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No que se refere especificamente à homofobia e transfobia, é impossível

não reconhecer como ela é um produto particular do machismo que


impera na sociedade patriarcal que vivemos.
Desse modo, nossa sociedade é instituída, no campo da sexualidade, por
uma norma de heterossexualidade compulsória associada à suposta
natureza superior dos homens em relação às mulheres.
Consequentemente, diferentente do pressuposto de uma comunidade gay
unida contra os preconceitos o machismo os faz discriminar aqueles que
são afeminados. “Macho”, “discreto” e “fora do meio” são adjetivos
profundamente discriminatórios e utilizados como virtudes para aqueles
que fazem questão de se diferenciar do que se entende por traços
femininos.
Por conseguinte também é possível destacar a fetichizacao de casais
lesbicos como produto dessa sociedade heteronormativa. Nesse sistema,
os corpos femininos são identificados como fonte de prazer para os
homens e o relacionamento lésbico categorizado como incompleto por
não incorporar o masculino que é socialmente aceitável apenas na figura
do homem heterossexual.
A respeito da transfobia, o machista tem desgosto ao corpo que não
corresponde à sua função biológica e social. Como eles devem justificar a
superioridade da identidade masculina num corpo biologicamente
masculino que o rejeita? E para além disso, um corpo que elege a
identidade feminina como sua expressão. É um ato revolucionário de
insubordinação ao reconhecimento do papel masculino na sociedade. A
repulsa, a aversão e a violência ao feminino atingem nesses corpos o seu
ápice.
Um dos fatos que comprovam essa repulsa na sociedade brasileira é o
número de assassinatos de pessoas trans, que equivale a 37,5 de todas as
mortes do mundo, liderando por 14 anos consecutivos esse ranking,
A masculinidade em nossa sociedade é carregada por uma ideologia de
representações fantasiosas que são criadas pela sociedade, interpretada
por pessoas de nosso meio de convívio e é nos introduzida precocemente,
assim crescemos acreditando nessas crenças.

Além disso, a imagem do homem também é um fator que muitas ideias se


baseiam. A imagem do homem sempre foi propagada pela mídia de uma
formas que sempre queria ressaltar a força e a virilidade.
Indubitavelmente a mídia proporciona uma forte significativa influência
nos valores estéticos e na imagem corporal masculina. Na década de 80,
personagens como Silvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Lou Ferrino
que interpretava o incrível Hulk se tornaram modelos de propagação da
imagem corporal construída através de músculos e pelo fato de serem
heróis cinematográficos sua propagação se difundiu por todo planeta
causando um boom nas academias e sendo referência direta aos
praticantes de musculação. Desta forma, construção da imagem masculina
é algo visto como um exemplo a ser seguido. Em contra partida o corpo
feminino é retaliado, dividido, explorado, repartido; também é humilhado,
submetido, alvo da pornografia dos outros. É um objeto das vaidades
masculinas, é terreno de exploração no jornalismo, na publicidade e no
entretenimento.

Constantemente, nos vemos uma romanização da violência em situações


principalmente onde se a uma união estável entre 2 indivíduos. Essa
romanização vem acarretada de vários casos e poucas denúncias, por
muitas vezes uma contabilização da vítima ou um grande medo da vítima
em denunciar por conta de o agressor ser o provedor mor da casa, ficando
assim presa numa relação de constante violência física, emocional ou até
mesmo sexual. Casos de violência quando são “justificados” ainda assim se
possui uma certa crítica a mulher por ter dado ao seu parceiro essa
desconfiança, passando a ideia de posse e objeto a qual é propagada
constantemente no meio midiático.

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