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Bom dia Sara e Leandro! No programa de ontem, tanto o João Carvalho quanto o Gilberto
Maringoni falaram de um texto do Trotsky, sobre Comunismo e Terrorismo.
Como se não bastasse, a gripe espanhola já andava fazendo estragos por aqui. Só no Rio de
Janeiro, em outubro de 1918, a pandemia vitimou mais de 5.500 pessoas. O próprio Venceslau
Brás contraiu a doença, mas sem maiores complicações. O que não se deu com Rodrigues
Alves. Com a saúde debilitada, a espanhola prostrou de vez o presidente eleito. Mesmo assim,
fez questão de pessoalmente montar o ministério enviando cartas, telegramas e fazendo as
tradicionais consultas. Chegou a incumbir o filho mais velho, o então deputado Rodrigues
Alves Filho, de levar pessoalmente algumas cartas-convite para os futuros ministros; entre
eles, o General Cardoso de Aguiar, para o Ministério da Guerra e o Almirante Gomes Pereira,
para a pasta da Marinha.
Corriam boatos de que Delfim Moreira encontrava resistência por parte de inúmeros
componentes do Ministério, muito afeiçoados ao conselheiro moribundo. Alguns
conclamavam pela renúncia de Rodrigues Alves, pois a constituição de 1891 não era clara em
relação à impossibilidade da posse por motivos de saúde. A renúncia abriria espaço jurídico
para a convocação de novas eleições. Mas o inevitável aconteceu na madrugada de 15 para 16
de janeiro de 1919. O presidente morreu sem renunciar.
1
O Imparcial, 02 de janeiro de 1919.
Como aquele desfecho já era mais do que esperado, nos dias seguintes ao
passamento, sem que o cadáver tivesse ao menos esfriado, começaram a pulular uma
infinidade de possíveis candidatos à presidência