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Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário ,


• Tribunal de Justiça ,
Comarca de Campos dos doytacazes
Cartório da 2' Vara Civel ' • . . .
. Avenida Quinze de Novembro, 289 CEP: 28035-100 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ e-mail:
cam02vciv©tjrj.jus.br

Processo: 0003897 04.20143.19.0014


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Classe/Assunto: Procedimento Ordinário - Fornecimento de Medicamentos


Autor. PEDRO HILARIO LOURENÇO DA MOTA •
Representante Legal: CAROLINA PINHEIRO LOURENÇO DA MOTA
Réu: MUNICIPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Réu:' ESTADO DO RIO DE JANEIRO

• Nesta data, faço os autos conciáos ao MM. Dr. Juiz


Felipe Pinelli Pedalino Costa

Em 18/12/2014

- Cuida-se de ação proposta por Pedro'Hilário Lourenço da Mota em face de Município de Campos
-dos Goytacazes e do Estado do Rio de Janeiro, com pedido de tutela antecipada, objetivando a
condenação dos réus ao fornecimento de custeio para tratamento.
A parte autora alega que é portadora das síndromes de Pierre Robin E Moebius, necessitando de
tratamento descritos na inicial, mas não dispõe de recursos para arcar com sei, custeio.
• Acrescenta que constitui dever dos réus garantir o fornecimento do tratamento indispensável à
manutenção da sua saúde e da sua vida, conforme estabelece a Constituição Federal..
•A vista desses fatos, sustenta ter direito ao fornecimento dos medicamentos de que necessita.
lnstrumentando a peça inaugural vieram os documentos de fls. 11/27.
O pedido de tutela antecipada foi deferido pela decisão de fl. 29,'
Regularmente citado, o primeiro réu (Município) ofereceu a contestação de fls. 34/42:
Despacho de fls. 61 deferindo busca e apreensão de valor para custeio do tratamento.
Contestação do 2° réu às fls. 79/85. - .
Agravo de instrumento de fls. 89/99.
Réplica de fls. 105/108.
Em provas, nada foi requerido (fls. 114/115/116).
Acórdão decidindo pelo não provimento do recurso em fls. 117
O órgão do Ministério Público exarou parecer às fls. 129, opinando pela procedência do pedido.

È O RELATÓRIO. FUNDAMENTO E DECIDO. • - .
Primeiramente, destaco a desnecessidade de produção de outras provas, até porque não
requeridas, motivo pelo qual procedo.ao julgamento antecipado da lide. • .
Descabe o chamamento ao processo requerido pelo réu, sendo bastante atentar-se para o verbete
sumular n° 115 do TJ/RJ: é,A solidariedade dos entes públicos, no dever de assegurar o direito à
saúde, não implica na admissão do chamamento ao processot.
No mérito, melhor sorte não socorre aos réus. ,
Com efeito, a parte autora alega e comprova ser portadora de **, necessitando fazer uso dos .
medicamentos listados na inicial.
Nessa ordem de ideias,• e uma vez que a parte autora é economicamente hipossuficiente, deve o
_Poder Público ser convocado a prestar-lhe a indispensável assistência, pois o direito à saúde foi
elevado à categoria de direito fundamental assegurado no art. 6° da Carta da República, não tendo

. .

ARTHURLIMA
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca de Campos dos Goytacazes
Cartório da 2" Vara Cível
Avenida Quinze de Novembro, 289 CEP: 28035-100 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ e-mail:
cam02vcivattjrj.jus.br

o legislador constituinte se descurado de que ta saúde é direito de todos e dever do Estado,


' garantido mediante políticas sociais e .econômicaaque visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal .e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação, (CF, art. 196).
Dessa forma, soa induvidoso que os réus devém fornecer à parte autora os medicamentos de que
necessita, sendo desinfluente; diga-se de passagem, que ditos 'medicamentos estejam, ou não,
previstos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, ou que referida Relação atribua a .
outro ente federativo o fornecimento dos medicamentos em questão, ou que haja divisão de
• competências estabelecida em lei infraconstitucional. A uma, porque o legislador constituinte não
estabeleceu qualquer condição para a garantia do direito à saúde. E a duas, porque a •
responsabilidade dos entes federativos -é solidária, dignificando dizer que a autora pode exigir de
,1 qualquer deles, conjunta ou separadamente, a proteção à saúde de que necessita. No ponto, vale
trazer à colação o verbete sumular n° 65 do TJ/RJ: é,Deriva-se dos mandamentos dos artigos 6° e
•• 196 da Constituição Federal de 1988 e da ,Lei n°8080/90, ,a responsabilidade solidária da União,
Estados e Municípios, garantindo .o fundamental direito à saúde e conseqüente antecipação da
respectiva tutelat.•
.• Por. efeito conclusivo, procede integralmente a pretensão da parte autora, no sentido de lhe serem
• fornecidos os medicamentos de que necessita. •
Com'arrimo no exposto, 'JULGO PROCEDENTE O PEDIDO formulado na inicial, para confirmar a ,
tutela antecipada e condenar os réus, solidariamente, a fornecer à parte autora os custeios dos
tratamentos relacionados na peça vestibular. - •
Deixo de condenar os réus ao pagamento das custas processuais, face à isenção prevista na Lei
Estadual n° 3.350/99. .
Condeno os réus solidariamente•ao pagamento de honorários a -dvocatícios, estes fixados em R$
500,00, na forma do.art. 20, § 4°do CPC, por não se tratar de causa complexa.,A verba honorária
deverá ser recálhida a favor- do ' Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública Geral do
Estado do Rio de Janeiro.
Decorrido o prazo para recurso e não havendo interposição de recurso voluntário, certifique-se e'
remetam-se os autossao Egrégio Tribunal para fins de reexame necessário.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Campos dos Goytacazes, 18/12/2014.

Felipe Pinelli Pedalino Costa -Juiz Titular

Autos recebidos do MI: Dr. Juiz

Felipe Pinelli Pedalino Costa

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216
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Décima Sexta Câmara Cível

Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.1

APELANTE: MUNICIPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES


APELANTE: ESTADO DO RIO DE JANEIRO
APELADO: PEDRO HILARIO LOURENCO DA MOTA REP/ P/ CAROLINE PINHEIRO
LOURENCO DA MOTA
RELATOR: DES. MARCO AURÉLIO BEZERRA DE MELO

DECISÃO MONOCRÁTICA

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


TRATAMENTO MÉDICO. CUSTEIO DE DESPESAS.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. DIREITO À SAÚDE.
GARANTIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO À VIDA.
RESPONSABILIDADE DOS ENTES FEDERADOS.
ESTADO NÃO COMPROVA DISPOR DE EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR NECESSÁRIA PARA O
TRATAMENTO DO AUTOR. DESCABIMENTO DE
CONDENAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AO
PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA CONFUSÃO (ARTIGO
381, CC). EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45 QUE
CONFERIU AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E
FINANCEIRA À DEFENSORIA PÚBLICA, MAS NÃO
ALTEROU A SUA NATUREZA JURÍDICA. SÚMULA Nº
80, TJ/RJ. VERBETE SUMULAR 80-TJRJ TEM EM SEU
FUNDAMENTO A CONFUSÃO ENTRE AUTOR E RÉU,
EIS QUE A DEFENSORIA PÚBLICA É ÓRGÃO
VINCULADO AO ESTADO-RÉU, FATO QUE NÃO
OCORRE COM A MUNICIPALIDADE. INTELIGÊNCIA,
AINDA, DO VERBETE SUMULAR 421-STJ. NO
TOCANTE AO VALOR, GIZE-SE, ADEMAIS, QUE ESTE
TRIBUNAL JÁ FIXOU SEU ENTENDIMENTO, NA
FORMA DO VERBETE 182 DE SUA SÚMULA, QUANTO
AO PARÂMETRO DA INDENIZAÇÃO, NÃO PODERÁ
ULTRAPASSAR O VALOR DE MEIO SALÁRIO MÍNIMO
NACIONAL. DESTA FEITA, EM ATENÇÃO À SÚMULA,
À COMPLEXIDADE DA DEMANDA E AO DISPOSTO NO
ART. 20, §4º, DO CPC, FIXO O QUANTUM DE R$ 394,00.
PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO DO ESTADO,
NA FORMA DO ART. 557, §1º-A, DO CPC, A FIM DE
EXCLUIR A SUA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS.
PROVIMENTO DO RECURSO DO MUNICÍPIO, NOS
TERMOS DO ART. 557, §1º-A, DO CPC, REDUZINDO O
VALOR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO :000029872 Assinado em 07/03/2016 16:56:11


Local: GAB. DES MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO
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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Décima Sexta Câmara Cível

Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.2

Na forma regimental, adoto o relatório contido na r. sentença de fls.


131/v que, em ação de obrigação de fazer ajuizada por PEDRO HILÁRIO
LOURENÇO DA MOTA, representado por sua mãe CAROLINA PINHEIRO
LOURENÇO DA MOTA em face do MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES e
do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, julgou procedente o pedido, condenando
solidariamente os réus a fornecerem a parte Autora, os custeios dos tratamentos
relacionados na peça vestibular, tornando definitiva a antecipação de tutela
concedida. Condenou ainda o Município e o Estado do Rio de Janeiro ao pagamento
de honorários advocatícios fixados em R$500,00, na forma do art. 20, §4º, do CPC,
em favor do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública Geral do Estado do
Rio de Janeiro. Deixou de condenar os réus ao pagamento das custas processuais,
face à isenção prevista na Lei Estadual 3.350/99.

Irresignado, apela o Município de Campos dos Goytacazes, às fls.


133/141, contestando o valor fixado a título de honorários advocatícios, haja vista a
pouca complexidade da causa, requerendo a sua redução.

Irresignado, apela o Estado do Rio de Janeiro, às fls. 143/151,


requerendo a reforma da sentença, com a consequente improcedência do pedido, a
fim de que não seja compelido a custear o tratamento do autor em Bauru/SP, uma vez
que o tratamento é disponibilizado pelo SUS, no Estado do Rio de Janeiro. Requer
ainda, que seja excluída a condenação ao pagamento de honorários advocatícios ao
CEJUR da Defensoria Pública, ante o fenômeno da confusão.

Parecer do Ministério Público em 2º às fls. 211/215, opinando pelo


provimento parcial do recurso do Estado, para excluir a condenação da verba
honorária, e provimento do recurso do Município de Campos dos Goytacazes, para
que seja reduzida a verba honorária, em valor que não exceda meio salário mínimo
nacional.
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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Décima Sexta Câmara Cível

Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.3

É o relatório. Passo a decidir.

Presentes os pressupostos de admissibilidade dos recursos, deles se


conhecendo.

Inicialmente, em sede de reexame necessário, reafirma-se o dever solidário


de os entes públicos garantirem, em razão do direito ao acesso universal à saúde,
descrito nos arts. 6º e 196 da CRFB/88 e 293, XVIII, da Constituição deste Estado, a
assistência farmacêutica, cirúrgica e de demais procedimentos àquele que comprovar
a sua necessidade, como ocorre nos autos, fls. 22/23, onde o autor demonstra ser
portador de síndrome de Pierre Robin e Síndrome de Moebius, fazendo jus ao custeio
do tratamento médico descrito na inicial.

O Estado do Rio de Janeiro alega que o tratamento postulado pela parte


autora pode ser realizado pelo SUS do próprio Estado, mas não comprova que dispõe
de equipe multidisciplinar especializada para o tratamento das síndromes que
acometem o autor.

Assim, estando impossibilitado o Município de Campos dos Goytacazes ou


o Estado do Rio de Janeiro, diante da ausência da equipe multidisciplinar necessária
à manutenção da vida e da saúde do autor, nada mais coerente que a imposição do
custeio dos tratamentos postulado pelo autor.

Entretanto, quanto à condenação do Estado ao pagamento de honorários


advocatícios em favor da Defensoria Púbica, tal condenação resta inviável em virtude
da confusão patrimonial, tendo em vista que a Defensoria Pública é órgão do estado,
não podendo recolher honorários sucumbenciais decorrentes de condenação contra
a fazenda em causa patrocinada por defensor público. Isto porque não se pode negar
vigência ao artigo 381 do Código Civil

“Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se


confundam as qualidades de credor e devedor”.
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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Décima Sexta Câmara Cível

Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.4

Ademais, a Emenda Constitucional nº 45, que em boa hora conferiu


autonomia administrativa e financeira à Defensoria Pública do Estado, não alterou a
natureza jurídica da instituição que continua a integrar, in casu, à pessoa jurídica de
direito público Estado do Rio de Janeiro.

Logo, a mencionada condenação está em dissonância com a Súmula 80


desta Corte de Justiça, que estabelece, verbis:

“A Defensoria Pública é órgão do Estado do Rio de Janeiro.


Logo, a este não pode impor condenação nos honorários em
favor daquele Centro de Estudos, conforme jurisprudência
iterativa do STJ.”

Nesse sentido:

0124024-88.2006.8.19.0001 - APELACAO - 2ª Ementa - DES.


MAURO DICKSTEIN - Julgamento: 01/02/2011 - DECIMA SEXTA
CAMARA CIVEL
AGRAVO INOMINADO CONTRA DECISÃO QUE NEGOU
SEGUIMENTO AOS APELOS, COM BASE NO CAPUT, DO ART.
557, DO CPC E NA SÚMULA Nº 253, DO C. STJ. ORDINÁRIA.
SAÚDE PÚBLICA. FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO (BIPAP)
A HIPOSSUFICIENTE. DOENÇA GRAVÍSSIMA. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. APELAÇÕES DO ESTADO E DA AUTORA.
GARANTIA CONSTITUCIONAL E DEVER COMUM DA UNIÃO,
DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS.
SÚMULA Nº 65, DESTE E. TJRJ. CONDENAÇÃO EM
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM FAVOR DA DEFENSORIA
PÚBLICA QUE É DEVIDA SOMENTE PELA MUNICIPALIDADE.
SÚMULA 80, DESTE EGRÉGIO TRIBUNAL. INSTITUTO DA
CONFUSÃO. AGRAVO INOMINADO DESPROVIDO.

0059505-70.2007.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME


NECESSARIO - 1ª Ementa- DES. INES DA TRINDADE -
Julgamento: 24/05/2011 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL
APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIOFORNECIMENTO
GRATUITO DE MEDICAMENTOS - SENTENÇA QUE JULGOU
PROCEDENTE O PEDIDO PARA OBRIGAR O ORA APELANTE A
FORNECER GRATUITAMENTE MEDICAMENTOS REDUÇÃO DA
VERBA HONORÁRIA PARA O PATAMAR DE R$250,00.
INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO Nº 27 DO ENCONTRO DE
220
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Décima Sexta Câmara Cível

Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.5

DESEMBARGADORES - AVISO TJ Nº 55/2009. EM SEDE DE


REEXAMENTE NECESSÁRIO EXCLUO DA SENTENÇA A
CONDENAÇÃO DO ESTADO AO PAGAMENTO DE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, QUANDO A PARTE
VENCEDORA É DEFENDIDA PELA DEFENSORIA PÚBLICA, QUE
É ÓRGÃO INTEGRANTE DA ESTRUTURA DO ESTADO, NA
FORMA DA SÚMULA Nº 80 DESTE ETJRJ. PRECEDENTES
JURISPRUDENCIAIS. RECURSO AO QUAL SE DÁ PARCIAL
PROVIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, §1º-A, DO CPC.

Já no que diz respeito à condenação do Município de Campos dos


Goytacazes ao pagamento de honorários advocatícios, há que se reconhecer o dever
de se condenar a Municipalidade-ré ao pagamento de honorários quando houver
sucumbência em favor da Defensoria Pública Geral do Estado. Registre-se que o
verbete sumular 80-TJRJ tem como seu fundamento principal a existência de
confusão entre autor e réu, eis que a DPGE é órgão integrante da estrutura
administrativa deste Estado, não havendo o que se falar em confusão entre Município
e órgão pertencente a outro ente.

Registre-se, igualmente neste sentido, o disposto no verbete sumular 421-


STJ, abaixo transcrito:
Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria
Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito
público à qual pertença.

Gize-se, ademais, que a jurisprudência remansosa deste E. Tribunal


inclusive já fixou patamar para a referida condenação, nos termos do verbete sumular
182-TJRJ, na forma abaixo:

Nº. 182 "Nas ações que versem sobre a prestação


unificada de saúde, a verba honorária arbitrada em favor
do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública não
deve exceder ao valor correspondente a meio salário
mínimo nacional."
REFERÊNCIA: Processo Administrativo nº. 0013667
68.2011.8.19.0000 - Julgamento em 22/11/2010 - Relator:
Desembargadora Leila Mariano. Votação unânime.
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Apelação Cível: 0003897-04.2014.8.19.0014 FLS.6

Desta feita, deve ser condenado o réu ao pagamento dos honorários


advocatícios em favor da Defensoria Pública, fixando-se como quantum o valor de R$
394,00 (trezentos e noventa e quatro reais), em observância à súmula deste E.
Tribunal, à complexidade da demanda e ao disposto no art. 20, §4º, do CPC.

Precedente deste E. Tribunal:

0000790-23.2012.8.19.0013 - APELACAO - 1ª Ementa -


DES. RICARDO RODRIGUES CARDOZO - Julgamento:
02/07/2015 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL
OBRIGAÇÃO DE FAZER. MEDICAMENTOS.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDOS PELO
MUNICÍPIO. FIXAÇÃO. O Município deve honorários por
força da sucumbência suportada, devendo a verba ser
revertida em favor do Centro de Estudos Jurídicos da
Defensoria Pública (Súmula nº 221, desta Corte). Ao
contrário que fora alegado, houve resistência ao pedido,
portanto, não há que se afastar a condenação. Além disso,
trata-se de consectário lógico da sucumbência, não
havendo embasamento para exclusão. Recurso
manifestamente improcedente.

Ante o exposto, na forma do art. 557, §1º-A, do CPC, dou parcial


provimento ao recurso do Estado, com fito de excluir a condenação na verba
honorária, e dou provimento ao recurso do Município de Campos dos Goytacazes,
reduzindo a verba honorária para o valor de R$ 394,00 (trezentos e noventa e quatro
reais).

Rio de Janeiro, 7 de março de 2016.

Desembargador MARCO AURÉLIO BEZERRA DE MELO


Relator

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