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Estresse emocional e sua correlação com o comportamento e a alimentação

Atualmente, o estresse é um problema de saúde muito comum e tem crescido cada vez mais, tal doença tem levado
nome de ´´mal do século``. O estresse pode atingir qualquer pessoa, independentemente da classe social, idade ou
sexo, e tem relação com o modo de vida que estamos levando, onde recebemos pressão no trabalho ou na faculdade
e até mesmo para atingir o ´´sucesso`` inalcançável , além disso as rotinas de estudo e trabalho extenuantes e um
curto período de descanso pode acarretar um alto nível de estresse, e com isso, pode acabar ocasionando diversos
problemas, quando pensamos em parâmetros metabólicos e controle do consumo alimentar.

O estresse emocional é responsável pela hiperativação do eixo hipotálamo, hipófise e adrenal (HHA), onde tal eixo
realiza a produção de cortisol.

O que é cortisol?

Provavelmente você já deve ter ouvido sobre cortisol, normalmente falam que é a ´´substancia do estresse`` pois ele
aumenta quando você está raivoso. Mas oque ele realmente é? Ele é um hormônio que é produzido pelas glândulas
suprarrenais mediante ao estimulo do Hormônio corticotrófico (ACTH), produzido na porção anterior da hipófise e
liberado na corrente sanguínea se dirigindo ao córtex glândula adrenal.

Uma produção excessiva do cortisol pode resultar em uma piora do sono, aumento da preferencia por comida hiper
palatáveis e hipercalóricas (biscoitos, doces...), alteração do balanço grelina/leptina, além disso, pode afetar a
puberdade dos jovens, estatura e até alteração da composição corporal, que pode induzir a uma síndrome
metabólica e a longo prazo levar a diabetes tipo II

O aumento do cortisol é muito prejudicial?

O excesso de cortisol pode resultar em um aumento de glicose e insulina e uma redução dos níveis de adiponectina
(composto produzido no tecido adiposo com caráter anti-inflamatório). Além disso, pode alterar nossa preferência
alimentar, fazendo preferirmos alimentos ultra processados e com alto índice de açúcar.

Além disso, temos estudos que comprovam que o estresse emocional pode estimular o apetite, aumentar o peso
corporal (aumento do NPY (neuropeptídeo de caráter orexigeno)) e afeta a atividade da leptina e insulina. Temos
outros estudos também que mostra que mulheres com o aumento de cortisol tiveram maior consumo calórico,
especialmente por causa da ingestão de alimentos doces e ultra processados.

Como tratar o estresse?

O tratamento do estresse demanda diversas variáveis, como por exemplo o acompanhamento com psicólogo ou o
psiquiatra, onde psicólogo vai investigar e achar os gatilhos que tem resultado o estresse excessivo e o psiquiatra vai
prescrever medicamentos se for necessário.

Onde o nutricionista entra?

Ele atua na correção metabólica deixada pelo aumento do estresse permanente(cortisol), o nutricionista procura
tratar a resistência à insulina, síndrome metabólica, melhora no perfil lipídico e diversas outras questões. Com esses
tratamentos, o nutricionista pode passar uma dieta normalmente hipocalórica e hiperproteica, objetivando a perda
de gordura que foi adquirida no tempo do estresse e também auxiliar no ganho de massa magra.

Referências:

 Dallman MF, Strack AM, Akana SF, Bradbury MJ, Hanson ES, Scribner KA, Smith M. Festa e fome:
papel crítico dos glicocorticóides com insulina no fluxo diário de energia. Neuroendocrinol
frontal. 1993 Out;14(4):303-47. doi: 10.1006/frne.1993.1010. PMID: 8258378.
 García-Prieto MD, Tébar FJ, Nicolás F, Larqué E, Zamora S, Garaulet M. Padrão de secreção de
cortisol e sensibilidade de feedback de glicocorticóides em mulheres de uma área mediterrânea:
relação com características antropométricas, ingestão alimentar e perfil de ácidos graxos
plasmáticos. Clin Endocrinol (Oxf). 2007 fevereiro;66(2):185-91. doi: 10.1111/j.1365-
2265.2006.02705.x. PMID: 17223986.

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