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Personagens / Elenco:
(Som de navio. As cortinas se abrem. Há pessoas que saúdam com lenços, dando boas-vindas. Dantés e
Morrel chegam de lados opostos, se cumprimentam num aperto de mão. Dantés tem porte altivo e
andar elegante. Morrel está entusiasmado com a chegada de Dantés e o navio.)
DANTÉS (Rogério) – Boa noite, senhor! Infelizmente trago más notícias... O comandante Leclère morreu
de uma febre desconhecida durante a viagem. (Morrel abaixa a cabeça, triste e diz:)
MORREL (Pedro Martiniano) – Pobre capitão!
DANTÉS (Rogério) – Aqui estão o diário de bordo, as faturas das mercadorias e o relatório das despesas
da viagem. (Entrega um pacote)
MORREL (Pedro Martiniano) – O incrível é que, mesmo com essa dificuldade da morte do comandante,
me parece que conseguiu trazer nossa embarcação a salvo, e nossas mercadorias também...
DANTÉS (Rogério) – Sim, senhor. Acredito que terá grande lucro com elas...
MORREL (Pedro Martiniano) – Bravo, meu jovem! Está na hora de encontrarmos um novo comandante
para o meu navio, já que o anterior acabou morrendo, e o escolhido... é você!
DANTÉS (Rogério) – Obrigado, senhor! Nem sei como agradecer-lhe... Prometo ser digno de sua
confiança!
(Morrel sai, e Dantés fica, pensativo, de frente para a plateia:)
DANTÉS (Rogério) – Eu... capitão! (Crescente de alegria) Eu! CAPITÃO! (Espera aparecer Mondego)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (“Alegre” ao reencontrá-lo. Se diz seu amigo, mas tem inveja dele)
Meu amigo Edmond! (Dantés se vira) O que faz aqui sozinho? Não sabe que há criminosos por toda
parte de Marselha?
DANTÉS (Rogério) – Oi, Fernand! Estou muito feliz, muito feliz! Acho que agora vou realizar o que antes
parecia um sonho... (pensativo, olhando ao longe)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Ar de inveja mais acentuado) O que houve? Não quer repartir a
felicidade com seu amigo?
DANTÉS (Rogério) – Mas é claro! Mas, antes, me diga: como foi sua conversa com o senhor Morrel? Vai
realmente trabalhar para ele?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Cabisbaixo) Não, não vou... Não deu certo... já tem ajudantes
demais, segundo ele... Também não quero nenhum posto inferior ao que mereço! Nasci pra ser conde!
DANTÉS (Rogério) – Que pena que não deu certo... Fiz o que pude...
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Querendo conquistar a confiança) Sei disso, meu caro! (pega em
seu ombro) E em agradecimento ao que faz por mim, eu lhe trouxe isso: (mostra a peça de xadrez) O
REI! (dando ênfase) Para isso sempre lhe lembrar dias melhores...
DANTÉS (Rogério) – Guardarei comigo até o fim da minha vida! Sei de sua amizade!
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Mas não pense que esqueci! O que houve de tão incrível com você?
DANTÉS (Rogério) – (Ingenuamente) O sr. Morrel me promoveu a capitão do navio Faraó, não é incrível?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Com inveja e demonstrando tristeza) Fico feliz por você...
DANTÉS (Rogério) – (Triste) Só sinto porque não estará comigo nas viagens...
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Não se preocupe (com ironia), a nobreza me espera! Quanto a você,
teve o que merece!
DANTÉS (Rogério) – Obrigada, meu amigo! Eu... capitão... Não vejo a hora de contar tudo para
Mercedes. Poderei finalmente me casar com ela!!!
(Saem juntos e ficam ao canto do palco. Aparece Danglars ao fundo, saindo de detrás do painel: a
plateia precisa vê-lo. Dando um soco na mão, cheio de ódio e inveja, Danglars aparece sozinho. Olha
para o horizonte – plateia – e fala sozinho:)
AUDIO – MÚSICA TENEBROSA (05)
DANGLARS (G. Alves) – Vou agora mesmo falar ao Sr. Morrel que Dantés foi irresponsável a ponto de
desviar a rota para a ilha onde Napoleão, o usurpador e traidor, está, e foi lá sem o meu consentimento.
(Aparece Morrel, ao canto – fundo musical de suspense, traição – e Danglars faz gestos como se
estivesse contando ao outro o que tinha acontecido – música vai diminuindo, quando Danglars continua)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
(Aparece já Villefort, já com a carta na mão, uma pessoa lendo ao microfone a carta)
VILLEFORT (Pedro Caio) – Vejamos o que diz aqui nesta carta... mas... nem nome tem! (procura o nome)
“Um amigo do rei informa ao Procurador de Marselha que o imediato do navio Faraó, Edmond
Dantés, acaba de chegar da ilha de Elba, de onde trouxe uma carta de Napoleão Bonaparte
destinada a algum conspirador de Paris. Assinado: Um fiel amigo do rei Luís XVIII”.
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
NARRADORA 1 (Larissa) – Mas vocês não, não é, queridos amigos? Vocês sabem que essa era parte do
triste plano de Fernand Mondego... (Mostra a cena, e Mondego se aproxima de Isabelle, a abraça,
tentando consolá-la).
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Ainda a abraçando e demonstrando preocupação) Não fique assim,
minha prima... Tudo vai se resolver... Tem a minha palavra! (Sai com ela, ainda chorando)
NARRADORA 2 (Rebeca) – Horrível ver tudo isso e não poder fazer nada, não é, Larissa?
NARRADORA 1 (Larissa) – Verdade. Somente os três conspiradores não se surpreenderam: uma prova
de que sórdida trama começava a ser executada!
Cena 3: Interrogatório de Villefort
(Villefort entra pela porta de vidro, andando pelos corredores, falando consigo mesmo)
VILLEFORT (Pedro Caio) – (Esta fala acontece enquanto ele chega até o palco) Não posso permitir que
esse idiota venha atrapalhar meus planos de ser bem visto pelo rei e de ocupar o posto máximo da
Procuradoria Real de Paris! Se algo der errado, não poderei me casar com a filha do marquês, e minha
reputação vai lá para baixo! E o pior é que tenho certeza de que meu pai está envolvido nessa história!!!
Ah, desgraçado... (lamentando) Não fosse louco e seguidor de Napoleão, o caminho de um futuro
brilhante estaria livre para mim! GUARDAS! (Os soldados se apresentam) TRAGAM O IMPOSTOR!
(Dantés é trazido) Fiquei sabendo de uma grave denúncia contra você, meu rapaz... Mas não me parece
que é criminoso...
DANTÉS (Rogério) – (Temeroso) Não, senhor-procurador, não cometi nada que me faça ser culpado...
Deve estar me confundindo com outra pessoa...
VILLEFORT (Pedro Caio) – Se responder com honestidade, logo estará em liberdade... Mas me conte:
como a carta chegou a suas mãos e a quem se destina? (Demora um tempo e diz, gritando:) VOCÊ SABE
QUAL É O CONTEÚDO DA TAL CARTA?
DANTÉS (Rogério) – (Temeroso) A resposta é “não”, senhor... (Faz de conta que começa a contar a
história, à medida que as narradoras falam)
NARRADORA 1 (Larissa) – E Dantés contou toda a sua história mais uma vez e da forma como nela se
envolveu ...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Contou que apenas tinha recebido uma carta e um cartão, contendo o
endereço de onde deveria ser entregue. (Dantés entrega a Villefort um cartãozinho)
NARRADORA 1 (Larissa) – Qual não foi a surpresa de Villefort ao conferir que o destinatário era seu
próprio pai... (Villefort fica abalado, apesar de querer demonstrar que não)
NARRADORA 2 (Rebeca) – Pois é... chegou até a ficar tonto e nervoso, e isso você poderá perceber a
partir de agora!
VILLEFORT (Pedro Caio) – J-jura não conhecer este endereço? (Dantés balança a cabeça, afirmando que
sim) Jura não saber qual o conteúdo da carta?
DANTÉS (Rogério) – (Convicto) Juro, senhor! Quem me conhece sabe que não violaria carta alguma!
VILLEFORT (Pedro Caio) – (Andando de um lado para outro, a passos largos e lentos) Humm... (Vira-se
para Dantés, meio que sorridente, aliviado) Acredito em você, Sr. Dantés! Isso porque me pareceu
sincero; na sua idade, poucos conseguiriam fingir tão bem... (Guarda o cartãozinho no bolso)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
DANTÉS (Rogério) – (Aliviado) Obrigado, senhor! (Se ajoelha) Juro pela vida de meu pai e pelo amor que
tenho a Mercedes que nada tenho a falar a ninguém sobre esse fato!
VILLEFORT (Pedro Caio) – Muito bem, muito bem... mas se levante daí! Você agora é um homem livre!
GUARDAS! LEVEM-NO! O senhor Dantés acaba de se libertar... (Ao saírem, continua, ironicamente:) E EU
TAMBÉM! (sorri)
DANTÉS (Rogério) – Esperem... Aonde estão me levando? Por que não me soltam? Ele disse que agora
sou um homem livre... SENHOR! SENHOR VILLEFORT? SENHOR VILLEFORT!!! SENHOOOOOR! (Villefort
sai, e Dantés é jogado na prisão. Fica cabisbaixo)
(MÚSICA “A FELICIDADE” – Alícia Vilela)
Cena 4: Na prisão de If
DANTÉS (Rogério) – (Desesperado) Meu Deus, por que esse castigo? Sou inocente! Não fiz nada...
(Entram os soldados)
SOLDADO 1 (Luan) – Inocente...
SOLDADO 2 (Marco) – Nessa hora, todo mundo é um santo...
DANTÉS (Rogério) – (Desesperado) EU SOU INOCENTE, SIM! E onde estou? Quando sairei daqui? Onde
está o Sr. Villefort?
SOLDADO 2 (Marco) – Muitas perguntas para um pobre condenado...
SOLDADO 1 (Luan) – Você está simplesmente no lugar mais seguro da França... Já ouviu falar no Castelo
de If? (Saem)
DANTÉS (Rogério) – NÃO! O Castelo de If não! PRECISO SAIR DAQUI... Estou prestes a me casar... Meu
Deus, meu Deus! (Entra em desespero e chora)
SOLDADO 2 (Marco) – Ficará louco que nem o velho abade! Ele pensa até que é milionário!!!...
DANTÉS (Rogério) – (Como se estivesse fazendo uma prece) Deus me fará justiça, Deus me fará justiça...
Sabiam disso? DEUS-ME-FARÁ-JUSTIÇA!
(Soldados balançam a cabeça, como se Dantés estivesse ficando maluco. Saem)
NARRADORA 1 (Larissa) – O tempo passava lentamente... E as esperanças também iam junto...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Estava desesperado porque nada tinha a fazer, apenas esperar...
NARRADORA 1 (Larissa) – Não podia ler livros, não sabia ler direito...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Não podia tomar sol – era considerado de alta periculosidade.
NARRADORA 1 (Larissa) – Não podia conversar com ninguém – estava afastado de todos...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Não podia NADA! Preferia continuar repetindo o que a ele servia como
alimento dia após dia.
DANTÉS (Rogério) – Deus me fará justiça, Deus me fará justiça...
(Abade Faria tenta sair por um túnel)
DANTÉS (Rogério) – O que é isso? (Ele olha assustado e se aproxima devagar)
(Abade Faria fica mexendo o braço, como quem vai sair)
DANTÉS (Rogério) – Oi... Quem está aí? (Abade para) Aqui quem está falando é um prisioneiro também.
Sou igual a você... (Demora um tempinho)
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – (Ainda dentro do túnel) Ouço afinal uma voz amiga! Quem é você?
DANTÉS (Rogério) – Um infeliz prisioneiro... Meu nome é Edmond Dantés, número 34.
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – (Saindo) Ai, meu Deus! Calculei errado a saída... (Desapontado) Trabalhei
em vão todos esses anos... (cansado) Me desculpe, não me apresentei: meu número é 27, meu nome é
Faria, e aqui me chamam de abade ou de louco... sou um religioso, e venho trabalhando na abertura de
um túnel que me leve à liberdade... (leva a mão à cabeça) Mas errei, errei...
DANTÉS (Rogério) – (Põe a mão no ombro) Calma, bom homem! Agora estamos aqui e poderemos
dividir nossas tristezas, mas também nossas poucas lembranças de momento de alegria... (simulam uma
conversa, após sentarem)
NARRADORA 1 (Larissa) – Nas noites seguintes, cada um contou sua história com riqueza de detalhes, já
que o tempo disponível era enorme, teriam também o privilégio de escutar uma palavra amiga.
NARRADORA 2 (Rebeca) – Exatamente! E de fato foi isso o que aconteceu.
(POEMA “SONETO DO AMIGO” – Nicole de Lima)
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – Então me deixe ver se entendi a história... Vamos aos fatos: Danglars
seria o comandante do navio caso você não fosse promovido pelo Sr. Morrel – ele tinha interesse em
seu afastamento... Humm... Esse tal de Fernand era apaixonado pela sua Mercedes e, claro, gostaria de
ver você bem longe... Já o Caderousse, é mau caráter e invejoso... E esse Villefort?
DANTÉS (Rogério) – Pois é... O que não entendo é por que Villefort não impediu minha prisão... (coloca
a mão no queixo e fica pensativo)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
NARRADORA 2 (Rebeca) – (Refere-se à plateia) Vocês estão vendo como Dantés não tinha malícia
nenhuma, nem imaginava qual seria a verdade a esse respeito?
NARRADORA 1 (Larissa) – Conseguiria aquele senhor abrir os olhos de nosso Dantés e mostrar que
Villefort tinha interesse nessas questões? Que tinha interesse na carta a qual era endereçada a seu pai, a
pedido de Napoleão?
NARRADORA 2 (Rebeca) – É que o pai de Villefort poderia atrapalhar seus planos de se tornar um
homem de alto cargo...
NARRADORA 1 (Larissa) e NARRADORA 2 (Rebeca) – Ninguém sabia de quem Villefort era filho!
DANTÉS (Rogério) – Aaaaaah, NÃO ACREDITO! (Dantés vira a mesa, enfurecido) NÃO ACREDITOOOO!
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – (Levantando-se) Calma, rapaz! Vamos pensar juntos e tentar encontrar
uma solução para isso...
DANTÉS (Rogério) – MALDITOS! Ah, se um dia eu puder realizar minha vingança... ela será terrível!!!
Mais terrível que a morte, porque pra eles... (ofegante) aah, pra eles não há perdão! (fecha e aperta a
mão)
(DECLAMAÇÃO “O BEM-AMADO” – Andressa)
(DANÇA “O BEM-AMADO”)
NARRADORA 1 (Larissa) – No ano que se seguiu, Dantés foi um aluno aplicado. (O abade pega livros,
senta com ele e finge estar explicando)
NARRADORA 2 (Rebeca) – Aquele idoso religioso deu aulas de matemática, latim, italiano, de esgrima...
NARRADORA 1 (Larissa) – ... física, química, etiqueta também...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Isso porque Edmond planejava se vingar de todos, um por um, por tanto
tempo perdido!
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – Meu rapaz (bate no ombro de Dantés), posso afirmar com toda certeza
de que agora é um nobre homem, com conhecimentos profundos sobre quase tudo. E vai fazer valer
seus estudos, realizando sua vingança assim que VOCÊ conseguir sair daqui.
DANTÉS (Rebeca) – NÓS, Sr. Abade... NÓS... (Se abraçam e depois o abade vai dormir. Dantés vem em
direção à plateia e pensa alto) E você, Mercedes? Vai me esperar? Onde será que está a essa hora? Por
onde será que anda você? (abaixa a cabeça, recua e vai dormir)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – (Respirando com dificuldade) Meu nobre rapaz, não vou conseguir resistir..
DANTÉS (Rogério) – Mas é claro que... (é interrompido)
ABADE FARIA (Luís Gustavo) – (Ofegante) Tenho um tesouro, mas ninguém sabe... e nem pode saber...
DANTÉS (Rogério) – O senhor está tendo alucinações... e eu não quero saber de tesouro nenhum, quero
apenas salvá-lo! (Dantés se inclina como quem fosse ouvir uma história)
NARRADORA 1 (Larissa) – E o religioso lhe contou tudo o que era certamente sua saída para ser um
novo homem... (simula a história sendo contada, e as narradoras continuam)
NARRADORA 2 (Rebeca) – Caso saísse da prisão de If, claro!
NARRADORA 1 (Larissa) – Mas ele vai sair, vocês vão ver... (se dirige à plateia)
NARRADORA 2 (Rebeca) – Não conte já o final, vá por partes... assim perde a graça!
NARRADORA 1 (Larissa) – Tá bom, tá bom... (volta os olhos para a cena)
DANTÉS (Rogério) – Faria? (Abade Faria fecha os olhos. Dantés reanima o abade) Faria? (Sacode o corpo
de Faria) Fale comigo! Não morra... Não agora... (Abaixa a cabeça de tão triste, vai para o outro lado e
senta no cantinho da parede, sua cama. Soldados falam com o abade, depois entram.)
SOLDADO 2 (Marco) – Abade? Quando irá dividir seu tesouro conosco? (sorri e olha para o outro.
Esperam mais um pouco)
SOLDADO 1 (Luan) – Ei, abade, cadê sua vasilha? (espera um pouco pela resposta do abade) Abade?
SOLDADO 2 (Marco) – Vamos entrar!
SOLDADO 1 (Luan) – Ih, o velho louco morreu! (veem o corpo, pegam-no pelos braços e pelos pés e o
cobrem com um pano)
SOLDADO 2 (Marco) – Vamos avisar ao diretor!
(Dantés fica cabisbaixo, vai até o corpo, reza por ele e depois faz como quem tem uma ideia. Fecha os
olhos e pede a Deus de novo)
DANTÉS (Rogério) – Meu Deus, dai-me forças para fazer o que estou pensando. Sei que isso ultrapassa
os limites da sanidade, mas quero, PRECISO fazê-lo! (Tira de dentro de sua roupa a peça de xadrez, olha
para ela e diz:) DEUS-ME-FARÁ-JUSTIÇA! (Dantés tira o pano de cima do corpo, pega o abade pelos
braços e vai puxando para trás do painel. Depois forra o pano no chão, entra e pega uma parte do pano
e se cobre)
SOLDADO 1 (Luan) – Vamos... pegue deste lado, que eu pego do outro. (Pega as extremidades do tecido
e saem arrastando)
SOLDADO 2 (Marco) – Nossa! Parece que o velho engordou, depois de morto...
SOLDADO 1 (Luan) – Nada! Você que anda fraco demais! Força, homem! Vamos sacudi-lo no mar... aqui
tem que ser assim: só sai morto! (Saem levando o corpo pela coxia)
Cena 5: Mercedes e Fernand Mondego já casados. Dantés aparece como o conde de Monte Cristo
NARRADORA 2 (Rebeca) – Muito tempo se passou depois de nosso Dantés ter fugido daquele lugar
terrível!
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
NARRADORA 1 (Larissa) – Vocês devem estar se perguntando o que deve ter acontecido desde esse dia,
mas (olha para a narradora 2) eu fui proibida, né?
NARRADORA 2 (Rebeca) – Ah, não vamos brigar em pleno palco...
NARRADORA 1 (Larissa) – Ok, então vamos voltar... Onde eu parei mesmo?
NARRADORA 2 (Rebeca) – Você parou na parte que dizia que a nossa plateia devia estar se perguntando
o destino de Dantés depois que ele fugiu...
NARRADORA 1 (Larissa) – Isso mesmo! Obrigada! Então... Para a tristeza do triste fugitivo, muitas coisas
tinham mudado desde o momento em que foi preso até o tempo atual da história. (Ar triste) Muita coisa
mesmo...
MERCEDES (Isabelle) – (Irritada, aparece no palco falando alto, brigando com Fernand, batendo o pé
fortemente no chão) Mas eu já disse que não vou!
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Falando forte) Você não vai??? Que história é essa? Você não tem
que querer nada! EU sou o seu marido, portanto você faz o que EU quero!
MERCEDES (Isabelle) – (Com desdém) E eu quero lá saber se tem um novo conde pelas redondezas? Ele
tampouco se importa conosco! Minha vida é apenas cuidar de Albert! Esse, sim, merece minha
atenção...
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Chateado) Ah, é? E eu, que lhe dou tudo, não sou merecedor de
sua atenção não?
MERCEDES (Isabelle) – (Irritada) É diferente! Albert é meu filho, é meu sangue, você não...
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Chateado) Seu? Por que “seu”? (se senta e depois se levanta) Quer
saber? Não tenho tempo pra ficar discutindo com quem não tem aspirações e pensa muito baixo... (vai à
frente, olhando para a plateia, como se estivesse fazendo planos) A vinda desse conde, o tão falado
conde de Monte Cristo, pode ajudar a dar uma guinada na minha posição em relação à alta sociedade...
MERCEDES (Isabelle) – (Mercedes dá com os ombros) Faça como quiser! Já que isso é tão importante
para você... Nada mais me importa nessa vida depois que... (é interrompida)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Dá um murro na mesa e grita:) DEPOIS QUE O QUÊ? Depois que
aquele impostor do Edmond foi preso por traição ao rei? Aquele, sim, é um calhorda! Não teve nada
além do que mereceu, e vai mofar na prisão... (Irônico) Se é que já não morreu!
MERCEDES (Isabelle) – (Quase chorando) PARE!!! Já não basta meu sofrimento de todo dia? Você,
saindo com aquelas mulheres, não dando valor a mim, e fazendo pouco caso do seu filho?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Dá um murro na mesa e grita:) Aaaah, agora ele é MEU filho? Na
hora de brigar, ele é meu filho... Essa é boa! E quer saber? Vou embora agora, Sra. Mondego... (Se
aproxima de Mercedes) Mas não se preocupe: comprarei o melhor vestido para a mais bela mulher da
França... (e desliza a mão pelo rosto dela. Ela vira o rosto. Ele a olha com furor e sai raivosa e
rapidamente. Todos saem, para se arrumarem com as roupas da festa do Monte Cristo)
---------------------------------------------------------------INTERVALO -------------------------------------------------------
NARRADORA 1 (Larissa) – O tal conde, sobre quem Mondego falou, é nosso Dantés, mas isso precisa
ficar entre nós, porque ninguém pode imaginar que ele voltou para fazer valer seu tempo na prisão e
cumprir com seu plano vingativo.
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
NARRADORA 2 (Rebeca) – Pois é... Veremos agora um endurecido Edmond que se vê como um Deus da
vingança. Edmond lança a sua ira não considerando as vítimas dignas do seu perdão.
NARRADORA 1 (Larissa) – Tendo conseguido fugir do Castelo de If com o mapa do tesouro do abade
Faria, foi em busca dessa riqueza para conseguir se tornar o personagem criado por ele, o Conde de
Monte Cristo.
NARRADORA 2 (Rebeca) – Tinha que ter recursos para se aproximar da sociedade parisiense. No papel
de Conde de Monte-Cristo, precisava adquirir bens, comprar mansões, carruagens, cavalos, roupas
luxuosas, contratar empregados, viver de aparência...
NARRADORA 1 (Larissa) – Afinal de contas, não é isso que importa aos mais “vazios”? Então, que encha
seus olhos com o que há de mais caro e supérfluo! Foram 10 anos de plano friamente elaborado.
NARRADORA 2 (Rebeca) – Entretanto, antes de botar seus planos em prática, ele recompensa a única
família que permaneceu leal a ele.
NARRADORA 1 (Larissa) – Assim, salva a firma Morrel do desastre financeiro, doando anonimamente
para a família um diamante e um novo navio. (Aparece Morrel por trás, agradecendo a Deus pelo que
recebera)
MORREL (Pedro Martiniano) – Quem terá mandado tamanho presente? A mim, só me resta agradecer...
Obrigado, ó céus! Só o senhor sabe como estava na lama...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Era sabido por todos que sua fortuna era imensa, e tudo era motivo para se
comentar sobre o conde, inclusive por sua festa (mostra para a plateia).
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
oferece. Aproveito também o momento para saudar a toda a sociedade parisiense, agradecendo pela
tão grande receptividade e...
(Ele avista Mercedes e para seu discurso. Ela não o vê, fica olhando tudo e todos ao redor, meio que sem
vontade de estar naquele lugar. Mondego está empolgado por estar na festa)
CONDE (Rogério) – (Tenso) E... E... (disfarçando) E BOA FESTA! (sorri e levanta sua taça)
TODOS – (Em um só coro, sorridentes, levantam suas taças e dizem, de forma intercalada:)
“Muito obrigada!”
“Boa noite!”
“Boa festa!”
“Vamos aproveitar!”
(Mondego se aproxima do conde, vai todo “cheio” para falar com ele, mas fica sem graça quando
percebe que os olhares são apenas para Mercedes. O conde pega na mão dela e a beija devagar, com os
olhos fixos na Sra. Mondego. Fernand fica sem graça. Mercedes e ele saem, ela toda confusa, pegando
no cabelo; Dantés “balançado” ao revê-la. O conde de um lado, Sr. e Sra. Mondego do outro. Eles se
olham)
(MÚSICA “EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ” – Ana Paula Bessa)
(Depois da música, o conde sai pela lateral, como se fosse passear pela festa.)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Chateado) Você conhece aquele sujeito? Vi como ele a olhou...
MERCEDES (Isabelle) – (Meio tensa) Não o conheço, Mondego! Pare já com isso, nos olhamos de forma
normal.... Não sei do que está falando...
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Irônico) De forma normal... sei...
MERCEDES (Isabelle) – Ah, senhor Fernand Mondego, por favor... Vamos procurar por Albert... (saem de
cena. Andam pelo palco, vão em direção à coxia / ficam andando devagar pelo palco. A festa continua.)
(Saindo de trás da plateia, como se estivesse fugindo de ladrões, Albert vem correndo pelas laterais:)
ALBERT DE MORCEF (Luís Gustavo) – O QUE QUEREM DE MIM? ESTÃO ATRÁS DA PESSOA ERRADA!!!
LADRÕES:
1) Venha cá, rapazinho!
2) Queremos apenas saber de uma coisa... (e o alcançam, pegam-no pela roupa, ele cai)
ALBERT DE MORCEF (Luís Gustavo) – O QUE QUEREM SABER?
LADRÕES: 1) Está perdido, sabia disso?
2) Vamos matá-lo!!! (Coloca a “faca” em sua direção. O conde aparece do nada)
CONDE (Rogério) – PAREM!!! Deixem-no ir ou será pior para os dois... Não gostariam de se meter com
um conde: destruo a vida de vocês em questão de segundos!
LADRÕES: 2) E nós não? (O conde parte para cima do ladrão 2, e os dois começam a brigar. O ladrão
1 sai correndo; o ladrão 2 sai correndo depois. O conde se levanta devagar e ajuda Albert)
ALBERT DE MORCEF (Luís Gustavo) – (Se ajoelha diante do conde e diz, emocionado) Não acredito que
fez isso sozinho! Sou eternamente grato!!! Quem é você, meu senhor?
CONDE (Rogério) – O conde de Monte Cristo... (Eles vão abraçados em direção à festa – o conde
ajudando Albert a caminhar, este manquejando. Olha seus pais na festa e diz:)
ALBERT DE MORCEF (Luís Gustavo) – Mãe! Pai! Este homem salvou a minha vida! (Agora se dirigindo às
pessoas da festa): Povo parisiense, todos olhem para o meu grande herói – salvou minha vida e se
arriscou por um desconhecido que sou!!! (Convidados se olham, felizes) UM BRINDE AO CONDE DE
MONTE CRISTO!!!
TODOS DA FESTA: (Levantam suas taças e dizem:) AO CONDE DE MONTE CRISTO!!!
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Chateado, diz para Mercedes:) Isso já está me irritando... (Dantés se
aproxima do casal, junto com Albert. Fernand, falso que é, muda o semblante) Vossa Graça, não sei
como agradecer-lhe... (Olha para o filho) Salvou a vida de meu filho...
CONDE (Rogério) – Então este é seu filho? (Mondego balança a cabeça dizendo que sim) ATENÇÃO!
PEÇO A TODOS A VOSSA ATENÇÃO!!! (Todos param de conversar e olham para o conde) Gostaria de
retificar o brinde de anteriormente... O brinde deve ser feito ao nobre e corajoso Albert, que com
bravura se manteve inabalável, em meio ao risco e à dor... Esse, sim, seria o rapaz que gostaria de ter
como filho... (Olha de relance para Mercedes) Ao nobre e bravo Albert de Morcef!
TODOS DA FESTA: (Levantam suas taças e dizem:) UM BRINDE A ALBERT DE MORCEF!!!
(Albert fica orgulhoso de si. Os três se olham – Mercedes, Mondego e Dantés. Música de festa aumenta.)
AUDIO – VALSA VOZES DA PRIMAVERA (10)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
CONDE (Rogério) – (Fingindo muito bem) Não estou entendendo aonde quer chegar...
MERCEDES (Isabelle) – (Se desespera) Pare já com isso, Dantés!!! Sei que é você!!! Não pense mal de
mim, não sou o que está pensando!!!
CONDE (Rogério) – Sra. Mondego, eu...
MERCEDES (Isabelle) – (Chorando e falando alto) Não me tornei “Sra. Mondego” porque queria ser...
Apenas fui, porque meu Dantés se foi... morreu... mas o espero até hoje, porque sempre o amei! (Coloca
a mão no rosto, chorando)
CONDE (Rogério) – Sra. Mondego, escute! Me desculpe por tê-la chamado para essa dança... Acho que
deve voltar para seu esposo, para ficar a seu lado... é lá onde deve estar! E você está certa: o seu
Dantés, aquele Dantés... morreu!
MERCEDES (Isabelle) – NÃO!!! NÃO FAÇA ISSO COMIGO! (Chorando) Volte pra mim, Dantés... Ainda o
estou a esperar... (Dantés sai, e ela volta chorando, devagar, para perto de Mondego)
NARRADORA 1 (Larissa) – Era intenção de Dantés também se vingar de Mercedes... mas este talvez
tenha sido o único momento em que se sentiu balançado a desistir de sua vingança...
NARRADORA 2 (Rebeca) – “Talvez” não! Esse foi REALMENTE o único momento...
(Como Dantés sai bruscamente, esbarra em Villefort, que acaba de chegar)
CONDE (Rogério) – Messier Villefort! Fico feliz ao terem vindo aqui antes de me ausentar da cidade!
VILLEFORT (Pedro Caio) – Minha esposa e eu ficamos gratos e surpresos com o convite!
CONDE (Rogério) – Espero que se sintam à vontade em minha casa...
VILLEFORT (Pedro Caio) – Já estamos, muito obrigada...
CONDE (Rogério) – Gostaria de saber se entende de assuntos da justiça... (coloca a mão no ombro e
anda um pouco junto com Villefort)
VILLEFORT (Pedro Caio) – Mas é claro... sou o Procurador de Paris...
CONDE (Rogério) – Ótimo, uma coincidência maravilhosa! Preciso de seus serviços para umas
mercadorias que estão a chegar na alfândega...
VILLEFORT (Pedro Caio) – Não se preocupe, posso providenciar tudo para que não atrasem seus planos.
CONDE (Rogério) – Perfeito! Conto com sua ajuda, então... Agora, se me dá licença... (O Conde sai.
Danglars chega, Mondego se aproxima e ficam os três conversando)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
CONDE (Rogério) – Deve pagar pelo que fez por todos esses anos, Danglars...
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
DANGLARS (G. Alves) – Quem é você, que pensa saber tudo sobre mim?
CONDE (Rogério) – Eu sou o conde de Monte Cristo... Mas alguns me chamam de Edmond Dantés...
DANGLARS (G. Alves) – EDMOND DANTÉS? VIVO? NÃÃÃÃÃÕOO!
Cena 8: De volta à festa
(O conde sai da plateia e vai à festa para encontrar de novo os seus inimigos.)
CONDE (Rogério) – Meu caro Villefort? Se importa se ficar por aqui com vocês?
VILLEFORT (Pedro Caio) – (surpreso) Vossa Graça!...
CONDE (Rogério) – (ironia) Eu queria agradecer pessoalmente a você por ter me ajudado com a minha
remessa de joias... Mandou uma pessoa muito confiável para guardá-las a salvo de mercenários...
VILLEFORT (Pedro Caio) – (quase gaguejando) Ah, a-aquilo? É que fiz os preparativos mais cedo e...
CONDE (Rogério) – Certamente que já os havia feito... (entrega uma taça a ele e fica com a outra)
VILLEFORT (Pedro Caio) – (tenso) Prometo que não haverá nenhum problema de nossa parte...
CONDE (Rogério) – (Dando voltas, se movimentando) Ótimo, porque acho que isso já é um prenúncio de
uma duradoura amizade... Falando nisso... posso lhe fazer uma pergunta? (bebe um gole)
VILLEFORT (Pedro Caio) – É claro! O que quiser... (bebe também um gole)
CONDE (Rogério) – (O conde o pressiona para que se sente) Só por curiosidade... Por que, há 16 anos, o
senhor disse à condessa Mondego que Edmond Dantés tinha sido executado?
VILLEFORT (Pedro Caio) – (nervoso) Eu... eu-eu-eu não sei do que o senhor está falando...
CONDE (Rogério) – (irônico) Como não? É uma pergunta bem simples... (bebe outro gole)
VILLEFORT (Pedro Caio) – Como sabe dessas coisas? O senhor não entende... Dantés recebeu uma carta
de Napoleão, demonstrando claramente traição... (bebe outro gole)
CONDE (Rogério) – Mas nós dois sabemos que ele nunca a entregou...
VILLEFORT (Pedro Caio) – Vossa Graça, eu não faço ideia do que provocou essa discussão tão
impertinente... (começa a cambalear) Ah, meu Deus... Não me sinto bem... (põe a mão à cabeça)
CONDE (Rogério) – O que ainda custo a entender é o que o senhor ganhou com isso? O que ganhou ao
ter mentido para Mercedes? Acho que a resposta está na pessoa do senhor Fernand Mondego...
VILLEFORT (Pedro Caio) – Não entendo o que o conde Mondego tem a ver com nossa relação...
CONDE (Rogério) – O senhor deve se lembrar... (Villefort cai no chão)
VILLEFORT (Pedro Caio) – (falando com dificuldade) O que... o que tinha nessa bebida, desgraçado?
CONDE (Rogério) – A única coisa que saberá não é o sabor dessa bebida, mas o sabor de estar preso
injustamente... no Castelo de onde vim...
VILLEFORT (Pedro Caio) – (surpreso e com mais dificuldade de falar) DAN-TÉS?
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
CONDE (Rogério) – Pensou mesmo que ficaria livre de mim? EU é que acabo de me libertar mais um
pouco... GUARDAS!!!
SOLDADO 1 (Luan) – Messier Villefort, está preso por conspiração e assassinato.
SOLDADO 2 (Marco) – Irá para o Castelo de If!
VILLEFORT (Pedro Caio) – DES-GRA-ÇA-DOOO!!! (é carregado)
SOLDADO 1 (Luan) – Uma cortesia para o nobre senhor (Traz uma arma em suas mãos. Villefort a coloca
em sua boca, fecha os olhos, tenta disparar, mas não tem bala)
CONDE (Rogério) – E também achou que seria fácil assim? Podem levá-lo!!! (Os guardas o levam.
Aparece Isabelle ao fundo, olhando a cena. Ela se coloca à frente dele) Pensei que nossa conversa já
tinha terminado...
Cena 9: Encontro decisivo
MERCEDES (Isabelle) – Eu também... mas ainda não me dou por satisfeita...
CONDE (Rogério) – (Dá as costas para ela) O que quer de mim?
MERCEDES (Isabelle) – Só algumas respostas, e então eu prometo deixá-lo em paz – desaparecerei pra
sempre!
CONDE (Rogério) – (De forma rude) Então pergunte!!!
MERCEDES (Isabelle) – Onde você esteve?
CONDE (Rogério) – Eu estive 13 anos no Castelo de If, onde você nem pode imaginar...
MERCEDES (Isabelle) – (chorosa) No Castelo de If por 13 anos? (faz pausa, chorando) Você sofreu?
CONDE (Rogério) – Você já terminou... Eu tenho muito o que pensar e... (ela o interrompe)
MERCEDES (Isabelle) – O que aconteceu depois?
CONDE (Rogério) – MUITA COISA!
MERCEDES (Isabelle) – (chorando e gritando) Por que não voltou pra mim?
CONDE (Rogério) – (gritando) POR QUE NÃO ME ESPEROU? POR QUE SE CASOU COM O HOMEM QUE
ME TRAIU? (segura forte no braço dela. Ela chora) Se você já me amou, agora não roube meu ódio!!! É
só o que tenho!
MERCEDES (Isabelle) – (chorando e gritando) Deixe-o! (Ele balança a cabeça, inconformado) Não sei
que maldades planeja, mas deixe-o...
CONDE (Rogério) – Não!
MERCEDES (Isabelle) – (tentando convencê-lo) Deus nos oferece um novo recomeço, não rejeite a Sua
oferta!
CONDE (Rogério) – (grita) NÃO! (chorando e colocando a mão na cabeça) Nunca me livro dEle!!!
MERCEDES (Isabelle) – (sorrindo, emocionada) Não... Deus está em todo lugar... até... num beijo!
(MÚSICA “EU SEI QUE VOU TE AMAR” – Beatriz Barbosa – CANTADA OU INSTRUMENTAL?)
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
(ela fecha os olhos, se aproxima dele, o beija, e eles se abraçam. Saem por um lado da coxia)
Cena 10: Desfecho
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – (Procurando por Mercedes) Aonde foi parar Mercedes? Tanta
preocupação – minhas dívidas, meus prejuízos, esse tal conde querendo roubar a atenção de todos...
ainda mais essa: o sumiço da condessa! (chamando alto) MERCEDES! (Ela aparece por trás do painel)
MERCEDES (Isabelle) – (indiferente e ríspida com ele) O que foi?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Ah, então você está aí? Estou falido: FA-LI-DO! As minhas dívidas
foram cobradas, e estou para ser preso. (começa a arrumar suas coisas para fugir e faz isso durante toda
a discussão)
MERCEDES (Isabelle) – Pelo quê?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Pirataria, corrupção e assassinato...
MERCEDES (Isabelle) – E você fez estas coisas?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Fiz, mas não temos para conversar. Não podemos mais ficar aqui,
vamos ter que viajar... Vá logo pegar avisar ao Albert e... (ela o interrompe)
MERCEDES (Isabelle) – EU-NÃO-IREI-COM-VOCÊ, FERNAND! (ele joga algo da casa no chão para
intimidá-la)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Já estou cheio de problemas, não quero discutir agora com você!
AGORA VÁ BUSCAR O MEU FILHO!
MERCEDES (Isabelle) – Ele não é seu filho! (ele se vira bruscamente e para de fazer suas coisas)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Como é que é?
MERCEDES (Isabelle) – Albert Mondego é filho de Edmond Dantés. Por que acha que aceitei tão
rapidamente em ter me casado com você, assim que Dantés foi levado?
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – E você me enganou ESSE TEMPO TODO? (quebra mais coisas) É...
mas, pensando bem... Albert só podia ter vindo daquele traidor mesmo... sempre foi uma decepção
como filho! (dá as costas e volta a arrumar suas malas) Adeus, Mercedes! Me deu alguma alegria por
algum tempo... (e sai)
MERCEDES (Isabelle) – E você... você nunca me deu!
CONDE (Rogério) – Mercedes?
MERCEDES (Isabelle) – Meu amor! (se abraçam, e Mondego volta)
AUDIO – FUNDO MUSICAL TRISTE (11)
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Ôôôô, que cena mais romântica! Você e esse condezinho... (se
refere agora ao conde) Não sabia que a condessa tinha um esposo? No lugar misterioso de onde você
veio existe casamento e fidelidade?
CONDE (Rogério) – Sim, existe!
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Roteiro da peça “O conde de Monte Cristo”
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Mas não parece... Vossa Graça vem de outro lugar, dá uma enorme
festa, convida toda a Paris e parece ter roubado o coração de minha esposa... só falta agora me dar um
presente...
CONDE (Rogério) – Não seja por isso! (tira a peça de xadrez do casaco e a estende, oferecendo a ele)
Não foi esse o presente que me deu, “para me lembrar dias melhores”? Pois bem, esses dias chegaram!
FERNAND MONDEGO (Leonardo) – Não é possível! VOCÊ? VIVO? (Corre e se atira de cima do palco)
MERCEDES (Isabelle) – NÃÃÃÃÃÕOO! (se ajoelha e chora)
NARRADORA 1 (Larissa) – Depois dali, Edmond, Mercedes e Albert começaram uma nova vida juntos...
NARRADORA 2 (Rebeca) – Um novo recomeço para quem teve uma vida tão sacrificada... Perdoar ou se
vingar? Fazer justiça ou esperar? Eis um grande dilema para muitos, e para nosso Edmond não foi
diferente...
NARRADORA 1 (Larissa) – O ato de pedir perdão vai muito além de abrir a boca e falar. É pensar nas
consequências dos seus atos, perceber e observar o que causaram suas palavras, ditas na hora errada,
ter consciência que o mesmo erro não pode ocorrer e, mais ainda, estar disposto a ajudar a “vítima” a
perdoá-lo.
NARRADORA 2 (Rebeca) – A alegria com certeza brota no coração, quando resolvemos estar em paz
conosco e com o nosso próximo...
NARRADORA 1 (Larissa) – O perdão exige prática, mas não é preciso que esta violente a sua vontade. O
perdão pressupõe a capacidade de controlar as nossas emoções e atitudes frente à vida e as pessoas.
NARRADORA 2 (Rebeca) – Por que se tornar um prisioneiro de suas próprias reações e atitudes?
AS DUAS - Liberte-se...
NARRADORA 2 (Rebeca) – ... e perdoe a vida por esta nem sempre ser fácil.
FIM FIM
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