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e Imunodepressivas
Anatomia e Fisiologia da
Resposta Imunilógica / Interações
Neuroimunoendócrinas , e Doenças
Inflamatórias e Imunodepressivas
Professor Me. Fábio Lorenzetti
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Anatomia e Fisiologia da Resposta Imunilógica / Interações Neuroimunoendócrinas , e Doenças Inflamatórias
e Imunodepressivas
Imunidade Inata 10
Mecanismos de ação da imunidade inata 11
Imunidade adquirida 14
Sumário Linfócitos 15
Respostas inflamatórias 22
Inflamação aguda 22
Inflamação crônica 23
Desencadeamento do processo inflamatório 24
Citocinas inflamatórias 25
Sistema do complemento 25
Eicosanóides 25
Histamina 26
Exercício e doenças inflamatórias 26
Interleucina-6 (IL-6) 27
A IL-6 como uma adipocina 27
A IL-6 como uma miocina 28
Ações centrais da IL-6 28
IL-6 e insulina 28
Imunodeficiência 30
Imunodeficiência primária 30
Imunodeficiência secundária 31
Interações neuroimunoendócrinas 31
Regulação do sistema imune pelo sistema nervoso central 33
Vias hormonais de regulação da função imunológica 34
Efeitos dos glicocorticoides no sistema imunológico 35
Glicocorticoides e citocinas 35
Glicocorticoides e moléculas de adesão 36
Glicocorticoides e mediadores inflamatórios 36
Referências 38
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O sistema linfático é composto por uma série de agregados nodulares denominados de linfonodos e
que estão localizados por todo o corpo (figura 4). Os linfonodos atuam como “centrais de reconhecimento”
para as substâncias presentes na linfa. Ou seja, se houver a presença de antígenos dos patógenos, células
imunológicas farão o reconhecimento, a captura e a destruição destes patógenos, a fim de manter a
homeostase do organismo.
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Figura 4 – Morfologia dos linfonodos. A) Representação da organização estrutural e a circulação do sangue em um linfonodo. B)
Microfotografia ótica mostrando um corte transversal de um linfonodo com numerosos folículos no córtex, alguns contendo áreas
centrais de coloração mais clara (centros germinativos) e a medula central. (De Abbas; Lichtman, 2009).
imunológico autoimune.
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Já o sistema imunológico adquirido atua de maneira respostas, irão atuar diferentes células e moléculas
específica aos microrganismos por expressarem (figura 6).
receptores que se ligam a estes microrganismos e aos
seus subprodutos. A este sistema estão presentes os As respostas durante a imunidade humoral
linfócitos e seus subprodutos, os anticorpos. são mediadas pelos linfócitos B e pelos anticorpos
produzidos por ele, sendo estes secretados na
Tipos de imunidade adquirida circulação e nos líquidos das mucosas, para atuarem
sobre patógenos presentes no sangue e no lúmen dos
A imunidade adquirida pode ser denominada de órgãos mucosos (trato gastrointestinal e respiratório).
duas formas distintas de acordo com o local em que a
Por sua vez, os mecanismos da imunidade
resposta imunológica é desencadeada. Ela se classifica intracelular ou imunidade celular são mediados por
como imunidade humoral e imunidade celular. A linfócitos T, que são classificados em helpers ou
imunidade humoral é desenvolvida para responder auxiliares, responsáveis pela ativação dos fagócitos,
a patógenos extracelulares, enquanto a imunidade como os macrófagos, para destruírem os patógenos,
celular responde a patógenos intracelulares. Sendo ou em citotóxicos ou citolíticos, que agem através da
assim, dependendo do local em que ocorrem tais apoptose celular, destruindo a célula que apresente
o patógeno.
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Os leucócitos
As células brancas do sangue são classificadas primariamente como leucócitos. Proporcionalmente, os
leucócitos estão presentes no sangue em número muito menor do que as células vermelhas (hemácias). A
cada 1 µl de sangue estão presentes 5 milhões de hemácias e apenas 7.000 leucócitos. Os leucócitos são
classificados em seis grupos básicos:
1. Eosinófilos;
3. Neutrófilos;
5. Linfócitos;
6. Células dendríticas.
As células do sistema imunológico também podem ser classificadas de acordo com a sua funcionalidade
ou a sua morfologia em:
2. Fagócitos são responsáveis por englobarem os seus alvos através da formação de pseudópodes.
Neste grupo estão presentes os neutrófilos, os macrófagos, os monócitos e os eosinófilos;
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% de células
brancas no Raros 50-70% 1-3% 1-6% 20-35% -
sangue
Linfócitos B,
Denominados “polis” Também
Células de memória
ou “segmentados” Denominados denominadas
Subtipos e Plasmócitos
formas imaturas sistema células de
abreviatura Linfócitos T, Células
denominadas fagocítico Langerhans,
dos nomes T citotóxicas
“bandas” e mononuclear células
Células T auxiliares
“punhaladas” veladas
Células natural killer
Reconhecem
Liberam patógenos e
substâncias Ingerem e Respostas ativam outras
Destroem
químicas que destroem específicas ao células do
Funções Ingerem e destroem invasores,
medeiam invasores invasor, incluindo sistema
primárias invasores particularmente
respostas Apresentação produção de imunológico
parasitas
alérgicas e de antígeno anticorpos através da
inflamatórias apresentação
de antígenos
Fagócitos
Granulócitos
Células Células citotóxicas
Classificações
citotóxicas (alguns tipos)
Células apresentadoras de antígenos
Tabela 2 – Visão geral dos leucócitos. (De Silverthorn, 2003).
Imunidade Inata
A imunidade inata é considerada a primeira Além disso, a imunidade inata é capaz de ativar as
linha de defesa do organismo, sendo que os seus respostas imunológicas adquiridas, proporcionando
componentes formam o sistema imunológico inato. maior eficácia destas. A imunidade adquirida utiliza
mecanismos da imunidade inata para a manutenção
Por muito tempo acreditou-se que a imunidade da homeostasia do organismo, ocorrendo constante
inata fosse inespecífica e fraca, e consequentemente comunicação entre os mecanismos de ação da
ineficaz no controle às infecções. Entretanto, imunidade inata e da imunidade adquirida.
atualmente está claro que a imunidade inata é
direcionada especificamente contra microrganismos,
sendo um importante mecanismo de controle
homeostático inicial.
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Tais receptores são denominados de receptores 1. Exibe uma forma de defesa imune
de reconhecimento de padrões (PAMP, pathogen muito primitiva, que ocorre através
associated molecular patterns), que reconhecem um da fagocitose, mas também;
grande número de agentes patogênicos, como por 2. Expressão moléculas de MHC (complexo de
exemplo, pelo reconhecimento dos lipopolisacarídeos histocompatibilidade principal) e atua como
(LPS) em bactérias Gram-negativas uma célula apresentadora de antígeno, função
esta que faz parte da evolução das células T.
Diferindo, portanto, do sistema imunológico
adquirido em que diferentes anticorpos reconhecem É possível identificar tais sistemas de defesa inatos
diferentes antígenos. Isso se deve pela forma como os devido à sua relação com organismos primitivos. Por
receptores nestas classes de células são codificados. exemplo, os receptores da família Toll-like (TLR, sigla
Os receptores do sistema imunológico inato são em inglês) presente nos macrófagos de mamíferos
codificados na linhagem germinativa, apresentando e que estão envolvidos com a fagocitose, foram
diversidade limitada de receptores. primariamente identificados em insetos.
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exercendo diversas funções no desenvolvimento da quando secretada por outros tecidos, exerce ação
inflamação e na ativação de outros leucócitos. pró-inflamatória.
Entre as suas ações estão a adesão e migração Neste momento vamos nos concentrar nas suas
de leucócitos, a regulação do macrófago ativado ações pró-inflamatórias. A IL-6, que é produzida no
e da resposta imune tecidual, a modulação da fígado e no endotélio vascular, na inflamação atua na
hematopoiese e o desenvolvimento de linfócitos. O indução secundária de IL-1. Quando analisados os
TNF-α ligado ao seu receptor induz a trimerização efeitos gerais da IL-1, além de atuar com o aumento
deste na superfície da célula, que leva à ativação da inflamação local, ela é produzida pelo organismo
de diversas vias intracelulares. Uma destas vias se a fim de buscar a sua homeostase.
dá através da ativação da caspase 8, que culmina
na apoptose celular. Outra via se traduz na ativação A chegada dos leucócitos na inflamação
do fator de transcrição AP-1 e NF-κβ que ativam é dependente das quimiocinas e
diversos genes envolvidos na resposta imune inata das moléculas de adesão
e adaptativa.
Os mecanismos de controle da migração dos
As vias de sinalização responsáveis pela ativação leucócitos no tecido inflamado são extremamente
da NF-κβ são evolutivamente antigas, sendo descritas estudados devido à sua importância biológica e
em diversas espécies. médica. Tais mecanismos são aplicados para o
movimento das células que ocorre entre os tecidos
A interleucina-1 (IL-1) é outra importante citocina linfoides durante toda a vida.
pró-inflamatória. Ela é produzida em muitas células
do corpo e exerce funções semelhantes ao TNF-α, O direcionamento dos leucócitos pelo corpo
entretanto os seus receptores são muito diferentes. é determinado pela interação entre as células
circulantes e o endotélio dos vasos sanguíneos. A
A IL-1 induz a adesão de moléculas no endotélio e migração leucocitária é controlada pela sinalização
promove a migração de leucócitos. Entre as diferentes de moléculas que são expressas na superfície do
funções que a IL-1 exerce, uma das mais importantes endotélio e que estão presentes principalmente
é a indução da febre. A IL-1 atua diretamente em nas vênulas. Isso ocorre porque as moléculas de
centros hipotalâmicos, controlando a temperatura sinalização e as moléculas de adesão que controlam
corporal. a migração são seletivamente expressas nas vênulas.
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1. Os leucócitos circulam pelas vênulas mais 3. Com o aumento da ativação dos leucócitos
lentamente e, se interagem com moléculas e das integrinas, com o endotélio
de adesão denominadas de selectinas; promove a migração dos leucócitos.
2. Com isso os leucócitos conseguem gerar
A migração trans-endotelial é um processo que
respostas sinalizando em moléculas
envolve os leucócitos e as células do endotélio,
presentes na superfície do endotélio, em
ocorrendo entre as junções das células endoteliais.
particular as quimiocinas, de acordo com
A figura 7 apresenta a sequência de eventos que
o leucócito presente será expresso um
envolvem a migração dos leucócitos pelas células
determinado receptor de quimiocina;
endoteliais no local em que há a infecção.
Figura 7 – Sequencia de eventos na migração dos leucócitos para os locais de infecção. (De Abbas; Lichtman, 2009).
Imunidade adquirida
Como mencionado anteriormente, a imunidade imunológica, notamos que o sistema imune é capaz
adquirida atua de maneira mais eficaz no controle a de responder de maneira mais eficaz a exposições
infecções e agressões ao organismo, já que possui repetidas ao mesmo patógeno/antígeno.
mecanismos mais precisos de controle do organismo,
como especificidade e memória. Esse mecanismo se traduz através da resposta
imunológica primária, em que linfócitos maduros
Quando analisamos a especificidade da resposta preexistentes interagem com o patógeno/antígeno
imunológica, notamos que as células do sistema ou até mesmo com o epítopo (fragmento de
imune, ao interagirem previamente com um antígeno). Com isso, de acordo com a teoria da
determinado patógeno/antígeno, isso resultará seleção clonal, já comentada, estes linfócitos são
em uma resposta mais acentuada e mais eficaz a capazes de produzirem receptores específicos para
novas exposições a um mesmo patógeno/antígeno. estes patógenos/antígenos e consequentemente
De modo semelhante, ao analisarmos a memória
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Linfócitos maduros são encontrados por todo o corpo, no sangue e no sistema linfático, e, em grande
parte, concentrados em regiões especializadas do sistema imune como linfonodos, timo, baço e placa de
Peyer.
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Os linfócitos são classificados de acordo com os fragmentos deste antígeno sinalizando para outras
o seu tamanho e com a sua granulosidade. As células do sistema imune.
células Natural Killer (NK) são células que possuem
tamanho grande e com alta granulosidade. Estas O MHC de classe II apresentam os antígenos de
células são responsáveis pela resposta imune inata células T CD4+ (auxiliares ou helpers).
e não expressam receptores antigênicos. Outros
dois linfócitos que possuem tamanho pequeno são Entre os linfócitos T, os linfócitos T CD4+ são
denominados de linfócitos B ou células B, e linfócitos denominados de auxiliares ou helpers por auxiliarem
T ou células T. os linfócitos B na produção de anticorpos e as células
fagocitárias a “ingerirem” os microrganismos. Por
Os linfócitos B atuam na imunidade humoral. sua vez, os linfócitos T CD8+ são denominados de
Estes linfócitos possuem a capacidade de produzirem citotóxicos ou citolíticos por serem responsáveis pela
anticorpos que se inserem nas suas membranas apoptose das células que apresentam patógenos
e atuam como receptores no reconhecimento de intracelulares.
antígenos, iniciando o processo de ativação das
células. As células T exercem múltiplos papéis na imunidade
e nas doenças, dependendo do seu fenótipo após a
Já os linfócitos T atuam na imunidade celular. sua diferenciação. Diferentemente do receptor da
Estes linfócitos são capazes de reconhecer epítopos célula B (BCR, sigla em inglês), o receptor da célula
(pequenos fragmentos de antígenos) que são T (TCR, sigla em inglês) não reconhece diretamente
ligados a moléculas de apresentação especializada, partículas estranhas ou patógenos, sendo necessário
denominadas de moléculas de histocompatibilidade que haja a apresentação destes pelo MHC. Este
principal (MHC, sigla em inglês), na superfície de reconhecimento depende das células T.
células denominadas de células apresentadoras de
antígenos (APC, sigla em inglês). Em humanos, as Além disso, os receptores de antígenos das células
proteínas MHC são denominadas de antígenos B possuem a capacidade de reconhecimento de uma
leucocíticos humanos (HLA). grande variedade de macromoléculas (proteínas,
polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos), bem
São conhecidas duas classes de MHC: MHC de como pequenas substâncias químicas que estejam
classe I e MHC de classe II. O MHC de classe I está inertes ou associadas à superfície celular.
presente na superfície de todas as células nucleadas
reconhecendo peptídios presentes na membrana da Já os receptores das células T só conseguem
própria célula e patógenos intracelulares como vírus. reconhecer fragmentos de antígenos proteicos e que
Neste caso, as células que apresentarem os antígenos sejam apresentados por proteínas especializadas
através deste complexo sofrerão o processo de nas células do hospedeiro, ou seja, deve haver a
apoptose, morte celular. apresentação destes pelo MHC.
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reconhecimento quando analisamos as ações dos Esta ativação faz com que as células dendríticas
linfócitos B e os linfócitos T. expressem receptores de superfície específicos para
citocinas quimioatrativas, as quimiocinas, resultando
O reconhecimento de antígenos pelos linfócitos B na migração das células dendríticas para os linfonodos
desencadeia a resposta imune humoral através da através dos vasos linfáticos e, posteriormente,
formação de anticorpos. Por sua vez, o reconhecimento ativando os linfócitos T, ativação que ocorre pela
de antígenos pelos linfócitios T desencadeia a apresentação dos fragmentos de antígenos pelas
resposta imune celular, assim como há a produção de moléculas de MHC. Diferentes tipos de células
citocinas pró-inflamatórias como o fator de necrose apresentadoras de antígenos desempenham funções
tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina-1 (IL-1). distintas nas respostas imunológicas dependentes de
linfócitos T. Grande parte das respostas imunológicas
Nos epitélios, assim como nos órgãos linfoides
por células T é desencadeada pelas células dendríticas.
periféricos e em menor quantidade em outros órgãos,
Além destas células, há a ativação dos linfócitos
há a presença de células apresentadoras de antígenos
T pelos macrófagos que realizam a fagocitose dos
profissionais (APCs), células estas como as células
microrganismos, apresentando os seus antígenos
dendríticas, expressam receptores de membrana que
para as células T efetoras, que, por sua vez, sinalizam
interagem com os microrganismos, realizando a sua
para os macrófagos destruírem o microrganismo.Já
fagocitose (figura 10).
no processo de resposta imune humoral, os linfócitos
B ingerem os antígenos proteicos, que posteriormente
serão apresentados para os linfócitos T CD4+ e que
culminará no desenvolvimento da resposta imune
humoral. As células apresentadoras de antígenos
são responsáveis tanto pela ativação dos linfócitos T
CD4+, quanto T CD8+, para o desencadeamento da
resposta imune celular. Essa diferença de sinalização
ocorre de acordo com o tipo de patógeno que dá
início à resposta imunológica. Quando a resposta
imunológica celular é iniciada contra bactérias, por
exemplo, a resposta do sistema imune resulta na
ativação de linfócitos T CD4+. Em contrapartida,
a infecção de células por vírus gera a ativação de
Figura 10 – Processo de englobamento de bactérias por linfócitos T CD8+, estes são responsáveis por ativar
fagocitose em células do sistema imunológico. (De Zanuto; os mecanismos de apoptose celular, “destruindo” a
Lorenzeti; Lima; Carnevali Jr., 2009).
célula infectada. O reconhecimento dos antígenos
pelos linfócitos B ocorre de maneira mais simples que
Adicionalmente tais microrganismos estimulam
para os linfócitos T. Os linfócitos B reconhecem uma
a imunidade inata através da ligação com os
grande variedade de antígenos que inclui proteínas,
receptores Toll-like (TLRs) em células dendríticas e
polissacarídeos, lipídios, substâncias químicas de
em macrófagos residentes nos tecidos, o que por sua
pequeno tamanho. Antígenos estes que podem estar
vez resulta na liberação de citocinas pró-inflamatórias
presentes na superfície dos patógenos ou podem ser
TNF-α e IL-1. Esta série de eventos resulta na
solúveis. Este reconhecimento ocorre pela liberação
ativação das células dendríticas que até então eram
de anticorpos na corrente sanguínea e nos líquidos
consideradas “imaturas” por não serem capazes de
das mucosas que se ligam aos antígenos, levando à
ativarem os linfócitos T.
sua neutralização e eliminação.
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As respostas imunes das células T têm como objetivo responder a infecções geradas por microrganismos
intracelulares. Duas situações distintas podem ocasionar em infecção intracelular da célula do hospedeiro
por patógenos. No primeiro caso, microrganismos que são fagocitados por APCs apresentam resistência
às atividades microbicidas dos fagócitos, com isso conseguem sobreviver e se multiplicar dentro da célula
do hospedeiro, utilizando os nutrientes desta célula. Em outra situação, patógenos virais podem se ligar a
receptores presentes na superfície da membrana das células, sendo transportados para o citoplasma destas
células, e se multiplicar, assim como o DNA viral pode se associar ao DNA da célula hospedeira produzindo
proteínas virais na célula infectada.
Para que os linfócitos T possam responder a patógenos presentes nas células do hospedeiro é
necessária a interação destes linfócitos com outras células, como, por exemplo, os fagócitos, com a célula
do hospedeiro infectada ou com os linfócitos B. E a especificidade das células T em responder apenas
aos patógenos se deve pela
apresentação dos antígenos pelas
moléculas de MHC. As respostas
das células T são mediadas
pela interação entre diferentes
receptores de membrana.
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secretarem citocinas como a interleucina-12 (IL-12), morte dos linfócitos T CD4+, mas não dos linfócitos T
atuando na diferenciação dos linfócitos T. CD8+, tornando a ação destes ineficiente.
Para que haja a ativação dos linfócitos T CD8+ Respostas imunes mediadas pelas células B
são necessários o reconhecimento dos antígenos
associados ao MHC de classe I, além da coestimulação As células B ou linfócitos B são responsáveis pela
e/ou a interação dos linfócitos T CD4+. Esse conjunto resposta imunológica humoral, ou seja, responde a
de eventos é responsável pelo desencadeamento microrganismos e toxinas extracelulares, resposta
da apoptose da célula infectada do hospedeiro por esta que é mediada por anticorpos produzidos por
células apresentadoras de antígenos, sobretudo por estes linfócitos.
células dendríticas.
O mecanismo de resposta imune mediada
Isso pode ocasionar a apresentação cruzada do pelos linfócitos B se inicia através da expressão
antígeno pelas células apresentadoras de antígenos, de duas classes de anticorpos denominadas de
desta forma, uma mesma APC pode apresentar o imunoglobulinas (Ig) que se inserem na membrana
antígeno através de moléculas de MHC de classe I e dos linfócitos B virgens. Estes anticorpos são a IgM e
MHC de classe II resultando na ativação concomitante a IgD, e atuam como receptores para os antígenos.
de linfócitos T CD4+ e linfócitos T CD8+.
Após a ativação dos linfócitos B, pela ligação dos
A ativação dos linfócitos T CD4+ expressam antígenos às imunoglobulinas IgM e IgD, presentes
citocinas e proteínas de membrana que auxiliam na membrana destes linfócitos, ocorre o processo
na ativação dos linfócitos T CD8+. Desta forma as de expansão clonal, resultando na proliferação
respostas imunológicas mediadas pelos linfócitos T de linfócitos específicos para antígenos e na
CD8+ são dependentes dos linfócitos T CD4+. Esse diferenciação destas células em células efetoras
fator se correlaciona quando analisamos os efeitos do que atuam na secreção ativa de anticorpos contra
vírus da imunodeficiência humana (HIV), que atua na antígenos (figura 12)
Figura 12 – Fases das respostas imunes mediadas pelas células B. (De Abbas; Lichtman, 2009).
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A produção de anticorpos ocorre após a Por outro lado, antígenos não proteicos estimulam
estimulação dos linfócitos B pelos antígenos nos a produção de anticorpos pelos linfócitos B sem
órgãos linfoides periféricos, linfonodos, baço e tecido que haja a necessidade da ativação dos linfócitos
linfoide associado à mucosa. Após serem produzidos T. A resposta imunológica mediada pelos anticorpos
os anticorpos são direcionados para a corrente desencadeia um processo chamado de opsonização
sanguínea, atuando em qualquer região do corpo e fagocitose. A opsonização é caracterizada pela
que haja uma infecção e nas regiões das mucosas, ligação de anticorpos IgG1 e IgG3 no microrganismo,
prevenindo a infecção por microrganismos. formando-se uma região Fc, região esta que possui
afinidade com receptores FcγR1 (CD64) presentes
Os mecanismos de ação dos anticorpos nas membranas dos neutrófilos e macrófagos. Em
secretados pelos linfócitos B são classificados como resposta a esta ligação, ocorre a fagocitose do
dependentes dos linfócitos T ou independentes microrganismo opsonizado formando uma vesícula
dos linfócitos T, representando ou não a necessidade denominada de fagossoma, que se funde com os
da sinalização dos linfócitos T CD4+. lisossomos para a destruição do microrganismo.
Os linfócitos B respondem a uma grande variedade A ativação dos neutrófilos e macrófagos produzem
de antígenos que incluem proteínas, polissacarídeos, grandes quantidades de espécies reativas de
lipídios e outras substâncias químicas. Antígenos oxigênio, óxido nítrico e enzimas proteolíticas em
proteicos são apresentados pelas APC através das seus lisossomos que são responsáveis pela destruição
moléculas de MHC. Esta apresentação ativa os dos microrganismos ingeridos por fagocitose.
linfócitos T CD4+ que são responsáveis por ativarem
os linfócitos B. A opsonização e fagocitose são os principais
mecanismos de defesa contra bactérias encapsuladas,
Se não houver a ativação dos linfócitos T CD4+ como por exemplo, os pneumococos (Streptococcus
para os antígenos proteicos, a produção de anticorpos pneumoniae) que é uma bactéria gram-positiva,
pelos linfócitos B pode se tornar inexistente. Esse que pertence ao gênero Streptococcus (formato de
mecanismo de ativação da resposta imunológica cocos), sendo a principal causa de pneumonia e
pelos linfócitos B é caracterizado como dependente meningite em adultos.
dos linfócitos T.
Entretanto, existem microrganismos que são demasiadamente grandes para serem fagocitados como os
helmintos, neste caso anticorpos IgE são responsáveis pela opsonização dos helmintos ativando receptores
FcεRI presentes em eosinófilos, liberando os seus grânulos que contêm proteínas tóxicas para os helmintos.
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Figura 13 – Opsonização e eliminação de microrganismos. A) Opsonização do microrganismo por anticorpo IgG, ligação destes com
os macrófagos que faram a sua fagocitose e destruição através da produção de espécies reativas de oxigênio, óxido nítrico e enzimas
proteolíticas; B) Opsonização do microrganismo (helminto) por anticorpo IgE, ligação e ativação de eosinófilos que faram a liberação
de grânulos contendo proteínas toxicas para os helmintos e consequentemente a sua eliminação (De Abbas; Lichtman, 2009).
Na resposta inflamatória aguda ocorre uma série Por sua vez, a resposta inflamatória crônica ocorre
de eventos que envolvem a liberação de substâncias de acordo com a natureza das células inflamatórias
como água, íons e proteínas dos compartimentos que aparecem nos tecidos, podendo ocorrer em
vasculares, ativação de células endoteliais, interação situações em que a resposta inflamatória aguda se
entre leucócitos e o endotélio vascular, ativação torna excessiva ou prolongada, gerando danos aos
de macrófagos teciduais, ativação de proteínas do tecidos e órgãos.
sistema do complemento, liberação de proteases
e radicais livres pelos fagócitos, eventos estes Inflamação aguda
que auxiliam na resposta à lesão. Essa lesão pode
ser decorrente de traumas físicos ou químicos, As respostas inflamatórias agudas são definidas
organismos infecciosos ou outros fatores que gerem como uma série de eventos dos tecidos que
danos nos tecidos. podem ocorrer dentro das primeiras horas após
a lesão. Normalmente em processos infecciosos
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Por este motivo, o evento inicial causado por um Com o desencadeamento do processo inflamatório
dano tecidual é a coagulação do sangue no local do inicial, há a migração de diferentes tipos de células
dano vascular, momento este em que há a liberação para o local, células estas como: células endoteliais,
de fibrinogênio, fibronectina e trombospondina pelas células dendríticas e fibroblastos intersticiais que
plaquetas, que permite a agregação homotípica, bem liberam eicosanoides e citocinas pró-inflamatórias,
como a aderência ao colágeno. resultando na amplificação da resposta inflamatória
e na migração leucocitária.
Tais mecanismos atuam não apenas na formação
de uma espécie de “tampão” temporário, mas também Há neste momento a formação de espécies
dá início a uma cascata de sinalização que resulta reativas de oxigênio e de diversas proteases que
no desencadeamento de processos inflamatórios atuam na destruição de possíveis agentes infecciosos
através da liberação de aminas vasoativas, proteases e de células danificadas no local da inflamação. Em
lisossômicas e da formação de eicosanoides. condições normais o desencadeamento de processos
inflamatórios se desenvolve de forma coordenada a
Plaquetas direcionadas para a região atuam no fim de promover a reparação tecidual. Entretanto, o
processo de cicatrização pela liberação de fatores de dano aos tecidos normais pode ocorrer de maneira
crescimento como: indesejada durante este período.
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A PGE2 medeia a resposta à febre central, age de organismo responder a doenças de maneira aguda,
maneira sinérgica com a bradicinina e a histamina e aumenta a chance de desenvolvimento de doenças
para aumentar a permeabilidade vascular e o edema. relacionadas com a obesidade, tais como cardiopatias
Os níveis de PG, que normalmente se mantêm baixos e diabetes mellitus.
em condições normais, elevam-se rapidamente
durante processos inflamatórios agudos, sendo Embora as intervenções farmacológicas sejam
potencializados com a migração leucocitária e eficazes na supressão da inflamação e no controle
decorrente do aumento de citocinas pró-inflamatórias. dos sintomas, não corrigem problemas metabólicos
desencadeados pelas doenças inflamatórias.
Outro mediador inflamatório formado são os
leucotrienos, sua importância depende do órgão-alvo Neste sentido o exercício físico tem sido proposto
de uma resposta inflamatória. como uma importante ferramenta não farmacológica
para evitar a perda de massa muscular, aumentar a
Isso se torna claro quando utilizados antagonistas utilização de gordura diminuindo os estoques lipídicos
para leucotrienos se mostra eficaz na asma, mas isso do organismo, e consequentemente favorecendo o
não ocorre na artrite reumatoide. metabolismo energético.
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para fornecer sinais anabólicos necessários para o Uma característica da IL-6 é o fato de poder ser
músculo esquelético, e que o treinamento de força secretada por diferentes células, tanto em condições
pode melhorar a função muscular. inflamatórias quando em condições não inflamatórias.
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e a IL-1, juntamente com a infiltração de macrófagos mais elevada também em indivíduos sedentários ou
no tecido adiposo. Desta forma, a obesidade é inativos do que em indivíduos treinados.
considerada um quadro inflamatório crônico.
A região promotora do gene da IL-6 contém sítios
Soma-se a este fator a resistência a ação da de ligação para o fator nuclear kappa B (NF-κB) e para
insulina decorrente de tal processo inflamatório, proteínas de choque térmico (HSP) que contribuem
e que pode levar ao desenvolvimento de diversas para a transcrição do gene da IL-6. O NF-κB é um
doenças, como diabetes mellitus do tipo 2. fator de transcrição redox que pode ser ativado por
espécies reativas de oxigênio e pelas concentrações
A IL-6 como uma miocina de cálcio intracelular.
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A IL-6 reduz a síntese de glicogênio hepático de Devido à proximidade das células epiteliais com o
maneira insulino-dependente, e reduz a absorção meio externo e a sua exposição a antígenos o sistema
de glicose em adipócitos pela ativação da proteína imunológico das mucosas é regulado para responder
SOCS-3 (supressor de sinalização de citocinas-3) a exposição a tais antígenos. As células caliciformes
e pela diminuição da regulação da transcrição do presentes nos epitélios são responsáveis pela síntese
substrato do receptor de insulina 1 (IRS-1) e pelo de uma proteína denominada de mucina 2 (MUC2),
transportador de glicose (GLUT-4). que se dissolve em água formando o muco presente
nos epitélios. O muco além de atuar como uma
Entretanto, mais estudos são necessários para barreira física e biológica é responsável por manter
maiores e melhores explicações a cerca destas ações. concentrações adequadas de antígenos.
Sistema imunológico das Além das células epiteliais atuarem como uma
mucosas barreira física, em órgãos como os pulmões, intestino
e trato gênito urinário, eles exercem papel ativo
A fonte mais importante de estimulação do sistema na imunidade inata e adaptativa pela presença de
imunológico é o ambiente externo que compreende células com macrófagos, células dendriticas, células
a microbiota das mucosas, microrganismos polimorfonucleadas e linfócitos, além da microbiota
potencialmente patogênicos, antígenos presentes presente no lúmem.
nos alimentos e alérgenos. Todos estes estão
largamente presentes nas membranas das mucosas. As células epiteliais são responsáveis por secretar
Esta enorme variedade de microrganismos resulta uma série de citocinas pró-inflamatórias como: IL-
em uma distribuição estratégica de células envolvidas 1α, IL-1β, IL-15, TNF-α e IL-6, além de citocinas
na captação, processamento e apresentação de anti-inflamatórias como TGF-β e IL-10, sendo que
antígenos, na produção de anticorpos, na secreção a secreção destes depende da interação das células
de citocinas e nas células mediadoras da imunidade. epiteliais com patógenos ou produtos tóxicos.
Desta maneira o sistema imunológico das A síntese destas citocinas pelas células epiteliais
mucosas atua como uma primeira linha de defesa apresenta uma importante correlação entre os
do organismo. Isso se observa, por exemplo, em processos inflamatórios decorrentes nesta região e
relação ao trato intestinal, que apresenta maiores a regulação da ativação e da expansão de linfócitos
quantidades de macrófagos e células T do que T, na regulação local dos linfócitos B e na produção
em qualquer outro tecido. Consequentemente, de anticorpos e na regulação funcional da barreira
mecanismos da imunidade inata e adaptativa estão per se.
presentes no sistema imunológico das mucosas,
atuando com grande importância contra infecções Outro aspecto funcional da barreira epitelial é
geradas por microrganismos presentes no ambiente. representado pela interação entre o epitélio e os
componentes adaptativos dos tecidos linfoides
Sistema imunológico inato das associados as mucosas (MALT), com a habilidade
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Isto se torna claro pela presença de receptores de competentes presentes nas mucosas a fim de gerar
reconhecimento de padrão que estão presentes uma resposta imunológica eficiente.
nestas regiões e que interagem com produtos desta
microbiota. O tecido linfoide associado ao intestino (GALT,
sigla em inglês) consiste em vários em vários sítios
Os principais receptores de reconhecimento de incluindo as placas de Peyers, placas colônicas, o
padrão e que atuam através do desencadeamento apêndice e os folículos linfoides isolados.
da imunidade inata nestas regiões são os receptores
Toll-like (TLR). No trato respiratório, os principais tecidos
presentes na resposta a antígenos são as tonsilas
Células epiteliais do trato respiratório, genital palatinas e as adenoides, que juntas formam uma
e gastrointestinal expressam diferentes tipos de barreira física do tecido linfoide denominada de anéis
receptores Toll-like que se associam com patógenos de Waldeyers, bem como tecido linfoide associado à
de acordo com o tipo de sinal gerado, como, por nasofaringe (NALT, sigla em inglês).
exemplo:
Através da interação com células apresentadoras
• TLR2, peptideoglicano das
de antígenos presentes nos tecidos linfoides
bactérias gram-positivas;
associados às mucosas, as células T e B reconhecem
• TLR3, dupla fita de um RNA viral; os antígenos, gerando respostas imunológicas mais
• TLR4, lipopolissacarídeo (LPS) de eficientes.
bactérias gram-negativas;
• TLR5, flagelinas das bactérias;
Imunodeficiência
• TLR6, modificações CpG de DNA Imunodeficiência primária
Essas moléculas são inicialmente classificadas A imunodeficiência primária é resultado de
como: patógenos associados com padrão molecular defeitos intrínsecos nas células do sistema imune,
(PAMP, sigla em inglês). A ativação dos TLR desencadeando ausência ou falha da função
desencadeia a sinalização de uma cascata inflamatória normal de um ou mais elementos do sistema
em resposta ao microrganismo. imunológico, sendo determinado em grande parte
por alterações genéticas.
Sistema imunológico
adquirido das mucosas Doenças específicas do sistema imunológico
deficiente envolvem anormalidades do linfócito
Além da presença de células do sistema imune T ou linfócito B. Por outro lado, doenças não
inato, o sistema imunológico das mucosas é específicas do sistema imunológico deficiente
constituído também por mecanismos bem controlados envolvem anormalidades de elementos como
da imunidade adquirida. sistema do complemento ou fagócitos. Doenças do
sistema imunológico deficiente causam aumento da
A evolução do tecido linfoide presente no trato suscetibilidade à infecção. As infecções presentes em
respiratório e gastrointestinal ocorreu de forma a pacientes com imunodeficiência são classificadas, de
facilitar a captação, processamento e apresentação um modo geral, em duas categorias:
de antígenos para células imunologicamente 1. Pacientes com defeitos nas imunoglobulinas,
proteínas do complemento ou fagócitos são
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Exercícios intensos são responsáveis por aumentar Em condições normais, tais mecanismos de
de maneira exponencial a secreção de catecolaminas controle bidirecionais de sinalização existentes
(adrenalina e noradrenalina). A expressão de entre os sistemas neural, endócrino e imunológico
receptores β-adrenérgicos em linfócitos T, B e NK, são controlados por alças de feedback negativo,
em macrófagos e neutrófilos fornecem a base para buscando-se assim a homeostase do organismo. Já
a influência do sistema endócrino sobre o sistema perturbações destes sistemas podem acarretar o
imunológico. desenvolvimento de doenças.
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O estresse induzido no organismo pelas condições Trabalhos de Pedersen et al. (1990) sugerem que
fisiológicas do exercício provoca muitas reações a diminuição de células NK após o exercício decorra
no sistema imunológico, e consequentemente tem pelo aumento das prostaglandinas. Corroborando
estimulado uma série de pesquisas que buscam com o trabalho de Droller et al. (1978) que mostra
analisar as interações entre o exercício físico e os que a atividade das células NK diminui em parte com
sistemas imunológico, endócrino e neural. a presença das PGE1, PGE2 e PGD2.
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4 horas. Este período de tempo é denominado de Segundo McCarthy e Dale (1988), um dos pontos
“janela imunológica”. mais importantes do exercício físico sobre o sistema
imunológico é a formação de neutrófilos após a
Sistema imunológico das realização de exercício físico agudo.
mucosas e exercício físico
O exercício físico atua como um gatilho sobre uma
O sistema imunológico das mucosas é considerado série de alterações nas populações de neutrófilos
por muitos imunologistas como a primeira barreira de de diferentes formas. As respostas dos neutrófilos a
proteção contra microrganismos oportunistas. infecções incluem aderência, quimiotaxia, fagocitose,
atividade oxidativa e degranulação.
Nas mucosas há a produção de anticorpos IgA,
estes representando de 10 a 15% do total de De modo geral, o exercício físico moderado aumenta
imunoglobulinas presentes no sangue. Os níveis as funções dos neutrófilos, incluindo quimiotaxia,
de IgA estão diretamente correlacionados com a fagocitose e atividade oxidativa. Já os exercícios de
incidência de infecções do trato aéreo superior. alta intensidade e longa duração reduzem as funções
dos neutrófilos, com exceção da quimiotaxia e da
Trabalhos de Tomasi et al. (1982) mostram menor degranulação, que não são afetadas.
concentração de IgA salivar em esquiadores cross-
country após competição, resultado este que se
correlaciona com trabalhos realizados por MacKinnon
et al. (1994), que mostraram redução de 70% das
concentrações salivares de IgA após a realização
de um protocolo intenso e de longa duração em
cicloergômetro.
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