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Contextualização
• Para reduzir o risco de morte em pacientes com DAH, recomenda-se
a implementação de um pacote abrangente de cuidados clínicos que
inclui:
▪ Rastreio para diagnóstico das principais infecções oportunistas;
▪ Tratamento profiláctico para as infecções oportunistas mais graves
e comuns que podem causar morte;
▪ Oferta de regimes de TARV optimizados.
Feminino, # e % Testes de CD4 Masculino, # e % Testes de CD4 Feminino, # e % CD4 <200 c/ml Masculino, # e % CD4 <200 c/ml 5
Doença Avançada: Definição OMS 2017
Todas crianças < 5 anos HIV+ são consideradas com DAH no momento do
diagnóstico inicial, contudo existem algumas particularidades:
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Doença Avançada: Prevalência e Perfil (1)
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Doença avançada por HIV:
Principais causas de Morte em adultos e crianças
Adultos:
• Tuberculose. Crianças:
• Infecções bacterianas • Tuberculose.
graves. • Pneumonoia a
• Meningite criptocócica. Pneumocistis jirovecii
(PCP)
• Toxoplasmose SNC. • Infecções bacterianas
• PCP. graves.
• Sarcoma de Kaposi. • Doença diarreica.
• Cancro de colo uterino • Malnutrição.
(mulheres).
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Como podemos reduzir
a morbi-mortalidade
dos pacientes com
doença avançada?
Referência de pacientes para o Hospital: Quais casos?
Importante!
Não marque consultas de seguimento “de rotina” para pacientes que não estão bem,
que precisam de testes ou de abordagem mais complexa. 12
Título
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Rastreio de Infecções
Oportunistas em
Pacientes HIV+:
Principais Testes
Disponíveis
Testes importantes para usar na avaliação do paciente com
doença avançada
• CD4
• Testes para TB:
• Xpert MTB/RIF
• TB-LAM
• FASH (avaliação ecográfica focada nos achados de TB disseminada).
• CrAg
• RPR (ou VDRL)
• Exame pélvico e VIA (mulheres HIV+ em geral e com HIV avançado em particular,
pela elevada prevalência de Cancro de colo uterino).
• Retinoscopia (fundoscopia): Retinite CMV, TB disseminada, Toxoplasmose,….
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CD4
Em que pacientes devemos monitorar CD4?
Apesar da CV ser o teste de escolha para a monitoria dos pacientes com HIV,
a contagem de CD4 deve continuar a ser feita em todos os seguintes casos:
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Fluxograma
Laboratorial
Legenda:
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Fluxograma Laboratorial
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Classificação imunológica em crianças de acordo com valores
do CD4
Tabela de valores absolutos e percentuais de CD4 para crianças
Na criança ≥ 5 anos e adolescentes considera-se Imunodepressão severa se tiver CD4 < 200 células/mm3 (igual
aos critérios do adulto)
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Testes para Diagnóstico
de TB
Diagnóstico Laboratorial de TB em Pacientes HIV+
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• Esse
algoritmo e
para
adolescentes
a partir de 10
anos de
idade e
adultos HIV+
• Fazem TB-
LAM caso
tiver certos
critérios
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• Esse algoritmo e
para crianças HIV+
de 0-9 anos
• No internamento
todas esses crianças
fazem TB-LAM
• No seguimento
ambulatório fazem
TB-LAM se tiver
certos critérios
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Interpretação dos resultados TB LAM (1)
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Interpretação de resultados LAM
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Interpretação dos resultados TB LAM (2)
• O teste TB-LAM deve ser interpretado no contexto clínico.
• Num paciente com sintomas de TB qualquer grau de positividade deve
ser considerado e indicado tratamento de TB.
• Num paciente completamente assintomático a atitude perante um
teste com resultado positivo grau 1 pode ser a de reavaliar com um
segundo teste, usando a primeira urina da manhã.
• Um resultado positivo débil (grau 1) deve ser tomado em conta
atendendo a outros achados (clínica de TB, alterações radiológicas no
Rx ou ecografia..).
• Um teste negativo não exclui a infecção tuberculosa (não tem
sensibilidade de 100%).
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Rastreio e tratamento
da Infecção
Criptocóccica
Meningite criptocócica: Diagnóstico
• Pacientes ≥10 anos com CD4 <200 → fazer CrAg no soro para
detecção de criptococcémia
• CrAg=Antigénio de criptococo
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Porquê o rastreio é apenas feito em crianças ≥10 anos e com
imunodepressão severa?
• 80% dos casos de CrAg positivo acontecem em pacientes com CD4 <
100 cels/mm3
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Tratamento da MCC: Normas nacionais
1. Fase de Indução (2 semanas):
1. Dia 1: Anfotericina B lipossômica 10 mg/kg, diluído em 1000ml
de soro glicosado (dextrose 5%), administrado em 2 horas +
Flucitosina 100mg/kg/dia VO (6/6h)
2. Semana 1 e 2 (dias 2 a 14): Flucitosina 100mg/kg/dia VO (6/6h)
+ fluconazol 1200 mg/dia (12 mg/kg/dia para crianças, com dose
máxima de 800 mg/dia)
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Indicações da PL terapêutica
• Objectivo: diminuir a pressão de saída abaixo de 20 cm H2O ou reduzir pelo menos à
metade da pressão inicial se for muito elevada.
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Duração da fase de manutenção/profilaxia 2ª
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Critérios para oferta do tratamento profiláctico com
Cotrimoxazol (TPC) em crianças
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Exercícios 1, 2, 3, 4
Exercícios: Caso 1
Paciente masculino de 27 anos. Foi ao hospital por apresentar quadro de cefaleia de
1 semana de evolução. Não tem febre, perda de peso, tosse ou outros sintomas
sugestivos de TB. Refere que a cefaleia é intensa, e não consegue dormir há 2 dias
por esse motivo. O teste de HIV é positivo.
• Exame físico: bem corado, hidratado. Peso 69 kg, altura 1,72 m. IMC 23.3. Sem lesões nas mucosas, sem
edemas
• Auscultação cardiopulmonar normal
• Abdómem sem alterações
• Exame Neurológico: paciente consciente e orientado, sem alteração de pares cranianos, sem alterações de
sensibilidade ou motoras. Reflexos normais
• Este paciente tem sinais de perigo?
• Ele tem doença avançada? Justifique a sua resposta
• Qual é o teste que precisamos agora para tomar decisões?
• Com base no resultado do teste, e seguindo o algoritmo, quais outros testes
iremos realizar a seguir? 42
Caso 1: CHAVE
• Esta paciente tem sinais de perigo?
• Não tem sinais de perigo
• Ele tem doença avançada? Justifique a sua resposta
• Apenas tem cefaleia. Para saber se tem doença avançada precisaríamos de ter um
resultado de CD4
• Quais testes iremos realizar a seguir?
• Contagem de CD4
• Com base no resultado do teste, e seguindo o algoritmo, quais outros testes iremos
realizar a seguir?
• Se ele tiver contagem de CD4 ≤ 200 cels/ml, deverá fazer teste CrAg em soro e TB-LAM
• em urina. Sem FESTA não vai fazer Xpert MTB/RIF.
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Exercícios: Caso 2
Paciente feminina de 30 anos, recentemente diagnosticada com HIV. Apresenta lesões
maculares em membros inferiores e tronco (mais de 10) compatíveis com sarcoma de
Kaposi. Tem também uma lesão extensa, violacea e plana no palato duro.
• Está afebril. TA 95/65 mmHg. Sat O2 99%. Fc 90 bpm. Peso 42Kg, IMC 17.
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Exercícios: Caso 3
Paciente masculino de 38 anos. HIV positivo conhecido desde 2015. Iniciou TARV nessa
altura e tomou por apenas 2 meses, abandonando o tratamento e seguimento. Volta agora
por apresentar novos sintomas. Tem perda de peso evidente (Peso 40kg, IMC 16), anorexia
e astenia de vários meses de evolução. Tem tosse ocasional. Há 1 semana que refere
dificuldade e dor ao engolir e tem lesões orais compativeis com candidiase oral extensa.
• Apirético. TA 89/50mmHg, Fc 120 bpm. Fr 15 cpm. Desidratação mucosa evidente e sinal da prega
positivo. Dificultade para deambular sem apoio. Adenopatia a nível da axila com fistulização
(escrófula). Ausultação cardiopulmonar com roncus dispersos.
• O SK é muito mais frequente e pode ser mais agressivo nos indivíduos com
imunodepressão, ainda que pode aparecer em pacientes com contagens de CD4
elevadas.
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Identificação de Pacientes com SK
• Anamnese e exame físico completos pelo menos na 1ª consulta:
• Pele.
• Áreas ganglionares.
• Boca e região perineal (genitais, ânus).
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Localização do SK
• Segundo Bartlett:
• Envolvimento cutâneo: 95%
• Envolvimento oral: 30%
• Envolvimento gastro-intestinal: 40%
• Envolvimento pulmonar: 20-50%
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Imagens de Lesões de SK
Exemplo de lesões do SK planas ou elevadas
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SK: Estadiamento (1)
• Premissa: Para estadiar é necessário anamnese/exame físico
completo.
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SK: Estadiamento (2)
•O estadiamento permite
antecipar o prognóstico e
adaptar o tratamento.
•É necessário o registo
detalhado para monitorar a
resposta ao tratamento.
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SK: Tratamento
o TARV;
o Quimioterapia;
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SK: Indicações Quimioterapia
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Quimioterapia (1)
• 1ª Opção: Doxorrubicina pegilada Lipossomica (PLD)
• Permite doses menores (20mg/m2) e tem muita menor toxicidade.
• Permite administrar um ciclo a cada 21 dias.
• Precisa de menos ciclos (média de 6 ciclos vs 10 ciclos com o protocolo de tripla
terapia) para atingir resposta clínica.
• Caro: se a disponibilidade for limitada, reservar para:
• Pacientes com lesões mucosas extensas e compromisso a curto prazo.
• Pacientes com envolvimento visceral grave.
• Falta de resposta à tripla terapia.
• Idosos, cardiopatas.
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Quimioterapia (2)
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Quimioterapia: Critérios de exclusão
• Gravidez (importante garantir contracepção nas MIF e testar antes de administrar QT).
• Hemograma:
• Se Hemoglobina <8 g/dl: Adiar ciclo.
• Se Hemoglobina 8-10: pode receber QT e fazer transfusão a seguir (ou administrar
apenas Bleomicina+Vincristina)
• Neutrófilos <1000.
• Plaquetas <75.000.
• ALT> 2 ALN.
• Creatinina 2 ALN.
• Infecção oportunista activa grave (ex, TB disseminada, PCP, infecção bacteriana severa).
• Sinais/sintomas de insuficiência cardíaca congestiva (FE VE < 50%).
• Atingiu dose cumulativa máxima (550 mg/m2 para Doxo; 330 mg/m2 para Bleo).
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Exercícios 5, 6
Exercícios: Caso 5
Paciente masculino de 43 anos, HIV+ e em TARV há mais de 5 anos, actualmente
com TDF/3TC/EFV. Sempre assintomático, teve períodos de má adesão no passado
com CV elevada (CV 11.400 c/ml há 7 meses; CV 23.500 c/ml há 3 meses). O
resultado de CD4 de há 3 meses é de 24 cels/ml. O paciente não tem queixas e o
exame físico é normal, com a excepção de lesões hiperpigmentadas e pruriginosas
nos membros superiores e inferiores, compatíveis com erupção papular prurítica.
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Exercícios: Caso 6
Paciente feminina de 38 anos, HIV+ e em TARV de segunda linha com AZT/3TC e
Dolutegravir há 2 semanas. Esta em TARV desde 2017 e foi mudada de linha
recentemente por apresentar cargas virais elevadas em 2020.
• A paciente vem hoje ao hospital por apresentar quadro de 1 mês consistente em febre, perda de
peso e diarreia persistente. Nega tosse e sente muita fraqueza
• Tª 37.8ºC, TA 100/60 mmHg, SatO2 98%, Peso 48Kg, IMC 17.5, Fc 130 bpm, olhos encovados,
prega cutânea.
• Auscultação cardiopulmonar sem alterações, abdomen distendido e doloroso à palpação de
forma difusa com ruidos aumentados. Sem edemas. Apresenta uma úlcere genital grande, que
refere que tem há várias semanas, dolorosa.
• Hemoglobina 10.7 g/dl.
• Esta paciente tem sinais de perigo?
• Ela tem doença avançada? Justifique a sua resposta
• Quais testes iremos realizar a seguir?
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Caso 6: CHAVE
• Esta paciente tem sinais de perigo?
• Sim, tem taquicardia e desidratação.
• Ela tem doença avançada? Justifique a sua resposta
• Não conhecemos o CD4, mas não tinha supressão viral (provalemente falência
de TARV) e tem úlcera genital persistente. Também tem diarreia persistente.
Sim, tem doença avançada.
• Quais testes iremos realizar a seguir?
• Se tivermos disponível devemos tentar avaliar a contagem de CD4. Mesmo que
não tivermos CD4, devemos solicitar CrAg em soro e TB LAM na urina. Ela não
refere tosse mas tem febre,perda de peso. Se a paciente consegue expectorar,
devemos colher também Xpert MTB/RIF.
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Obrigado