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DIAGNÓSTICO DE SIDA

NA CRIANÇA
História Natural

90% SIDA Pediátrico é por transmissão vertical

Marcadores imunológicos são diferentes por


grupos de idade

O curso clínico da infecção é mais rápido que no


adulto

As crianças são divididas em 2 categorias:


Progressores rápidos 90% morrem nos 2 primeiros anos de vida

Progressores lentos 10% ínicio dos sintomas depois 6 anos


VIAS DE TRANSMISSÃO

 TRANSMISSÃO VERTICAL
• 90% de SIDA Pediátrico

• Transfusões de sangue e seus derivados


(3-6%)
• Contacto com objectos contaminados
(lâminas, seringas, etc)
• Contacto sexual:
Heterossexual
Homossexual
Abuso sexual
VIAS DE TRANSMISSÃO

• TRANSMISSÃO VERTICAL (30 - 40 %)

Período fetal……….10-25 %
Durante o trabalho de parto
e período expulsivo….70 %
Leite materno………12-14 %
Factores que influenciam a transmissão vertical

Recém- Maternos Obstétricos


nascido

Virais Fetais Aleitamento


materno
materno
Diagnóstico Precoce Infantil (DPI)

• Essencial para o diagnóstico e início atempado de TARV para crianças


infectadas. Se nada for feito:

• 1/3 das crianças morrem até 1 ano,


• ½ das crianças até 2 anos;
• Pico de mortalidade é aos 3 meses de idade

• 1120 US (90% US com PTV) em Dez 2014 a oferecer colheita de PCR DNA HIV
para crianças expostas ao HIV.
• Implementação das impressoras SMS em 460 US (cerca de 42% US com DPI)
no país.
• Há uma quantidade importante de impressoras já no país, ainda não
distribuidas
Diagnóstico Precoce Infantil (DPI)

Aumento importante das US


com colheita de PCR, com
consequente aumento
importante da cobertura de
PCR na população.

Ano US a colher PCR

2012 597
2013 752
2014 1120

Fonte: Mapeamento Programa PTV/províncias

Fonte: MB
PTV: Diagnóstico Precoce Infantil,
ao nível populacional

• Das MG HIV+ estimadas na população, 50% das CEs


colheram PCR com menos de oito semanas de vida
Fonte: MISAU, SIS-MA (SIS-B-07-B); Spectrum 5.63
PTV: Diagnóstico Precoce Infantil, ao
nível populacional

• Das MG HIV+ estimadas na população, 50% das CEs


colheram PCR com menos de oito semanas de vida
Fonte: MISAU, SIS-MA (SIS-B-07-B); Spectrum 5.63
PTV: Cascata CCR (Coorte 9
meses)
• 65% das CEs inscritas
na coorte de 9 meses
em 2017 fizeram PCR
com <8 semanas (10%
não fizeram PCR)

• 7% dos testados com


<8 semanas tiveram
PCR+ e 13% dos
testados com ≥8
semanas

Fonte: MISAU, SIS-MA (SIS-B-01-B; SIS-B-07-


B)
PTV: Pontos para Reflexão

• Apesar da alta cobertura de PTV:


• Apenas 4% de MG se inscrevem na CPN com menos de 12 semanas
• Mais de 50% de MG HIV-positivas iniciam TARV na CPN
• Apenas 41% de MG completam a 4ª CPN

• A retenção em TARV das MG HIV+ aos 12 meses ainda é baixa


• Necessidade de reforçar a APSS na SMI
• Revitalização da estratégia dos grupos de mães para mães e mães mentoras

• Dificuldade no preenchimento e análise dos novos instrumentos de registo de


SMI (coorte)

• Baixa cobertura de CE inscritas na CCR e baixa colheita de PCR em CE com


menos de 8 semanas
Diagnóstico Precoce Infantil (DPI)

• Apesar de todos os grandes sucessos deste programa, ainda


há importantes desafios
• Qualidade de amostras
• Fluxo de amostras e resultados de PCR DNA HIV
DIAGNÓSTICO

• EPIDEMIOLOGIA
– Formas de transmissão

• CLÍNICA
– Classificação OMS

• LABORATÓRIO
Viral e imunológico
DIAGNÓSTICO

1.CLÍNICO :
Sintomatologia/classificação OMS

2.SEROLÓGICO : Detecção de
anticorpos

3.VIROLÓGICO : PCR para DNA ou


RNA
DIFICULDADES
• Crianças menores de 18 meses
– As crianças adquirem a infecção pelo HIV por transmissão
vertical ( 80-90% ).
– Transmissão Horizontal ( 10% )
– Sintomatologia clinica variada e grave devido a
imaturidade do sistema imunológico.

– Crianças filhas de mãe seropositiva são portadoras de


anticorpos maternos ( IgG anti-HIV).
DIAGNÓSTICO

Nas crianças com idade superior a 18 meses

• Transmissão vertical

• Transmissão Horizontal

• Transfusão de sangue e derivados

• Exposição a material contaminado

• Abuso sexual

TESTE ANTI-HIV + DIAGNÓSTICO


LACTENTES INFECTADOS
PELO HIV - SINAIS PRECOCES
 Linfadenopatia generalizada
 Hepato-esplenomegalia
 Candidíase oral
 Atraso na evolucão estaturo-ponderal
 Atraso no desenvol. neuropsicomotor
 Alterações hematológicas
 Hipergamaglobulinemia
Métodos utilizados para o diagnóstico para crianças
<18 meses
• Métodos directos

– Teste para detecção do DNA viral


– Teste para detecção do RNA viral

• Testes virológicos (como PCR HIV RNA ou DNA)


– Detectam directamente a presença do vírus do HIV ou produtos
do vírus no sangue.
Todos os lactentes expostos ao HIV devem
fazer o teste de

PCR HIV ADN

a partir de 4 semanas de vida


até aos 9 meses

Eugénia Macassa
DIAGNÓSTICO DE HIV
Todas as crianças expostas ao HIV devem fazer o
teste virológico (PCR DNA HIV) entre o 1º e o 9º
mês de vida.
– Recomenda-se fazer este teste ao 1º mês
de vida ou na primeira oportunidade que
se apresenta na Unidade Sanitária.

Eugénia Macassa
DIAGNÓSTICO DE HIV – NO CASO DE PCR
DNA HIV POSITIVO

Todas as crianças com teste PCR DNA HIV POSITIVO devem


colher um 2º teste PCR DNA HIV para confirmar o diagnóstico.
Recomenda-se fazer o 2º teste PCR DNA HIV na altura da
entrega do resultado do primeiro teste PCR DNA HIV.

INICIAR O TARV, SEM ESPERAR O


RESULTADO DO 2º TESTE PCR DNA HIV.
Eugénia Macassa
ACONSELHAMENTO PÓS-TESTE EM CASO
DE RESULTADO PCR POSITIVO
• Informar a mãe/cuidadora que o resultado é positivo, a
criança está infectada pelo HIV;
• Informar a mãe que a criança ira colher uma nova amostra do
PCR DNA HIV no mesmo dia;
• Ajudar a mãe/cuidadora a enfrentar o resultado, responder
todas as perguntas;
• Verifique se ela compreendeu o significado do resultado;
• Informar sobre necessidade e importância do tratamento, que
o TARV está disponível e que o bebé deve iniciá-lo o mais
cedo possível (sem esperar que ele fique doente, ou a
chegada do resultado do segundo exame);
• Informar sobre a importância de continuar a tomar profilaxia
com cotrimoxazol.
Eugénia Macassa
Se o teste PCR HIV ADN é
POSITIVO
o lactente é considerado
INFECTADO
E
DEVE INICIAR O TARV
Eugénia Macassa
SE O TESTE PCR DNA HIV É NEGATIVO?

Se o teste PCR HIV DNA é


NEGATIVO
O lactente é considerado
NÃO-INFECTADO na altura que fez o teste
MAS…..
As crianças que estão em aleitamento materno
continuam em risco de adquirir o HIV

CONTINUAR O SEGUIMENTO NA CCR


e monitorar os sinais e sintomas
Eugénia Macassa
ACONSELHAMENTO PÓS-TESTE EM CASO DE
RESULTADO PCR NEGATIVO
• Informar a mãe que o resultado do teste é negativo, que significa que
até o momento da colheita do exame a criança não havia se infectado
- verifique que ela compreendeu o significado do resultado;

• Informar a mãe sobre o risco da criança infectar-se durante a


amamentação. Se já tiver desmamado, informar a importância de
não retomar a amamentação ;

• Informar sobre a importância de continuar com o seguimento na CCR


e profilaxia com CTZ;

• Informar que a criança será testada de novo aos 9 e 18 meses com o


teste rápido ou antes com o teste de PCR DNA HIV, caso a criança
desenvolva sintomas suspeitos de infecção por HIV
Eugénia Macassa
Se a criança com PCR DNA HIV NEGATIVO
desenvolve um ou mais sinais ou sintomas
sugestivos de HIV:

– Candidíase oral ou oro-esofágica


– Pneumonia grave
– Falência de crescimento/ desnutrição grave
– Diarréia crónica/persistente
– Dermatite crónica
– Otorreia crónica

DEVE REPETIR PCR DNA HIV E REFERIR PARA


CONSULTA CLINICA
Eugénia Macassa
Se a criança com PCR DNA HIV NEGATIVO
apresenta desenvolvimento normal

CONTINUAR SEGUIMENTO NA CCR E FAZER


TESTE RAPIDO QUANDO TIVER > 9 MESES

Eugénia Macassa
Laboratórios de PCR DNA
IMPRESSORAS SMSIMPRESSORAS SMS
• As impressoras SMS ficam localizadas na US,
preferencialmente no laboratório;
• As US recebem o resultado do PCR DNA HIV directamente
do laboratório de referência, reduzindo assim o tempo de
retorno dos resultados para a US;
• Uso simples, não há necessidade de formação;
• Resultados acompanhados de notas a orientar a conduta a
tomar;
• Avaliação da implementação em Maputo Cidade
apresentou uma redução do tempo de retorno de
resultados de ate 4 meses para 1 mês
IMPRESSORA SMS
SISTEMA DE REFERÊNCIA DAS
AMOSTRAS/RESULTADOS PCR DNA HIV

Laboratório
Provincial

Impressora
SMS

Laboratório
de Referencia

Eugénia Macassa
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV NAS CRIANÇAS

LABORATORIAL
• Testes serológicos / anticorpos (incluindo testes rápidos
Unigold, Determine)
– Detectam anticorpos feitos contra o vírus por células imunes em
resposta ao vírus

Eugénia Macassa
TODOS OS LACTENTES COM O ESTADO
SEROLÓGICO DESCONHECIDO DEVEM TER A
CONFIRMAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO HIV NO
PRIMEIRO CONTACTO COM A UNIDADE
SANITÁRIA.

TESTAR A MÃE E NO CASO DE NÃO SER


POSSÍVEL, TESTAR A CRIANÇA COM TESTE
RÁPIDO PARA O HIV

Eugénia Macassa
Uso do teste rápido
O teste rápido deve ser usado para:

• Diagnóstico definitivo de crianças >18 meses


de idade

• Confirmação de exposição ao HIV em


crianças < 18 meses de idade

Eugénia Macassa
TESTE RÁPIDO PARA O HIV NEGATIVO EM
CRIANÇAS > 9 meses
Se teste rápido em crianças > 9 meses é
NEGATIVO, desmame há mais de 2 meses e
sem nenhum sintoma sugestivo de HIV:

EXCLUE – SE A INFECÇÃO POR HIV


Recomenda-se:

– parar a profilaxia com Cotrimoxazol


– dar alta da CCR
Eugénia Macassa
Se teste rápido em criança 9 – 18 meses é
POSITIVO

DEVE REPETIR PCR DNA HIV PARA


CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

Eugénia Macassa
CRIANÇA > 9 M, TESTE RÁPIDO POSITIVO,
PCR DNA HIV POSITIVO
• Deve ter alta da CCR e ser referida para consulta
clínica para o inicio de TARV;

• Deve colher segunda amostra de PCR DNA HIV para


confirmação do diagnóstico no dia da alta da CCR;

• Orientar a manutenção da profilaxia com


cotrimoxazol.
INICIAR O TARV, SEM ESPERAR O RESULTADO DO 2º TESTE PCR
DNA HIV.

Eugénia Macassa
CRIANÇA > 9 M, TESTE RÁPIDO POSITIVO,
PCR DNA HIV NEGATIVO
• Deve manter seguimento na CCR,

• Manter profilaxia com cotrimoxazol;

• Monitorar sinais e sintomas;

• Repetir o teste rápido aos 18 meses ou 2 meses após


o desmame.

Eugénia Macassa
CRIANÇA EXPOSTA AO HIV
• O seguimento das crianças expostas ao HIV, na CCR, inicia-se no
primeiro mês de idade, mas qualquer criança filha de mãe HIV
positiva com menos de 18 meses que apareça à consulta deve ser
registada e atendida segundo os protocolos (ver fluxograma)

• Cuidados para a criança expostas ao HIV, até aos 18 meses, na


CCR:
– Controle do crescimento ponderal e do desenvolvimento
psicomotor;
– Profilaxia com CTZ, INH e Nevirapina;
– Testes diagnósticos para a confirmação ou exclusão da infecção
pelo HIV (teste virológico - PCR ADN de HIV e teste rápido para o
HIV – Determine e Unigold), segundo o calendário previsto;
– Alimentação da criança no contexto HIV.
Critérios de alta da CCR
• Alta para o Serviço Doença Crónica ou outra consulta que
oferece TARV na U.S
– PCR positivo em qualquer idade;
– Teste rápido para HIV positivo em crianças > 18 meses de
idade.
• Alta para o seguimento na CCS
– Teste rápido negativo em crianças > 9 meses e desmame há
mais de 2 meses, sem nenhum sinal ou sintoma sugestivo de
infecção por HIV;
– Teste rápido para HIV negativo aos 18 meses ou 2 meses
depois do desmame.
Antes de dar alta a uma criança, deve perguntar-se sempre à
mãe quando parou de amamentar.
ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

Pacote de Serviços Paragem Única Reporte

Materiais e Medicamentos
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Diagnóstico presuntivo da infecção por HIV em crianças com idade menor de 18 meses
(que não tem acesso ao teste PCR ADN HIV)
Criança apresenta 1 ou mais destes sintomas:
Pneumonia grave
A criança tem teste rápido ao HIV positivo Candidíase oro-esofágica
Malnutrição grave
E Sarcoma de Kaposi
PCP( Pneumonia por Pneumocistis Jiroveci)

Outros indicativos que apoiam o diagnóstico de infecção severa por HIV são:
 A morte materna recente
 Mãe com infecção por HIV
avançada
 CD4% de criança < 25%
NOTA: Sempre confirmar o seroestado mais cedo possível ( teste PCR ADN HIV em crianças
menores de 18 meses ou teste rápido ao 18 meses)

Criança com diagnóstico presuntivo

Sempre confirmar o
seroestado mais cedo possível
( teste PCR ADN HIV em
crianças menores de 18 meses
ou teste rápido ao 18 meses)
INICIAR TARV
CATEGORIA IMUNOLÓGICA DA CLASSIFICAÇÃO DA
INFECÇÃO PELO HIV EM CRIANÇAS

Alteração Idade
Imunológica Contagem de T-CD4 + (citometria de fluxo)
< 12 meses 1 a 5 anos 6 a 12 anos

Ausente (1) > 1500 ( 25%)  1000 ( 25%)  500 ( 25%)

Moderada (2) 750-1499(15-24%) 500-999(15-24%) 200-499(15-24%)

Severa (3) < 750 (<15%) < 500 (<15%) < 200 (<15%)

Eugénia Macassa
PERGUNTAS ??
CASOS CLÍNICOS
• Xiluva,2 meses/F/N,nasceu de parto normal
no Centro de Saúde 1º de
Junho,FMSP,apresentou se hoje a consulta de
CCR.
• 1)Qual é a conduta a seguir
• 2)Como vai ser feito o seguimento
CASOS CLÍNICOS
• Xiluva,fez PCR – DNA p/ HIV foi negativo ao 2º
mês.
• Qual é a informação que damos a mãe?

• Deve repetir o teste?Quando?


Eugénia Macassa

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