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Procedimentos e limites para tomada de decisões por tribunais de contas mudaram com a Lei nº
14.133/21, conhecida como a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, sendo importante
perceber detalhes para a atuação nesses feitos tão específicos.
O direito de petição, de base no artigo 5º, inciso XXXIV, alínea “a”, da Constituição Federal, tem
detalhamento para a matéria de licitações e contratos administrativos quanto aos tribunais de contas, em
diversos dispositivos da Lei nº 14.133/21, entre eles, o artigo 169, inciso III (tribunal de contas está na
terceira linha de defesa contra riscos à Administração), e o artigo 170, § 4º (licitante, contratado ou
pessoa física ou jurídica pode representar ao controle externo em face de ilegalidades), entre outros
adiante elencados.
Mas é muito importante considerar que o foco estará no interesse público em dano ao dinheiro público,
não sendo meio de defesa direta de um interesse particular (embora isso possa até ocorrer como reflexo
do processo).
É essencial que a representante ou denunciante peça sua admissão como parte interessada, para isso
demonstrando pertinência temática, interesse processual, sob pena de não se admitir a atuação no
processo, em atos como recursos, sustentações orais e outros instrumentos procedimentais.
É preciso demonstrar a razão legítima de ser parte, não bastando alegar prejuízo financeiro por parte da
empresa provada, mas sim alertando por que a presença daquela empresa servirá para o tribunal chegar à
verdade real e êxito em suas ações de controle de atos nas licitações e de contratos administrativos.
Spacca
Embora a Lei nº 14.133/21 mencione o termo “representar”, alguns dos tribunais de contas possuem
normas que separam “representação” e “denúncia” e filtram a admissibilidade de cada tipo de processo.
Ademais, é essencial se portar dentro de cada regra procedimental, porque cada tribunal terá seus prazos,
inclusive de recursos e outros, com variações, ou seja, é preciso jogar sob as regras de cada local.
Embora a Lei nº 14.133/21 não trate especificamente de medidas cautelares ou de tutelas provisórias
com esses específicos termos, ela tem menções sobre a matéria no seu artigo 171, especialmente
parágrafo primeiro, de modo que há esse poder dever de adotar tais medidas para garantir a suspensão de
licitações e contratos que impliquem em ilegalidade e dano ao erário, notadamente em risco de
irreversibilidade.
Spacca
E para anulações, especialmente de contratos, é essencial observar todo o regramento que foi
estabelecido no conjunto dos artigos 147 a 149 da Lei nº 14.133/21 (riscos sociais, custo de deterioração
ou perda de parcelas executadas, estágio da execução e outros fatores).
A complexidade das regras e procedimentos, bem como as nuances processuais nos tribunais de contas,
reforçam a necessidade de atuação por advogados especializados, sendo a adequada representação legal
decisiva não apenas para a defesa dos interesses das partes, mas também para a preservação de direitos e
faculdades processuais, que vão materializar garantias como ampla defesa, contraditório, devido
processo legal, dentre outros.
Assim, diante de tudo isso, embora o próprio interessado possa até fazer sua atuação perante tribunal de
contas, o trabalho de advogado com experiência nesses tipos de processos é um diferencial para o
sucesso na defesa de interesses em licitações e contratos administrativos na esfera de controle externo.
Date Created
05/04/2024
Author
emerson-voltare