicos, como radiação ultravioleta,
calor, exaustão;
▪ Químicos, como desinfetantes, sob a
forma de nebulização ou vapor;
▪ Medidas adicionais: evitar varredura a
seco ou movimentação brusca de
animais confinados;
Transmissão pelo solo
• Várias ações devem ser realizadas para
evitar ou diminuir a contaminação do
solo;
1. Medidas protetoras
• Tratamento e destino adequado dos
excrementos, impedir a propagação de
agentes que utilizam essa via de
eliminação:
▪ Populações humanas: sistemas de
tratamento de esgotos e águas
residuais;
▪ Populações de animais: criações em
regime de confinamento tem a
possibilidade de contar com sistema
de coleta e tratamento de excretas,
resíduos e águas servidas,
representado por esterqueiras ou
dispositivos similares;
• Controle dos adubos orgânicos:
▪ Utilizados como adubo: devem ser
cuidadosamente controlados com o
fim de evitar que vinculem agentes
causadores de doenças;
▪ Considerar a precedência dos
insumos: assegurar que os mesmos
foram suficiente maduros e não
oferecem riscos de disseminação de
agentes infecciosos ou mesmo de
poluentes de natureza diversa, como
os pesticidas;
2. Medidas saneadoras
• Finalidade da higienização de superfícies
contaminadas do solo;
▪ Drenagem de áreas pantanosas;
▪ Aterro de depressão e desvio de cursos
d’água;
▪ Limpeza da vegetação arbustiva
marginal dos mananciais de água;
▪ Adoção de praticas agrícolas, como
aração e gradagem do solo;
▪ Correção do pH do solo, que pode criar
condições adversas a determinados
agentes:
▪ Limpeza e manutenção das pastagens;
▪ Rotação de pastagens;
Transmissão pela água e pelos alimentos
• Proteção dos mananciais;
• Tratamento da água para sua utilização;
• Leite: cuidados na criação, ordenha,
manipulação, pasteurização;
• Produtos cárneos: sanidade do rebanho;
5 Prevenções de doenças – marcinha
Transmissão por vetores penetrou no pais pelo aeroporto
internacional do Rio de Janeiro;
Vetores mecânicos e biológicos
• Impedir que p lixo saia do local de
• Medidas defensivas: recepção, devendo ser incinerado no
▪ Impedir o acesso do vetor aos próprio porto ou aeroporto;
hospedeiros;
▪ Construção com tela, utilização de
repelentes, quarentena evitando a
Medidas de profilaxia relativas aos
entrada de vetores no rebanho, roupas suscetíveis
especiais, calçados, cortinas, • Utilizadas quando não se pode impedir
mosquiteiros; que o agente atinja novo hospedeiro;
• Medidas ofensivas: destruição do vetor, • Resistência dos indivíduos:
predadores naturais e utilização de ▪ Adquirida naturalmente: infecção ou
inseticidas; doença;
• Medidas saneadoras: ações dirigidas ao ▪ Selecionadas artificialmente:
ambiente; linhagens especificas;
• Destino correto de excretas, gradeamento ▪ Hábitos de higiene/comportamento:
do terreno, rotação e queima da dificultar a transmissão de agentes;
pastagem, remoção de entulho, limpeza ▪ Medidas de proteção do grupo ou de
da vegetação, drenagem dos pântanos e indivíduos: roupas e calçados
limpeza dos cursos de água; especiais, equipamentos de proteção,
• Transmissão por produtos biológicos: repelentes;
controle de inocuidade do produto;
• Transmissão por fômites: desinfecção de
instrumentos médicos, utensílios,
limpeza e desinfecção de veículos de
transporte dos animais;
Transmissão por material de manipulação
animal
• Controle sanitário do rebanho em
centrais de Inseminação Artificial;
• Cuidados de higiene durante a
manipulação, armazenamento e
distribuição do produto;
Outros meios importantes
• Controle da movimentação de pessoas e
de outros animais;
• Pedilúvios, uso de roupas especiais e
barreiras físicas podem auxiliar no
bloqueio à entrada de agentes
etiológicos;
• Cuidados especiais com o lixo de navios,
aviões e outros meios que permitem o
transporte rápido do agente etiológico
para grandes distâncias, possibilitando a
introdução de doenças exóticas;
▪ Exemplo: peste suína africana no
Brasil em 1978, que provavelmente