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Aprovação

GUIA TRATAMENTO
Comissão Contr. Infecção - CCI-SMS
EMPÍRICO INICIAL NA Comissão Farmacia e Ter. - CFT-SMS
DASP - SMS
MENINGITE COMUNITÁRIA

Meningites bacterianas são processos agudos que acometem as meninges (pia-


máter e aracnóide) que envolvem o cérebro e a medula espinal, provocando reação
purulenta detectável no líquido cefalorraquidiano (LCR).

A faixa etária de acometimento por meningites bacterianas é ampla, e os


agentes bacterianos os mais diversos. Nas meningites com etiologia conhecida cerca
de 40% tem como causadores: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e
Haemophilus influenzae.

A maioria dos sinais e sintomas graves observados na meningite bacteriana é


desencadeada pela resposta inflamatória exacerbada, existindo diversos estudos
para avaliar o impacto do uso de dexametasona na evolução clínica e na mortalidade
relacionada a esta síndrome infecciosa.

Em crianças, o efeito antiinflamatório é benéfico diante de meningite por


Haemophilus influenzae tipo b, prevenindo principalmente seqüelas auditivas, mesmo
com a redução nas meningites por essa etiologia, após introdução da vacina Hib no
calendário vacinal, sua utilização ainda é favorável, visando redução no dano
neurológico.

Em adultos ocorre redução das seqüelas e da mortalidade com o uso da


dexametasona, principalmente quando o agente envolvido é o S. pneumoniae e diante
de quadro grave com sinais de hipertensão intracraniana, de vasculite ou choque
cardiovascular.

Crianças: dexametasona 0,15mg/kg/dose de 6/6h por 4 dias

Adultos: dexametasona 4mg de 6/6h nos primeiros 4 dias

Deve ser iniciado 30 min antes ou com a primeira dose do antibiótico

Após 24 horas de tratamento com Ceftriaxona já temos descolonização das


vias aéreas, permitindo a interrupção do isolamento respiratório

Observação: Diante da suspeita clínica de meningite bacteriana aguda, deve-


se iniciar o tratamento antimicrobiano, antes dos resultados de exames e do LCR, pois
o retardo na administração do antibiótico contribui para o desenvolvimento de um
maior número de seqüelas e eleva a mortalidade.

Elaboração
Mônica M P Martins Liporaci - CRM: 67662 Data: 11/09/18
Aprovação
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MENINGITE COMUNITÁRIA

Idade Microorganismos Tratamento Considerações


mais comuns

Bacilos gram-negativos Ampicilina 300 a 400mg/kg/dia Agentes presentes na


(E. coli), EV de 4/4h + Ceftriaxona EV região perineal, canal de
Recém- Streptococcus do grupo B 100mg/kg/dia de 12/12h. parto, nasofaríngea e
nascidos L. monocytogenes, Até 15 dias de vida não utilizar malformações
até 2 meses H. influenzae, ceftriaxona. congênitas do SNC
S. pneumoniae, Deve ser utilizado cefotaxima (derivações).
N. meningitidis EV 200mg/kg/dia de 8/8h.

N. meningitidis Ceftriaxona EV Colonização da


2 meses (meningococo) 100mg/kg/dia de 12 /12h nasofaringe.
S. pneumoniae Crianças não vacinadas
até 5 anos (pneumococo) Duração: 10 a 14 dias. (redução com
H. influenzae tipo B introdução da vacina
Hib).

Maiores N. meningitidis Ceftriaxona EV 2g de 12 /12h Pneumococo em geral


de 5 anos (meningococo) (crianças 100mg/kg/dia) associado a outro foco
S. pneumoniae (otite, PNM) ou traumas
até adultos (pneumococo) Duração: 10 a 14 dias. cranianos fechados.

Maiores N. meningitidis Ceftriaxona EV 2g de 12/12 h Associar Ampicilina EV


de 65 anos, (meningococo) 300 a 400mg/kg/dia de
imundeprimidos, S. pneumoniae Duração: 10 a 14 dias. 4/4h, se grupo de risco
gestantes (pneumococo) para Listeria.
Listeria monocytogenes Duração: 21 dias.

Após trauma, Staphylococcus aureus Ceftriaxona 2g EV de 12/12 h Associar Metronidazol


penetrantes, Bacilos Gram negativos + 500mg EV 8/8h, se
neurocirurgias Oxacilina 2g EV de 4/4h. fratura exposta com
terra ou água suja.

Elaboração
Mônica M P Martins Liporaci - CRM: 67662 Data: 11/09/18
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Fonte:

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância
Epidemiolégica. Meningites. 6ª. edição. Brasília, 2005.

Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de Doenças de Transmissão


Respiratória. O que você precisa saber sobre meningite. São Paulo –
SP: 2008.

Medeiros EAS, Stempliuk VA, Santi LQ, Sallas J, coordenadores. Curso uso
racional de antimicrobianos para prescritores. São Paulo: Organização
Pan-Americana da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB/SVS/MS e
Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo; 2008.

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.


Comissão de Uso e Controle de Antimicrobianos (CUCA). Manual de
Antimicrobianos. Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto: 2012.

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.


Bollela VR e Santana RC. Princípios para o uso dos antimicrobianos no
contexto das principais Síndromes Infecciosas. Ribeirão Preto: 2014.

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas.


Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a
Prevenção de Infecções Hospitalares. 5ª. ed. São Paulo: 2012-2014.

Elaboração
Mônica M P Martins Liporaci - CRM: 67662 Data: 11/09/18

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