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Maceió
2024
EMYLLI JOYCE DOS SANTOS SOUZA
Maceió
2024
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Neste texto será analisado o vídeo “Estudo sobre Casas - XVI Prêmio Arte na Escola
Cidadã - 2015 - Ensino Fundamental 1, desenvolvido pelo professor Paulo Henrique
Lorenzeti, que fala sobre as formas de habitar a arte, o projeto foi desenvolvido na Escola
Estadual Profa. Diva Gomes dos Santos, em Mauá, São Paulo.
O professor relata que ao decorrer de uma aula, um aluno ficou incomodado com o
marimbondo que estava fazendo uma casinha, surgiram algumas perguntas e ali despertou o
interesse de toda a sala, e essas curiosidades tornaram-se objetos de pesquisa.
O professor transformou a sala de aula em um laboratório de pesquisa, segundo Ferreira
(2012, p. 1-2), as atividades que são desenvolvidas em sala de aula devem proporcionar aos
alunos oportunidades de criar signos visuais, sonoros ou gestuais. E para que isso aconteça, é
importante transformar a sala de aula num laboratório de pesquisa sobre os códigos das
linguagens artísticas.
Sobre explorar os interesses das crianças, segundo Barbieri (2012, p. 25), “As crianças são
sinestésicas, ou seja, todos os seus sentidos estão despertos a cada momento. Elas são
chamadas por aquilo que lhes interessa, por uma curiosidade que as põe em movimento”. O
professor Lorenzeti fez isso, usou dos interesses ali colocados pelos alunos sobre a natureza,
para desenvolver atividades que os aproximasse da arte, mexesse com sua criatividade e
imaginação.
O professor Lorenzeti, fala que ao escutar o aluno, ele deseja participar, e ele participa de
forma ativa, trazendo contribuições, o aluno percebe que o professor está interessado no que
ele fala. Segundo Kolb-Bernardes e Ostentto (2016, p. 45), para seguir com as crianças,
ajudando nas construções de seu discurso e criarem suas ideias, é fundamental realizar
observações do seu jeito de ser, de como se relacionam e falam sobre o mundo; ouvi-las, e
promover um acompanhamento de suas experiências e novas descobertas.
Sobre as experiências, Larrosa (2002, p. 21), “A experiência é o que nos passa, o que nos
acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca”. O incômodo
do aluno ao ver o marimbondo criando sua casa, poderia ser uma experiência que passasse,
mas que não iria tocar esse aluno, caso as dúvidas colocadas não fossem exploradas como
pesquisa. Ao fazer isto, e promover essa investigação sobre a casa de outros animais, tornou-
se uma experiência que os tocou. E os alunos, assim como o professor, podem ser
transformados por essa experiência.
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Com base nas argumentações acima, pode-se concluir que esse projeto desenvolvido pelo
professor Paulo Henrique Lorenzeti, foi extremamente rico para ampliar o entendimento de
arte dos seus alunos. Ao utilizar as curiosidades dos alunos para promover uma investigação,
o professor deu voz à seus alunos, e buscou explorar aquilo que os interessava, que estavam
próximos a eles, para refletirem sobre o que seria a arte, e isso foi fundamental para que os
mesmos entendessem que a arte está presente em todas os espaços, não só nas obras daqueles
artistas famosos.
Referências bibliográficas:
BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Blucher, 2012.
BONDÍA, Jorge Larossa. Nota sobre a experiência e o saber da experiência. In: Revista
Brasileira da Educação, n° 19, Campinas: Unicamp, 2002, p 20-29.
ESTUDOS SOBRE CASAS | XVI Prêmio Arte na Escola Cidadã- 2015 | Ensino
Fundamental 1. Disponível em:
https://youtu.be/uxUdPwlXmuI?si=2RdjdkzDuKY_Jz5V. Acesso em: 10 mar. 2024.
FERREIRA, Paulo Nin. Apontamentos para o ensino de artes visuais. In Apostila Arte-
Educação. Mimeo. 2012a.