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EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

A EPS pode ser compreendida como um modo particular de reconhecer e enfrentar os


problemas de saúde mediante:

1. O diálogo com as classes populares.


2. O respeito às suas culturas.
3. O reconhecimento dos seus saberes como válidos e tendo como substrato o corpo
teórico da educação popular, formulada por Paulo Freire no Brasil.
 A EPS é caracterizada, principalmente, pelo respeito à cultura da comunidade, ou seja,
a ajustar os serviços e as ações de saúde de acordo com as necessidades não apenas
de saúde, mas culturais e sociais.

A EPS emergiu do encontro de atores – trabalhadores de saúde, estudantes e professores


universitários, segmentos da igreja e movimentos sociais – na confluência entre distintas
correntes teóricas – cristianismo, humanismo, socialismo – que resultaram na elaboração de
um movimento de ruptura das práticas hegemônicas de Educação em Saúde de caráter
preventivista, alicerçadas na Biomedicina e materializadas em prescrições de comportamento
feitas de forma unilateral pelos profissionais de saúde.

A EPS busca, além da construção de uma consciência sanitária capaz de reverter o quadro de
saúde da população, a intensificação da participação popular, contribuindo para a promoção
da saúde.

A Educação Popular em Saúde, ao mobilizar autonomias individuais e coletivas, abre a


alteridade entre indivíduos e movimentos na luta por direitos, contribuindo para a ampliação
do significado dos direitos de cidadania e instituindo o crescimento e a mudança na vida
cotidiana das pessoas.

A Educação Popular na Saúde implica atos pedagógicos que fazem com que as informações
sobre a saúde dos grupos sociais contribuam para:

1. Aumentar a visibilidade sobre sua inserção histórica, social e política.


2. Elevar suas enunciações e reivindicações.
3. Conhecer territórios de subjetivação e projetar caminhos inventivos, prazerosos e
inclusivos.

As ações de Educação Popular em Saúde impulsionam movimentos voltados para a promoção


da participação social no processo de formulação e gestão das políticas públicas de saúde,
direcionando-as para o cumprimento efetivo das diretrizes e dos princípios do SUS: •

1. Universalidade.
2. Integralidade.
3. Equidade.
4. Descentralização.
5. Participação e controle social.

A Educação Popular tem significado um instrumento fundamental na construção histórica de


atenção integral à saúde, na medida em que se dedica à ampliação da inter-relação entre as
diversas profissões, especialidades, serviços, doentes, familiares, vizinhos e organizações
sociais locais envolvidos num problema específico de saúde, fortalecendo e reorientando suas
práticas, saberes e lutas.
Os cinco princípios que Paulo Freire considerava fundamentais aos educadores e às
educadoras:

1. Saber ouvir.
2. Desmontar a visão mágica.
3. Aprender/estar com o outro.
4. Assumir a ingenuidade dos educandos(as).
5. Viver pacientemente impaciente.

A Educação Popular em Saúde propõe ações em quatro eixos estratégicos:

1. Participação, controle social e gestão participativa.


2. Formação, comunicação e produção de conhecimento.
3. Cuidado em saúde.
4. Intersetorialidade e diálogos multiculturais.
 A Educação Popular em Saúde traz a ideia de que a sociedade só pode ser
transformada por meio da educação. Essa mudança gera autonomia e um exercício
mais forte da cidadania, fazendo com que as pessoas lutem por seus direitos,
alinhando-se com os preceitos do SUS.

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