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Universidade Católica de Brasília - UCB

Curso: Arquitetura e Urbanismo


Disciplina: Ateliê de Urbanismo I
Discentes: Giovana Maria Castro de Souza (UC22100987)
Docente: Catarina Sombrio

O pensamento de Jane Jacobs na perspectiva da cidade includente

Situando a questão
● Jane Jacobs defende o novo urbanismo, tráfego calmo, fachadas ativas, uso múltiplo
dos espaços e ideias que defendem o uso do potencial da forma arquitetônica como
propiciadora de melhor qualidade de vida.
● O texto explora outro pensamento defendido por Jane, a possibilidade de um
urbanismo que potencialize a inclusão social.
○ Ela é referência para o desenho urbano e para a construção de
desenvolvimento social.
○ Atualmente, no Brasil, políticas de qualificação urbana acabam sendo movidas
pelo espetáculo e pelo capitalismo. Sem uma intenção genuína.

● Com base na cidade de São Paulo, o desafio era discutir as possibilidades de


qualificação socioambiental de periferia, afirmando centralidades locais e que as
intervenções realizadas não se desdobram em gentrificação e substituição da
população por outra de maior renda.

● Assim, propõe-se os CEUS (Centros Educacionais Unificados), com o intuito de


criar associado à escola, espaços públicos de lazer, serviços e convivência. Para
promover centralidade e animação na vida urbana local, com uma cidade melhor,
mais desenvolvida e integrada.

● Aliando o propósito ao estudo de Jane Jacobs, decidiu-se discutir o potencial do CEU


para qualificar-se como política urbana que une urbanismo, socialização e
desenvolvimento humano.
○ O programa foi implementado em Brasilândia, uma das áreas mais violentas
da periferia paulista. O elemento apontado como mais significativo dessa
condição foi a absoluta ausência do estado ou sua presença de modo rarefeito,
pontual e desarticulado.

● Em Morte e Vida nas Grandes Cidades, Jane afirma que a vida nas grandes cidades
se constitui a partir de seu uso cotidiano, por meio da diversidade urbana, na
vizinhança e no distrito. A autora defende que as grandes cidades têm uma grande
complexidade de usos, através do uso das calçadas, dos parques e do próprio bairro. O
uso intenso e cotidiano dos espaços gera segurança.
● Em territórios periféricos, a fim de produzir uma estruturação, diversidade e qualidade
de vida, é necessário um conjunto de políticas públicas que considerem a melhoria da
qualidade de vida urbana digna como um conjunto de aspectos físicos,
socioambientais e econômicos.
● No entanto, por serem locais com alto índice de violência e indicadores ambientais e
sociais, o desafio é maior. É necessário estimular a vivência das pessoas desses
bairros, com oportunidades e escolhas.
● Outro desafio, é estimular a convivência em bairros auto construídos que mal tem um
parque, ou até mesmo uma calçada.
○ Para instigar um reconhecimento e senso de identidade, visto que o acesso à
oportunidades gera liberdade para o indivíduo. Como afirma, Amarthya Sen.
○ Se aproxima do Pensamento de Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia
(1996), ao conceber a construção da cidadania e do próprio sujeito inserido na
sociedade através da educação

● Desenho urbano de Jane Jacobs.


● Desenvolvimento econômico e promoção de justiça social de Amarthya Sen.
● Constituição de sujeitos por meio da educação de Paulo Freire.

● Formular propostas teóricas é bom mas sua materialidade é ótima, é o que as faz
compreensíveis. Correlação simbólico-material entre o Ministério-Edifício e a
necessidade de construção para incluir todos na cidade e na sociedade, conforme
expresso na constituição.

● Em meados de 60 até 80, as políticas sociais urbanas eram voltadas, primeiramente,


em uma redução forçada, até uma possível tolerância e finalmente urbanização.
● A urbanização de assentamentos informais e precários é assumida como política
habitacional desde a década de 1990 em alguns municípios e nacionalmente. Mas, a
efetiva inclusão/integração pouco avançou efetivamente.

A questão das centralidades locais na periferia

● Desenvolvimento de centralidade: Preocupação e reconhecimento de uma cidade


em que grande parte da população ocupou as “bordas”, sem uma preocupação de
infraestrutura básica.
○ São Paulo tem propostas mas falta implantação.
○ As favelas estão ficando cada vez mais precárias.

● Fomentar a presença do estado como marco na criação de centralidades e


PDOTs estruturadores.
○ CEU como elemento de centralidade, fomentador de vida urbana.
○ Integração e qualificação urbana periferia.
○ Centro educacional, cultural e esportivo.
● Correlação: CEU se mostra como um equipamento público, um local capaz de
integrar. Isso se relaciona muito com a sua arquitetura e disposição de espaço.

● Origens remotas do CEU enquanto política pública.


○ Existiam problemas práticos e não só relacionados ao ensino.
○ Constituição de 1934, prevê que educação é um direito de todos.
○ Educação passou a ser agenda pública, influenciando educares.
○ Várias experiências no Brasil contribuíram para uma base conceitual e
histórica dos CEUS.

● O CEU enquanto política pública - Aspirações, entraves e avaliação


○ Conjunto de equipamentos urbanos provedores de espaço público e
irradiadores de urbanismo. Uso cultural, esportivo e de lazer.
○ Como previsto no manifesto de 1932, estrutura reforma baseada na
universalização da nova escola pública, laica e obrigatória.
○ Oferece espaço público de uso múltiplo.

● A implementação dos CEUS: discussão e avaliação do programa de estudo de


casos.
○ Implantação em lugares carentes, três distritos com maior exclusão
socioeconômica. Havia uma carência generalizada, baixo índice de educação e
empregabilidade.

● CEU da paz em Brasilândia


○ 3 edifícios: Bloco didático, cultural, berçário.

● Ponto chave: desenho arquitetônico do espaço, estimula o uso.


● Houveram mudanças no entorno após a implementação dos CEUS: Na iluminação,
asfalto, linha de ônibus, rede de água expandida, economia local, etc.

● Reflexões finais: Texto relaciona o pensamento de Jane Jacobs, na perspectiva de


alguns dos elementos propostos possam propiciar a potencialização da inclusão social.
○ O CEU vai de encontro a esses pensamentos.
○ População deixa de ser beneficiária e vira agente da sociedade ativa.

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