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SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO

o Explorar os eventuais motivos associados à recusa escolar (continuem a


abordar diariamente o tema, de forma tranquila e assertiva, mesmo que
não obtenham uma resposta imediata);
o Como a Eduarda tem dificuldade em identificar ou falar sobre o problema,
podem pedir-lhe que avalie cada parte do dia escolar (o recreio, a sala de
aula, a professora, os colegas, o refeitório, etc) utilizando, por exemplo, 1
para “não gosto” e 5 para “gosto muito” ou uma cara triste e outra
sorridente) no sentido de tentarem identificar se há algum momento,
pessoa e/ou espaço a que associe maior desconforto;
o Manter rotina diária de preparação da mochila/roupa e ida à escola
(mesmo que esta lhe cause algum desconforto), dado que o não
cumprimento desta rotina pode agravar a recusa escolar porque permite
que a Eduarda se aperceba que os pais estão recetivos (ou conformados)
com o facto de não ir;
o Tornar o ambiente familiar pouco interessante durante o horário escolar
para não se colocar a hipótese de, indiretamente e de forma não
intencional, acabarem por recompensar a Eduarda por não ir à escola. Isto
significa pouca ou nenhuma televisão, jogos de computador, atividades
de lazer, uso da internet e assim por diante. Certifiquem-se de que todos
os visitantes, como os avós, estejam a par destas regras, para que não seja
muito divertido estar em casa.
o Realizar tarefas fornecidas pela escola enquanto estiver em casa. Isso
ajudará a garantir que a Eduarda mantenha o ritmo das aprendizagens,
mas também que não perca o vínculo e o sentimento de obrigação para
com a escola (podem também pedir à professora que escreva, em
conjunto com os colegas, uma carta dirigida à Eduarda, referindo que
gostariam que voltasse);
o Procurar quebrar a relação fusional pais-criança que esta situação
normalmente produz. Insistam que fique ao cuidado dos avós por
períodos (mesmo que tal não seja necessário);
o Tentar que, por exemplo, os avós substituam os pais na ida para a escola.
As crianças muitas vezes lidam melhor com a separação em casa do que
no portão da escola;
o Regressar à escola gradualmente. Por exemplo, começar com um dia
escolar mais curto ou permanecer na escola só durante um momento
lúdico ou de refeição. Combinar com a Eduarda uma qualquer “estratégia
de fuga” que permita que transmita à professora, de uma forma discreta,
a sua vontade de abandonar a sala de aula ou a escola (por exemplo, a
entrega de um cartão ou a utilização de um gesto);
o Recompensar as idas à escola (mesmo que por pequenos períodos). Por
exemplo, ganhar “tempo extra” em tecnologia ou qualquer outra
recompensa;

o Revelem empatia pelos sentimentos da Eduarda mas sem nunca


deixarem de reforçar a importância de retornar à escola. Por exemplo,
podem dizer: ‘Sei que não queres ir à escola. Eu sei que é difícil, mas
precisas de ir porque é importante para a tua aprendizagem. A professora
e os pais vão-te ajudar’.
o Utilizem declarações claras, tranquilas mas afirmativas, para que a
Eduarda saiba que vocês querem que ela frequente a escola. Diga
'quando' em vez de 'se'. Por exemplo, você pode dizer: ‘Quando estiveres
na escola amanhã...’ em vez de ‘Se fores à escola amanhã...’. Use
declarações diretas que não dêem a oportunidade de dizer “Não!”. Por
exemplo, “Está na hora de irmos para a escola” em vez de “Queres ir à
escola?”.

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