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DISCIPLINA: Teorias da História da Arte

Plano de Ensino

1. Dados de identificação da Disciplina


Nome: Teorias da História da arte
Professora: Sandra Makowiecky
Carga Horária: 4 créditos - 60 horas/aula
Semestre: 2019.1

2. Ementa: Os diferentes regimes de verdade sobre a história da arte: distinções e


implicações. Os diferentes regimes de verdade sobre a obra de arte: subjetivação e
exterioridade; familiaridades e estranhamentos, potências e desvios. Os diferentes
regimes de verdade sobre a imagem e o pensamento plástico: retórica e abismos do
visível. Conteúdos de história da arte relacionados com processos individuais de
criação.

3. Objetivos:

3.1. Objetivo geral: Objetiva-se a compreensão da historiografia da arte como uma


ciência que analisa o estudo da história da arte desde um ponto de vista metodológico,
ou seja, a forma como o historiador realiza o estudo da arte, as ferramentas, referenciais
teóricos e disciplinas que podem ser usadas para esse estudo, enfrentando diferentes e
complexos regimes de verdade, a partir de estudos sobre os historiadores da arte que nos
forneceram as bases epistemológicas para a construção de um arcabouço teórico
referente à disciplina.
A historiografia da arte é a ciência que analisa o estudo da história da arte desde um
ponto de vista metodológico, ou seja, a forma como o historiador realiza o estudo da
arte, as ferramentas, referenciais teóricos e disciplinas que podem ser usadas para esse
estudo.

3.2. Objetivos específicos.

3.2.1. Compreensão da historiografia de arte em suas múltiplas abordagens, através de


inúmeras teorias que ainda hoje, divergem entre si.
3.2.2. Compreensão da tensão que possibilitou a formação de um complexo regime de
verdades, diante do qual o historiador da arte está ao iniciar sua pesquisa.
3.2.3. Estudo sobre diversos historiadores da arte desde a antiguidade até os dias atuais,
ressaltando as diferenças e semelhanças.
3.2.4. Compreender que é possível uma história da arte aberta à arte da interpretação, ou
seja, à renovação incessante de livres associações, à invenção de sentidos instáveis,
equívocos, aceitáveis mesmo quando são contraditórios uns em relação aos outros,
admissíveis sob a condição de não se anunciarem como a verdade.
3.2.5. Realizar exercícios imagéticos e teóricos visando a compreensão da teoria vista
na sua prática disciplinar, colocando imagens lado a lado, evidenciando vizinhanças,
semelhanças, aparições, ressaltando a pertinência, em formação de museus imaginários
e imagens fantasmas, buscando-se mostrar as possibilidades de sobrevivência psíquica
( tempo e gesto) nas imagens artísticas.

4. Conteúdo programático/metodologia das aulas: leitura de diversos textos da


bibliografia, indicados previamente a cada semana, para discussão e debate em sala de

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aula, de acordo com a bibliografia recomendada e realização de seminários e
apresentações. Diversos textos desde o inicio das aulas até a apresentação dos
seminários.

Sequência das aulas:

Março de 2019
12/03- ( 4) Apresentação do Programa de disciplina. Leitura e imagens dos textos de
Jorge Coli- “Para entender uma obra de arte” e “Para que serve a história da arte”.
Ainda, apresentação do texto do 27 Anpap- Sandra Makowiecky- “História da arte a
partilha de um mundo sensível”.

19/03 – ( 8) Apresentação dos textos e multimidia:


1.Historiografia da história da arte, por Sandra Makowiecky;
2.Maria Lucia Bastos Kern - Historiografia da arte face às mudanças de paradigmas:
memória e tempo
3. Paradigmas em arte, ciência e sociedade.

26/03 ( 16)
1.Jean Galard - As modalidades atuais de difusão da cultura artística: quais
consequências para as direções da história da arte?
2. Sandra Makowiecky _ A representação da cidade de Florianópolis na visão dos
artistas plásticos - ABCA 2003
3.Sandra Makowiecky - Nas lides dos orientadores - Orientação: Porque Ele é Ele e Eu
Sou Eu ( 2014 - livro )
4.Sandra Makowiecky – Arquivos: mimetizando discursos de temporalidades diversas (
2014- Anpap)

Abril de 2019

02/04 ( 20)
1. Sandra Makowiecky - JANELAS MÚLTIPLAS, JANELAS DO OLHO, ESPÍRITO
DA ALMA, ESPELHO DO MUNDO. ( Anpap 2017)
2. Sandra Makowiecky - Arquiteturas pintadas : o dentro e o fora nas casas germânicas
de Antonio Carlos ( CBHa 2017).
3. Flavia- Galli Tasch - A iconografia Politica do Bem Comum. Os afrescos de
Ambrogio Lorenzetti e Orcagna.
4. Ricardo da Costa - Um Espelho de Príncipes artístico e profano: a representação das
virtudes do Bom Governo e os vícios do Mau Governo nos afrescos
de AmbrogioLorenzetti (c. 1290-1348?)

09/04 ( 24)
Aula com orientanda POS DOC – Academicismo e modernismo em Santa Catarina e
projeto de Pesquisa POS DOC e arte contemporânea em SC

16/04 ( 28)
1. Apresentação do Artigo do Seminário Internacional ABy Warburg – “Ecos
warburguianos na arte do presente: Cristina Brattig Almeida em Nephele ( Fragile)

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2. Livro: PAGLIA, Camille. Imagens cintilantes. Uma viagem através da arte, desde o
Egito a Star Wars. Rio de Janeiro: Apicuri, 2014. No dia16/04, a professora fará a
apresentação do livro.
Livro: PAGLIA, Camille. Imagens cintilantes. Uma viagem através da arte, desde o
Egito a Star Wars. Rio de Janeiro: Apicuri, 2014. No dia16/04, a professora fará a
apresentação do livro.

Dia 23 /04 (32) –Seminário para alunos – AVALIACAO_ PESO 1. Cada aluno/a
apresentará uma série de 5 ( cinco ) imagens fantasmas e terá 10 minutos para fazer sua
apresentação. Explicar as escolhas, dentro do conceito abaixo. Fazer apresentação em
PPT, com imagens em alta resolução, identificadas com nome, data, nome do artista,
técnicas e dimensões das obras.

O que são imagens fantasmas? Podemos dizer que de acordo com Warburg e Didi-
Huberman, são aquelas imagens que nos assombram, que nos tiram o chão, que nos
levam a querer entender um pouco mais da arte e de nós mesmos, de nossas pesquisas.
Um leitmotiv imagético ( figura de repetição, no decurso de uma obra literária, de
determinado tema, a qual envolve uma significação especial), se for o caso. Nossas
imagens fantasmas podem ser nossas ausências que resultam dos entrevistos, dos vistos
há muito tempo, dos sugeridos, dos quase perdidos. E que ficam ali, à espera de uma
redenção. O ausente nos remete às oportunidades renegadas e às batalhas ainda não
travadas.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS para o seminário-

WARBURG, Aby. Histórias de fantasmas para gente grande. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.

JORGE, Eduardo. Histórias de fantasmas para adultos: as imagens segundo Georges


Didi-Huberman. Revista Artefilosofia. N.12. Julho de 2012. Disponível em <
https://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/raf/article/view/583/539>, acesso em 28
mar. 2019.
Texto de Sandra Makowiecky - Teoria e História da arte: pressupostos metodológicos
no PPGAV- UDESC- Ciclo de investigações 2013.

4.1.2. Seminário dois: Distribuição de seminários ( peso para avaliação 2,0)

Cada período da aula terá até 1.30 horas ( uma hora e 30 ) minutos para falar sobre seus
temas, sempre divididos por dois tópicos por aula ( são treze -13 - alunos a apresentar,
mais a professora, que inicia a sequência).
As apresentações serão precedidas de diversas textos base, enviados pela professora da
disciplina. Os alunos deverão enviar textos complementares, se oportunos para o
desenvolvimento do seminário e cada aluno selecionará e enviará aos demais, como
tenho feito, prévio à aulas. O aluno responsável pelo seminário deverá ler e fazer
a síntese. O aluno será responsável por sua aula e distribuição dos textos que ele
selecionar ou que eu tiver enviado. Ate sábado anterior, sempre.
As apresentações deverão na sua maioria conter imagens, deverão ser baseadas em
imagens, em power point, em vídeos ( curtos, se existirem) que ficarão disponíveis para

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todos os interessados. E deverá expressar sempre a síntese de pensamento dos autores
analisados.

Historiadores: Vitruvio, Ghiberti , Alberti, Giorgio Vasari, Johann Joachim


Winckelmann, John Ruskin , Violect Le Duc , Burckhardt, Alois Riegl, Heinrich
Wolfflin, Aby Warburg, Erwin Panofsky, Focillon, Roger Fry, Arnold Hauser, Pierre
Francastel e Carlo Giulio Argan, Edgar Wind, Roberto Longhi, Gombrich, Michael
Baxantall, Carlo Ginsburg, Fritz Salx, Didi- Hubermann, André Chastel, Svetlana
Alpers, T.J. Clark. Incluiremos Manuel de Araújo Porto Alegre ( Brasil)

Dia 30 /04 ( 36)- Inicio do Seminário Historiadores da arte

A. Vitruvio, Ghiberti , Alberti, Giorgio Vasari - Professora Sandra


B. Johann Joachim Winckelmann ( Maiara) – Aluna - 1- e John Ruskin , Violect Le
Duc –Aluna 2 - Laís Soares Pereira Simon

Dia 07/05 (40) – Seminário Historiadores da arte

A. Burckhardt, Alois Riegl e Giovanni Morelli- Aluno 3 _ Vinicius


B. Heinrich Wolfflin e Erwin Panofsky -Aluno 4 – Sandra Mara

Dia 14/05 ( 44) – Seminário Historiadores da arte

A. Aby Warburg e Henri Focillon - Aluno (5) – Monique


B. Roger Fry e Arnold Hauser – Aluno ( 6 ) – Janaina

Dia 21 /05 ( 48)- Seminário Historiadores da arte

A. Roberto Longhi e Carlo Giulio Argan – Aluno ( 7) – Silmar Pereira


B. Pierre Francastel e Ernest Gombrich–Aluno ( 8 ) – Leonardo

Dia 28/05 (52) – Aula com Luciane Garcez – Doutora- realizando POS DOC.

Textos sobre epistemologia na história da Arte, previamente distribuídos.

Dia 04/06 ( 56) – Seminário Historiadores da arte

A. Carlo Ginsburg e T.J. Clark –Aluno (9 ) – Angelino


B. Fritz Salx e Didi- Hubermann – Aluno (10 ) – Andressa

Dia 11/06 (60) – Seminário Historiadores da arte

A. Michael Baxantall e André Chastel – Aluno (12) – Monalisa


B. Svetlana Alpers e Manuel de Araújo Porto Alegre ( primeiro historiador da arte no
Brasil) – Aluno (13 ) - Marco Antônio

Dia 18/06 ( 64) – professora Sandra e textos previamente distribuídos. Debates.

Dia 25/06 ( 68 )- Encerramento com professora Sandra . Textos previamente


distribuídos. Explicações sobre o artigo final da disciplina.

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5. Avaliação:

1- Apresentação Seminário Imagens fantasmas – Peso 1,0.


2- Apresentação seminário Historiadores – Peso 2,0
3- Avaliação artigo final- Peso 2,0

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Referências Bibliográficas.
ALLOA, Emmanuel. ( org). Pensar a imagem. Belo Horizonte: Editora Autentica, 2015.
AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo,
2007.
________. Estâncias. A palavra e o fantasma na cultura ocidental. Belo Horizonte: UFMG,
2007.
ANTELO, Raul. Tempos de Babel: anacronismo e destruição. São Paulo: Lumme Editor, 2007.
________. Potências da Imagem. Chapecó: Editora Argos, 2004, p.09-12.
ARGAN, G. Carlo. Imagem e persuasão. Tradução: Mauricio Santana Dias. S.P.: Cia das
Letras, 2004.
BURUCÚA, José. Historia, arte, cultura. Buenos Aires: Fundo de Cultura Econômica, 2002.
DE BOTTON, Alain. A Arte de Viajar. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
DE BOTTON, Alain e ARMSTRONG, John. Arte como terapia. Rio de Janeiro: Intrínseca,
2014.
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. Diferença e Repetição. Tradução: R.J.: Graal, 1988.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Ante el tiempo. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006.
________La Imagen Mariposa. Tradução Juan José Lahuerta. Barcelona: Mudito & Co., 2007
________. Diante da imagem. São Paulo: 34, 2013.
________. Atlas ¿Cómo llevar el mundo a cuestas? Madrid: Reina Sofía, 2010.
________. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby
Warburg. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Conatraponto, 2013.
________. Imagens apesar de tudo. Lisboa: KKYM, 2012.
________. Quando as imagens tocam o real. Tradução Patrícia Carmello e Vera Casa Nova.
Revista Pós: Revista do Programa de Pós Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da
UFMG. V. 2. N. 4. Nov. 2012. Disponível em
http://www.eba.ufmg.br/revistapos/index.php/pos/article/view/60, acesso em 16 jul. 2014.
________. Sobrevivência dos vaga-lumes. Tradução Vera Casa Nova e Márcia Arbex. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2011.
________. Atlas ou Didi- Hubermann – A Gaia ciência inquieta. Lisboa: KKYM, 2013.
HUCHET, Stéphane. : HUCHET, Stéphane (org). Fragmentos de uma teoria da arte. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
________. A instituição da imagem: perfil de uma história da arte. In: HUCHET, Stéphane
(org). Fragmentos de uma teoria da arte. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2012, pag. 9-29.
________. O historiador e o artista na mesa de (des)orientação Alguns apontamentos numa
certa atmosfera warburguiana . Revista Ciclos, Florianópolis, V.1, N.1, Ano 1, Setembro de
2013. Disponível em < http://www.revistas.udesc.br/index.php/ciclos/article/view/3852>.

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Acesso em 07 mar. 2016.
JORGE, Eduardo. Histórias de fantasmas para adultos: as imagens segundo Georges Didi-
Huberman. Revista Artefilosofia. N.12. Julho de 2012. Disponível em <
https://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/raf/article/view/583/539>, acesso em 28 mar.
2019.
FOCILLON, Henri. Vida das formas. Tradução: Léa Maria Sussekind Viveiros de Castro. R.J.:
Zahar, 1983.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais. Tradução: S.P.: Cia das letras, 1989.
GOMBRICH, Ernst. Meditações sobre um cavalinho de pau. Tradução: Geraldo Gerson de
Souza S.P.: EDUSP, 1999. 1ª ed.
MALRAUX, André. O museu imaginário. Lisboa, Edições.70, 1965.
MAKOWIECKY, S. Teoria e História da arte : pressupostos metodológicos no PPGAV-
UDESC. Revista Ciclos, v. 1, p. 36-56, 2013. Disponível em <
http://www.revistas.udesc.br/index.php/ciclos/article/view/3860> Acesso em 07 mar. 2016.
MERLEAU-PONTY, M. O olho e o espírito. S.P.: Cosac &Naify, 2003.
ORDINE, Nuccio. A utilidade do inútil. Um manifesto. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PAGLIA, Camille. Imagens cintilantes. Uma viagem através da arte, desde o Egito a Star
Wars. Rio de Janeiro: Apicuri, 2014.
RANCIERE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
SAMAIN, Etienne. Como pensam as imagens. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.
SCHAMA, Simon. O poder da arte. São Paulo, Companhia das Letras, 2010.
WARBURG, Aby. Histórias de fantasmas para gente grande. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.
________. Atlas Mnemosyne. Madrid: Akal Ediciones, 2010.
WÖEFFLIN, Heinrich. Conceitos fundamentais da História da Arte. Tradução: João Azenha
Junior. S.P.: Martins Fontes, 2000, 4ª ed.

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