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Teorias Sobre

Alfabetização:
Psicogênese e Outras
Contribuições
Jair Rodrigues da Silva
Teorias Sobre Alfabetização:
Psicogênese e Outras
Contribuições

Introdução
Caros (as) estudantes,

Vamos abordar os fundamentos teóricos que envolvem a importante etapa da


alfabetização e letramento. Iniciaremos refletindo acerca das contribuições de teóricos
da educação como Ferreiro e Vygotsky.

Os diferentes níveis de escrita na visão psicogenética também será nosso objeto de


estudo e, por fim, refletiremos acerca das possíveis contribuições da leitura literária
no processo de ensino aprendizagem ao longo das etapas, importante ressaltar,
concomitantes de alfabetização e letramento.

A compreensão dos fundamentos teóricos e práticos próprios da alfabetização e


letramento se constitui numa importante etapa da formação de professores.

Objetivos Específicos de Aprendizagem


Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:

• Reconhecer as contribuições de alguns teóricos referentes à alfabetização;


• Identificar os diferentes níveis de escrita de acordo com a visão psicogenética;
• Compreender a importância da literatura e da leitura para o processo
de alfabetização.

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Contribuições de Alguns Teóricos como Ferreiro e
Vygotsky
Neste conteúdo, vamos conhecer e refletir a partir dos postulados de dois importantes
pesquisadores da educação e suas contribuições para as teorias e práticas da
educação Lev Vygotsky e Emília Ferreiro, que junto a Teberosky, desenvolveram
um trabalho de pesquisa em alfabetização muito difundido entre as práticas de
alfabetização.

Contribuições Teóricas de Ferreiro

Vamos iniciar nosso estudo a partir da teoria da Psicogênese da escrita desenvolvida por
Ferreiro e Teberosky (1999) e conhecer os níveis de desenvolvimento da escrita pesquisado
e desenvolvido por essas importantes autoras da área da alfabetização e letramento.

Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), ao escreverem a Teoria da Psicogênese da


Escrita a partir dos estudos de Jean Piaget (1896-1980), contribuíram para uma
melhor compreensão de como o processo da aquisição de escritas alfabéticas
ocorre nas crianças. Essa abordagem é menos mecanicista e incorpora a tendência
dos pressupostos construtivistas e interacionistas. Em linhas gerais, Ferreiro e
Teberosky (1999) e outros colaboradores tiram o foco do ensino e o direcionam para
a aprendizagem.

A contribuição crucial da pesquisa realizada por Ferreiro e Teberosky (1999) foi


reconhecer o aprendiz como um sujeito cognoscente, pensante, que faz e constrói
interpretações, que aprende a partir de suas próprias ações e pensamentos, age sobre
a realidade, formula hipóteses e não é só um sujeito que apenas recebe, passivamente,
o conhecimento transmitido por outra pessoa.

Curiosidade
Cognoscente – Refere-se à cognição, conhecimento. É quem
aprende, quem possui a competência de conhecer.

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De acordo com Ferreiro e Teberosky (1999, p. 29), o “[...] sujeito que conhecemos
através da teoria de Piaget é aquele que procura ativamente compreender o mundo
que o rodeia e trata de resolver as interrogações que este mundo provoca”.

As pesquisadoras destacam que o sujeito não é passivo e já traz para a escola


conhecimentos prévios: as crianças, especialmente as inseridas em um ambiente
urbano, encontram diferentes textos escritos à sua volta nos brinquedos, na televisão,
na publicidade de rua, nas etiquetas de roupas, embalagens etc.

Ferreiro e Teberosky pontuam, também, que a criança questiona a sua própria


linguagem. Ela “[...] procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se
fala à sua volta, e, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades,
coloca à prova suas antecipações e cria sua própria gramática” (FERREIRO; TEBEROSKY,
1999, p. 24).

A situação mostra o que ocorre no desenvolvimento da linguagem. A criança não


aprende somente pela imitação da fala do adulto, mas também pela sua capacidade
de refletir sobre seu aprendizado e aplicar tal aprendizado em situações novas.
Portanto, não pode ser considerado um erro se é uma fase previsível, em que ela cria
regularidades e constrói concepções sobre a estrutura linguística.

Contribuições Teóricas de Vygotsky

Vamos refletir nos postulados e nas contribuições de Lev Vygotsky (1896-1934).


Vygostky foi um psicólogo bielo-russo que se dedicou a pesquisar o desenvolvimento
da aprendizagem, tendo como base as interações e as relações sociais, o que se
constituiu numa corrente teórica denominada Sócio Construtivismo. Teoria esta que
exerce muita influência, ainda hoje, na educação brasileira.

Saiba mais
Conheça a biografia de Lev Vygotsky. Acesse o link:

https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-
do-ensino-como-processo-social

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Figura 1 - Interação social
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia retrata a interação de um grupo de cinco crianças, sendo uma menina branca e
dois meninos brancos sentados em almofadas na parte da frente e um menino branco e uma menina branca
sentados em almofadas na parte de trás, que tocam instrumentos musicais, todos estão tocando. Ao fundo,
vemos uma sala de aula.

Vygotsky, no início do século XX, já chamava atenção para a aprendizagem escrita


na escola. Esta, para ele, deveria ter um lugar de maior destaque com o ensino da
produção de textos para superar o ato mecânico de desenhar letras e palavras. Isto
porque a aprendizagem da escrita representa um caráter multifuncional, sendo ao
mesmo tempo um aspecto do desenvolvimento do individual e do cultural.

Considerando essa visão, podemos dizer que a escrita é um objeto social. Assim, a
escola tem por objetivo ensinar a escrita porque ela é um elemento importante nas
relações sociais. Seu uso vai muito além da escola.

Na visão de Vygotsky, a aprendizagem da escrita pela criança não é linear, é um


movimento progressivo que resulta no aparecimento de novas formas. Para Luria,
a criança tem contato com a escrita antes da sistematização de sua aprendizagem
porque a criança já possui interação social.

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Saiba mais
Alexander Romanovich Luria (1902-1977) foi um neuropsicólogo
soviético especialista em psicologia do desenvolvimento. Foi
um dos fundadores de psicologia cultural-histórica, na qual se
inclui o estudo das noções de causalidade e pensamento lógico
– conceitual da atividade teórica do sistema nervoso central. Em
1924, Luria conheceu Lev Vygotsky, que foi para ele uma grande
influência. Juntamente com Alexei Leontiev (1904-1979) iniciaram
um projeto para desenvolver um ramo novo na psicologia. Assim,
procuraram relacionar as influências “culturais” e “históricas”,
criando a psicologia cultural-histórica. Disponível em:

https://www.relacionalhistorica.pt/sobre-nos/a-psicologia-
relacional-historica/alexander-luria/

Saiba mais
Linha de desenvolvimento cultural: “[...] em sentido mais amplo
significa que todo cultural é social. Justamente a cultura é um
produto da vida social e da atividade social do ser humano, por
isso a própria abordagem do problema do desenvolvimento
cultural da conduta nos leva diretamente ao plano social do
desenvolvimento.” Acesse: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php.

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Figura 2 - Grupo de crianças
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia mostra um grupo de crianças, sendo dois meninos, um negro e um branco, e
três meninas, uma loira, uma negra e uma branca de cabelos negros, brincando. As crianças estão formando
uma “pirâmide” deitados uns sobre os outros. Ao fundo, vemos um parque.

Nesse ponto de vista, a característica fundamental do psiquismo humano é seu


desenvolvimento por meio das práticas sociais. Estas têm características de mediação
por instrumentos que se interpõem entre o sujeito e o objeto de sua atividade. Assim,
as funções psicológicas superiores – tipicamente humanas, como atenção voluntária,
memória, abstração, comportamento intencional etc. – são resultados da atividade
cerebral, possuindo assim uma base biológica. No entanto, são fundamentalmente
produtos da interação do indivíduo com o mundo, interação mediada pelos objetos
construídos pelos seres humanos.

Essas funções são caracterizadas pela mediação de signos, e a linguagem é o


sistema de signos mais representativo. As formas superiores de comportamento
foram formadas ao longo do desenvolvimento histórico da humanidade. Para
os pesquisadores sociointeracionistas, o desenvolvimento psíquico é primeiro
influenciado pelas relações sociais e culturais e, posteriormente, converte-se em
funções psíquicas da personalidade.

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As pesquisas sociointeracionistas apontam para as atividades principais do
desenvolvimento humano. Elas são estágios caracterizados por uma relação
determinada, por uma atividade principal, a qual tem a sua função central na forma
de relacionamento da criança com a realidade. Assim, pelas atividades principais, a
criança se relaciona com o mundo e, em cada estágio, necessidades psíquicas próprias
de cada fase são formadas, ocasionado mudanças psíquicas de personalidade.
Os principais estágios de desenvolvimento pelos quais os sujeitos passam são:
comunicação emocional do bebê; atividade objetal manipulatória; jogo de papéis;
atividade de estudo; comunicação íntima pessoal e atividade profissional/estudo.

Vamos enfatizar a atividade principal: o estudo. Nesse período, os pesquisadores


da área dizem que o lugar que a criança ocupa em relação ao adulto passa por
transformação devido à sua entrada na escola. Ressaltamos que essa instituição é o
local de referência da linguagem escrita, e a sociedade valoriza o saber ler e escrever.

Por isso, nesse estágio, a criança sente que está realizando uma atividade importante.
O estágio de estudo é, assim, um intermediário dos sistemas de relações da criança
com os adultos que estão ao seu redor.

A forma de comunicar com a família e pessoas próximas passa a ser diferente, pois a
criança agora tem obrigações escolares e ocupa um lugar diferente em casa, uma vez
que irá precisar de atenção das outras pessoas da casa para a realização de atividades
escolares. Por isso, novas assimilações e novos conhecimentos são construídos em
função dos objetivos do ensino escolar.

Conhecemos, nessa seção, o pensamento de Vygotsky acerca do desenvolvimento do


aprendizado das crianças a partir das relações e influências do meio. Como já afirmamos,
as teorias vygotskianas têm papel de destaque na concepção da escola brasileira, por
isso é importante conhecer mais da obra desse importante teórico russo.

Níveis de Escrita na Visão Psicogenética

Vamos aprofundar como a abordagem do processo de alfabetização sob a ótica da


Teoria da Psicogênese da Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999) pode
ser aplicada na prática de educadores e educadoras que atuam nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Acompanhe.

Ferreiro e Teberosky (1999) estudaram o processo de construção do conhecimento


da língua escrita a partir de pesquisa realizada com 108 sujeitos da classe baixa, com
6 a 8 anos, vivendo na cidade de Buenos Aires. Para a investigação foram planejadas

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situações experimentais “[...] em que a criança colocasse em evidência a escrita como
a concebe, a leitura como a entende e os problemas tal como ela os propõem para si”
(FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 35).

Atenção
A partir das observações realizadas, concluíram que a criança, para
dominar a leitura e a escrita, precisa dar conta de duas questões:
desvendar a natureza do Sistema de Escrita Alfabética (SEA) e
descobrir quais as regras e convenções que definem o sistema
utilizado em sua comunidade linguística.

Desvendar a natureza do SEA e descobrir quais as regras e convenções ocorrem à


medida em que a criança percorre diferentes fases de aprendizagem: pré-silábica,
silábica, silábico-alfabética, alfabética.

Fase Pré-Silábica

A fase ou etapa pré-silábica compreende um longo período no qual a criança descobre


o que a escrita representa. Nessa fase, a criança não entende que a escrita registra
a sequência de fragmentos sonoros das palavras. Ela não diferencia o desenho da
escrita e, por isso, produz rabiscos, símbolos e até “letras” de seu próprio nome, mas
não existe uma relação conceitual entre as “letras” e os fonemas.

A partir de um determinado momento, a criança passa a se dar conta que não se pode
interpretar e escrever todas as letras aleatoriamente e que a escrita representa objetos
com características definidas e funcionais. A isso, os estudos piagetianos chamam de
realismo nominal: a criança pensa que coisas grandes devem ser escritas com muitas
letras e coisas pequenas com poucas letras. Assim, para ela, a palavra “casa” terá uma
quantidade maior de letras do que “formiguinha”, pois “casa” é um objeto maior do que
uma “formiguinha”.

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Figura 3 - Alfabetização
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa uma aluna (criança branca) e uma professora (branca) sentadas em
torno de uma mesa. A aluna escreve em uma folha. Na mesa, há folha branca e três porta lápis com muitos
lápis, além de uma maçã.

Saiba mais
Ampliando os horizontes: Para saber mais sobre realismo nominal e
as tentativas de correspondência entre a escrita e o objeto referido,
clique aqui e acesse o artigo “Realismo nominal no processo de
alfabetização de crianças e adultos”.

http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722011000200014

Fase Silábica

Nesta fase, a criança associa a escrita com as sílabas que pronuncia ao falar as
palavras de maneira pausada e ritmada, segmentando-as. Para cada segmento
silábico, ela associa uma letra. A criança tenta representar o que ouve e como ouve
no papel, mas de maneira não padronizada.

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Esta fase divide-se em dois estágios:

Escrita silábica A criança usa a regra de uma letra para cada sílaba oral, mas
nem sempre os grafemas estão associados corretamente aos
quantitativa fonemas que representam.

Escrita silábica A criança continua utilizando uma letra para cada sílaba, mas
escolhe grafemas (letras, geralmente vogais) associados à
qualitativa palavra representada.
Ao usar essa estratégia, a criança precisará vencer o conflito
de utilizar a mesma notação para representar palavras
diferentes: “OO” tanto para “vovô” como para “bolo” (duas
sílabas, ambas com “O”).

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).


#PraTodosVerem: O quadro é dividido em duas colunas. Escrita silábica quantitativa – a criança usa a regra
de uma letra para cada sílaba oral, mas nem sempre os grafemas estão associados corretamente com os
fonemas que representam. Escrita silábica qualitativa – a criança continua utilizando uma letra para cada
sílaba, mas escolhe grafemas (letras, geralmente vogais) associados à palavra representada. Ao usar essa
estratégia, a criança precisará vencer o conflito de utilizar a mesma notação para representar palavras dife-
rentes: “OO” tanto para “vovô” como para “bolo” (duas sílabas, ambas com “O”).

Saiba mais
Conheça as contribuições da psicogênese da língua escrita para a
alfabetização de crianças lendo o artigo:

https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25075_12327.pdf

Ao iniciar o ano escolar da criança, observe, como educador, em que estágio da


fase pré-silábica a criança se encontra para elaborar atividades adequadas, que
desenvolvam sua consciência fonológica.

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Fase Silábico-Alfabética

Figura 4 - Menina escrevendo


Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa uma menina branca escrevendo as letras A, B e C num quadro
negro.

Este é o ponto em que a criança reflete sobre a estrutura interna das palavras, tem
consciência sobre elas e tenta representar os fonemas com os grafemas adequados.

É nesta fase de transição, como é chamada, que a criança passa a observar e notar
as consoantes de forma qualitativa.

Fase Alfabética

Embora cometa muitos erros ortográficos, nessa fase a criança já alcançou um nível
maior de conhecimento sobre o sistema alfabético e entende a correspondência entre
grafema (letra, para a criança) e fonema.

A criança pode escrever “LIVO” para a palavra “livro” porque não conseguiu ainda se
conscientizar da importância do |R|, mas não quer dizer que ela não saiba que ele existe.

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Figura 5 - Mediação na alfabetização
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa um menino sentado fazendo uma atividade de escrita e a professora
em pé ao lado do menino apontando para o caderno da criança, fazendo uma mediação pedagógica.

É preciso que o educador identifique o que a escrita do alfabetizando indica, ou seja,


qual a fase na qual ele se encontra, para ajudá-lo a progredir no processo de aquisição
do sistema de leitura e escrita. Os “erros”, portanto, são pistas que você deve olhar
cuidadosamente para orientar sua prática de educador.

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Saiba mais
Conheça mais sobre Emília Ferreiro, autora e pesquisadora
fundamental para compreender o processo de alfabetização das
crianças. Acesse:

https://novaescola.org.br/conteudo/338/emilia-ferreiro-
estudiosa-que-revolucionou-alfabetizacao

Conheça mais sobre Ana Teberosky, a parceira de Ferreiro ao


longo da pesquisa sobre o processo de alfabetização de crianças.
Acesse:

https://novaescola.org.br/conteudo/251/ana-teberosky-debater-
e-opinar-estimulam-a-leitura-e-a-escrita#

Você conheceu aqui os principais fundamentos acerca da teoria da psicogênese


da escrita desenvolvida por Ferreiro e Teberosky. Esses postulados influenciam
diretamente publicações e currículos próprios do campo da alfabetização e
letramento. Todavia, é importante saber quem são estas importantes pesquisadoras
da alfabetização.

Leitura e Literatura na Alfabetização

Neste conteúdo, vamos abordar as possíveis contribuições, características e sugestões


que envolvem o trabalho com letramento literário ao longo do processo de alfabetização
e letramento. Aqui, faremos também a indicação de leituras e vídeos com práticas
literárias.

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Figura 6 - Leitura
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa uma pessoa segurando um livro aberto.

Diante dos conceitos de linguagem oral e escrita com base nos estudos
sociointeracionistas, prosseguiremos nossos estudos a respeito do letramento
literário. Considerando o letramento como apropriação do ensino da leitura e da
escrita em relação às práticas sociais, a literatura irá abranger conhecimentos internos
e externos à escola. Isto é, o ensino técnico da leitura na dimensão das interações
sociais. Dessa forma, a escola precisa ser um espaço propício para a formação de
leitores. Para isso, vamos estudar algumas formas possíveis de trabalhar em sala de
aula com o letramento literário.

O trabalho com a literatura inicia-se com a seleção do livro que será lido e estudado pela
turma. Magda Soares (2011) analisa o processo de escolarização e literatura infantil e,
para a autora, a escola se apropria da literatura infantil, tornando-a escolarizada e didática.
A atenção especial vem para os livros didáticos: estes trazem textos fragmentados e
adaptados. É preciso que o aluno tenha contato com o texto original, na íntegra.

Mas, como pode ser feita essa seleção partindo da ideia de letramento e interações
sociais?

Vamos descrever a seguir três possibilidades de letramento literário em sala de aula.


Eles serão exemplos de prática em sala de aula, porém, não se esgotam nos itens que
serão apontados, pois, durante o trabalho em sala de aula, existem outros recursos
que permitem incentivar a leitura.

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Cantinho de Leitura
Primeiramente, é importante que a leitura seja algo prazeroso e que a criança tenha
acesso aos livros de literatura e possa escolhê-los de acordo com sua preferência. Na
sala de aula, é preciso que haja oportunidades para os livros e a leitura, e o cantinho
de leitura é um recurso interessante para isso. É o que se denomina leitura deleite,
ou seja, é o momento em que se lê fora dos objetivos didáticos pedagógicos. Nessa
experiência, desenvolve-se a autonomia e o prazer pela leitura.

Cantinho de leitura é um espaço reservado na sala de aula onde ficam os livros de


literatura que as crianças podem manusear. Ele pode ser utilizado diariamente: à
medida que o aluno termina uma atividade, pode escolher um livro; ou em um momento
em que a professora planejar essa atividade.

Figura 7 - Momento leitura


Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa duas crianças (um menino branco e uma menina loira) lendo um li-
vro juntas. Elas estão deitadas no chão com o livro à frente. Ao lado, há mais livros no chão e, ao fundo, vemos
uma sala de aula.

O tempo e o espaço escolar podem delimitar algumas situações livres de leitura.


A preocupação com o conteúdo a ser ministrado e o horário a ser cumprido são
exemplos desses limites. No entanto, o que não se pode deixar de fazer é estimular a
leitura, porque ela é um hábito construído culturalmente. Logo, se desde a Educação

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Infantil a criança for incentivada a embarcar no mundo da leitura, mais interesse ela
terá ao longo de sua vida.

As contribuições de trabalhar a literatura como atividade de fruição e encantamento no


cotidiano da escola podem ser significativas. Nesse sentido, a atuação do professor é
o ponto inicial, conforme aponto Saraiva (2008).

Nesse processo, a atuação do professor é de vital importância, uma vez


que dele depende a instauração de nova mentalidade frente ao texto
literário que vise à exploração de seu caráter formativo e estético. Critérios
que orientem a seleção de textos adequados ao crescimento intelectual e
humano dos receptores; métodos aptos a privilegiar o kudismo e os espaços
de indeterminação dos textos, bem como atividades incentivadoras de
manifestações criativas são essenciais para que o professor legitime
o texto literário como fundamento de sua prática alfabetizadora, que é
também formadora. (SARAIVA, 2008, p.19)

Os cantinhos de leitura podem ser construídos por materiais diversos. Podem ser
fixos, como uma estante e prateleira; ou móveis, como em uma caixa decorada.
Podem ser construídos também de materiais diversos: madeira, plástico, caixa de
papelão etc. O importante é que seja de fácil acesso às crianças, ou seja, que elas
consigam escolhê-los sozinhas.

A escolha dos livros para o cantinho da leitura é feita de acordo com a faixa etária. Logo,
em classes de Educação Infantil (4 e 5 anos), por exemplo, é importante que sejam
selecionados livros de imagens e com texturas diferentes. Porém, é preciso que haja
também livros com histórias escritas para que a criança tenha contato com a escrita.

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Contação de Histórias

Ouvir histórias desperta a imaginação até de pessoas adultas, imagine de uma criança.

Saiba mais
Assista a uma contação de histórias com Sandra Lane. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=W78UBeZeQHY

A contação de histórias pode ser feita pelo professor, em sala de aula, mas é preciso
que o professor se prepare para contar a história. As histórias possuem sonoridades e
ritmos próprios, por isso, antes de ler um livro para a turma, é preciso que o professor
tenha lido a história antes; para verificar se a história é adequada à turma, para fazer
as pausas de pontuação no lugar correto, para saber se haverá tom de suspense, por
exemplo, se há alguma questão que pode levantar polêmica entre os alunos, se a
própria história em si traz alguma questão de preconceitos, dentre outros aspectos.

Na história contada, o professor se torna o narrador, por isso, ele tem de passar
confiança, motivar a classe, demonstrando confiança. Além disso, a história narrada
pelo professor abrange diversos objetivos, desde divertir até a dar início ao tema que
se queira trabalhar com a turma. Além disso, as possibilidades de tipos de histórias
são várias: histórias curtas, longas, de tempos passados ou dos dias de hoje.

Quem está contando uma história tem de preparar o ambiente de envolvimento para
que ocorra o encantamento pela história. Por isso, se for contar a história sem o livro,
não faça descrições longas e com muitos detalhes, deixe que a criança os crie em seu
imaginário. Apresente o título do livro, o autor e o ilustrador.

Utilize os recursos de voz. Para expressar pensamentos, fale baixo; para representar
alegria, fale mais alto. Faça os sons das onomatopeias e de pausas para representar
espanto, dentre outros recursos.

Crie estratégias para começar a história, como “era uma vez”, estalar de dedos, uma
música ou outra situação que possa prender a atenção do aluno desde o início da
história. Ao finalizar a história, crie também uma estratégia, como uma frase, por
exemplo: “entrou por uma porta, saiu pela outra, quem quiser que conte outra”.

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Saiba mais
Veja mais este link com uma história contada. Observe algumas
das dicas que foram apontadas no texto, durante a narração.
Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=enUXvq7_QaA.

Então, você pode se perguntar: as histórias devem ser contadas apenas para a criança
que ainda não lê ou que ainda não domina o sistema de escrita? Como dissemos,
histórias despertam a imaginação até de adultos, não é mesmo? Assim, as histórias
que contamos podem ser causos ou história de experiência que passamos.

Saiba mais
Conheça o projeto de contação de histórias 100 histórias de
tradição oral no YouTube, acesse:

h t t p s : // w w w . y o u t u b e . c o m / c h a n n e l / U C 8 L 5 -
VpF07ao0FcepbsRGYw

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Figura 8 - Adultos contando histórias
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#PraTodosVerem: A fotografia representa três pessoas interagindo numa conversa no meio da rua. Há um
rapaz no centro da foto com duas moças em volta. Todos estão sorrindo.

Logo, ouvir histórias na escola pode funcionar para todos os anos de escolaridade.
Inclusive, ao ouvir a história, a criança que já é alfabetizada pode querer ler aquela
história. Além disso, muitas crianças, quando têm acesso a algum livro do cantinho
de leitura, por exemplo, pedem para ler a história para os colegas, que depois querem
também ter acesso àquele livro. Assim, a história contada é um meio de incentivar o
hábito da leitura e de divulgar livros e autores.

Biblioteca Escolar

Para falarmos de literatura e de biblioteca, vamos fazer uma breve definição da palavra.
No dicionário Aurélio, encontramos:

1. Coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres, para estudo


leitura e consulta.
2. Edifício ou recinto onde ela se instala.
3. Móvel onde se guardam e/ou ordenam os livros.

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Curiosidade
Biblioteca – é interessante você saber que não é à toa que a
palavra biblioteca tem sua origem nos termos gregos biblíon (livro)
e theka (caixa), significando o móvel ou lugar onde se guardam
livros. Foi no Egito que existiu, desde o século IV a.C., a mais
célebre e grandiosa biblioteca da Antiguidade, a de Alexandria, que
tinha como ambição reunir em um só lugar todo o conhecimento
humano. Seu acervo era constituído de rolos de papiro manuscritos
– aproximadamente 60 mil – contendo literatura grega, egípcia,
assíria e babilônica. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
profunc/biblio_esc.pdf.

No portal do MEC, encontramos a definição de diferentes tipos de biblioteca. Vejamos:

Escolar:

Localiza-se em escolas e é organizada para integrar-se com a sala de aula e no


desenvolvimento do currículo escolar. Funciona como um centro de recursos
educativos, integrado ao processo de ensino-aprendizagem, tendo como
objetivo primordial desenvolver e fomentar a leitura e a informação. Poderá
servir também como suporte para a comunidade em suas necessidades.

Especializada:

Sua finalidade é promover toda informação especializada de determinada área,


como agricultura, direito, indústria etc.

Infantil:

Tem como objetivo primordial o atendimento de crianças com os diversos


materiais que poderão enriquecer suas horas de lazer. Visa a despertar o
encantamento pelos livros e pela leitura e a formação do leitor.

Pública:

Está encarregada de administrar a leitura e a informação para a comunidade

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em geral, sem distinção de sexo, idade, raça, religião e opinião política.

Nacional:

É a depositária do patrimônio cultural de uma nação. Encarrega-se de editar a


bibliografia nacional e fazer cumprir o depósito legal. Em alguns casos, essa
biblioteca, única, em cada país, necessita de uma política especial de recursos
e, por falta de interesse na conservação do patrimônio nacional, torna-se um
depósito de livros, sem meios suficientes para difundir sua valiosa coleção.

Universitária:

É parte integrante de uma instituição de ensino superior e sua finalidade é


oferecer apoio ao desenvolvimento de programas de ensino e à realização de
pesquisas.

Para nossos estudos, vamos falar da biblioteca escolar. Toda escola deve possuir
uma biblioteca – pelo menos deveria. Lá é onde alunos e professores encontram os
livros para sua leitura deleite e suas pesquisas. A biblioteca é a fonte do letramento
porque possui vários gêneros e tipos textuais, e seu acervo pode ser composto por:
livros literários, livros de pesquisa, revistas de atualidades, gibis, DVDs e CDs. É um
espaço de multiletramentos!

Diante disso, existem várias atividades que podem ser feitas por meio do uso da
biblioteca, inclusive atividades interdisciplinares, afinal, a leitura perpassa todos os
conteúdos. Assim, um estudo de História, por exemplo, pode ser feito na biblioteca ou
pela biblioteca.

Algumas escolas possuem, em seu horário de funcionamento, um espaço para o


professor e/ou turma. Assim, o professor pode combinar com a pessoa responsável
pela biblioteca – em algumas escolas, temos o bibliotecário, em outras, o auxiliar de
biblioteca ou, ainda, um professor que gerencia a biblioteca – o horário para ir com
sua turma. No exemplo da atividade de História, o professor pode planejar o tema e
escolher os livros e materiais multimídias que serão utilizados. O espaço da biblioteca
também pode ser usado para desenvolver a atividade, seja por pesquisa com a turma
ou individualmente.

A biblioteca é onde se encontram também os livros de literatura. O ideal é que a escola


possa realizar empréstimos dos livros para os alunos. Assim, eles podem levar o livro
para casa e experimentar a leitura em seu espaço familiar.

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Figura 9 - Leitura na biblioteca

Fonte: Plataforma Deduca (2023).


#PraTodosVerem: A fotografia representa um grupo de alunos, sendo uma menina morena e duas loiras, e um
menino negro, com um professor. Todos estão em volta de uma mesa e ao fundo temos uma biblioteca.

Enfim, existem várias atividades que podem ser feitas na biblioteca, a contação de
histórias e a leitura deleite, como já citamos, são algumas dessas atividades. Pode
ser organizada, por exemplo, uma semana em que as turmas da escola irão para
a biblioteca ouvir história. Então, o espaço pode ser organizado e ornamentado
para isso. Para contar a história pode ser convidado um professor que tenha essa
habilidade e utilize os recursos de uma boa contação de história.

Saiba mais
Agora fazemos a indicação de outro artigo que fala da importância
de compartilhar práticas literárias no cotidiano de escolas. O
título do artigo é Compartilhar literatura nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Para acessar o artigo clique no link: http://
periodicos.uniso.br/ojs/index.php/quaestio/article/view/3108

Ainda sobre a importância da literatura e suas contribuições para o letramento,


inclusive literário, fazemos a indicação de Freire (1993) em A importância do ato de
ler. Segundo Freire, a leitura vai além da mecânica de decodificação de palavras. O ato
de ler significa ler o mundo.

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A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura
desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem
e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura implica a percepção das relações entre o texto e
o contexto (FREIRE, 1993, p. 11).

O objetivo do letramento é ir além da leitura mecânica, é explorar o contexto, realizar


inferências e compreender que lemos não só as palavras, mas também o mundo ao
redor de nós e suas implicações.

Acerca do trabalho com formação de leitores, as autoras Finkenauer e Silva (2017)


falam sobre práticas de leitura em pré e pós leitura.

Para realizar uma atividade de leitura, temos que realizar um aquecimento


dos alunos, uma espécie de ativação do conhecimento prévio deles e
também uma sinalização do que virá adiante. Logo após uma atividade
de pré-leitura, se apresenta a leitura proposta para o aluno; no entanto,
a leitura não se finaliza nela mesma, ela exige que haja um fechamento
pontual, e esse encerramento se faz através da pós-leitura. A pós-leitura é
o momento e o espaço dado À transformação, à intervenção social, à voz
do aluno sobre o que lhe foi exposto desde a pré-leitura. Essa intervenção
do aluno pode corroborar ou refutar os elementos provocadores da pré-
leitura e da pós-leitura. (FINKENAUER e SILVA, 2017, p. 74)

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Figura 10 - Leitura do mundo

Fonte: Plataforma Deduca (2023).


#PraTodosVerem: a imagem representa um livro aberto e uma representação em cores do planeta terra com
um sol nascendo à direta, também há estrelas brilhantes.

Neste conteúdo, abordamos os conceitos de leitura, segundo Freire (1993), que vai
ao encontro das práticas de letramento. Para Freire, ler é ir além da decodificação de
palavras, justamente o que queremos, enquanto educadores, incentivar ao longo do
processo de indissociáveis de alfabetização e letramento.

Ensinar a ler, vai além da mecânica de ler as palavras, é preciso dar sentido às palavras
e ao contexto em que estão inseridas.

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Conclusão
Nesse conteúdo, conhecemos mais sobre as contribuições de dois grandes
pesquisadores da educação: Emília Ferreiro e Lev Vygotsky. Seus postulados têm, como
vimos ao longo do e-book, grande influência nas práticas de alfabetização e letramento.

Refletimos nos diferentes níveis de evolução no processo de alfabetização de acordo


com a teoria da Psicogênese da língua escrita, teoria criada por Ferreiro e Teberosky.

Foi objetivo de nosso estudo, ao longo do conteúdo, as práticas de letramento, bem


como as contribuições da literatura para o ensino e aprendizado da língua escrita
e da leitura. Ressaltamos que estes conhecimentos são muito necessário ao longo
da formação de professores e fazem parte do cotidiano de escolas que ministram
o Ensino Fundamental nos anos iniciais. Portanto, trata-se de um conhecimento
altamente pertinente para a formação de professores.

Bons estudos e até a próxima.

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